Lamentável o que hoje ouvi na RTP-África sobre as tartarugas marinhas de São Tomé e Príncipe.
A falta de peixe levam os pescadores a capturá-las para auferirem algum dinheiro que os sustente e ás famílias. Diga-se que a carne de tartaruga, face á notícia, também é muito apreciada entre os santomenses.
Por outro lado, a ONG Mar Ambiente e Pesca Artesanal (Marapa), a executora do Programa Nacional de Protecção das Tartarugas Marinhas que opera sob financiamentos do Projecto Espèces Phares (UE) e do Fundo Francês para o Ambiente Mundial (FFEM) e, simultaneamente, a entidade que controla – ou tenta controlar – a sobrevivência da tartaruga santomense, vê-se sem fundos para cumprir com a sua nobre missão: protegê-las.
Lembram-se de há um ano ter ocorrido em São Tomé uma conferência para a protecção da Tartaruga Marinha? Apesar de haver quem, sempre que pode, as traga à memória colectiva, esta, por vezes, prega destas partidas… esquece rapidamente!
Mas, também quem protege os pescadores santomenses da rapina que se faz no país?
Talvez, por isso, algumas pequenas embarcações acabem perdidas no alto-mar. Hoje, felizmente, e ao fim de 2 semanas de angústia e de buscas, foram encontrados, perto da costa ocidental, pescadores santomenses que andavam perdidos.
Talvez seja altura do Governo santomense começar a obrigar os pesqueiros estrangeiros a criarem empresas mistas para poderem operar na zona marinha exclusiva.
Por certo que os pescadores costeiros agradecerão e de certeza que as tartarugas sentir-se-ão mais protegidas.
1 comentário:
Tudo isto é verdade. Infelizmente! Há um ano precisamente teve lugar em STP um Encontro Internacional sobre conservação de tartarugas marinhas com múltiplos objectivos: alertar para as ameaças com que esta espécie, e outras, se confronta; tentar encontrar alternativas socioprofissionais e económicas para as famílias de pescadores e de palaiês, cuja fonte de rendimento muitas vezes se centra apenas na captura, comercialização e transformação de tartarugas marinhas; conciliação do turismo natureza com a conservação; criação de regulamentação ambiental de enquadramento com consequentes formas de fiscalização e de monitorização. O Encontro foi reconhecido a nível nacional e internacional. Nele participaram o Preseidente Fradique de Menezes, os Ministros do Turismo e do Ambiente, entre outros representantes institucionais. Além disso, como foi promovido pela Embaixada de França e apoiado pela de Portugal, também os seus representantes lá estiveram. No final do Encontro e dos ateliers comunitários em Morro Peixe e no sul (Praia Jalé), foram preparadas e elaboradas recomendações que foram entregues ao Ministro do Ambiente.
E o Encontro privilegiou também as comunidades, os representantes dos tartarugueiros, as palaiês, alguns pescadores e ex-pescadores reconvertidos do ponto de vista profissional, artesãos e vendedores de artesanato.
E agora...?! Perguntamos... ao fim de um ano... e agora...?!
Valerá ainda a pena dizer que, num país onde o turismo é um sector potencial, tanto em termos ambientais como culturais, uma tartaruga, um macaco, um papagaio valem muito mais vivos do que mortos??? Alguém entende isso??? E alguém entende que o risco das espécies se esgotarem é o desaparecimento e que quando isso acontece... é irreversivel e não há nada que altere o rumo das coisas?
A Educação Ambiental faz de facto muita falta... com continuidade e persistência.
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