Enquanto analista e defensor das liberdades políticas esperava – ou ansiava, mais correctamente – que a Cimeira de Sharm El Sheikh, Egipto, onde se reuniu a XI sessão Ordinária da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, fosse mais contundente com o senhor Robert Mugabe e lhe fizesse sentir que a sua presença era pouco aceitável para não dizer que o mais correcto era nem lá ter ido.
É cerro que o relatório dos observadores da União Africana e da SADC lido no início da Cimeira foi suficientemente explícito para os mais altos dignitários africanos perceberem o quanto anti-democrático foi a 2ª volta das eleições presidenciais no Zimbabué. Segundo o relatório escrutínio zimbabueano “não se regeu pelas "regras democráticas"”.
A prova disso está no facto de ainda antes de ser oficializado o escrutínio já Robert Mugabe tinha tomado posse para mais um mandato presidencial.
Mas enquanto Organização que deve pautar as relações entre os seus Estados pela diplomacia e pelo tacto a União Africana acabou por aconselhar os seus membros a ajudarem o Zimbabué a encontrar uma solução – já lhe chama a solução queniana – que consiga conciliar as posições de Mugabe e de Tsvangirai tendo sempre em conta os superiores interesses dos zimbabueanos.
Ou seja, e por outras palavras, os líderes africanos disseram aos zimbabueanos que se entendam porque eles têm coisas mais importantes para tratar como, por exemplo, reflectir sobre o projecto do governo federal continental, cuja semente foi lançada em Arusha, Tanzânia, em 22 e 23 de Maio passado, pelo Comité dos 12 chefes de Estado.
Mas, a Cimeira também vai discutir os dossiês relativos à integração regional e continental e adoptar decisões concernente à integração do Tribunal Africano de Justiça, do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos, e da Nova parceira para o Desenvolvimento da África (NEPAD) nos mecanismos da UA.
Resumindo, há dossiês sobre os quais os líderes africanos consideram serem mais importantes, mesmo que nada digam aos povos africanos que, por certo, desconhecem o seu conteúdo, do que os Direitos Humanos e a Democracia pilares que devem sustentar uma boa e transparente governação.
Até se compreende!
Se nos recordarmos que em África existem “democratas” como o líbio Muamar al-Kadhafi, no poder absoluto há 38 anos; o gabonês Omar Bongo Ondimba, o decano dos líderes africanos, no poder desde 1967, que terá afirmado sobre Mugabe que “foi eleito, prestou juramente, agora ele é presidente não se lhe pode perguntar mais nada. Houve eleições e eu creio que ele ganhou”; o sudanês Omar Hasan Ahmad al-Bashir, no poder desde 1989; o guineense Lansana Conté, no poder desde 1984; para já não falar em outros “auto-democratas” como o egípcio Hosni Said Mubarak, ou Eduardo dos Santos, ou João Bernardo “Nino” Vieira, etc…
Compreende-se que a União Africana tenha de ser muito diplomata e não possa chamar de senil ao grande herói africano!
Só que os africanos continuam a respeitar os Mais Velhos pela sua anciã sabedoria e não pela estupidez e decrepitude!
E porque a União Africana não tem coragem para respeitar os Mais Velhos, na ONU, os EUA – será que a Rússia e a China, com direito de veto, e a África do Sul deixarão passar – prevêem apresentar no Conselho de Segurança uma proposta de Resolução que contemple sanções contra o Zimbabué, prevê o embargo de armas e congelamento de bens de determinadas pessoas e empresas do país.
É cerro que o relatório dos observadores da União Africana e da SADC lido no início da Cimeira foi suficientemente explícito para os mais altos dignitários africanos perceberem o quanto anti-democrático foi a 2ª volta das eleições presidenciais no Zimbabué. Segundo o relatório escrutínio zimbabueano “não se regeu pelas "regras democráticas"”.
A prova disso está no facto de ainda antes de ser oficializado o escrutínio já Robert Mugabe tinha tomado posse para mais um mandato presidencial.
Mas enquanto Organização que deve pautar as relações entre os seus Estados pela diplomacia e pelo tacto a União Africana acabou por aconselhar os seus membros a ajudarem o Zimbabué a encontrar uma solução – já lhe chama a solução queniana – que consiga conciliar as posições de Mugabe e de Tsvangirai tendo sempre em conta os superiores interesses dos zimbabueanos.
Ou seja, e por outras palavras, os líderes africanos disseram aos zimbabueanos que se entendam porque eles têm coisas mais importantes para tratar como, por exemplo, reflectir sobre o projecto do governo federal continental, cuja semente foi lançada em Arusha, Tanzânia, em 22 e 23 de Maio passado, pelo Comité dos 12 chefes de Estado.
Mas, a Cimeira também vai discutir os dossiês relativos à integração regional e continental e adoptar decisões concernente à integração do Tribunal Africano de Justiça, do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos, e da Nova parceira para o Desenvolvimento da África (NEPAD) nos mecanismos da UA.
Resumindo, há dossiês sobre os quais os líderes africanos consideram serem mais importantes, mesmo que nada digam aos povos africanos que, por certo, desconhecem o seu conteúdo, do que os Direitos Humanos e a Democracia pilares que devem sustentar uma boa e transparente governação.
Até se compreende!
Se nos recordarmos que em África existem “democratas” como o líbio Muamar al-Kadhafi, no poder absoluto há 38 anos; o gabonês Omar Bongo Ondimba, o decano dos líderes africanos, no poder desde 1967, que terá afirmado sobre Mugabe que “foi eleito, prestou juramente, agora ele é presidente não se lhe pode perguntar mais nada. Houve eleições e eu creio que ele ganhou”; o sudanês Omar Hasan Ahmad al-Bashir, no poder desde 1989; o guineense Lansana Conté, no poder desde 1984; para já não falar em outros “auto-democratas” como o egípcio Hosni Said Mubarak, ou Eduardo dos Santos, ou João Bernardo “Nino” Vieira, etc…
Compreende-se que a União Africana tenha de ser muito diplomata e não possa chamar de senil ao grande herói africano!
Só que os africanos continuam a respeitar os Mais Velhos pela sua anciã sabedoria e não pela estupidez e decrepitude!
E porque a União Africana não tem coragem para respeitar os Mais Velhos, na ONU, os EUA – será que a Rússia e a China, com direito de veto, e a África do Sul deixarão passar – prevêem apresentar no Conselho de Segurança uma proposta de Resolução que contemple sanções contra o Zimbabué, prevê o embargo de armas e congelamento de bens de determinadas pessoas e empresas do país.
Já agora porque não impedem, também, a entrada de Mugabe e seus companheiros, em determinadas áreas geográficas ou porque não fazer alguns países africanos começarem a sentir certas “sansões” se continuassem a dar guarida política ao regime de Mugabe.
É chantagem? Sê-lo-á, por certo! Mas o que faz Mugabe ao seu povo? Também não é chantagem?
1 comentário:
Partilho a sua desilusão relativamente à cimeira mas era de prever - há tantos "com o rabo preso" que não podiam chegar mais longe. E o Mugabe lá vai continuar até que uma doença o leve ou algum desesperado faça o que já devia ter sido feito. E viva a hipocrisia!
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