29 setembro 2011

Eleições nos Camarões com militares à perna

Em breve, mais concretamente a 9 de Outubro, vão acontecer eleições presidenciais nos Camarões.

De acordo com a validação do Tribunal Supremo, há 23 candidatos ao cargo. Entre eles, Paul Biya, do União Democrática do Povo Camaronês (RDPC), o actual presidente e líder do partido no Poder, Fru Ndi John, o veterano candidato da oposição da Frente Social Democrática (SDF) e das, inicialmente recusadas pela Comissão Eleitoral (EleCam), candidaturas de Anicet Ekane, do Movimento Africano para Nova Independência e a Democracia (Manidem), e de Daniel Soh Fone, do Partido Socialista Unificado (PSU).

Só que Biya, de 78 anos – um geroncrata –, está no poder há 29 anos, ou seja, desde 1982, e a actual lei eleitoral foi desenhada de modo a que aquele possa se perpetuar eternamente no Poder – parece-me que este desenho não me é totalmente estranho…

Houve uma tentativa de um grupo de cidadãos de tentar que a candidatura de Biya fosse inviabilizada por "inelegível" no que foi rejeitado pelo Tribunal Supremo.

Se a oposição e a sociedade civil não tiveram, nem têm, poder para impedir a quase certa reeleição de Biya, já os militares, que sempre o apoiaram estão, agora, em contra-ciclo com o acto eleitoral e com a sua campanha.

De facto, ontem, um reduzido grupo de militares, durante um certo período, bloqueou a ponte Wouri, a ponte principal de Douala, a capital económica do país, e disparou para o ar em protesto pela recandidatura de Biya.

Antes de serem detidos os soldados que pararam o tráfego na ponte e desfraldaram uma faixa com os dizeres: "Paul Biya ditador, Paul Biya deve sair a qualquer custo”.

Uma lição para aqueles que vêem nas forças armadas sempre uma retaguarda segura.

Na realidade nem sempre isso é verdadeiro. Quanto menos se espera…

A juntar a esta contestação a da oposição, nomeadamente da SDF que denunciou actos claramente irregulares nos cadernos eleitorais como inscrições duplas nos registos. Ao mesmo tempo, os nomes dos compatriotas não figura nos registos nem que eles sejam devidamente inscritos e que receberam os respectivos comprovativos”.

Creio já ter ouvido situações semelhantes em anteriores eleições em outros Estados africanos…

Xanana não gosta de questões pertinentes?

Segundo o matutino português “I ”o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, terá ontem abandonado uma reunião, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, com timorenses que estão a estudar em Portugal, pouco depois do seu início.

Segundo aquele matutino, Xanana saiu logo após um seu compatriota ter afirmado que “os discursos de ocasião são bonitos [mas] o que é preciso é uma política de educação

Pelos vistos o senhor primeiro-ministro e antigo herói nacional maubere não gosta, ou não está habituado, a ouvir certas verdades.

Vai sempre a tempo…

28 setembro 2011

Pululu no Zwela Angola 1


Citado no Zwela Angola, de 27/Setembro/2011 8http://www.zwelangola.com/opiniao/index-lr.php?id=7111)

Convocada para Lisboa, Vigília por Angola

MANIFESTAÇÃO POR ANGOLA EM LISBOA

Hoje às 17h30 na Praça do Rossio (Lisboa) realiza-se uma “Vigília por Angola”, contra a repressão e pela libertação dos presos políticos.

Rafael Marques

José Eduardo Agualusa

SOS Racismo

Casa de Cabinda

Nas redes sociais e nos endereços electrónicos estão a circular estes dois modelos para a convocatória que irá se realizar hoje, em Lisboa.

Todos os que quiserem e puderem, de uma forma democrática e responsável, estar presentes na manifestação devem fazê-lo mas, repito, de uma forma livre, democrática e responsável e sem intuitos políticos para que não seja aproveitado de forma contrária ao que está subjacente.

25 setembro 2011

Manif pela liberdade de detidos da anterior manifestação

(foto © Albertina Francisca Feijó; in Facebook)

Foi por causa disto que Paulo Catarro se viu impedido, hoje e durante a manifestação, de proceder à recolha de imagens para a RTP?

Grito contra a perpetuação do Poder

Apesar de algumas incorrecções, a maioria naturais de quem está fora do meio – o guiné-equatorial Obiang (Teodoro Obiang Nguema Mbasogo) é mais velho, em cerca de 38 dias –, é interessante o trabalho do matutino português Público sobre a convocada manifestação que hoje deveria ter sido realizada em Luanda de apoio aos detidos e contra os 32 anos de perpetuação de Poder de José Eduardo dos Santos que não se adivinha venham a terminar nas previstas eleições do próximo ano.

