31 maio 2009

Faleceu Luís Cabral

(imagem ximunada daqui)

Hoje quando abri o computador e entrei nos e-mails vi, de chofre, que o primeiro presidente da Guiné-Bissau, Luís Cabral, tinha falecido devido a prolongada doença.

Luís Cabral morreu sem que tivesse – que eu saiba – sido, ou visto, o seu nome mais reabilitado.

Ainda recentemente, em Luanda, comentava com outras pessoas e alguns analistas a situação da Guiné-Bissau e um dos factos que foi falado foi precisamente Luís Cabral que, segundo pessoas próximas ou que de mais próximo privaram com ele, terá sido mais uma vítima de um certo oportunismo – quem com ferros mata, com ferros acaba por morrer, como se viu ainda muito proximamente – de alguém que de quem ele não esperava que tomasse a iniciativa do Golpe que o derrubou.

Tive a honra, por via de eventos da Casa de Angola ou que a Casa de Angola estava ligada, de conhecer pessoalmente Luís Cabral; mostrou ser sempre uma pessoa afável, educada, inteligente. Sentia-se, quer-me parecer, que havia muita mágoa em Luís Cabral por estar a ser injustiçado e sem que tivesse o direito de se justificar ou ser devidamente julgado pelos seus verdadeiros pares.

Talvez, um dia a História cumpra esse designo e venha a mostrar que terá sido menos culpado de certos factos, alguns bem graves, que certos meios políticos Bissau-guineenses e portugueses apontam. Parece que foi mais uma imagem a quem imputaram os males que o verdadeiro mentor da maioria deles. Como exilado não podia, e isso, cumpriu, diria, quase religiosamente, falar.

Talvez um dia, quem sabe e sem a pressão dos interesses de cada um e de cada política, a História reformule muita coisa…

Foram 10 dias dos…

(Restinga, Lobito, vista das portas-do-mar onde com uma
lágrima no canto do olho senti a minha água)

… mais maravilhosos, intensos, fortes e – o futuro o confirmará – produtivos dos meus últimos anos.

Conferências, algumas entrevistas televisivas e radiofónicas, falei com amigos que já não via ou falava há tempos, e outros que, só o tempo o confirmará, mostraram poder vir ser bons amigos além de uma boa recolha de material para trabalhar a parte final da minha Tese de Doutoramento tudo deu para encher este tempo maravilhoso que se faz em Angola.

Muita coisa vi que ultrapassou as minhas expectativas, algumas delas não gostei e continuarei verberar exercendo a minha cidadania, como se impõe, outras estão muito melhores do que aquilo que sabemos foram do País e ainda há muito para ser feito.

E como afirmei numa das minhas intervenções, nomeadamente na Universidade Lusíada de Angola, nos pólos de Luanda, Cabinda e Lobito – que me convidou para o efeito – “Roma e Pavia não se fizeram num dia” e caso haja, ou continue haver, muita vontade para fazer muito há que ainda pode e deve ser feito.

Até breve Angola!

23 maio 2009

33a7m21d

20 de Maio de 2009: Voltei!!

(Luanda, no antigo largo do Baleizão[ao fundo])

E 33 anos, 7 meses e 21 dias depois eis que pisei, de novo, a sagrada terra de Angola, mais especificamente, o chão do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, cidade onde, no dia seguinte, proferi uma dupla intervenção na Conferência sobre o “Dia de África”, nas “Jornadas do Dia de África”, levadas a efeito pela Universidade Lusíada de Angola (ULA), conforme, atempadamente, aqui deixei indicado.

(o autor, ou seja, eu, junto do marco de Simulambuco)

A 22 de Maio, e ainda pelas mesmas Jornadas e pela mesma razão, estive na província mais setentrional de Angola, Cabinda, no pólo da ULA da cidade capital provincial, superiormente dirigida pelo Doutor. Domingos Nzau. Neste bela cidade de Cabinda, de saudar a irreverência académica e as fortes, objectivas e incisivas questões que os oradores, sob a moderação do responsável de curso de Relações Internacionais do pólo de Cabinda, Doutor. Longo, (eu, o Prof. Dr. Belarmino Van-Dúnem, coordenador do mesmo curso no pólo de Luanda, e o Dr. José Pavia, da Universidade Lusíada, de Lisboa) tiveram de dirimir.

E para que a emoção atinja a máxima força só falta uma etapa de que darei informação proximamente, ou seja, ver, sentir e respirar a minha sagrada terra-mãe: Lobito!

19 maio 2009

Os Estados Unidos de África do senhor Kadhafi…

Como se devem recordar, a Unidade Africana transitou de uma normal organização de Estados soberanos onde as diferenças eram – e são – notórias para uma tendencial organização supranacional que visa a unificação de todos os Povos Africanos.

Ou seja, e de uma forma muito simples, os dirigentes africanos estão a copiar os métodos, as regras, os objectivos dos seus vizinhos do Norte, a União Europeia. Se é bom ou mal, o tempo o dirá.

Eu, pessoalmente, sempre fui crítico de juntar no mesmo saco culturas e vivências completamente diferenciadas e que as recentes crises económicas e sociais europeias vão evidenciando.

