17 agosto 2008

Eleições livres e justas é o que queremos que sejam!

Eleições livres e justas em Angola é o que todos desejamos e ansiamos, mas quando é o mediador de um grave problema chamado Zimbabué que o afirma, tão categoricamente, começamos a temer que isso não será verdade.
O presidente sul-africano, Thabo Mbeki, afirmou ontem, na cerimónia de abertura da 28ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da SADC, que as eleições em Angola “serão livres e justas”porque o processo de preparação do acto eleitoral “transmite confiança à comunidade internacional de um exercício transparente nas eleições legislativas”.
Quando surgem sondagens fantasmas e artesanais criadas pelos subservientes analistas muito bem pagos – só podem ser mesmo muito bem pagos ao ponto do seu coordenador solicitar suspensão do trabalho na Rede Globo onde era (é) um conceituado profissional – em circunstâncias pouco credíveis como foi já aqui analisado, bem assim pelo catedrático Francisco Cangue e pelo jornalista Orlando Castro ou por alguns órgãos de informação angolanos independentes;
Quando caravanas dos partidos oposicionistas ao MPLA são atacadas, simpatizantes detidos, comícios boicotados;
Quando em 33 anos de poder, aliados a 6 bons anos de Paz, o Povo vê personalidades aumentarem os seus proventos, nomeadamente comprando quintas e empresas na Europa e nos EUA, e padecem de fome;
Quando os partidos oposicionistas, nomeadamente os méis pequenos, tiveram dificuldades, umas logísticas outras claramente que lhe foram impostas para conseguirem se inscreverem no Tribunal Constitucional para estarem presentes no pleito eleitoral;
Quando a campanha eleitoral só é possível nas ruas ou nos panfletos políticos porque os pequenos partidos não têm à sua disponibilidade uma televisão do Estado, paga por erário público, mas só ao serviço de um único partido, o MPLA (basta ver as notícias que passam nos telejornais nacionais em rodapé só se reportam ao partido que está no poder há cerca de 33 anos);
É pouco crível afirmar que as eleições vão ser justas e livres.
E quando o homem que proferiu esta certeza é o mesmo a quem a SADC incumbiu de mediar a crise política do Zimbabué, que tudo tem feito por manter o senhor Mugabe como presidente daquele país mesmo que toda a Comunidade Internacional, incluindo a própria SADC manifestem as suas reservas, nuns casos, ou afirmem, noutros que as eleições presidenciais foram a maior fraude reconhecida em África, então estamos todos conversados!
Vamos ter de mostrar que desta vez ele poderá ter razão e denunciar publicamente os actos menos claros que o poder faz na rua.
Vamos todos trabalhar para que haja a Mudança em Angola mesmo que isso atrapalhe as contas de alguns senhores de Brasília ou de Lisboa!
Angola tem 15 dias para politizar também o estômago dos angolanos!

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