Deveria, porque cerca de 10 minutos após o seu início e um quilómetro andado desde o Cemitério de Santana, em direcção à vetada Praça da Independência pelo Governo Provincial de Luanda (GPL), a Polícia fez uso das suas prorrogativas e… parou-a.

Um contingente de 40 a 50 membros da Polícia queria que manifestantes (entre a centena, segundo uns, e os cerca de 500, segundo outros) seguissem as directrizes do GPL já considerada ilegal por alguns dos nossos juristas. Ou seja, ficassem restritos aos locais pré-determinados pelo GPL.

Reconheçamos que a Constituição não dá liberdade ao Poder para condicionar manifestações, como, também, não dá autorização para sermos totalmente livres nas nossas legítimas exteriorizações.

Já agora, Eduardo dos Santos além de ser mais novo que Obiang é superado pelo madeirense – ao contrário do que escreve José Diogo Quintela na revista Pública, Madeira faz parte do Continente Africano e não da Europa já que está a poucas milhas a oeste de Marrocos – Alberto João Jardim que está no poder desde Março de 1978.

Realmente há que parar a perpetuação no Poder.

Publicado no Notícias Lusófonas, secção "Colunistas", de 26/Set./2011

Pululu no Club K 1


Mulheres a voto na Arábia Saudita

(baseado numa foto da Internet)

Aos poucos os Estados vão-se modernizando e esbatendo os resquícios das diferenças, harmonizando-as onde melhores elas se aplicam.

Todos diferentes, todos iguais, é uma aplicação cada vez mais evidente.

Angola é reconhecido como um Estado - apesar de todas as evidentes e gritantes diferenças - onde essas diferenças acabam por resultar num belo mosaico multi-étnico, cultural e populacional com as mulheres fortemente implantadas na vida política e social do país. Ainda que, e sempre, sejam poucas.

Agora vemos que um dos Estados islâmicos mais ortodoxos - e politicamente pouco falados dado a sua proximidade ao Ocidente o que "não convém beliscar" -, o reino da Arábia Saudita, vai permitir que as mulheres - que ainda não podem conduzir sozinhas - possam "votar, participar em eleições municipais e fazer parte da Shura", o órgão consultivo do Governo saudita.

Estas normas só são válidas para futuros, que não já as próximos, actos eleitorais.

Pequenos passos para a harmonização das diferenças.

24 setembro 2011

UNITA, censura ou unanimismo?

Muito mal vai um partido, principalmente quando é reconhecido como o líder da Oposição, decide punir disciplinarmente algum dos seus militantes por razões de distanciamento da linha oficial do Partido.

E muito pior é quando o(s) visado(s) é (são) algum dos principais eventuais candidatos à natural sucessão interna do partido.

Pois isso parece que aconteceu com um dos mais reputados e reconhecidos militante da UNITA e putativo candidato a dirimir a liderança do ainda maior partido da Oposição (será que ela existe mesmo) ao MPLA, Abel Chivukuvuku.

Mas segundo parece não foi só Chivukuvuku o único visado pelo Conselho de Disciplina, o Conselho Nacional de Jurisdição da UNITA. Também militantes históricos como Samuel Chiwale, Paulo Lukamba Gato, Carlos Morgado ou Rafael Aguiar foram alvo de um processo disciplinar por apoiarem ou subscreverem o manifesto de um chamado “Grupo de Reflexão” que se formou dentro da UNITA para debater questões internas da orgânica do Partido.

Ora, segundo parece, é de mau-tom a existência de militantes que não comunguem das ideias da liderança exercida por Isaías Samakuva, que já deveria ter convocado, há um certo tempo, o Conselho Nacional para eleições internas, que conduziria ao nome do futuro candidato da UNITA às eleições legislativas e presidenciais.

Recordemos que o líder do partido mais votado indica o nome do futuro presidente de Angola, de acordo com a Constituição de Fevereiro de 2010.

Mais se estranha que Abel Chivukuvuku, um potencial candidato e melhor colocado para disputar com Eduardo dos Santos a presidência angolana tenha sido suspenso por 45 dias, precisamente, o tempo necessário para não se poder candidatar contra Samakuva.

A UNITA com esta tomada de posição está a praticar tudo aquilo que se vem combatendo aos seus opositores a Censura ou o Unanimismo político.

Samakuva ao acolher – e aceitar – esta tomada de posição dos órgãos disciplinares do Partido só está dar argumentos aos seus opositores e coarctar a liberdade de opinião dentro do Partido.

