08 julho 2008

Depois da polémica, o bom senso… e volta a polémica

Como a polémica já estava a ultrapassar os limites territoriais nacionais e havia o perigo da Lei poder bater no Tribunal Constitucional o que seria uma derrota política não bem digerida, o MPLA acabou por, e com muito bom senso, desistir da peregrina ideia de prolongar por mais um dia as eleições.
Ou seja, as eleições para as legislativas angolanas vão se realizar unicamente a 5 de Setembro próximo.
Mas como parece que dentro do MPLA há quem goste de polemizar as coisas – ainda não perdi a esperança que também eles hão-de ser atacados pela boa democracia – e porque internamente as coisas parecem não estar muito bem – veja-se o mal-estar com as listas do “M” – agora viraram-se para as ondas hertzianas.
Já não lhes bastava impedir a Rádio Ecclésia-Emissora Católica de Angola de se expandir pelo País, querem mandar calar uma emissora comercial, criada no âmbito dos Protocolos de Paz assinados entre a UNITA e o Governo/MPLA, a Rádio Despertar, estabelecida em Viana, perto de Luanda, porque, segundo afirmam, as suas emissões, ultrapassam os 50km de raio a que está destinada.
Por acaso, uma emissora que, só por acaso, viu a sua frequência ser quase abafada logo no início por uma emissora local do grupo RNA.
Pois, e conforme o próprio Instituto regulador das ondas hertzianas reconhece, há momentos, devido a alterações climatéricas, que as frequências podem se expandir para além do seu limite natural.
Mas como isso não conta, e a um pedido (leia-se ordem) de Noberto dos Santos "Kwata Kanawa", secretário para informação do MPLA – pensava que era o Governo que deveria intervir e não, nunca, um partido (como se estivéssemos em regime de partido único – desculpem se me enganei –) em seu nome – a INACOM (Instituto Angolano de Telecomunicações) com a aceitação do ministro dos Correios e Telecomunicações, Licínio Tavares Ribeiro, decidiu suspender as emissões da Rádio despertar por 180 dias.
Mera casualidade pelo facto da rádio ser naturalmente afecta á UNITA e ter aberto as suas ondas à população em geral onde faziam as suas queixas.
Como diriam os mal-intencionados, e se eu fosse um deles era o que diria, tudo para evitar eventual derrota do “M”. Como não sou mal-intencionado acredito que foi só… por mero acaso esta suspensão que, ainda assim, pode ser e sêlo-á por certo como já o afirmou um dos responsáveis da Rádio, contestada.
Cabe ao Tribunal Supremo, bem assim, à CNE que ao Tribunal Constitucional, mostrar que Angola caminha para uma verdadeira Democracia parlamentar e pluralista e que tudo não passa de um pequeno problema técnico mal interpretado…
Ou seja depois de acabarem, salutarmente, com uma polémica fazem emergir outra.
Naturalmente há que afastar maus-espíritos e péssimas atitudes de gestão de um lado para o outro…

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