A aviação dos EUA, com a complacência e autorização – mal seria se não o fosse – do Governo provisório de transição da Somália, cujo presidente reentrou em Mogadíscio ontem, atacou dois locais (Ras Kamboni e Afmadow, no sul do país) onde se presume estejam acoitados os líderes da UTI e, entre eles, o mentor e organizador dos sangrentos atentados às embaixadas norte-americanas no Quénia e na Tanzânia, em 1998.
Nas costas somalis estão vários vasos de guerra norte-americanos, nomeadamente, um porta-aviões prontos para outras operações.
Espera-se que a sua presença não sirva para tentar um novo “Restaurar a Esperança”, de que tão mal saíram da primeira vez, mas para serenar os ânimos pós-entrada das forças etíopes que expulsaram os islamitas radicais da maior parte do país. Depois dos primeiros “aplausos” as forças etíopes têm sido atacadas e insultadas e as armas que o Governo provisório pediu aos somalis para que as entregasse livremente não o têm sido.
Os somalis não esquecem dois factos importantes: a crise de Ogaden e o facto dos etíopes serem cristãos e os somalis professarem o islamismo.
Por isso bom seria que as forças de manutenção da Paz chegassem depressa. O problema reside em quem irá para lá. Se forças intercontinentais ou somente africanas e destas quais estarão em condições de manter a Paz? Os sul-africanos como já se alvitrou? Ou a Uganda, que já se ofereceu? E os países limítrofes que também têm interesses hegemónicos aceitarão mais esse “aval” de tornar a África do Sul ou a Uganda em principais e únicos Estados-director africanos ou regionais?
São factos que devem ser bem ponderados de modo a não sossegar uma região e criar mais fricções em outras que, já de si, são um pouco problemáticas.
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