Bom, algo que já há muito também me habituei, resignadamente, a registar…

Citado e publicado no Club-K (http://club-k.net/opiniao/8945-unita-censura-ou-unanimismo-eugenio-costa-almeida) e igualmente n' O Kissonde, sob o título " O Samakuvismo em alta" (http://www.kissonde.net/?p=454)

Palestina pede “reconhecimento” como Estado na ONU

(foto © Foto: AP, via Terra.br)

O actual presidente da Autoridade Nacional palestiniana, Mahmoud Abbas, apresentou ao actual secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o pedido formal de reconhecimento da Palestina como Estado, ao manifestar o desejo de transformar o seu presente estatuto de Observador para Estado de pleno direito.

É certo que a Palestina tem o apoio de muitos Estados com assento na Assembleia-geral. Todavia, também é certo que no Conselho de Segurança que tudo se vai decidir. E já se sabe que os EUA vão vetar essa legitima pretensão palestiniana, tal como Israel o deseja e a União Europeia (UE) não mostra ter uma posição clara.

A grande desculpa norte-americana, e de uma larga franja dos países da União Europeia, é que, independentemente do direito palestiniano terem uma Pátria própria e independente, há que salvaguardar os direitos legítimos dos judeus e dos israelitas. Ou seja, tem que haver uma sincera e correcta Paz entre os dois povos (por acaso são três, já que muitos se esquecem dos jordanos) em viver em harmonia nas terras da Palestina.

Outro dos problemas – insondável problema – é a questão de Jerusalém.

Os dois países arrogam-se no direito de a considerar sua cidade e sua capital política ou religiosa.

Ora aqui volta uma velha questão que se reporta ainda ao tempo da Declaração de Balfour, ao Mandato Britânico da Palestina – que dividiu a área entre Palestina e Jordânia – e, principalmente, ao Acordo Sykes-Picot que dividia o Médio Oriente pela influência entre franceses e britânicos.

Ora em todos os Memorandos nunca ficou claramente explicita a questão de Jerusalém.

E essa, na minha opinião, passa pela influência da cidade pelas Nações Unidas. Ou seja, tornar os Hierosolimitas (Hierosolima = Jerusalém) cidadãos de uma “international free city”, uma Cidade-livre de jurisdição internacional!

Talvez nessa altura, e de vez, a Paz possa estar implementada.

Sobre esta matéria e sobre esta região da conflitualidade proponho a leitura de um artigo que escrevi em finais de 2003 e publicada no semanário português Frente Oeste, a 1 de Janeiro de 2004 “A Região da Conflitualidade e a Europa dos Quinze”.

23 setembro 2011

Zâmbia tem novo presidente

(foto ©Truly Zâmbia)

Os zambianos decidiram escolher um novo presidente nas eleições presidenciais da passada terça-feira.

Michael Chilufya Sata, o “Rei Cobras”, líder da Frente Patriótica (PF), apesar de faltarem ainda 7 das 150 mesas de voto, já está confirmado como presidente eleito presidente, obtendo cerca de 43% dos votos dos eleitores zambianos à frente do até agora presidente (eleito nas recentes intercalares após a morte de Levy Mwanawasa) Rupaih Bwezani Banda, do Movimento pela Democracia Multipartidária (MMD), que não foi além dos 36%.

Esta foi a 4ª tentativa de Sata ascender ao poder. Na anterior tinha perdido precisamente para Banda por 2 pontos percentuais.

Sobre o heterónimo “Rei Cobra”, Sata deve-o à sua verborreia agressiva, nomeadamente, contra a presença chinesa no país e nos interesses africanos (começam mal as relações com os seus poderosos vizinhos ocidentais, daí que, provavelmente e por isso, só a terceira figura de Estado, o presidente da AN, Paulo Kassoma, é que vai estar presente na sua tomada de posse) e, pasme-se, admirador confesso da política de confisco de fazendas de Mugabe (bom, como Eduardo dos Santos não gosta de viajar e “Nandó” parece que vai fazer uma visita particular a Londres, já se entende agora a ida da 3ª figura, é um prémio pela simpatia a Mugabe).

O certo é que tem a simpatia de uma larga franja de zambianos, nomeadamente dos desempregados e daqueles (cerca de 70%) que, apesar do desenvolvimento da Zâmbia (cresceu mais de 7% em 2010, devido em grande parte à subida do valor do cobre), não auferem mais que 1 dólar/dia (onde é que já li isto ou semelhante?).

O certo é que a votação da passada terça-feira (desculpem mas ainda não me apresentaram, a fundo, o novo Acordo Ortográfico) foi supervisionada por instituições internacionais, em particular, a União Africana e a União Europeia (upsss!!) que deram como terem decorrido de forma “pacífica, transparente e correcta”.

22 setembro 2011

Cabo Verde de luto

Faleceu, esta manhã, em Portugal, o primeiro presidente cabo-verdiano, Aristides Pereira (1975-1991).