E tal como na Europa, também em África, independentemente da maioria se considerar de ascendência Ba’ Ntu (bantu) existem culturas etno-linguísticas e diferenciadas que se reflectem até nas próprias relações externas e, porque não assumi-lo, internamente. E não esqueçamos que a Norte predomina uma cultura árabe-caucasiana e a Leste uma cultura miscenizada de núbia-bantu.

Por isso a criação da União Africana foi um acto, reconheçamos arrojado, de alguns dos nossos dirigentes mas que se tem mostrado pouco consistente e, não poucas vezes, demasiado trôpego.

Mas será que se recordarão como surgiu a ideia da União Africana, de onde partiu e quais os seus originais objectivos? Resumamos…

Foi 9 de Setembro de 1999, em Sirte (ou Syrte), Líbia, que o líder líbio Kadhafi propôs a criação de uma tal União Africana, fazendo-o no pressuposto, e isto deve ser bem salientado e nunca esquecido, que a mesma deveria ser só – repito e sublinho SÓ! – para os países da África Negra abaixo do Deserto do Sahara, manifestando uma vontade inequívoca de separar as duas Áfricas que, pudicamente, os nossos líderes parecem ter já esquecido: a do predomínio árabe-caucasiana, a Norte, e a de maioria Negra, a Sul.

Na altura, quando escrevi sobre esta matéria, criticando e chamando a atenção para esta pseudo-simbiose de Kadhafi que subjazia mais que uma separação Norte-Sul a vontade do líder líbio em ser um líder máximo de África, como o tentou, em Julho de 2009, quando propôs a criação de uma Autoridade para a União Africana que substituirá a actual presidência da Comissão Africana que disporia de plenos poderes em matéria de defesa, diplomacia e comércio internacional o que, na linguagem “diplomática” do senhor Kadhafi seria um passo significativo para “um governo federal de uns futuros Estados Unidos de África”.

Recordemos como Kadhafi se auto-denominou o “Príncipe dos Príncipes africanos”, e, mais tarde, o “Rei dos Reis africanos”, logo, arrogava-se de ser o líder de África.

Ouvi críticas acesas que iam desde neocolonialismo a retro-conservadorismo. Como se costuma a dizer, se temos razão antes do tempo, deveremos calar, amadurecer e mostrar que as pedras enviadas acabam por nos formar a parede que nos protege e que nos permite mostrar que se estávamos – e no caso de estarmos –, eventualmente errados, não seria por muito como o tempo parece estar a comprovar.

A comprová-lo a sobreposição dos moderados (os gradualistas), ou seja, aqueles que desejam a integração pautada e com sobriedade dos Estados na União Africana, face aos mais expeditos (os imediatistas), ou seja, aqueles que desejavam a imediata e plena integração dos Estados africanos na nova organização e a criação dos Estados Unidos de África e ao Governo Federal proposto por Kadhafi.

E se Mr. Kadhafi se fortuitamente, esmoreceu não se calou como comprovam as veladas ameaças de deixar cair a União Africana, chegando dar-se ao luxo de advertir os “grandes países africanos” opostos ao seu Governo Federal contra a uma eventual liderança nas sub-regiões, apelidando-os de “Sérvia Africana” ou de “Rússia Africana”, porque, segundo o líder líbio, os tais “grandes países africanos” querem transformar as sub-regiões em zonas de influência para vender os seus produtos e os países em pseudo-colónias ou mini-Estados, mantendo uma eventual influência e predominância directora sobre os que os rodeiam

Como bem temos verificado, sempre que pode, e por vezes de forma nada discreta, o líder líbio tem intervindo na vida interna de alguns países onde a maioria islâmica prevalece ou pode vir a prevalecer. Aconteceu na Guiné-Bissau, quando da Cimeira da CPLP e quando propôs-se instalar um Hotel para Negócios que estaria isento de taxas naquele país, como tem contribuído, directa e indirectamente para a existência de múltiplos conflitos na região chadiana e centro-africana.

A mais recente aconteceu já esta semana ao apresentar uma palatal proposta aos nigerianos. Como se sabe a Nigéria, o mais populoso país africano e o maior produtor de crude do continente passa, ciclicamente, por convulsões internas sociais, políticas e, principalmente, religiosas entre o Norte muçulmano, onde predomina a sharia e o Sul maioritariamente animista e, ou, cristão, onde sobreleva o direito de raiz ocidental.

Um Norte onde o deserto e a pastorícia são denominadores comuns face à melhor qualidade de terras e de prados que sobressaem no Sul e, com elas uma agricultura se bem que de subsistência, levando, como habitualmente acontece entre os pastores estes procurem estas pastagens para a sobrevivência do seu gado. Ora agricultura e pastorícia nem sempre se dão bem e isso se tem verificado com as mortes recentes ocorridas na região de Jos, no Centro da Nigéria.

