30 junho 2012

Egipto empossou primeiro presidente civil


(imagem Internet/Google)

Depois de, na véspera, ter sido recebido pelos mais altos comandos militares que, na prática, dominam a vida política e administrativa do Egipto, Mohamed Mursi (ou Morsi), o vencedor candidato da Irmandade Muçulmana, na eleição presidencial, tomou ontem posse perante o Tribunal Constitucional, face à dissolução do Parlamento decretada, poucos dias antes da eleição, pelos militares.

Mursi um islamita, engenheiro formado no Egipto e nos EUA, com a mão sob, creio, o Corão, declarou que iria cumprir a Constituição e defender a República laica e Independente do Egipto. Apesar deste “natural compromisso” constitucional, não teve problemas em acrescentar, no discurso, que só “teme a Deus” e, numa clara alusão aos militares, que “nenhuma instituição estará acima do povo”.

De notar que Mursi já tinha tomado posse virtualmente na véspera na Praça Tarhir perante a multidão que o aguardava e o saudou vendo nele, apesar de alguns receios que muitos egípcios sentem com a entrada de Irmandade Muçulmana no mais alto cargo do poder, o obreiro para uma mais justiça, um país melhor e mais desenvolvido.

De acordo com um dos seus conselheiros políticos uma das primeiras medidas que Mursi pensa tomar relaciona-se com os seus braços direitos, os vice-presidentes. Para este cargo estarão, pelo menos, reservados dois lugares, um para uma mulher e outro para um cristão copta.

Entretanto, enquanto Mursi tomava posse, o seu adversário ao cargo presidencial, o ex-primeiro-ministro de Mubarak, Ahmed Shafiq, terá fugido para os Emirados Árabes Unidos, depois de um tribunal egípcio ter suspendido o decreto que permitia que militares prendessem civis e da PGR ter aberto um inquérito sobre eventuais denúncias de corrupção havidas durante seu mandato como ministro da Aviação Civil onde terão ocorrido “fugas de dinheiro” entre 2002 e 2011 bem assim por desvio de verbas na construção dos novos terminais do aeroporto do Cairo, obra que foi adjudicada a familiares de Mubarak.


Este apontamento foi transcrito no portal do jornal Pravda.ru (http://port.pravda.ru/mundo/02-07-2012/33281-egito_presidente-0/)

29 junho 2012

O regresso à ardósia


"Quantas vezes não ficamos pegados aos televisores a apreciarmos, embevecidos pela sua vontade indómita de aprender e evoluir, as nossas crianças agarrados às suas ardósias ou cadernos de ocasião, nas escolas de céu-aberto soba as protectoras copas de mulembeiras ou sob os braços fortes e carinhosos de um qualquer imbondeiro.


E quantas vezes pensamos e clamamos como é possível que no nosso país ainda perdurem escolas destas e as nossas crianças tão pouco bem servidas de material escolar e académico.

Não, hoje não vou abordar nada que se possa definir como uma análise político ou social – apesar de que haverá muito para falar, nomeadamente, sob as polémicas com as inscrições dos partidos e coligações políticas para o pleito eleitoral do próximo dia 31 de Agosto; haveria, mas isso fica para os editores e excelentes jornalistas deste órgão de informação.

Hoje, se me permitem, vou abalroar a nossa substancial e anacrónica subserviência e dependência aos modernos meios tecnológicos.

Há muito que o meu portátil precisava de ser limpo, relimpo e de ter o algodão como prova da sua limpeza. Desde que o comprei, e já lá vão uns bons anos, que é a minha mão direita e esquerda e, por vezes e em alguns casos, até deixo que pense por mim, nomeadamente quanto à escolha de algumas palavras. É mais fácil, é mais rápido e menos pesado que aqueles calhamaços a que chamamos de dicionários. (...)" (continuar a ler aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal, edição 232 - 1º caderno, de hoje, página 23, 

27 junho 2012

Erros são aceitáveis, mas assim…


A confirmar-se uma notícia do portal Club-k (e que parece ter acontecido com outras organizações políticas) o Tribunal Constitucional tem de repensar nos técnicos que tem ou que lhe dispuseram.