Sobre a razão do passamento físico de Aristides Pereira nada ainda nada foi apresentado excepto que se sabia que Pereira estava hospitalizado no Hospital Universitário de Coimbra após ter sido vítima de uma fractura do colo do fémur esquerdo após uma queda.

Ao povo cabo-verdiano as minhas condolências.

19 setembro 2011

Há uma Crise social e lá surge um paiol…

Interessante que sempre que há alguma movimentação social como aparecem sempre paióis escondidos em zonas mais recônditas do país e sem que nunca se saiba a quem pertenciam.

Salvo naquelas vozes habituais que dizem pertencer a este, aquele ou aqueloutro, que, por acaso, é sempre o mesmo destinatário político.

Agora apareceram paióis no lugarejo de Nhemba, comuna de Kalussinga, município do Andulo, província do Bié, como anuncia a ANGOP.

E se reparamos, ou confrontarmos com outros casos, o tipo de material detectado é quase sempre o mesmo...

De qualquer forma ainda bem que são assinalados a tempo de se evitar algum desastre pessoal.

Jogos Africanos Maputo 2011 - Classificação final de Medalhas


Dos 4 países afro-lusófonos, só Cabo Verde não conseguiu arrecadar qualquer medalha, embora estivesse perto, por mais de uma vez.

Fonte: http://196.28.226.22/ENG/ZZ/ZZS100A_@@@@@@@@@@@@@@@@@ENG.htm

17 setembro 2011

A crise estudantil de Angola

Os protestos estudantis angolanos na sua contestação ao Poder segundo a visão de Lara Pawson, no britânico The Guardian, onde faz uma análise à situação angolana e à similitude de vigência de governação entre José Eduardo dos Santos, Teodore Obiang Nguema, da Guiné-Equatorial, (por acaso há só 49 dias de diferença entre ambos à frente de cada País) e a monarquia castrense, em Cuba.

Os alunos estão chocalhando regime de Angola: Protestos nas ruas de Luanda mostram que os jovens estão cada vez mais dispostos a falar contra o governo envelhecido” tradução pessoal e literal de um texto interessante, em inglês, que aconselho vivamente!

Principalmente para quem deve estudar e ponderaar os problemas sociais e as suas crises…

Um acto de censura nunca dignifica a Democracia!

A fazer fé nas notícias do Club-K – e parece que são veras e credíveis, porque cita um comunicado de imprensa da “Independente Universal Produções” – o músico “Brigadeiro 10 pacotes” terá visto um seu disco, A ditadura da pedra, ser proibido – leia-se, impedido de sair – de se vender pelo Ministério da Cultura por “alegadamente conter criticas ao Presidente José Eduardo dos Santos e ao MPLA”.

Ora, num qualquer tipo de regime, chama-se a isto “Censura”!

Não está em causa a censura ao disco mas o acto de Censura que numa Democracia é sempre questionável e inqualificável.

Não é um qualquer Ministério, mesmo que de Cultura que pode, ou deve, impedir uma qualquer venda fonográfica ou de qualquer outro tipo de cultura.

Se, no caso, o disco – ou a canção – contem palavras pouco dignas para quem quer que seja, existem Tribunais para os visados se ressarcirem e castigarem os prevaricadores.

E serão – ou deveriam de o ser, numa Democracia de pleno direito – os Tribunais a decidirem qual o acto de Justiça a praticar.

Mesmo que isso, é só os Tribunais o poderão e deverão fazê-lo, implique a cassação do disco ou de um livro, ou de uma outra obra de arte…

Pululu no Global Voices 1



ou

16 setembro 2011

E depois de Kadhafi?

"[Isto foi o envio de] “(…)um forte sinal aos ditadores e tiranos da região e no mundo: eles não devem desconsiderar a voz do seu próprio povo nas eleições livres e justas e haverá consequências para os que se agarrem ao poder”; assim declarava Hillary Clinton, Secretária de Estado dos EUA, após a deposição de Gbagbo, na Cote d’Ivoire.

Depois de Ben Ali (Tunísa), de Hosni Mubarak (Egipto) e de Gbagbo, três dos quatro ou cinco membros da gerontocracia política africana auto-radicada e ainda em actividade, coube a Muammar Kadhafi a fava seguinte.

No passado dia 1 de Setembro, Kadhafi fez – faria – 42 anos que estava no Poder, desde que depôs o rei Idris I e instaurou a república árabe e socialista. Fez, ou faria, porque no momento que escrevo estas linhas, a União Africana (UA) ainda continua a não reconhecer o actual poder rebelde da Líbia, consubstanciado no Conselho Nacional de Transição.