Pois, o líder líbio não esteve a fazer mais que propor ao mais populoso país de África, que se separe e crie um País a Norte, só para os islâmicos, e outro a Sul, só para os outros. Ou seja, que a se auto-destrua! Uma proposta tipicamente dos seus mortais inimigos anglófonos (Reino Unido e os EUA): “se não se entendem que se dividam”; e, assim, Kadhafi iria buscar mais um futuro aliado para a sua pretensão de governar África além de acabar com um dos “grandes países africanos” que se lhe opõem e aos seus Estados Unidos de África e Governo federal…

Os outros, embora não claramente referenciados por Kadhafi, estão na África ocidental, perto do “hotel”, outro na África oriental, na região dos Grandes Lagos, e os dois restantes na África austral…

elaborado em 19/Mar/2009

18 maio 2009

Helena Justino com o Dia de África

A pintora Helena Justino, artista lusófona (nasceu em Portugal mas sente muito Angola onde viveu muitos anos), está desde hoje e até 30 de Maio expor em Coimbra no âmbito do Dia de África.
..
Em cima uma das telas em exposição.
.
Apesar de ter recebido esta informação via e-mail do marido e companheiro, sei que poderão ver mais da autora e da exposição aqui onde, também vi que estão publicado duas telas que estão , eventualmente, expostas.

Jornadas sobre o Dia de África: Conferências


A Universidade Lusíada de Angola vai levar a efeito ao abrigo das Jornadas elo Dia de África uma Conferência, no próximo dia 21 de Maio, pelas 9 horas, em Luanda, no Anfiteatro Dr. Martins da Cruz.

Serão oradores:

1- DR. Manuel Augusto – Embaixador Plenipotenciário de Angola na União Africana, Representante permanente de Angola na Comissão conjunta das Nações Unidas para África
TEMA: A União Africana Novas Perspectivas.

2- DR. Nelson Cosme – Embaixador, Director da Direcção de África e Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores
TEMA: Integração Regional no quadro do Desenvolvimento da África Central e a Questão da Resolução de Conflitos


3- DR. Eugénio Luís da Costa Almeida – Investigador do Centro de Estudos Africanos do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e de Empresa:
TEMA: Que África no séc. XXI – Terá o Continente capacidade para albergar
Potências Regionais?

4- DR. José Francisco Pavia – Director do Curso de Relações Internacionais da Universidade Lusíada de Lisboa
TEMA: A Imagem Internacional da República de Angola

Entretanto, e relativo a estas Jornadas a ULA terá aberto ao público uma Exposição “Relações entre África e Roma: O caso do primeiro Embaixador do Kongo (1604-1608)”

Esta será uma das Conferências dado que estão previstas mais duas em outras Conferências, sobre a mesma temática, em outras duas belas cidades angolanas onde a Lusíada de Angola está sedeada.

Como isto, por norma, são Conferências abertas, será bom ver, rever e conhecer alguns dos meus amigos que visitam este espaço.

Com a partida já marcada para dentro de dias e volta no princípio de Junho vai ser difícil actualizar a tempo o blogue. Mas sempre que puder, nem que seja fotos da nossa Angola, virei aqui colocar alguma coisa.

16 maio 2009

A irónica hipocrisia humana

(imagem daqui)

Pouco mais de um milhar de pessoas com sintomas da gripe A H1N1 (a inicialmente chamada de “suína”) e é ver toda a gente a procurar desenfreadamente por máscaras de protecção, até ilustres eclesiásticos como se viu – e bem – no México!

Há milhões de pessoas infectadas com HIV/SIDA e poucos ou nenhuns se preocupam em usar o preservativo, havendo até quem critique o seu uso…

E isto já para não falar na malária (paludismo) e outras doenças endémicas, que só agora parecem se preocupar em procurar protecções mais eficazes.

Como é irónica a hipocrisia humana…

15 maio 2009

Laurindo Neto ao Notícias Lusófonas

Está forte, muito forte e polémica, a entrevista que o líder da Aliança Nacional, António Laurindo Neto concedeu ao jornalista Jorge Eurico, e publicada, como Manchete, no Notícias Lusófonas.

Poderão seguir a entrevista toda, que segundo Jorge Eurico, é dada com "(…) a causticidade que lhe é peculiar quando à colação são trazidas a situação política, social e económica do País", acedendo
aqui.

14 maio 2009

Manuel José confirmado à frente dos Palancas

(Manuel José de casaco claro ainda à frente do Al Ahly)

Ao fim de tanto suspense foi hoje confirmado que o português mais ganhador, pelo menos a nível de clubes, no futebol, Manuel José - lá fica o Benfica sem uma dos suas, provavelmente, melhores hipóteses para suceder a Quique - vai comandar durante um ano com mais dois de opção, a selecção do Palancas Negras.
Apesar de ser já um pouco tarde esta vinda, espera-se que em Janeiro, no CAN-2010, a nossa campanha seja o mais vitoriosa possível.
Um homem sonha, o atleta joga e o treinador dá as alegrias; ou será o contrário?

13 maio 2009

Maio ainda é o mês de África?

"Entrámos, e mais um ano, naquele que se convencionou chamar, desde que foi criada a OUA, no mês de África: Maio!

Mas será que ainda temos fundamentos para considerar Maio como o mês de África? Haverá razões intrínsecas, claras e objectivas para continuarmos a clamar por Maio como o mês do Continente que gerou e humanizou todos os outros?

Apesar de ter sido de África, como comprovam os mais recentes estudos genéticos, que saíram os primeiros povos que colonizaram os novos continentes saídos da grande Pangeia, continuam a consideram-nos o continente mais novo, mais incompleto, mais atrasado e mais necessitado de desenvolvimento.

