04 maio 2008

Parece uma Opereta sem fim...

"Segundo alguma informação de Luanda o navio chinês An Yue Jiang (ou Na Yue Jiang) que transportaria uns míseros 6 contentores com “materiais legais” – várias toneladas de armas e munições – vendidas do Governo chinês a Mugabe como prendas que este iria oferecer ao seu estimado Povo, já atracou e descarregou a mercadoria que era destinada a Angola – de que quer os dirigentes chineses, quer as autoridades angolanas pareciam desconhecer a sua existência, até há poucos dias atrás – e não terá descarregado, por não ter sido autorizado superiormente, a descarga dos contentores.
Isto é o oficialmente… oficial.
O oficioso, o que corre nos corredores e nas ruas de Luanda, já mais parece ser uma Opereta – para quem não saiba é, de forma simples, uma Ópera com música – em vários actos e de contornos rocambolescos e incompreensíveis.
Segundo o jornal
O Apostolado, citado pelo seu portal, o “mistério continua completo sobre o paradeiro exacto do navio chinês carregado de armas para o Zimbabwe, cinco dias após o governo angolano ter autorizado que acostasse cá”.
Parece estar em jogo uma providência cautelar junto do Tribunal Marítimo angolano interposta por duas entidades angolanas, o Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos (CCDH), através do seu advogado David Mendes, e do Sindicato dos Marítimos de Angola (SIMA), para impedir a descarga do material bélico.
Todavia o que parece ter acontecido foi um dos actos da opereta: o navio já terá descarregado e zarpado sem que fosse possível qualquer atitude jurídica, conforme o
Notícias Lusófonas referiu em tempo oportuno.
Só que são meras conjecturas porque, de acordo com o portal d’O Apostolado as autoridades portuárias luandenses recusam as tentativas dos jornalistas em desvendar o mistério.
Segundo aquele órgão independente angolano, para a Direcção-geral do Porto de Luanda, ou para as Capitania, Alfândega, Polícia Fiscal e Polícia Económica, nenhum responsável parece estar disponível para satisfazer a natural curiosidade da imprensa nacional.
Mas se há ou houve ou não armas no navio chinês é um caso que ainda está por esclarecer.
Segundo o blogue “Casa de Luanda” o navio chinês traria, de acordo com uma nota da autoridade portuária, a mesma que dias antes dizia que o navio não estava autorizado a entrar em Luanda por não ter materiais para Angola, "
alguns containeres com material de construção destinados a Angola”. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)


Publicado no , "Colunistas" em 3-Maio-2008, sob o título "Parece uma Opereta sem fim; afinal atracou ou não?"

1 comentário:

goiaba disse...

A atitude do governo de Angola é mais uma atitude hipócrita e subserviente relativamente à China que se instalou em Angola e será, a breve prazo o novo colonizador - de mansinho, sem incomodar, sem exigir ... Mas não é mais do que o corolário da atitude de muitos outros países africanos em relação ao Sr.Mugabe, para não falar no chamado mundo ocidental . O Zimbabué não tem petróleo e o ouro também não é o que se julgava...