Enganar uma meia dúzia de vezes ainda é aceitável – até porque cada partido/coligação concorrente terá de apresentar cerca de 15400 assinaturas/papeis – agora enganar-se em "6516" papéis em um só partido... é obra!

Isto só coloca em causa a transparência eleitoral que, por certo – deixem-me ser assim, um pouco – o Governo não quererá que aconteça.

Vamos aguardar e que tudo seja rapidamente resolvido para o TC poder informar quais os partidos/coligações que vão às eleições.

É que a continuar estas anomalias dificilmente os partidos/coligações estarão prontos para o pleito eleitoral de 31 de Agosto, para benefícios dos que já estão, naturalmente, instalados – e, mesmo assim, sem garantias…

24 junho 2012

Pululu no Pravda


De notar que o meu artigo sobre a "Paz no Mundo (com) Angola no meio", devidamente assinalado, já esteve no primeiro lugar dos mais procurados.


Também está aqui representado o artigo sobre a Grécia e as suas eleições anteriormente, tal como o precedente, publicado aqui.


Os artigos e os seus acessos no Pravda.ru (versão portuguesa):


Paz no Mundo...: http://port.pravda.ru/mundo/23-06-2012/33238-paz_mundo-0/


Eleições na Grécia...: http://port.pravda.ru/news/mundo/18-06-2012/33228-grecia_eleicoes-0/

21 junho 2012

A Paz no Mundo onde Angola está a meio…


De acordo com uma notícia da Rádio Deutsch Welle (RDW), citando o Instituto de Economia e Paz, o Índice de Paz Global (GPI) é liderado pela Islândia – como o país mais pacífico do Mundo (deve ser porque lá os políticos respondem criminalmente) – com a África subsahariana a deixar, pela primeira vez desde 2007, a cauda da tabela.

Ainda assim, e salvaguardando o facto de Moçambique estar entre os primeiros 50 países mais pacíficos – está na posição 48 – vemos que há outros países lusófonos que estão em relativa má posição.

São os casos de Angola  e Guiné-Bissau, colados como gémeos na posição 95. Já agora de referir que Brasil está em 83º, à frente dos EUA (88º) que, por sua vez, está atrás da Guiné-Equatorial (87º!!!!). Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-leste não estão contemplados nos 158 países analisados.

A posição de Angola permite extrapolar duas interpretações. Uns dirão que não é tão mau assim, porque há cerca de 190 países e estaremos mais ou menos a meio (se considerarmos que a Alemanha e Portugal ocupam, respectivamente, os lugares 15 e 16). Outros, talvez mais lúcidos, dirão que com os outros podemos bem e o que necessitamos é de mais solidariedade, menos insatisfação popular, mas redistribuição do capital e, “last but not least” que as promessas sejam cumpridas.

Como é possível haver quem diga que os prés (salários; vencimentos; ordenados) dos ex-militares (FAPLAs e FALAs) – desmobilizados pelos acordos de Paz de 1992 – estão ser pagos quando é o próprio Estado-Maior que reconhece, em comunicado, esse atraso.

Como é possível haver confrontos entre pessoas que só desejam verem cumpridos os seus direitos – reconhecidos pelo Estado Angolano – e as autoridades evocando não haver autorização de manifestações, esquecendo estas, o artº 47 da nossa Constituição.

Tal como não ajuda a imagem de Angola as constantes demolições de casas por motivos nunca cabalmente explicados quando uma das maiores promessas eleitorais do partido do poder não foi cumprida: a criação de um milhão de casas.

É certo que há promessas que só existem para eleitores ouvirem porque são difíceis de serem exequíveis. Mas, ainda assim, só possíveis algumas serem feitas – como foram, recordemos as novas centralidades – mas manda o bom senso que só se espolie as pessoas das suas casas depois de outras construídas. E não o que tem acontecido, nomeadamente, na Huíla.

Como recorda o padre Pio à jornalista Nádia Issufo da RDW “Apesar dos dez anos de paz em Angola, insatisfação popular é grande e pode dar lugar a revoltas”. Que isto sirva de bom conselheiro…

20 junho 2012

Nova manifestação de ex-militares em Luanda


Esta manhã, mais concretamente no fim da manhã, ocorreu mais uma manifestação – para não variar, uma não autorizada pelo GPL (se ainda fosse do partido maioritário, nem havia necessidade de se colocar a questão de legalidade, mas como não é…) – levada a efeito pelos antigos militares desmobilizados que continuam a aguardar o pagamento dos seus vencimentos, alguns dos quais, remontam a 1992!!!