É possível que tenham alguma razão!

Talvez tenhamos perdido alguns dos nossos mais importantes cérebros para inteligenciar os outros Continentes e, agora – só agora – comecemos a recuperar algum do tempo perdido com os nossos países a mostrarem ter condições para serem mais sagazes ao apresentarem alguma Paz política e social – infelizmente pouca –, algum desenvolvimento – a maior parte, desordenado – e atracção de outros cérebros para ajudar os nossos.

Não basta mostrar sinais de Paz, nomeadamente a Paz militar, se n os nossos Países se a Paz política e social que se deseja existirem nem sempre é evidente e, muito menos, efectiva?

Politicamente, basta ver como um jovem político, antigo presidente de uma Câmara de uma capital, mesmo que com razões subjacentes – até, parece, muito válidas, mas nem por isso legítimas –, conseguiu que um exército que nunca se meteu em política – caso único em África – o ajudasse a destituir o Presidente eleito democraticamente e promover que juízes do Supremo Tribunal o aceitassem, por maioria, como líder do País mesmo sem ter idade mínima para tal. (...)" (continuar a ler aqui)
Publicado no , edição 215

10 maio 2009

6 anos de CONTRIBUTO à causa da Guiné-Bissau

Fernando “Didinho” Casimiro entra hoje com o seu CONTRIBUTO no sétimo ano de vida em prole do que de mais sagrado há para um guineense, o seu País: Guiné-Bissau

Tal como outros Didinho tem procurado, e com ele todos os que contribuem para o cimentar do “Contributo”, que a imagem da Guiné-Bissau continue a se evidenciar por aquilo que desejam que o País seja e não por aquilo que muitos têm levado a Comunidade Internacional olhar como na realidade a Guiné-Bissau está.

Manda a ética e a educação que se deseje que perdure por outros tantos e bons anos. Todavia, gostaria que o “Contributo” acabasse depressa porque era um sinal inequívoco que o que norteou a sua criação deixava de fazer sentido e o contributo mais não era que um espaço meramente cultural de apoio à Cultura e ao Saber de todos os Bissau-guineenses.

Infelizmente parece que ainda vamos ver por muito tempo o “Contributo”, nos moldes actuais, por muito mais tempo do que aquele que desejaria e, por muito mais razões, gostariam os Bssau-guineenses.

Meu caro Didinho e todos os que consigo labutam pelo bom nome e pelo sagrado espírito de Liberdade por que todos Vós lutam um forte e fraterno abraço!

Manuel José à frente dos Palancas Negras?

(imagem daqui)

A fazer fé em alguns órgãos de Comunicação social português, nomeadamente no desportivo "Record" e no generalista "Público", citando notícias do portal do próprio Al-Ahly, confirmadas pelo britânico "Guardian", o treinador português com mais títulos internacionais, Manuel José, será o próximo treinador dos Palancas Negras.

Não sei, dado que só vai tomar conta da selecção no final do contrato com os egípcios, se a Selecção irá conseguir apreender rapidamente os novos conceitos que virão com o novo treinador a tempo de fazer a boa figura que se exige à selecção no próximo CAN-2010 e que se vai realizar no país.

Vamos aguardar pela confirmação da FAF e, caso se confirme, esperar pelos resultados (mas bom será que não exijam resultados imediatos a quem irá, por certo, reestruturar o que mal está estruturado...)

De qualquer das formas se Manuel José for o treinador da selecção será um líder que já conhece a Casa, ou não tivesse entre os seus actuais pupilos dois dos melhores jogadores dos Palancas além de ter treinado e visto outros a jogarem…

Atleta exige contrapartidas para representar selecção!!

Segundo uma notícia do Jornal de Angola (e que se pode ler na edição online nº 2819, de hoje) um dos melhores atletas de basquetebol angolano, no caso Miguel Lutonda , base do 1º de Agosto que acabou de se sagrar campeão nacional de basquete 2009, terá exigido, “(...), ontem, (...) o jogador disse que, para jogar na Selecção, bastava que lhe atribuíssem uma casa. O jogador disse que são muitos anos de trabalho e que o seu pedido podia ser satisfeito por quem de direito.

Ou seja, para continuar a dar o seu contributo à Selecção Nacional parece que o atleta exigiu contrapartidas, no caso uma residência!

Não contesto que o atleta exija uma casa. É um direito a que assiste a toda a gente que deseja ter um mínimo de condições de habitabilidade, conforme foi reconhecido pelo Presidente Eng.º Eduardo dos Santos quando afirmou que o Governo deveria criar condições para que fossem feitas, durante esta legislatura, cerca de 1 milhão de casas para os angolanos.

O que se discute – talvez ingenuidade minha – é que para fazer algo que se gosta e representar a NOSSA selecção – no caso a selecção angolana – um atleta imponha condições que não sendo pecuniárias, não deixam de ser materiais.

Como escrevia, será ingenuidade minha, mas o amor a um País, e no caso o que o representa, a Selecção, costuma(va) sobrepor-se aos interesses particulares.