E até se compreende, quando a UA quer acabar com as deposições anárquicas e/ou anti-constitucionais evocando o seu actual articulado, sobretudo quando advoga o fim de “(…)todas as formas de assassinatos políticos e actividades subversivas contra os Estados africanos provocadas por vizinhos ou outros Estados” o que, reconheça-se, também acabou por acontecer na Líbia com a intervenção da OTAN sob a umbrella das Nações Unidas.

E foi devido a esse (este) princípio que a Argélia aceitou a presença dos familiares de Kadhafi – e falta saber se ele também lá não estava, como informaram alguns dos colaboradores de um seu filho, e os argelinos omitiram isso – como outro dos geroncratas africanos, o senhor Mugabe, decidiu expulsar os diplomatas líbios em Harare porque depuseram a bandeira d’ Al-Jamahiriyyah e repudiaram o dirigente líbio, que mantém em Mugabe um incondicional aliado. (...)" (continuar a ler aqui)
Publicado no , edição 191, de 16Set2011, página 26.

Uma Democracia musculada?

"A Democracia pode ser uma ditadura mas, como afirmava Churchill, é, claramente, a melhor das ditaduras. Todavia, parece que há, em Angola, quem a queira torná-la numa amostra das senão piores, pelo menos numa das mais musculadas.

Isso se constata nas infelizes palavras de BB (Bento Bento) ao invectivar os seus correlegionários para caminhos pouco agradáveis numa Democracia.

Pode-se – e deve-se – arregimentar os compagnon de routes para campanhas políticas. Mas não se deve enfileirar os mesmos para actos que possam colocar em causa a democraticidade de um Povo, de um País, de uma Nação.

E o que BB fez, recentemente, foi isso mesmo.

É bonito invectivar a Oposição – onde ela anda, se é que, realmente, existe? – a tentar fazer melhor que o seu partido. Nada mais natural. O que já não é natural é afirmar que Angola, evocando a – já, gostaria de dizer assim, – quase esquecida guerra fratricida, o que seria ideal para o desenvolvimento sustentado do País, não pode respeitar a “totalidade dos Direitos Humanos” porque isso é demonstrar que o País não está, ainda, pronto para a Democracia o que, a fazer fé, na maioria dos discursos dos seus compagnon de routes isso não é verdade. Bem pelo contrário!

Nem é bom evocar a Líbia para justificar os receios que demonstra face às últimas manifestações populares registadas em Luanda, na Namíbia e no Bié. Exceptuando a de Luanda, todas as outras eram devidas a problemas sociais ou policiais. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)

Publicado no , secção "Colunistas"

15 setembro 2011

Vistos entre Angola e Portugal revistos

(imagem internet)

De acordo com uma notícia veiculada pela emissora católica portuguesa, Rádio Renascença, vai ser assinado hoje entre os ministros de relações exteriores angolano, George Chicoty, e português, Paulo Portas, um novo acordo de vistos entre os dois países que será mais – muito mais, sublinhe-se, – facilitado.

Assim, e de acordo com aquela emissora, os vistos passam a ser multi-entradas e válidos por 90 dias por semestre, para os de visita de curta duração – o que quer dizer que são válidos por 180 dias –, enquanto os de longa duração, ou profissionais, serão válidos por 3 anos.

O acordo prevê ainda que as concessões de vistos não excedam oito dias para as de curta duração, a partir da data de entrega do pedido, e de 30 dias para os vistos laboral.

13 setembro 2011

Angolana é Miss Universo 2011

(imagem Sapo.ao "Mulher Angola")

Posso não concordar, e não concordo, com certos tipos de concursos mas não posso deixar de me alegrar com o título que a benguelense Leila Lopes obteve, esta madrugada, na cidade brasileira de São Paulo: o de Miss Universo 2011.

Que a vencedora saiba fazer cumprir os seus sonhos e também saiba ajudar, com a sua beleza e, certamente, com a sua inteligência, a tornar maiores os sonhos de muita gente, de muitos africanos e, principalmente, de muitos angolanos!

Parabéns Leila Lopes! Parabéns acácias que tão bela filha nos deram…

E agora vamos aguardar que alguém não se vá aproveitar deste evento mas esconder "desgraças"...

11 setembro 2011

Senegal vence basquete feminino

Este não está a ser um bom ano para o basquete angolano.

Depois de baquearmos no Afrobasket, em masculinos, onde nos quedámos no segundo lugar, desta feita foi o basquete feminino, apesar de terem melhorado uma posição face aos últimos jogos, ou seja, ficámos pela prata. O ouro, e de novo, foi para a actual detentora do título, a selecção do Senegal, que venceu por 64-57, depois de um demolidor terceiro período onde recuperou da desvantagem que registava do final da primeira parte (28-51).