Como não estava autorizado houve intervenção policial e de acordo com as notícias recebidas da capital da Kianda havia não só movimentações e algum atrito com os manifestantes como terá havido disparos.

Segundo parece tudo terá começado na Maianga (conforme se percebeu pelas várias informações rápidas e algumas com caris de séria preocupação que se leu na rede social facebook e depois confirmados em emails).

E a situação deve estar mais crítica do que se pode especular, para o correspondente da RTP em Luanda, Paulo Catarro, se ter referido ao assunto logo na abertura do programa noticioso “Repórter” da RTP-África...

Mas o que vale, é que nas suas palavras, e contrariando o que se diz e afirma no FB e os emails que tenho recebido, últimos dos quais há menos de 5 minutos, já está tudo bem e calmo.

Parece o habitual capachismo tuga a tudo o que cheire a Poder...

Não me parece que seja um bom indício em vésperas de eleições.

Tal como, desde logo não foi de bom senso o comunicado do Estado-Maior relativo a uma eventual presença de forças políticas junto daqueles ex-militares!

Há muito dinheiro nos cofres da Fazenda Pública. Logo é altura dos prés dos soldados, mesmo – e por isso mesmo – que seja desmobilizados, independentemente da sua origem partidárias – as duas antigas forças estão mobilizadas pelo mesmo objectivo – devem ser imediatamente liquidados.

Seria uma mais valia para a estabilidade necessária em vésperas de eleições!

Nota: algumas das informações que pode ver na página social do Facebook pode acolher aqui ou aqui ou, talvez um pouco mais tarde, aqui!

18 junho 2012

Egipto: e quem está a perder é… o Povo!


Neste fim-de-semana houve a segunda volta das eleições presidenciais no Egipto sob o espectro da contestada decisão do Alto Supremo Tribunal Constitucional que descredibilizou as eleições legislativas e os respectivos resultados e deixou o campo aberto para os militares voltarem a assumir o poder.

Houve eleições e, naturalmente, houve um vencedor.

Perdão, um vencedor não! Dois vencedores e um único perdedor!

De facto, os dois concorrentes, Mohamed Morsi, presidente do Partido Justiça e Liberdade (fundado e apoiado pela Irmandade Muçulmana) e de Ahmed Shafiq, o último primeiro-ministro de Mubarak, seu antigo ministro da Aviação e também considerado como o candidato dos militares, já anunciaram, em plenos pulmões, que venceram o pleito eleitoral. São os dois vencedores.

As primeiras projecções dão uma certa primazia do candidato islamita com algumas sondagens a darem-lhe uma vitória por volta dos 56%. Todavia Morsi diz que venceu com cerca de 52%. Um extremista islamita moderado?...

O único perdedor, pelo menos até voltar a despertar, foi o povo egípcio que não só perde um resultado eleitoral que abriria as portas a uma nova Constituição como teve de se afrontar entre um extremista islâmico e um “travesti” (nas palavras de Mohamed ElBaradei).

Uma das consequências da pouca vontade em escolher um deles está no facto de só cerca de 46% dos 52 milhões de eleitores terem comparecido às mesas de voto.

Outra das consequências que formalizaram a derrota dos egípcios está no facto dos militares se terem comprometido em libertar o poder até 30 de Junho próximo e agora afirmarem que só retomarão definitivamente aos quartéis quando for elaborada uma nova Constituição, facto que, também, impedirá o novo presidente de governar e ser empossado!

Vamos aguardar pelos resultados oficiais e quais as respectivas consequências…

17 junho 2012

Grécia: Umas eleições onde nada há a temer.


Ao contrário das notáveis bocas ninguém tem nada a temer nas eleições gregas de hoje e, muito menos, a bancarrota do país.

No hipotético caso de alguém isso o pensar as consequências seriam mais catastróficas do que aqueles que levianamente falam nisso podem aferir.

Uma eventual bancarrota da Grécia acarretaria igual situação para os seus principais credores: as bancas alemães e francesas, que estão demasiado expostas à crise grega.