É, desculpem, provavelmente será mesmo ingenuidade minha…

África do Sul tem novo Presidente!

(foto ©BBC)
Depois do seu partido, o ANC, ter garantido a maioria absoluta, que não a qualificada o que lhe levou a criticar a Comissão Eleitoral local – deve ser caso único em que um partido vence as eleições e está contra o organismo que regula as eleições – Jacob Zuma prestou hoje juramento como Chefe de Estado, o quarto, do país do arco-íris (só se lamenta que a sua eleição, como prevê a Constituição, seja por maioria e não por maioria qualificada dos votos do parlamento – votação indirecta – o que lhe traria mais responsabilidade e legitimidade).

Esperemos que como Chefe de Estado, Zuma consiga o que não conseguiu noutras circunstâncias; ou seja, deixar as controvérsias e gerir a potência regional afro-austral – não esquecer que, economicamente, a África do Sul é membro do G20 – na linha daquilo que o seu mentor e apoiante, Nelson “Madiba” Mandela mais espera dele, governar bem sem as utopias e desvios do segundo presidente e seu anterior antecessor, Thabo Mbeki (Kgalema Motlanthe, o terceiro, foi-o somente como interino e de transição entre Mbeki e Zuma).

Talvez, por isso, e pela primeira vez, Angola se fez representar ao mais alto nível na tomada de posse. Será que se perspectiva uma maior aproximação entre os dois colossos afro-austrais e o eixo Luanda-Pretória se vai afirmar ainda mais no contexto austral e centro-aaustral de África?

Ou como
prospectiva, e com certa razão, Mário Pinto de Andrade, esta reunião, logo no primeiro dia, entre Jacob Zuma e Eduardo dos Santos será não só um reforçar do eixo, como o acelerar da integração regional da SADC?

Vamos aguardar…

09 maio 2009

Não serão retenções estranhas a mais?

Segundo uma nota de imprensa do Club-K (Clube dos Angolanos no Exterior), divulgada por e-mail (será porque o portal parece demasiado lento e não entra?…), o jornalista e jurista William Tonet, director do semanário independente "Folha 8", terá visto o seu passaporte retido na fronteira com a Namíbia, no do posto da fronteira de Santa Clara, província do Cunene, porque, segundo os Serviço de Migração e Estrangeiro (SME), e citado naquela referida nota, o nome do Tonet “consta no sistema ao que permitiu os mesmos de retirarem o seu passaporte”.

Como não quero crer que se retenha um passaporte só porque não se gosta de alguém, espero e aguardo, como todos os que ainda acreditam que Angola é um Estado de Direito subordinado à Justiça, que que as autoridades esclareçam os motivos por que o nome de Tonet está no sistema. Por certo que deverão ser razões muito válidas e juridicamente legítimas, mas…

Depois da estranha e inusitada detenção de José Gama este impedimento a Tonet começa a colocar em causa
as palavras do porta-voz do Sindicato de Jornalistas de Angola. Ou será mera e estranha coincidência?
Retranscrito no , em 9.Maio.2009 com o título "Pululu: Não serão retenções estranhas a mais?"

08 maio 2009

Tornear corrupção?

(imagem reformulada a partir de uma obtida no Google)
.
De acordo com o portal do semanário português “Sol” a nova lei portuguesa de financiamentos aos partidos políticos (pasme-se, que a lei parece prever aceitar dinheiro vivo, sem justificação, até 1,2 milhões de euros!!!) poderá “limpar” processos antigos, anulando eventuais não prescritos financiamentos ilícitos.

Ou seja, a nova lei tem efeitos retroactivos manifestamente vantajosos. E o referido semanário apresenta, pelo menos, dois exemplos que veriam os respectivos processos serem arquivados.

Parece-me que isto se perfila como uma forma inteligente dos partidos, que a votaram ("
aprovada na semana passada por unanimidade com um único voto contra, o do socialista António José Seguro" (!?) – se tem voto contra não há unanimidade, em que ficamos senhores do “Público”), se terem preocupado em se salvaguardar em causa própria que em interesses nacionais.

Isto sugere-me que há quem tenha tirado proveito de alguma eventual formação sobre como “apagar” corrupção obtida em… sítios interessantes!

Depois queixam-se que os Média ajudem a que os eleitores lusos não respeitem os políticos e os persigam até provarem que são inocentes (em Portugal parece que começa a adoptar uma teoria que todos são culpados – políticos ou não – até provarem o contrário…)

07 maio 2009

Acordos: o desmontar de algumas verdades encobertas?

"Embora ainda de forma parcelar, mais vale que a verdade se conheça tarde do que nunca

Desde há muito que ouvia e lia que Savimbi teria tido negociações não só com os madeireiros que trabalhavam na zona controlada pela UNITA antes do 25 de Abril como havia contactado e celebrado acordos com o exército português para deixar de atacar este e se limitar a fazer o que todos os movimentos sempre fizeram: atacarem-se mutuamente.

A UNITA sempre negou, e continua a negar, estas afirmações, mesmo tendo em conta certas declarações do Mais Velho a um jornalista e investigador, creio que Freire Antunes, que sem o confirmar também não deixou de manter no ar, implicitamente, a dúvida.

