Faz hoje 40 anos que Praga viu entrar cerca de 250 mil soldados e 5 mil tanques russos e soviéticos para abafarem, de vez, a chamada Primavera de Praga, iniciada em Abril de 1968, que assentava num socialismo livre desestalinizado onde não haveria ditadura e nem censura à imprensa; era aquilo que os líderes checos chamavam de “socialismo com face humana”.
Só que a brezneviana Doutrina de Soberania Limitada (DSL) – que, por acaso, até foi Tito quem assim a apelidou –, já testada pelos soviéticos, em 1956, na Hungria, era formalmente confirmada em Praga com uma violência considerada, na altura, inaudita e inexplicável.
Os dirigentes checos que tiveram a coragem de alinhar com o novo socialismo foram levados para Moscovo onde foram forçados a assinarem o Protocolo de Moscovo que confirmava a total integração da então Checoslováquia na organização do Tratado de Varsóvia, vulgo “Pacto de Varsóvia”, à renúncia do líder checo Alexander Dubcek, por vias pouco dignas, e serviu de aviso para todos os países que pudessem querer sair da órbita moscovita.
Na altura o jornal oficial Pravda, sob o aplauso de personalidades com Fidel Castro e Álvaro Cunhal, justificava que tinha sido “um dever internacionalista”, enquanto o líder chinês Chu En-Lai – iniciava-se aqui, com clareza, o cisma sino-russo – protestava veementemente.
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