04 agosto 2008

Amanhã começa a Campanha eleitoral

Na véspera do início oficial da Campanha Eleitoral para as Legislativas de 5 de Setembro próximo gostava de deixar um apelo a todos os partidos e coligações nacionais que se preocupassem mais em elevar a ética e o respeito que fazerem de ataques pessoais e torpes o mote da Campanha.

E este não é um pedido original. Relembro que o senhor Presidente José Eduardo dos Santos quando lançou a ideia das eleições também a isso se referiu.

Mas quando soldados angolanos são vítimas de emboscadas na região de Cabinda, com consequências mortais e que, também por isso, colocam Angola numa clara posição de personificação colonialista o que tantos anos combateu até porque o governo continua a afirmar que tudo está calmo na Província (será altura dos partidos e coligações angolanos se definirem e dizerem o que pensam da situação na província e como meditam tornear esta problemática e ainda insolvente questão)…

Quando poucos, muito poucos têm milhões e muitos, muitíssimos, nada têm…

Quando Angolanos são perseguidos por razões políticas…

Quando a Comunicação Social Oficial é, na prática, oficiosa de um só partido…

É altura de dizer BASTA e olhar para o futuro com mais alegria!

Talvez, por isso, deixe aqui estas sensatas palavras de Samuel Chiwale “O diálogo entre irmãos desavindos – a chave para a reconciliação nacional – é e será sempre possível desde que haja vontade para tal. A reconciliação nacional é tal qual uma casa que parte dos alicerces e se edifica pedra a pedra. Assim, para ser mais efectiva, ela deverá ser acompanhada por políticas de inclusão e pela distribuição equitativa da riqueza do país, evitando que poucos tenha muito e muitos não tenha nada.” (in: “Cruzei-me com a História”, p.305).
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Também o reputado escritor angolano Pepetela, prémio Camões, conforme cita Jorge Eurico, em Manchete no Notícias Lusófonas, relembra que se deve pedir “responsabilidade às (supostas) elites angolanas durante o processo eleitoral em curso e apela às instituições da sociedade que lhes exijam certas atitudes de equilíbrio e tolerância, condenando os gestos extemporâneos logo que se manifestem” porque Pepetela não que rever em 2008 o que se passou em 1992, um fracasso porque a “primeira e única vez que o Povo angolano votou por uma Assembleia Nacional e um Presidente da República, sofrendo em seguida a pior guerra de sempre, é natural haver receios acrescentados em relação a esta segunda tentativa”.
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As palavras dos Mais-velhos devem ser lidas e meditadas!
Publicado na "Coluna" do , de hoje.

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