E isso parece ter sido um facto indesmentível, pelo menos a fazer fé nas declarações dos responsáveis militares, na época, da Região Leste e em documentos apresentados – mas não fotos confirmadoras – que, em 1972, teria havido o tal acordo de não hostilidades tão amplamente divulgados quer na televisão que emitiu o programa, Guerra Colonial – excelente, diga-se em abono da verdade –, como por outros órgãos dos Média que dele fizeram a devida publicidade e propaganda. Teriam sido intervenientes, por parte de Portugal, o general Bethencourt Rodrigues, que liderou a chamada “Operação Madeira”, sob instrução directa do então general Costa Gomes, à época comandante-geral de Angola e em ligação o, nesse tempo, governador de Angola, Rebocho Vaz, e sob o natural conhecimento da DGS. Por parte da UNITA responsáveis político-militares da altura.

Mas também ficou claro, e ao contrário do que reafirmou o actual tenente-coronel(?) Otelo Saraiva de Carvalho, que não foi a DGS que criou a UNITA – basta recordar o ataque a então Teixeira de Sousa (actual Luau) em vésperas de um Natal – como pouco tempo depois as tréguas morreram e os ataques entre ambos foram bem mortíferos por vontade do novo comandante da região e por haver militares que nunca teriam aceite o referido acordo dado que teriam sido alvo, anteriormente, de ataques da UNITA.

E se este assunto merece relevo por ser propalado, não merece menos relevo, embora pareça que ande meio-mundo português distraído, as declarações do considerado cérebro do 25 de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho quanto às preferências políticas dos militares do Movimento das Forças Armadas (MFA) português relativamente a Angola.

Segundo Carvalho, em declarações ao semanário angolano O País e citadas no portal
Angola24Horas.com, os militares preferiam que o poder, em Angola, fosse entregue ao MPLA por considerarem – e nisso creio que todos, mesmos os que não pontuamos pela mesma ideologia e cartilha, estaremos de acordo – como melhor preparados e com mais condições para gerir e governar a Angola independente. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado como "Manchete" do , de hoje sob o título "A UNITA e os acordos - O MPLA e os acordos"

06 maio 2009

Uma estória para re(ver)...

(imagem ©daqui)

Passando por cima de qualquer publicidade ou subjugação e subserviência patriótica ou partidária e porque o texto de José Ribeiro, director do único diário luandense (e de Angola), o Jornal de Angola, parece transmitir mais do que uma simples estória normal mas uma alegoria sobre alguém muito próximo e porque é belo e tocante tomo a liberdade de o retranscrever. Até porque também o que é bom deve ser louvado!

"Com olhos de ver
Uma menina adolescente está cega de um olho e o outro está a perder faculdades. Ainda não tinha um ano quando uma “sombra” começou a apoderar-se do seu olho esquerdo. Depois surgiu uma bolinha branca que aos poucos foi crescendo e à medida que crescia, a menina ficava cega.
Quando chegou ao Ensino Secundário já tinha perdido a visão no olho esquerdo porque a bolinha branca cresceu muito. A menina ficou com medo porque começou a ver mal do olho direito. E quando se via ao espelho, o olho bom mostrava que no centro do olho doente já só existia uma mancha branca.
Vaidosa, como todas as meninas adolescentes, começou a esconder o seu belo olhar no chão. Tinha vergonha da sua enfermidade. Magoava-a mais do que não ver. É muito triste quando uma menina com toda a força e vontade de viver vai perdendo a visão antes de saber nada do mundo.
Um dia a menina pediu ajuda. Queria ir a um sítio qualquer, no mundo que lhe fugia dos olhos, para os médicos lhe restituírem a visão. Ela queria muito associar à frescura e alegria da juventude a luz dos dias de paz que Angola vive.
No estrangeiro as consultas são caras, as viagens caríssimas, as hospedagens ainda mais. Se Angola está em paz e já temos tantos hospitais, tantos médicos, tantos meios auxiliares de diagnóstico, pode ser que haja solução para a menina que quer ver o mundo com os seus olhos.
E a menina, numa madrugada serena, partiu para Benguela. Amanhecia quando passou a ponte do Kwanza. O sol ia alto quando na baía de Benguela-a-Velha, mais conhecida por Porto Amboim. Depois o Sumbe a fervilhar de vida e com os morros repletos de casas que desafiam a lei da gravidade. Na Canjala e seu mercado de estrada pediu para parar. Via o mundo desequilibrado e sentiu náuseas. Vomitou. A mãe disse que é frequente acontecer. E depois o Lobito, verdadeiro canteiro de obras.
Em Benguela, o Hospital Provincial, de cara lavada, tem uma unidade nova, inaugurada o ano passado pelo Presidente da República. Vai lá gente de toda a Angola procurar remédio para as suas doenças da visão. É uma clínica oftalmológica de ponta, ao nível do melhor que há no mundo. Estou a minimizar. É a melhor do mundo em afecto, em solidariedade, em amor pelo próximo. Uma equipa de bonitas e simpáticas médicas cubanas estava à espera da menina. Receberam-na como se fosse filha delas.
De sala em sala, de exame em exame, a menina chegou à frente de um especialista que olhou para ela e disse: - Cataratas! Mais exames, mais carinho, mais competência, mais amor. A menina, no dia seguinte, foi operada com as técnicas mais avançadas do mundo. À noite já se ria como todas as meninas da sua idade. Na manhã seguinte foi tirar o penso e descobriu que via do olho cego!
“Ainda vejo um bocadinho fosco, mas vejo”, disse a menina. Mas o olho que estava cego, via outra vez. As médicas cubanas tinham restituído à menina a luz do dia e a alegria de viver. De regresso a Luanda, pela estrada nacional, não voltou a vomitar. As náuseas acabaram.
Quanto custou a operação da Nareth? Nada. Ela e a sua família ficaram apenas com uma imensa dívida de gratidão para com a equipa médica. E a equipa médica diz que a dívida está paga, desde que os povos de Angola e de Cuba deram as mãos no combate comum pela dignidade e pela liberdade.
Angola tem uma clínica oftalmológica que está ao nível das melhores do mundo. Mas melhor do que o pessoal médico, técnico, de enfermagem, da recepção, da limpeza, da portaria, de toda a clínica, não há no universo. A Nareth tem um país onde é bom viver e onde é óptimo estar com olhos de ver. A clínica oftalmológica de Benguela é resultado do único milagre em que acredito: a solidariedade entre os povos e o respeito pelos seres humanos.
"