Recordemos que na primeira fase, e no seu grupo, as senhoras de Angola só tinha ganho às do Senegal, nos momentos finais, por 54-52.

Parabéns ao Senegal porque, sejamos claros, souberam fazer por isso., nomeadamente, onde mais foram mais fortes, nos lançamentos triplos e nos lances-livres.

Quanto ao terceiro lugar, ou estava distraído ou a TPA esqueceu-se de os anunciar. Eu pelo menos não o ouvi. E como jogaram Moçambique e Nigéria pelas medalhas e como o portal oficial está muito débil, pode ser que ainda consiga, mais tarde, obter essa informação. É que a ANGOP também prima pela omissão e o SAPO.mz, só nos oferece o resultado do jogo em masculinos…

Por isso o cartune está como está…

NOTA: Apesar da Tabela, a esta hora da noite - e do dia - (00,25 horas de Luanda!!), ainda não estar actualizada já soube que as nossas irmãs Mambas foram derrotadas pelas nigerianas por 72-69, pelo que a medalha de bronze foi para a Nigéria relegando Moçambique para o 4º lugar!

Foi há 10 anos!!…

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1(Entre as duas Torres) 2(N.York visto do miradouro do WTC)
(©Fotos Elcalmeida, 1988)

Nos inícios de Abril de 1988 estive num dos edifícios do World Trace Center e num dos seus maravilhosos miradouros, como mostram estas fotos que eu fiz.

Infelizmente, a 9 de Setembro de 2001, indivíduos, sob a capa de valores que ainda ninguém conseguiu, realmente, sejamos honestos e frontais, descortinar nem perceber, enviaram duas aeronaves repletas de pessoas inocentes contra as duas Torres provocando os seus colapsos e, com eles, a morte de mais de 3 mil pessoas em que a única culpa que tinham era de estarem nos referidos edifícios do WTC!

A religião, a economia e a política têm sido os leitmotiv para os casos e subsequências posteriores que ainda persistem…

06 setembro 2011

E depois da manif de 3 de Setembro?

"Um grupo de jovens – e parece que menos jovens, também – propuseram-se a efectuar uma manifestação no passado sábado 3 de Setembro (desculpem mas ainda escrevo segundo a terminologia lusófona angolana) visando, entre outras coisas, a democraticidade da vida política nacional.

Segundo o que pude ler nas vésperas esta intenção teve a concordância e autorização do Governo Provincial de Luanda, ao abrigo do disposto constitucionalmente.

Daí que não se entenda porquê da citada manifestação ter degenerado em violência, como se pode ler na Manchete do Notícias Lusófonas e em outros órgãos de informação, nomeadamente, internacionais, como a televisão árabe Al-Jazeera ou na VOA News o que compromete, claramente, a política de “pacificação” e “solidariedade” do governo sediado na bela cidade da Kianda.

Mais, quando são detidos jovens e idosos em parte incerta e, segundo o que corre nos espaços sociais cibernéticos, os presos – e também feridos – estão incontactáveis quer aos advogados que demandam as esquadras onde, supostamente, estarão encarcerados, ou acesso aos cuidados primários pelos familiares daqueles que estão interceptados como vitimizados.

Mal, muito mal está um País que vê uma manifestação, ainda mais autorizada, terminar em desmandos com detidos e vítimas (quais que elas sejam). (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)

Publicado no Notícias Lusófonas, "Colunistas", de hoje

05 setembro 2011

Timor-Leste um exemplo a seguir?...

A fazer fé nas notícias que chegam de Timor-Leste não há dúvidas que é – e deve ser – um exemplo para outros Estados irmãos da Lusofonia.

Em Timor-Leste o poder judicial está bem separada do poder político como se pode constatar pelo facto da Comissão Anti-Corrupção (CAC) do país ter enviado para o Ministério Público, alguns dos processos relativos a 16 casos de corrupção porque envolvem membros do governo timorense.

De acordo com a lei timorense a CAC tem competência de promover a investigação, em conjunto com o Ministério Público, embora caiba a este último fazer acusação final, depois de estudar a investigação feita por aquela.

Agora vamos aguardar os próximos desenvolvimentos e que os culpados sejam exemplarmente condenados.

Civil e politicamente sentenciados!

Jornal de Notícias... Quo Vadis?


Há cerca de 13 horas surgia no Facebook esta mensagem com parte de uma informação escrita do Jornal de Notícias que não merece qualquer comentário, salvo... Jornalistas, voltem, estão perdoados!

Vá lá, agora quando entrei no artigo para me deliciar um pouco mais, verifiquei que alguém deve ter recolhido um pouco de sanidade mental e rectificou o triste lapso...

04 setembro 2011

A manif de 3 de Setembro...