E um “crash” da banca alemã e francesa faria cair inexoravelmente quer a Alemanha quer a França.

Logo cairia estrondosamente a União Europeia e não só o Euro!

Será que é isso o que a senhora Merkel e o senhor Hollande desejam? Não me parece!

15 junho 2012

No Egipto, Tribunal Constitucional dá golpe?


(da Internet)

Depois de ter sido aceite como válida a candidatura à presidência de Ahmed Shafiq, um antigo membro (primeiro-ministro) do Governo de Mubarak e confirmada a mesma candidatura à segunda volta pelo Alto Tribunal Constitucional egípcio – que revogou a “Lei de Isolamento Político”, que proibia antigos altos funcionários do regime de Hosni Mubarak de participarem em eleições presidenciais.

De notar que a segunda volta das eleições presidenciais que têm como candidatos Shafiq e , Mohammed Mursi, candidato da Irmandade Muçulmana, vencedor da primeira volta, realizam-se amanhã, sábado, e domingo.

Mas se Aquele Tribunal que sancionou a candidatura de Shafiq, com a revogação da referida Lei, está a dar mostras de parecer querer estar a dar um golpe de Estado jurídico-palaciano.

De facto, ontem o Alto Tribunal Constitucional anulou e considerou inconstitucional o Parlamento saído das últimas legislativas devolvendo o poder legislativo e governativo ao Conselho Militar que dominou o país após a queda de Mubarak.

Ora as manifestações na Praça (Tahrir) Tarik vão, por certo, intensificarem-se não só porque muitos não aceitam a presença de antigos membros dos governos de Mubarak como candidatos ao Poder como, agora com o apoio dos Irmãos Muçulmanos, vencedores das legislativas – mesmo que sem maioria absoluta –, irão aumentar esses protestos.

Depois dos recentes movimentos contestatários na Tunísia e das confusões – previsíveis, embora menos do que seriam expectáveis – na Líbia, volta a Primavera Árabe a desencadear mais protestos.

Com isto, Assad, na Síria, pode respirar um pouco mais livremente porque o ocidente deseja, primeiro que tudo, estabilizar as crises sociais e políticas no Norte de África.

Têm maior impacto na economia e na estabilização do sul da Europa…


E em África os golpes de Estado persistem...

13 junho 2012

Quem ganha com o pagamento na ex-SCUTs?


Fui passar uns dias de férias à província portuguesa mais ao sul do Portugal continental e a que mais próxima está do meu Continente africano, Algarve; logo mais próximo da vasta plataforma terrestre que nos - pelo menos a mim - recarga as baterias, Mãe-África!

E, uma vez mais no que já é muito habitual, as ligações por internet fornecidas pela TMN/Grupo MEO-PT foi quase nula e demonstrativa das inúmeras dificuldades que os utilizadores sofrem para aceder a tal. Pelo menos onde eu assento, perto de Albufeira, numa localidade turística onde até está só um dos maiores e reconhecidos restaurantes portugueses…

Mas não e sobre isto que quero falar – até porque já vi, e de outros verões e carnavais que não vale a mínima pena; qualquer dia mudo e pronto; já vi que a Vodafone nunca, ou raramente, tem problemas.

Vamos ao que interessa.

Na passada segunda-feira tive de me deslocar, por razões particulares, a Portimão onde tinha de estar às 8 horas da manhã.

Por esse facto saí de casa cedo e para cumprir horário fui pela antiga SCUT “Via do Infante “denominada A22 entre Alcantarilha e Portimão; custo: 2,10 euros, só uma vez…!

Pois, numa via de muito trânsito, a qualquer hora como me recordo, nesse trajecto pude constatar que circulavam… 3 (três) viaturas.

Uma saiu no desvio de Silves e as duas restantes, uma das quais, a minha, circularam até ao desvio de Portimão, no meu caso. A terceira não sei se saiu ou seguiu porque a tinha ultrapassado momentos antes mas pelo retrovisor constatei que se manteve como a única, além de mim, a circular naquele troço.

No sentido contrário, Portimão-Albufeira ainda vi alguns veículos, a maioria tipo carrinhas de caixa fechada. Mas não mais que pouco mais de meia-dúzia.