05 maio 2009

Uma detenção um pouco singular, mas…

(imagem via Club-K)

"O jornalista, JOSÉ GAMA, Embaixador do Club-K, e articulista do Semanário Angolense deu entrada as 12H03M numa cela da 3ª Esquadra de Polícia em Luanda (Angola) à pretexto de ter mandado lavar a sua viatura na via pública e desobediência à autoridade, segundo fontes policiais.

De acordo com José Gama este abandonou a viatura dirigindo-se a uma Instituição Bancária, havendo alguém tomado a iniciativa de lavar a sua viatura sem o seu consentimento. O Fiscal de serviço não atendeu a esta explicação e considerou resistencia à autoridade o direito de contestação de josé Gama, pelo que se encontra detido e indiciado de dois crimes.

É vulgar em Luanda a técnica de "marketing" dos lavadores de carro, antecipando a lavangem para obterem algum dinheiro com serviço prestado. É também normal que a Polícia considere resistência a autoridade sempre que se conteste algo. Luanda, hoje é uma cidade em grande medida com esgotos à superficie (a própria Vila Alice é exemplo) e onde se vê espalhada muita água devido à rupturas da rede.
"

Sobre esta matéria poderão ler o restante nos portais angolanos Club-K (aqui e também aqui) e, ou, no Angola24Horas; e também no Notícias Lusófonas! Até lá fiquemos a aguardar esclarecimentos mais concretos…

Já agora, tenho a ideia que José Gama é jornalista no semanário "Angolense" e não no semanário "Semanário Angolense".
.
NOTA: José Gama foi libertado ainda durante a noite de ontem. Só não entendo como e porquê os documentos não puderam ser-lhe entregues dado que o agente de autoridade que o deteve não estava, na altura, na esquadra. Ou seja, pelo que se entende, estranhamente, em vez de os colocar em depósito na esquadra o agente, provavelmente por mero esquecimento ou distração, ficou com ele em sua posse...

04 maio 2009

Nandó apela ao direito ao contraditório na Comunicação Social angolana

(foto ©Angop)

O presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, exortou hoje os Meios de Comunicação Social a apresentarem as duas versões dos factos que divulgarem, em salvaguarda do princípio do contraditório noticioso.

O parlamentar fez este apelo na abertura do workshop sobre "liberdade, ética e responsabilidade para um jornalismo cada vez melhor", promovido pelas comissões da Assembleia Nacional ligadas à Educação, Ciência e Tecnologia, Cultura, Assuntos Religiosos, Juventude, Desporto e Comunicação Social, e aos Direitos Humanos, Petições e Reclamações dos Cidadãos.


Quando comecei a ler este artigo na
ANGOP até pensei que “Nandó” se estava a posicionar para as eleições presidenciais. Ou será que é este o candidato forte que a tendência UT-MPLA, segundo Salvador Augusto em entrevista ao Angolense que quase o levou à sua expulsão, anda a propagar que irá apresentar no Congresso de Dezembro?

Provavelmente a Assembleia Nacional consegue milagres que outros locais governativos não o conseguem. Ou não fosse um Parlamento a Casa Democrática de todos os Povos…

A força abusiva de uma religião-estado?

Há muito que o Egipto anda à procura de impor em todo o país o islamismo como única religião, deixando de ser uma religião no Estado para se tornar numa religião do Estado.

São conhecidos os entraves que alguns sectores políticos e jurídicos egípcios têm colocado nas áreas ecuménicas não islâmicas, como por exemplo, os Baha’is mesmo que os direitos de cidadania baha’i estejam reconhecidos pelo governo e justiça egípcia. Mas nem por isso deixem de ser claramente perseguidos ao ponto de, segundo parece, uma determinada comissão inter-ministerial ter exigido ao Parlamento do país que considerasse a Fé Baha’i como uma seita que coloca em causa a segurança nacional.