Segundo sei esta manifestação estava autorizada pelo Governo de Luanda pelo que não compreendo o que levou as autoridades a ter uma atitude que parece ter sido repressiva.

Por certo, e só me posso guiar pelas notícias que ouvi, televi e li (aqui, aqui ou aqui e aqui) ou como a que se segue, parte, do Notícias Lusófonas, que terá de ter havido algo que transbordou a taça.

Segundo televi na no noticiário das 20 horas da RTP, em despacho do seu correspondente, até a sua equipa terá sido alvo de ataque de pessoas mas que não consegui perceber quem eram.

Algo está mal, principalmente quando uma manifestação termina em violência, em detidos - que, segundo alguns emails, estão incomunicáveis, mesmo para o advogado - ou em vítimas.

Não esqueçamos que a chamada "primavera Árabe" começou com pequenas manifestações que degeneraram em graves crises sociais e... políticas...

"Manif contra Dos Santos resulta em morto(s), feridos e detidos"

Um número (in)determinado de agentes da Polícia Nacional travou, in extremis, a marcha que cerca de trezentos manifestantes pretendiam fazer em direcção ao Palácio Presidencial da Cidade Alta, depois de se terem manifestado na Praça da Independência na manhã deste sábado. O ponto mais alto da referida manifestação teve lugar na Avenida Joaquim Kapango (imediações da igreja Sagrada Família) onde registou-se um confronto entre militantes da JMPLA e os manifestantes. Da refrega resultou um morto, alguns feridos e vários detidos. O jornalista angolano Alexandre Neto, ao serviço da emissora Voz da América, reportou a manifestação que teve como escopo "exigir” a destituição de José Eduardo dos Santos" e a "democratização dos órgãos públicos"


A polícia conseguiu travar os manifestantes já perto de mil e quinhentos metros do local de onde partiu, em parte graças a intervenção de homens à civil fisicamente bem constituídos que se supõe pertencerem as forças especiais. Várias pessoas ficaram feridas, outras detidas e alguns jornalistas agredidos em consequência da manifestação que hoje um grupo de jovens angolanos realizou em Luanda para exigir a destituição do presidente José Eduardo dos Santos. A polícia nacional reprimiu violentamente a marcha de centenas de manifestantes que se dirigiam para o palácio presidencial, na cidade Alta. Pelo menos dois feridos foram registados durante as investidas protagonizadas pela polícia que teve de pedir reforços em homens e meios. (...)"

03 setembro 2011

10º Jogos Africanos em Moçambique, Maputo-2011

Inicia-se oficialmente, amanha, 3 de Setembro os X Jogos Africanos Maputo-2011 com a cerimónia de abertura dos jogos no novo Estádio Nacional.

Hoje, houve a apresentação oficial da comitiva moçambicana ao presidente Armando Guebuza que pediu empenho dos atletas em prole do nome do País e que, se possível, o contemple com medalhas, recordando o feito das senhoras do basquetebol feminino que há vinte anos conquistaram o ouro nos Jogos Africanos de Cairo-1991. “Têm aqui uma oportunidade para fazerem história e para, através dos vossos resultados, ficarem associados às honras e glórias que estes Jogos vão registar. Os medalhistas aqui presentes servem de referência e de encorajamento para cada um de vós lhes seguir na peugada”, sublinhou o Chefe do Estado moçambicano.

Mas se o líder moçambicano pediu empenho aos atletas também o fez ao público, em geral, ao exortar a todos os moçambicanos para convergirem aos recintos dos Jogos para apoiarem os nossos atletas e para fazerem festas memoráveis, festas que dignifiquem Moçambique e o nosso continente”.

Mas se a apresentação oficial é amanhã já hoje aconteceram algumas actividades desportivas como o basquetebol feminino, no pavilhão do Desportivo de Maputo, entre as senhoras de Angola e do Senegal, com a vitória das angolanas por 56-52 (20-27 ao intervalo) o que espelha quão foi equilibrada esta partida. Ainda em basquetebol, a selecção da Costa do Marfim venceu ao Mali por 68-28, enquanto a Argélia bateu a sua congénere da Nigéria por 48-40. A jornada termina esta noite com o desafio que opõe a selecção anfitriã à do Zimbabué.

Já a contar para a modalidade de Voleibol, a selecção moçambicana estreou-se, no pavilhão do Maxaquene, com derrota, por 0-3 (parciais de 20-25, 16-25 e 17-25), face à sua congénere da Nigéria. Por sua vez o Quénia, próximo adversário das Mambas, derrotou a equipa das Ilhas Seycheles, também por 3-0 (25-22, 25-13 e 25-23).

Fonte Sapo.mz

Publicado na secção de "Desporto" do Notícias Lusófonas, de ontem (http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=29415&catogory=Desporto)

XV Bienal do Rio celebra três escritores de origem angolana.