Também, a pagar 2,10 euros por 22 quilómetros, só por evidente necessidade ou por ser só uma vez…

A quem é que interessa a existência de serpentes vazias?

A quem é que a Estradas de Portugal (EP) e o Governo português (este e os antecessores) fizeram favores para que tantas serpentes bonitas se encontrem sem ocupação efectiva mas, nem por isso, sem custos para os não-utilizadores porque, quer queiramos ou não, os contratos vigentes são sempre para cumprir. Ou seja, os contratos prevêem a passagem de um certo número de viaturas nas referidas vias e é sobre esse número que a concessionária é ressarcida pela EP.

Como vai a EP e o erário público português pagarem viaturas que não passam?

Lá se vai mais algum dos impostos às Finanças portuguesas desviado para factos pouco relevantes…

A juntar a isso ontem no regresso pela A2 – a Auto-estrada Sul – ao fim da tarde, posso garantir que cruzei-me (ou comigo se cruzaram) cerca de uma dezena, dezena e meia, de viaturas (entre elas 3 ou 4 pesados, um dos quais parado a receber assistência da Brisa).

Só a partir de Alcácer do Sal até à saída de Setúbal o trânsito teve algum acréscimo, ainda assim, pouco significativo: ao todo e ao longo do trajecto entre a A22 e Setúbal, não mais que 3 ou 4 dezenas de viaturas.

Também a pagar 19,85 euros por 240 quilómetros de auto-estrada, se for toda pela A2; porque se for parte pela A12 já se paga, 20,05 euros; Fora as pontes, claro…

Realmente a quem interessou, de facto, este princípio tão nobre de utilizador-pagador e quem está realmente a ganhar com ele.

Infelizmente é um princípio que não é igual para todos.

Enquanto as populações de Lisboa e da outra margem pagam – e não é pouco – o direito ao trabalho, ou seja, têm de pagar as suas passagens pelas duas pontes – não há alternativas, agora nem por barcos de transporte de viaturas – no Porto-Gaia nenhum dos utentes paga qualquer uma das pontes que lá existem. E do que se sabe, nenhuma delas foram baratas!

Em Portugal, uns cidadãos são mais que outros…

Por isso, se pergunta quem realmente ganhou com a introdução de pagamento nas antigas vias SCUT (e nas auto-estradas) e quais os reais custos para o erário público, via EP, para a sua “manutenção”?


Publicado em simultâneo com o Notícias Lusófonas, na secção "Colunistas". http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=29797&catogory=ECAlmeida

08 junho 2012

Carta aberta ao Governo: se todos somos angolanos… (artigo)

"Diz a nossa Constituição, no seu art.º 9, e entre outros itens, que é Angolano todo o cidadão que tenha por origem ser filho de pai ou de mãe de nacionalidade angolana, ser nascido em Angola ou no estrangeiro.

Ora, se todos somos Angolanos, independentemente do lugar onde estivermos – o nº 4 deste mesmo artigo isso o reforça quando diz que “Nenhum cidadão angolano de origem pode ser privado da nacionalidade originária!” – não se compreende que não usufruam de todos os direitos que a eles deveriam estar subjacentes.

Não, caros ilustres membros do Governo da República, não vou falar na tão abordada quanto já estéril discussão do direito dos angolanos na Diáspora em participar no mais alto dever de um angolano, enquanto cidadão, que é votar!

Não, desta vez, dou descanso quanto a isso.

Caros ilustres membros do Governo da República; a cidadania faz-se por diversas vias e através de diversos caminhos.

Um dos caminhos é a nossa participação no apoio às nossas selecções nas diversas modalidades quer através das nossas idas aos estádios e pavilhões quer, e no caso das Diásporas, ainda mais, por via do acompanhamento das emissões televisionadas das diferentes actividades lúdicas, como, por exemplo, dos jogos da nossa selecção de futebol – entre outras modalidades – quer para o CAN quer para os Mundiais de Futebol.

