Segundo uma significativa maioria das fontes em Angola, e confirmado em comunicado, entretanto divulgado, o Governo angolano terá ficado estupefacto com as condenações que se verificaram com o caso “Angolagate”.
Não compreendo porquê tanta admiração pela estupefacção. Talvez seja a habitual ingenuidade da minha parte.
É perfeitamente natural que um Governo, mais a mais legitimado em eleições, de um País onde muitos mandam mais que quem o deveria mandar – ou não se sentissem donos do mesmo ao ponto de alimentar melhor os seus cães, por exemplo que os pobres –, fique estupefacto que um Tribunal tenha a leveza de condenar pessoas, à revelia do que o Poder político determina, e desprezando as eventuais pressões daquele. E, principalmente quando as referidas armas – mesmo que estivesse a decorrer um embargo determinado pelas Nações Unidas – “não eram nem francesas nem passaram por território francês”.
Há quem se esqueça que as Leis quando são criadas, mesmo que não sejam locais ou nacionais, mas sejam adoptadas pelos respectivos Países quando as transpõem para o seu ordenamento jurídico, passam a ter mesma força que uma Lei aprovada em território nacional.
E mais o Governo angolano vai ficar admirado se o Governo francês, como já se especula e aceitando o repto de um dos condenados, decidir mesmo levantar o segredo de Estado sobre certas actividades “económicas e legítimas” porque foram feitas fora de território francês e com produtos letais não franceses, das personalidades condenadas e daquelas, por acaso sem qualquer vínculo a França, que por razões que só a História, um dia, irá desvendar – essa é a nossa esperança – não foram ouvidas nem julgadas.
E mais ainda ficará admirado quando se aperceber que Paris, por muito que deseje manter o actual “status quo”, ainda mais quando a Total, e subsidiárias, descobriu mais de um bom filão petrolífero em águas profundas, se curve às exigências da Justiça. É que nem todos ainda perceberam que a Justiça não pode, não deve, estar sujeita às ordens do Poder Político.
Talvez aí se venha aperceber como certas situações na guerra angolana, e talvez não só, como por exemplo, na Costa do Marfim (Cote d’Ivoire), no Chade e na República Centro-Africana e no Congo Democrático, se foram desenrolando. Fossem por via dos Serviços Secretos franceses, fossem por via de intermediários/vendedores de armas que para mim são mais assassinos que aqueles que cobardemente disparam e matam opositores, seja em guerra aberta, seja por detrás, seja quando está a se render, como parece ter acontecido com um antigo líder rebelde…
‘
Ou seja, como é que armas proliferam em países sobre quem recaem embargos diversos?
E quem diz em África…
Não compreendo porquê tanta admiração pela estupefacção. Talvez seja a habitual ingenuidade da minha parte.
É perfeitamente natural que um Governo, mais a mais legitimado em eleições, de um País onde muitos mandam mais que quem o deveria mandar – ou não se sentissem donos do mesmo ao ponto de alimentar melhor os seus cães, por exemplo que os pobres –, fique estupefacto que um Tribunal tenha a leveza de condenar pessoas, à revelia do que o Poder político determina, e desprezando as eventuais pressões daquele. E, principalmente quando as referidas armas – mesmo que estivesse a decorrer um embargo determinado pelas Nações Unidas – “não eram nem francesas nem passaram por território francês”.
Há quem se esqueça que as Leis quando são criadas, mesmo que não sejam locais ou nacionais, mas sejam adoptadas pelos respectivos Países quando as transpõem para o seu ordenamento jurídico, passam a ter mesma força que uma Lei aprovada em território nacional.
E mais o Governo angolano vai ficar admirado se o Governo francês, como já se especula e aceitando o repto de um dos condenados, decidir mesmo levantar o segredo de Estado sobre certas actividades “económicas e legítimas” porque foram feitas fora de território francês e com produtos letais não franceses, das personalidades condenadas e daquelas, por acaso sem qualquer vínculo a França, que por razões que só a História, um dia, irá desvendar – essa é a nossa esperança – não foram ouvidas nem julgadas.
E mais ainda ficará admirado quando se aperceber que Paris, por muito que deseje manter o actual “status quo”, ainda mais quando a Total, e subsidiárias, descobriu mais de um bom filão petrolífero em águas profundas, se curve às exigências da Justiça. É que nem todos ainda perceberam que a Justiça não pode, não deve, estar sujeita às ordens do Poder Político.
Talvez aí se venha aperceber como certas situações na guerra angolana, e talvez não só, como por exemplo, na Costa do Marfim (Cote d’Ivoire), no Chade e na República Centro-Africana e no Congo Democrático, se foram desenrolando. Fossem por via dos Serviços Secretos franceses, fossem por via de intermediários/vendedores de armas que para mim são mais assassinos que aqueles que cobardemente disparam e matam opositores, seja em guerra aberta, seja por detrás, seja quando está a se render, como parece ter acontecido com um antigo líder rebelde…
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Ou seja, como é que armas proliferam em países sobre quem recaem embargos diversos?
E quem diz em África…