Desde a “shatterização” (ou implosão) da União Soviética que os países dela resultantes não se têm entendido.
Desde o combate absurdo e estulto que alguns países fizeram à russofonia, a incapacidade da Rússia em aceitar a perca de alguns das suas regiões, ou a disseminação de povos por regiões diferentes da sua origem que os períodos estalinista e brezneviano provocaram – azeris na Arménia e arménios no Azerbaijão (nas qualificações do último Europeu os dois que se encontravam no mesmo grupo, uma incongruência da UEFA que pensa colocar o futebol acima das questões nacionais levou a que os dois países não se defrontassem e sofressem derrotas por falta de comparência), ou russos no Báltico ou no Cáucaso e na Ucrânia – são alguns desses paradoxos que continuam a criar um clima de conflitualidade latente.
Mas também dentro da Rússia se verificam situações análogas. Recordemos a Chechénia e as centenas de vítimas que o consulado de Vladimir Putin conseguiu provocar dentro da região e no próprio País. Quem não se recorda do morticínio numa escola russa levada a efeito pelo terror checheno com, cada vez mais corroborado, a conivência da incapacidade russa em gerir calmamente as crises.
Agora, no dia em que o Mundo parecia estar pregado às belíssimas imagens televisivas da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Beijing e quando se esperava que as “crises” viriam dos manifestantes pelos Direitos Humanos e pela liberação do Tibete, Geórgia e a Rússia decidiram incendiar a região por causa dos separatista da Ossétia do Sul.
Georgianos afirmam que russos invadiram e bombardearam o País tentando consolidar a secessão ossetiana e, futuramente, anexá-la junto à russa Ossétia do Norte.
Os russos declaram que se limitaram a defender os seus militares que estão a defender os russófilos e que teriam sido atacados por tropas georgianas.
De uma coisa o presidente russo Dmitry Medvedev fez questão de afirmar, citando de certa forma o seu quase antigo colega George W. Bush, que a Rússia defenderá os seus filhos onde quer que eles estejam.
Ou seja, o presidente russo limitou-se a dizer que a Rússia estava preparada, de novo, para projectar o seu poder militar e político de uma forma planetária pelo que os Países deverão aceitar esta declaração como um aviso de guerra uranorama.
E s pensarmos que também Putin, o ex-presidente e agora Primeiro-ministro russo, fez um sério aviso quase semelhante em Beijing e ao mesmo tempo que demontrava uma calma olímpica durante a cerimónia…
Enquanto isso o Conselho de Segurança das NU vai se reunindo sabendo de antemão que o resultado do voto está definido. Russos ou Norte-americanos, consoante o disposto na resolução irão dar o seu… veto!!
E às 1400 vítimas actuais muitas mais se vão juntar e a Eurásia ficará, inevitavelmente, em chamas para gáudio dos especuladores do petróleo que assim terão mais uma razão para voltar a ver o crude aumentar de preço!
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