Por isso não se entende que uma importante partida do nosso seleccionado – tão importante que conjuga CAN e eliminatórias para o Mundial – não  tenha sido (re)transmitido pela nossa – e única – televisão nacional, a TPA, para a enorme comunidade que (sobre)vive no exterior. (...)" (continuar a ler aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal, ed. 229, de hoje, pág. 30

Comentário: O artigo acima foi pensado e elaborado como protesto pela não transmissão do jogo Angola-Uganda pela TPA Internacional para a grande comunidade angolano no exterior.
Um qualquer jogo das nossas selecções, quaisquer que sejam as modalidades são um elo de ligação entre nós e a terra-mãe e por via disso uma forma de nos sentimos em casa.
Já no domingo, ao princípio da noite me tinha informado que constava que os direitos televisivos teriam sido “vendidos” a uma produtora independente, facto confirmado pelos editores do Novo Jornal quando, no final do artigo colocaram uma N.de R. onde isso mesmo constava que cito: Os direitos de transmissão são pertença da «Sport Five».Só comprando tais direitos a TPA podia estender o sinal à diáspora.
Nada demais; quem paga mais tem o produto.
Só que isto não é um produto qualquer. É uma representação nacional que est(á)ava em jogo. Reafirmo, um elo de ligação à Nação.
Em outros países, também os direitos podem ser – e em alguns casos, são – vendidos a independentes. Mas a lei impõe que, nos casos onde entre a selecção nacional, as transmissões devem ser facultados a canais abertos.
Mais se estranha quando a TPA, no seu portal, alardeava que era o órgão de comunicação social com mais operacionais o que me leva a supor que, provavelmente, os direitos foram para a tal entidade mas quem produziu e transmitiu foram meios da TPA.
O que, nesta situação, e caso fosse verdade, seria ainda mais lamentável.
Posso e espero estar enganado. Só não entendo porque tantos meios, porque a entidade transmissora é que, normalmente, disponibiliza mais meios.
Ficamos a aguardar que o Governo tome as devidas providências!
Não só para o exterior como, também, para dentro do País. O nosso Povo não é tão rico que possa dispor de canais pagos para ver a Selecção!

Pululu no Misosoafrica


05 junho 2012

Dia de África II

O acesso a seguir era para ser publicado no semanário Novo Jornal do passado dia 25 de Maio, "Dia de África" mas que, por razões que ultrapassaram o semanário e os editores - não tiveram a culpa que o "analista" só enviasse o artigo no final da tarde de terça-feira quando sabia que deveria estar em Luanda no final da manhã desse dia para ser paginado - não pôde ser publicado; por outro lado, a forma como foi escrita já não "permitia" que o mesmo fosse editado na semana seguinte.

Mas tendo em conta o teor do texto decidi colocá-lo na minha página-pessoal e na secção do "Novo Jornal" mesmo não tendo sido publicado.

Para ler o texto, com o título "Que Dia de África" aceda aqui: http://www.elcalmeida.net/content/view/886/46/

Há que esclarecer devidamente!

Ou é mujimbo ou...


Este mujimbo começa a ter proporções demasiado elevadas para que não seja tratado de raiz e imediatamente.


Só há uma forma de combatê-lo, apresentarem(-se) os visados, ou que quem os detenha os mostre de imediato e caso estejam em situação de detidos - sob que acusação - sejam levados rapidamente a Tribunal.


Caso contrário..., é bom recordar-mos a Tunísia e como começou...!

02 junho 2012

Não será altura de Eduardo dos Santos mudar de assessores?


(Se é só isto o que lhe mostram, então tem razão! - foto da manif de 25/Set./2011, de autor desconhecido)

Ou o senhor presidente José Eduardo dos Santos anda um pouco distraído da realidade nacional ou os reports diários que lhe fazem chegar às mãos, diariamente, não reflectem a realidade nacional.

Só assim se entende e se estranha as palavras que o senhor presidente terá proferido hoje.

Até porque a primeira grande manifestação de que me recordo foi precisamente em Luanda, num 1º de Maio (depois de um comício patrocinado pelo senhor Almeida Santos na Cidade Alta) e levada a efeito pelo MPLA.

Diga-se que também foi nesta que pela primeira vez vi algo que, isso sim, não era moda ou eu nunca – sublinho NUNCA – tinha vislumbrado: um fortíssimo racismo por parte dos meus compatriotas e contra uma pessoa não branca!...


