25 julho 2008

CPLP? Que CPLP?

"Que Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vamos ter, doze anos passados desde a sua criação? Depois de Bissau ter presidido durante dois anos os destinos da CPLP, Lisboa vai ser a sede da VII Cimeira dos Chefes de Governo e de Estado dos países lusófonos onde, segundo parece e salvo alterações de última hora, estarão ausentes José Eduardo dos Santos – não se faz senhor Presidente, fazer o senhor Sócrates passar por mentiroso… – e Armando Guebuza, ou seja, os líderes dos dois maiores Estados afrolusófonos.

E porque será? E depois de umas proveitosas, pelo menos isso foi o que tão apregoadamente os governantes portugueses que os visitaram fizeram transparecer, visitas de Estado e económicas?
Mas se os dois líderes africanos não vão estar presentes – talvez a prepararem as eleições que se avizinham nos dois Países (legislativas e internas ou os 40 anos da Frelimo) – vai estar o resto da nata lusófona. Angola e Moçambique estarão representados pelos seus oficiosos – mais o de Angola que o de Moçambique – Chefes de Governo.

O que vale é que em Portugal, directa ou indirectamente, vão estar personalidades importantes como o senhor Hugo Chávez e, principalmente, o senhor Nguema Mbasogo, presidente da observadora Guiné Equatorial, um dos maiores ditadores que ainda governam em África (porque será que o TPI ainda não se decidiu também em apresentar um mandado de captura a este senhor por crimes contra os guineenses-equatorianos?).

Na cimeira de quinta e sexta-feira serão debatidas questões que muito interessam aos 8 Estados Lusófonos, aos Estados associados e aqueles que querem aderir à CPLP, a Croácia, Venezuela, Ucrânia e Galiza, quase transformando a CPLP numa, como alguém já alvitrou, futura Comunidade Económica dos países lusófonos.

Haverá, também, a passagem do testemunho do Secretário-executivo, o embaixador cabo-verdiano Luís Fonseca, pelo Bissau-guineense engenheiro e ex-ministro Domingos Simões Pereira.

Depois há o problema da Lusofonia e das continuadas controvérsias que encerra o termo “Lusofonia” dado que alguns países do hemisfério sul – por vezes até no próprio Brasil – há um certo constrangimento porque na sua maioria não falam correntemente o português ou só o falam em franjas muito reduzidas.

Relembremos que o ainda Secretário-executivo, recentemente, recordava que em Moçambique só cerca de 30 a 40% utilizava o português, unicamente como língua oficial, a par das suas línguas nacionais unicamente faladas pela restante população. E que ele mesmo, tal como a maioria dos seus compatriotas, conforme se constata na RTP-África e nos portais cabo-verdianos, falam crioulo entre si e só, raramente, ou quando estão fora do País, é que falam português. Tal como na Guiné-Bissau, onde o crioulo é predominante ou em Timor-Leste onde a grande maioria fala tétum e uma minoria significativa bahasa indonésio. (...)
" (pode continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado na Manchete do , de 24/Jul/2008

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