Soube-o, primeiro por via correio electrónico e conferi aqui, citando uma notícia do matutino português Diário de Notícias.
Um angolano, Ricardo Lumengo, refugiado e exilado na Suíça, desde 1982 para fugir à guerra-civil, foi eleito no fim-de-semana passado como deputado pelo Cantão de Berna, tornando-se no primeiro negro eleito para o Parlamento suíço.
Aqui fica a sua estória num País que elegeu uma maioria ultra-conservadora populista e quase xenófoba.
“Chegou à Suíça em 1982 para fugir à guerra civil em Angola, agora, Ricardo Lumengo tornou-se no primeiro negro eleito para o Parlamento suíço. Deputado pelo cantão de Berna, Lumengo, de 45 anos, obteve a nacionalidade suíça em 1997. O imigrante angolano tornou-se na grande surpresa das legislativas de domingo, que ditaram a vitória da direita populista.
Eleito pelo Partido Socialista (PS), Ricardo Lumengo terá de conviver no Conselho Nacional com os 61 deputados da União Democrática de Centro (UDC). O partido do milionário de Zurique Christophe Blocher foi o grande vencedor do escrutínio de domingo com 28,8% dos votos. Com uma campanha considerada pelos críticos como xenófoba e racista, centrada na expulsão dos criminosos estrangeiros da Suíça, a UDC esteve no centro do debate político. Grande culpado? O seu cartaz no qual uma ovelha branca expulsa uma ovelha negra do território suíço com um coice.
Antigo exilado político, Lumengo garantiu à agência ATS: "Não quero ser um anti-Blocher. Não fui escolhido pelos eleitores para combater alguém, mas sim para defender as ideias socialistas e a minha região". Dos cerca de três mil candidatos às legislativas, pouco mais de uma dezena tem origens africanas.
Quanto aos resultados, o PS foi o grande derrotado do escrutínio de domingo, tendo perdido nove deputados no Conselho Nacional, onde os 26 cantões têm uma representação proporcional ao número de habitantes. Mas para o politólogo Yannis Papadopoulos "pouco ou nada vai mudar na Suíça". Em declarações à AFP, o professor da Universidade de Lausanne garantiu que o resultado da UDC "não constitui uma mudança profunda" no sistema, que deverá manter as coligações.
Ontem faltavam ainda apurar 11 dos 46 lugares para o Conselho de Estado. Na câmara alta do Parlamento suíço, cada cantão elege dois deputados enquanto os seis meios cantões elegem apenas um.”
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