24 setembro 2008

Transparency International continua a mostrar onde anda a corrupção e Angola já não é dos mais corruptos…

Uma vez mais a ONG Transparency International (TI) anunciou os países, este ano alargaram a 180, onde a corrupção é um “dom inato” e aqueles onde este vírus dá mostras de abrandar ou é diminuto.

Este ano o relatório da TI, o
Global Corruption Report 2008, teve com base de trabalho a água e o saneamento, ao ponto da ONG considerar a água como um factor de alto risco conducente à corrupção; uma combinação destrutiva, considera a TI.

De uma maneira global, os partidos políticos e os aparelhos legislativos parecem ser os principais veículos corruptíveis ou corruptores. Todavia, em África, é no aparelho judicial que os “dividendos” da corrupção parecem fazer-se mais sentir. A percentagem de actividades corruptoras junto da polícia foi cerca de 47,5% e junto do poder judicial cerca de 25%. Ambos os casos muito superiores aos países emergentes da antiga URSS e dos países asiáticos, já para não falar da América Latina dos países balcânicos e do sudeste europeu.

Relativamente à lista dos países constata-se que a mesma é liderada, ou seja, os menos corruptos, pela Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia, com 9,4 pontos, seguidos de Singapura e Suécia com 9,3 pontos.

No extremo oposto vamos encontrar em 175º Tonga e Uzbequistão, com 1,7 pontos, Haiti, com 1,6, Iraque com 1,5, e, por último, Myanmar e Somália com 1,4 pontos.

No intervalo, onde Bostwana e África do Sul lideram a lista de África, respectivamente em 38º e 43º com 5,4 e 5,1 pontos, os países e territórios lusófonos estão como seguem e respectivas pontuações, por ordem decrescente:
Portugal
desceu do 27º para 29º com 6,5 pontos; Macau, passou do 26º para 34º com 5,7; Cabo Verde, em 49º com 4,9 (o que registou mais melhorias ultrapassando as ilhas Maurícias); Brasil, em 72º (era 70º) com 3,5; Moçambique, em 114º (era 103º) com 2,8 (manteve a pontuação); São Tomé e Príncipe, em 121º com 2,7; Timor-Leste, passou dos 117º para 128º com os mesmos 2,6; Angola perdeu 5 posições, embora mantendo a mesma pontuação, e é agora 147º e Guiné-Bissau em 148º, ambos com 2,2 cada; a Guiné-Equatorial (membro observador da CPLP que quer ser de pleno direito) passou do154º com 2,1 para 169º com 1,9 pontos.

De uma coisa é certa, Angola deixou de ser dos Estados mais corrupto do Mundo como estava no ano transacto. Mas também no relatório de 2007 só havia 163 países em análise. Registe-se, também, a entrada directa de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.
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ADENDA: Todavia, e face à discrepância que eu verificava ao analisar os órgãos de informação, constatei que a TI apresenta para 2008 uma segunda tabela - solta, denominada "cpi 2008 table" - que não coincide com os valores apresentados no relatório.
Nesta tabela a posição dos países lusófonos e membros da CPLP aparece, mais preocupantemente, com valores que mostram não haver melhorias, bem pelo contrário.
Assim, verificamos que Portugal passa a ocupar a posição 32ª, macau desce para 43ª, Cabo Verde melhora para 47ª, Brasil tem uma queda abrupta para 80º lugar, Moçambique posiciona-se em 126ª trocando com São Tomé e Principe que mantém a posição 121ª, Timor-Leste cai para 145º, Angola separa-se do seu parceiro Guiné-Bissau e coloca-se na posição 158º enquanto a G-B fica-se pela posição 163ª e a Guiné-Equatorial mantém-se entre os mais corruptos na "maravilhosa" classe dos "10 mais" em 172º lugar.
Penso que as duas tabelas devem ser devidamente analisadas e ponderadas porque cada uma deve partir de princípios específicos.

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