03 setembro 2008

E hoje acaba a campanha em Angola

Termina hoje a campanha eleitoral para as primeiras eleições legislativas em 16 anos. Eleições que se vão querer livres e, se possível, porque a campanha não o foi, justas.

E não o foi porque houve situações que nem a CNE nem o Governo conseguiram ou quiseram evitar.

Desde logo o facto dos órgãos informativos oficiais se mostrarem totalmente conotados com um dos partidos e darem-se ao luxo de denegrir os restantes sem que fossem chamados à atenção. Limitaram-se a cumprir as recomendações do Ministro da tutela feitas e ditas em tempo útil e oportuno, com o evidente beneplácito da CNE.

Pelo facto de haver um partido que conseguiu “oferecer” – sem pedir contrapartidas, lógico – carros, viaturas todo-o-terreno, tractores, alfaias agrícolas. Enfim todo um manancial de ofertas lúdicas, desobrigativas e incoercíveis.

E depois houve aquelas sondagens tão espontâneas quanto incredíveis que dão a vitória fácil a um dos partidos, prevendo mesmo que poderá obter uma maioria qualificável. Tão certa que foram obrigados a chamar o seu candidato nº1 à liça com inaugurações e oferendas de última hora e com a necessidade de se apresentar no comício de encerramento. Foi a chamada ao terreno do “super craque” para virar o resultado. Ou teria sido para dar uma principesca cabazada?

Na dúvida, os mentores brasileiros optaram por aconselhar o partido assessorado a chamar o Príncipe aos comícios e reuniões públicas.

Constitucionalmente nada impede o Presidente de participar na disputa eleitoral. Ou não fosse ele quem realmente Governa e nomeia os Ministros da República de Angola. Mas manda a ética e o bom senso que se deveria colocar em recato para salvaguarda do seu próprio nome.

O seu partido não o pensou assim. Mais que o nome dele o que está(va) em causa era o poder e os benefícios que o poder trás.

Amanhã vai ser dia de reflexão.

Os angolanos vão ponderar bem se devem votar com a cabeça ou com o estômago. Se devem manter a continuidade corruptora ou pedir uma Mudança de mentalidades e de políticas.

Na sexta-feira o eleitorado angolano irá dizer de sua justiça e mostrará o resultado da sua ponderação! Caberá aos observadores internos e externos verificar que a vontade dos angolanos vai ser satisfeita!
Publicado no , "Colunistas"

1 comentário:

Anónimo disse...

Enquanto chega ao fim ai em Angola, aqui no Brasil começa esse inferno
Abraços