Saúde-se o regresso do portal noticioso angolano Correio Digital depois de uns longos dias com a indicação de “Suspenso temporariamente”.
Saúde-se, mas estranha-se que tenha reaparecido logo no dia seguinte às eleições legislativas. Terá sido mesmo mera casualidade?…
Vamos admitir que tudo não passa de uma coincidência tal como nada é mais coincidente que as trocas “de mãos pelos pés” que muitos observadores andam tão desportivamente a praticar (ora as eleições são um desastre, ora tudo decorre normalmente só com aspectos negativos pontuais; ora são ilegais, ora problemas menores; ora o adiamento é incorrecto, ora nada há de ilegal, etc. – tal como o meu amigo Orlando Castro, estou curioso por ver o relatório preliminar dos observadores da União Europeia depois de ouvir a sua chefe e de ouvir alguns membros portugueses…)
Já agora e sobre a prorrogação decretada pela CNE saúdo a calma e pertinente observação do analista Mário Pinto de Andrade (meu colega e amigo) ontem à noite no Canal A, da Rádio Nacional de Angola, onde propôs que a CNE facultasse e previamente divulgasse quais, e onde seriam, as Assembleias abertas e divulgasse as listas dos eleitores – proposta que me parece também ter ouvido à Professora Adélia de Carvalho /ainda minha colega das lides académicas e quem também tenho a honra, tal como com os anteriores nomeados, de chamar amiga) – tão em falta durante o dia de ontem.
Como também não posso deixar de registar as lamentações ouvidas na Rádio Ecclésia/Emissora Católica de Angola dos membros das Assembleias de voto que estiveram muitas horas sem apoio alimentar e ao final do dia foram obrigados, mais do que seria desejável – que nem deveria ter acontecido com nenhum – verificar as urnas sob a luz de velas. Num país riquíssimo em petróleo e recursos hídricos continua injustificável a contínua falta de luz e água.
Tal como deixarem urnas sem o devido acompanhamento de entidades externas, pode - da fama ninguém se vai safar - ser, ou indiciar, como um meio para pessoas estranhas e sem escrúpulos procurarem defraudar as expectativas dos angolanos, qualquer que seja a sua cor política.
Por certo que ninguém gosta de ganhar sob o signo da fraude ou da desconfiança, como ainda de forma mais evidente os derrotados não gostam que os façam passar por parvos!
Porque os meios independentes são sempre de saudar, quando os órgãos oficias estiveram todos a favor de uma das partes, incluindo no próprio dia com observações e indirectas conotadas com um dos actores políticos ao pelito eleitoral sem que a CNE tivesse feito qualquer observação pública, saúde-se, uma vez mais, o reaparecimento do Correio Digital, só estranhando a data e o momento…
Vamos esperar que tenha sido uma mera e estranha coincidência que chegou para saudar a grande vitória do Povo Angolano no acto eleitoral: o seu inexcedível civismo e comportamento cívico!
06 setembro 2008
Saúde-se, mas...
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