António Ribeiro, um dos principais, senão o principal, impulsionador do portal Notícias Lusófonas, na sua última análise à situação político-social portuguesa, na rubrica “Lusófias”, afirma que Portugal é “um país alegre” onde – isto digo eu – parece reinar o rei e o roque.
António Ribeiro dá alguns exemplos como, quem “chateia também leva rebuçado”, quem fica doente vai ao hospital e paga taxa mas se ficar internado “ainda paga mais”, quem viaja com o Presidente arrisca-se a encher “as algibeiras de cartões”, um ano para se decidir uma OPA sobre outra empresa, uma costa que “corre o risco de desaparecer porque afinal deitar areia para o mar não adianta”, um país com falta de recursos, imensos desempregados, ordenados em atraso mas que conseguiu ser o “país da Europa que mais dinheiro gastou em prendas no Natal”.
Pois meu caro António Ribeiro, tudo isto é verdade e tudo isto é alegremente bonito mas acho que consigo encontrar algo mais alegre.
O exemplo gritante de como tudo isto é muito alegre foi hoje citado na Manchete do Notícias Lusófonas – citado também aqui; por acaso soube-o, também e primeiramente, por outra fonte – prende-se com o de uma pessoa ter um cargo de vice-presidente num Instituto português onde é disponibilizado um interessante Curriculum vitae onde, entre outros itens, menciona uma licenciatura, com a duração de 4 (quatro) anos, entre 1984 e 1987, numa universidade, por acaso privada, que só começou a leccionar essa Licenciatura em 1986 – e o cujo primeiro curso dessa Licenciatura terminou em 1991 – que, e também por acaso, era de 5 (cinco) anos.
Ora quem consegue um cargo de vice-presidente de um Instituto público apresentando estes “lapsos” e ainda o consegue manter, merece-o até porque, de acordo com o tal CV, é uma pessoa com um grau de desenvolvimento intelectual bastante elevado; começou o curso universitário com 15 (quinze) anos…
Porque tudo isto acontece num país muito alegre, muito alegre!! e este país chama-se Portugal!!!
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