E se a Fé Baha’i é, ou tem sido desconsiderada, já os cristãos coptas, embora em minoria, eram aceites e respeitados.

Eram porque, aproveitando a crise epidemiológica que a Gripe A/H1N1, ou “gripe suína”, tem provocado a nível mundial e sabendo que os porcos são considerados pelos islâmicos – tal como pelos judeus e neste aspecto, a gripe suína conseguiu o que muitos políticos e estrategas não têm conseguido, fazê-los falar a uma só voz e em unanimidade – como animais impuros, unicamente criados e como fonte de alimento pelos cristãos, o Egipto decidiu mandar
matar todos os suínos que existem no País, nomeadamente, nos bairros pobres de Cairo.

E mesmo sabendo, como a OMS o tem repetido, que não são os porcos os “culpados” desta gripe mas tão-só a razão do nome que foi dada à mesma.

Há aqui um claro ataque de radicais islamitas às outras convenções ecuménicas a que não será alheio, por certo, o poder dos
ayatollas iranianos e as suas interferências na política interna religiosa do Egipto…

Estas atitudes contrariam todos os valores que os teólogos islâmicos moderados tentam incutir e mostrar ao Mundo, ou seja, que o Islão, tal como as outros duas grandes comunidades ecuménicas, se tem pessoas que usam a religião para prevaricar, também as há as que respeitam e sabem respeitar os valores de cada comunidade.

Mas enquanto o Mundo estiver refém do petróleo árabe – e, sejamos honestos, os maiores fundamentalistas até nem são os iranianos (que não são árabes) mas os sauditas – ou temer a eventual força nuclear de Teerão e o poder dos fundamentalistas suicidas – a maioria provenientes de zonas de baixos recursos ou pouco cultas –, os radicais iranianos manterão este status quo e esta “umbrella” social sobre o Mundo Ocidental e alguns dos seus vizinhos!

Angola e Guiné-Bissau com verdades em sentidos diferentes?

Há verdades que, mesmo que o sejam e indiscutíveis, nunca devem ser ditas.

E, muito menos, por um responsável diplomático de um País que tem estado a ajudar o parceiro criticado ou visado.

Segundo o Africa Monitor Intelligence, citado pelo Angonotícias, George Chikoty, vice-ministro das Relações Exteriores de Angola, parece que
terá dito, na cidade da Praia, Cabo Verde, durante a Mesa Redonda sobre Reestruturação e Modernização do sector da Defesa e Segurança da Guiné-Bissau, uma frase que não agradou aos Bissau-guineenses.

Mesmo que possam ser verdades e absolutas…

O interessante é que às vezes aparecem países com certo sentido diferente do que é a verdade. Só vale a que nos interessa…


E, então, se forem verdades inconvenientes...

02 maio 2009

Darfur, de vez em quando…

Felizmente que Darfur é notícia de vez em quando e, principalmente, se uma entidade reconhecida internacionalmente se decide tomar atitudes que recordem que Darfur ainda é – e parece que vai persistindo eternamente – uma espinha dolorosa no continente africano.

Desta vez, é a actriz de cinema Mia Farrow, igualmente designada embaixadora da Boa Vontade da ONU, que levantou a sua voz através de
uma greve de fome que já dura há cinco dias.

Apesar de muitos se preocuparem mais com a sua saúde que com o facto que levou à sua atitude, ainda assim a actriz norte-americana pensa que ao se preocuparem com ela acabam por compreender e saber as razões que levaram tomar a actual atitude.

Como Mia afirma se a sua greve de fome " atrair a atenção, se mais gente souber o que está a acontecer lá e levantarem as suas vozes, então o que estou a fazer vale muito a pena".

Pena é haver necessidade de personalidades terem de tomar certas atitudes para relembrarem ao Mundo que existe Darfur, como também existe, ainda, os casos do Zimbabué, a Palestina e Israel, Chade, etc.

É pena, mas não deixa de ser importante que isto aconteça. O certo é que a Administração de Obama já criticou as sucessivas
ingerências do Chade e do Sudão – apesar de tudo, não esquecer que o Darfur é Sudão – na questão do darfuriana.

Também outros levantaram as suas vozes quando, jornalisticamente, o assunto lhes conveio mas depois esqueceram-se facilmente. Recordo-me das imagens muito interessantes de responsáveis da União Europeia na região que já esmoreceram e há muito…

01 maio 2009

Pelo “Dia do Trabalhador”


"Aos operários que por melhores salários lutam,
aos camponeses que por melhores dias reclamam,
a Liberdade os recompensará..."

(extracto do poema “Liberdade” agora, também, na "II Antologia de poetas Lusófonos", publicada pela editora Folheto Edições e Design)

Hoje comemora-se em todo o Mundo – talvez… – o Dia Internacional do Trabalhador.

Mas quando se ouve e vê casos como “
coação aos grevistas (ver também aqui)”, “sindicatos sem força (como afirmava hoje um sindicalista angolano à RDP-África)”, “perda ou esquecimento de direitos” ou – mais preocupantemente – “desemprego crescente” e “semana de 78 horas” não sei que ainda haverá por muito mais tempo Trabalhadores para comemorarem o seu Dia!


*(Trabalhadores angolanos numa plataforma petrolífera; imagem da Internet)