Como já tinha referido ou o senhor presidente – que está a completar 33 anos de cátedra nunca ratificada – anda distraído, ou os relatórios são omissos ou – já era tempo de mudar de canal – só vê os noticiários restritivos da TPA.

Caso contrário teria visto os últimos ajuntamentos da UNITA, nomeadamente e principalmente, os de Luanda e Huambo. Se isto foram simples manifestações de grupos o que dizer da ocorridas em Luanda, por exemplo, no mesmo dia organizadas “espontaneamente” por seus indefectíveis!

Talvez seja altura de arranjar outros assessores mais qualificados. Não esqueçamos que 3 (três) dias após o seu aniversário vão ocorrer – por mero acaso, claro – as eleições legislativas (e conducentes à presidência) em Angola. seria uma prenda desagradável se a vitória fosse vista só ao espelho…

Visitas que saúdo e cumprimento


Uma curiosidade das visitas aos meus três portais (aos meus 2 blogues: “Pululu” e “Malambas”, e à minha página-pessoal) a partir do contador do eXTReMe Tracking.

Tal como é interessante ver quem são mais nos diferentes acessos (embora as visitas sejam bem transversais pelos vários continentes) e como, periodicamente – pelo menos uma vez por mês –, a minha página-pessoal (elcalmeida.net) recebe visitas de vários “contactos” provenientes de uma “região” californiana de Beverly Hills. Por vezes mais de 30 num só dia…

Quanto ao blogue de cultura “Malambas” as visitas do Brasil são mais que todas as outras juntas. Ainda assim, tenho registado uma maior entrada de leitores de outras paragens pelo que as visitas brasileiras já só correspondem a 50,45% (chegaram a ser mais de 70%).

No que tange ao blogue “Pululu” (entrou a 21 de Maio no 8º ano!!!!, embora o primeiro tenha sido no Dia de África) a dispersão é muito mais expressiva – embora nos primeiros anos, as visitas brasileiras, uma vez mais, fossem também indicativas; já começa a haver mais blogues sobre Angola e África, até por parte de bloguistas brasileiros o que é significativo – ainda que Portugal (+/- 31%) continue ter a maior participação seguida do Brasil (+/- 23%) e de Angola (+/- 17%); os três juntos correspondem a cerca de 72%. EUA, Moçambique, Alemanha, R.U., França, Quénia e Espanha formam os restantes 10 primeiros países em visitas neste espaço político-analítico.

Maio de 1991!


(foto da Internet)

Maio de 1991 foi, na época, um dos melhores, senão mesmo o melhor, mês deste ano.

No primeiro dia do mês nascia a minha segunda filha e, no ultimo dia, consagravam-se vários meses de negociações entre a UNITA e o Governo da então República Popular de Angola, liderada pelo MPLA naquilo a que se convencionou chamar de “Acordos de Bicesse” rubricados por Jonas Savimbi e Eduardo dos Santos sob patrocínio dos então primeiro-ministro português Cavaco Silva e do secretário de Estado da cooperação e NE, Durão Barroso.

Era o culminar de meses de conversas e conversas entre os dois principais beligerantes da crise militar de Angola.

Recorde-se que o primeiro grande encontro público entre as duas partes – que já indiciava que algo andava para acontecer – ocorreu na sessão final do I Encontro da Diáspora Angolana em Portugal.

Lembro-me que nesse dia, estava eu sentado com uma ilustre e simpática personalidade – na altura reconheci mas não me recordava de onde – ao meu lado quando os membros oficiais da UNITA entravam no recinto e sentavam-se na primeira fila logo seguidos da representação oficial de Angola que se sentou numa das coxias sob os fortes aplausos dos participantes no Encontro.

Como me recordo também as palavras do meu “colega de assento” dizer, mais ou menos e entre outras matérias de interesse mais pessoal, que isto era os Angolanos no seu melhor e o início de uma nova era para o País.

Mais tarde compreendi as palavras ao ver a sua foto na imprensa. O “meu colega” era o cardeal D. Alexandre do Nascimento.

Como ele tinha razão embora esta só chegasse, definitivamente, muito mais tarde!

NOTA: Este texto foi escrito para ser publicado no dia 31 de Maio, mas razões técnicas só me permitiram colocá-lo hoje!