16 outubro 2007

Dia Mundial da Alimentação... para quê relembrar!?

(a fome onde não deveria já haver; foto daqui)

Sob o lema “Direito à Alimentação” a ONU celebra hoje mais um dia que deveria ser, de todo, desnecessário.
Principalmente, se um dos itens dos Objectivos do Milénio – reduzir a metade a fome, até 2015 – estivessem a ser cumpridos: a erradicação da pobreza que, naturalmente, permitiria erradicar a falta de alimentos, de água potável, etc. ou seja, a fome!
Enquanto isso, anualmente aumenta o número de pessoas famintas. Segundo a FAO, (Agência para a Alimentação e Agricultura), um organismo da ONU, 14% da população mundial – cerca de 854 milhões de bocas, dos quais 202 milhões em África e 52 milhões na América Latina, – vivem sob o espectro da fome.
Diariamente, entre de 15 a 16 mil crianças, com idade inferior a cinco anos, morrem de fome ou por falta de alimentação adequada.
Em Angola, apesar da melhoria que o director-geral da FAO, Jacques Dio, em visita a Angola, afirma se verificar no País, milhares continuam a passar fome enquanto uns quantos jactam-se nos seus reluzentes Hummers, VW Phaeton’s e similares.
Em Moçambique a fome, apesar de estar considerado a par do Gana, Congo, Djibuti, Mauritânia e Malawi como um dos seis países cujo programa do Milénio para a erradicação da fome parece estar bem encaminhado, ainda vê muitos dos seus filhos fenecerem por falta de alimentação, a maioria devido às descontroladas cheias.
Em Portugal, em 2006, cerca de 216 mil pessoas receberam ajuda alimentar.
E, no entanto, o planeta parece produzir o suficiente para alimentar toda a Humanidade. Por isso para quê relembrar hipocritamente o Dia Mundial da Alimentação com tantos a perecerem por falta dela?

2 comentários:

Zé Paulo Gouvêa Lemos disse...

Eugênio,
Infelizmente tenho que aceitar ser este um dia importante a ser lembrado. Tanto é que te incentivou a escrever sobre ele...ou seja, sobre ela não chegar a todas as bocas como deve ser.
Abraço

altohama disse...

Pois. É a tal questão dos poucos que têm milhões e dos muitos milhões que têm pouco, ou nada.

Kandandu