(imagem Internet/Google)
Depois de, na véspera, ter sido recebido pelos
mais altos comandos militares que, na prática, dominam a vida política e
administrativa do Egipto, Mohamed Mursi (ou Morsi), o vencedor candidato da
Irmandade Muçulmana, na eleição presidencial, tomou ontem posse perante o
Tribunal Constitucional, face à dissolução do Parlamento decretada, poucos dias
antes da eleição, pelos militares.
Mursi um islamita, engenheiro formado no
Egipto e nos EUA, com a mão sob, creio, o Corão, declarou que iria cumprir a
Constituição e defender a República laica e Independente do Egipto. Apesar deste
“natural compromisso” constitucional, não teve problemas em acrescentar, no
discurso, que só “teme a Deus” e, numa clara alusão aos militares, que “nenhuma
instituição estará acima do povo”.
De notar que Mursi já tinha tomado posse virtualmente
na véspera na Praça Tarhir perante a multidão que o aguardava e o saudou vendo
nele, apesar de alguns receios que muitos egípcios sentem com a entrada de
Irmandade Muçulmana no mais alto cargo do poder, o obreiro para uma mais
justiça, um país melhor e mais desenvolvido.
De acordo com um dos seus conselheiros
políticos uma das primeiras medidas que Mursi pensa tomar relaciona-se com os
seus braços direitos, os vice-presidentes. Para este cargo estarão, pelo menos,
reservados dois lugares, um para uma mulher e outro para um cristão copta.
Entretanto, enquanto Mursi tomava posse, o
seu adversário ao cargo presidencial, o ex-primeiro-ministro de Mubarak, Ahmed
Shafiq, terá fugido para os Emirados Árabes Unidos, depois de um tribunal
egípcio ter suspendido o decreto que permitia que militares prendessem civis e
da PGR ter aberto um inquérito sobre eventuais denúncias de corrupção havidas durante
seu mandato como ministro da Aviação Civil onde terão ocorrido “fugas de dinheiro”
entre 2002 e 2011 bem assim por desvio de verbas na construção dos novos
terminais do aeroporto do Cairo, obra que foi adjudicada a familiares de
Mubarak.
Este apontamento foi transcrito no portal do jornal Pravda.ru (http://port.pravda.ru/mundo/02-07-2012/33281-egito_presidente-0/)
Este apontamento foi transcrito no portal do jornal Pravda.ru (http://port.pravda.ru/mundo/02-07-2012/33281-egito_presidente-0/)