Mas a realidade diz-nos que África é um continente jovem, imaturo, inconstante e, não poucas vezes, irreverente como se quer a um jovem vivo e feliz.
Só que, apesar disso, África diz-nos, também que, mais que uma criança rebelde em fase de crescimento, se comporta como uma criança mimada, estúpida, inconveniente, imbecil e feitor das coisas mais absurdas e néscias que poderemos imaginar acabando, não poucas vezes – demais até – por nos considerarem como o centro do escárnio e, às vezes, a escória da Comunidade Internacional.
E somos nós que damos as balas à tal Comunidade com que nos alvejam com aqueles epítetos. E, senão, vejamos:
Há quantos anos mantemos um Corno de África política e socialmente instável, paupérrimo, ninho de piratas internacionais sem que consigamos unir aos efémeros esforços da União Africana as vontades políticas dos países africanos para criarem uma força militar que ponha fim àquele cancro no Índico?
Se o anterior é, socialmente, um dos maiores carcinomas de África, o que dizer de Darfur e da evidente incapacidade africana em fazer frente a uma escória que sob o signo do petróleo e do xenofobismo mata compatriotas e impede que a Comunidade Internacional – mais preocupada em defender os seus interesses económicos (petróleo) que impor sanções – de salvaguardar os interesses sociais das populações sudanesas da região?
Como podemos admitir a acusação, quase comprovada, de que um dos nossos membros é uma plataforma no tráfico de droga entre a América Latina e a Europa e os EUA e, segundo afirmam alguns dos seus cidadãos e a própria ONU, tem o beneplácito e a cobertura de personalidades afectas ao poder civil e militar, auferindo estas personalidades de grandes massas monetárias alardeadas em vistosas viaturas e faustosas vivendas enquanto o povo vai penando com falta de combustível, não pagamento de vencimentos há meses largos? (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no semanário santomense , ed.172, de 5/Jul/2008, sob o título acima
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