26 julho 2008

O que se passou realmente no Sambizanga?

(quando andam em boas mãos...)
A malta do Sambila, desde que me recorde, foi sempre olhada de lado.

Todavia, tal como em outros lugares, seja da capital angolana, seja em qualquer sanzala Angola, seja num outro qualquer lugar do planeta Terra, há malta da pesada mas também os há que são Homens e Mulheres de letras grandes e de personalidades fortes e probas.

Por isso, não se compreende a chacina que houve no Sambizanga. E menos se compreende a disparidade – a diferença de uma vítima ou de mil vítimas, é sempre a mesma, vítimas – entre aquilo que as pessoas assistiram, mesmo que posteriormente, e o que as autoridades divulgam.

As pessoas do popular bairro de Santa Rosa no município sambila afirmam que foram 8 (oito!) as pessoas assassinadas – leia-se executadas! de nomes Dadão, Lito, Terenso, Santinho (que era auxiliar na paróquia de São Paulo), Mano Velho, André, Johnson e Nandinho – enquanto as autoridades se ficam pelas 7 vítimas.

Como já afirmei acima, vítimas, uma ou mais, são sempre vítimas e quando são assassinadas da forma como estas foram (
as vítimas foram colocados no chão, de barriga para baixo, e executadas a sangue frio) ainda é mais estranho.

Tão estranho que quando as autoridades chegaram ao local pelos vistos não conseguiram discernir de mortos de feridos.

A população que estava no local afirma e assevera que uma carrinha branca do tipo Hyace “descarregou” alguns indivíduos armados que mandou os 8 jovens se deitarem e assassinou-os. A polícia firma que uma carrinha do mesmo tipo ao passar pelo local os ocupantes disparam e provocaram 5 mortos e 3 feridos que viriam a falecer no hospital.
Duas coisas em consideração.

Primeira, esteve a decorrer a recolha voluntária de armas – foram entregues cerca de
30 mil instrumentos de morte – e, estranhamente, aquelas que deveriam ser entregues parece que não o foram, ou será que são daquelas que estão em boas mãos?...

Segundo e assumindo que o meu forte não é matemática, parece-me que 5 mais 3 dão 8 vítimas e não 7 como as autoridades
persistem em afirmar!

E se nos recordarmos que há poucos meses
dois jovens actores foram objecto do “atira primeiro e pergunta depois” por parte da polícia e no mesmo município…

É por estas e por outras quando alguém de Luanda me diz “digo-te hoje isto porque amanhã não sei se estou viva, porque anda a fazer muitas perguntas”…
.
E tudo isto a cerca de 1 mês das eleições legislativas!
.
NOTA: Ikono, nos comentários, deixou um alerta e uma nota sobre este apontamento. Realmente quando o salvei verifiquei a falta do ponto de interrogação no título. Todavia, e dado o facto de haver dificuldades em aceder à Internet (tão difícil que esta é a 7ª vez que tento colocar esta nota!!!!) onde estou não voltei atrás e deixei ficar. Mas porque a questão apresentada é pertinente aqui está a rectificação com os meus agradecimentos. (nem nos comentários conseguia colocar esta nota… e viva o 1º Mundo e o Portugal informatizado; e é numa zona altamente turística…)
.
Posteriormente publicado no Angola24horas.com, em 29/Julho/2008

2 comentários:

ikono disse...

artigo interessante, no entanto acho que faltou a coragem assumida no título do artigo na sequência deste. Não há finalmente uma resposta de sua parte, senão uma insinuação do que PODERÁ realmente se ter passado no Sambila. Estou de acordo com o que sugere, mas se calhar o título deveria ter no fim um ponto de interrogação.
Abraço

ELCAlmeida disse...

NOTA: Ikono, nos comentários, deixou um alerta e uma nota sobre este apontamento. Realmente quando o salvei verifiquei a falta do ponto de interrogação no título. Todavia, e dado o facto de haver dificuldades em aceder à Internet (tão difícil que esta é a 6ª vez que tento colocar esta nota!!!!) onde estou não voltei atrás e deixei ficar. Mas porque a questão apresentada é pertinente aqui está a rectificação com os meus agradecimentos.
(nem nos comentários consegui colocar esta nota… e viva o 1º Mundo e o Portugal informatizado; e é numa zona altamente turística…)
O título correcto é: O que se passou realmente no Sambizanga?