A 15ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, começou ontem e vai prolongar-se até dia 11. Este ano, que homenageia a cultura e a realidade brasileira conta com a presença de 150 escritores brasileiros e 23 estrangeiros, entre os quais, como convidados especiais, os autores angolanos Pepetela e Ondjaki e o luso-angolano Gonçalo M. Tavares*.

Os escritores convidados, anunciou a organização, têm todos livros editados no mercado brasileiro e vão representar os autores contemporâneos de língua portuguesa fora do Brasil.

Embora os três, Pepetela, Ondjaki e Gonçalo M. Tavares, só façam intervenções no domingo, dia 4 de Setembro, cada um deles é uma referência da programação cultural, conhecida como “Café Literário”. Vai haver conversas intimistas entre os autores e o público seguido de sessões de autógrafos.

De registar que no Café Literário haverão 38 sessões de debates e conversas informais entre escritores e leitores. Por sua vez no debate “Mulher e Ponto”, autoras de livros que retratam variados temas de interesse feminino conversarão e trocarão ideias em 16 sessões.

Ao meio-dia de domingo, Ondjaki participa, ao lado da brasileira Andrea del Fuego, da mesa-redonda que discute a presença da magia na ficção.

Posteriormente, Gonçalo M. Tavares participa no debate “o autor: entre a busca da expressão justa e a aventura da metáfora” juntamente com o belga Michel Laub e a chilena Carola Saavedra, radicada no Brasil.

Pepetela foi o escolhido para falar sobre questões de África e suas relações com o Brasil na palestra intitulada “África-Brasil: transas literárias, transes existenciais”, o autor vai debater com o compositor e escritor Nei Lopes as influências da cultura negra na literatura brasileira.

Com um investimento total de 10,7 milhões de dólares e a expectativa de atrair 600 mil visitantes, a feira é considerada o maior evento editorial brasileiro ao ponto dos organizadores considerarem que o “Brasil passa por um óptimo momento no cenário internacional, tanto económica, como culturalmente” pelo que esta “Bienal tem tudo para ser a melhor de todas”.

Entre os convidados deverá estar a presidente Dilma Rousseff onde irá também participar numa das mesas de debates, para falar sobre “A relação da mulher com o livro”.

A homenagem ao Brasil literário marca praticamente toda a actividade da feira, que conta com uma série de acções para discutir a realidade plumitiva do país. Estão ainda agendados, dois encontros com escritores que criaram sapiências sobre o passado do Brasil, como Laurentino Gomes e Isabel Lustosa, que prometem promover debates “nada convencionais” acerca das relações históricas com Portugal.

Participam ainda, como convidados especiais, as escritoras norte-americanas Deborah Harkness, autora do livro juvenil "A Descoberta das Bruxas", Hilary Duff, também cantora com cerca de 20 milhões de cópias, e que vai apresentar o livro de ficção e suspense “Elixir”, e Anne Rice, que possui o mérito por ter humanizado o clássico personagem de vampiro na obra "Entrevista com o Vampiro".

Prevê-se que durante os dez dias da bienal sejam lançados cerca de mil títulos, com a expectativa de venda em torno de 2,5 milhões de exemplares.

*Os autores lusófonos:

“Pepetela”, nascido em Benguela em 1941, é o reconhecido pseudónimo do escritor e nacionalista angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, laureado com o prémio Camões (1997) pelo conjunto da sua vasta obra literária.

Já Ondjaki, poeta e prosador luandense, onde nasceu em 1977 sob o nome Ndalu de Almeida, foi laureado com vários prémios literários como: Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco (2007), Grinzane, Etiópia, pelo melhor escritor africano de 2008 e o Prémio Jabuti, Brasil, (2010) na categoria Juvenil. Este prémio é considerado como um dos mais importantes prémios literários brasileiros atribuído em 21 categorias

Gonçalo M. Tavares, escritor da nova vaga literária portuguesa, nascido em 1970, em Luanda, Angola, tem várias obras que mereceram, entre outros, os seguintes prémios literários: Prémio José Saramago (2005), LER/Millennium BCP (2004), Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores "Camilo Castelo Branco" (2007), Branquinho da Fonseca/Fundação Calouste Gulbenkain, Prémio Revelação APE, Prémio Melhor narrativa Ficcional da Sociedade Portuguesa de Autores (2010), Grande prémio Romance e Novela da Associação Portuguesa de Autores (2011), Prémio Portugal Telecom (Brasil, 2007), Internazionale Trieste (Itália, 2008), Belgrado Poesia (Sérvia, 2009), Prix du Meilleur Livre Étranger (França, 2010) e Grand Prix Littéraire du Web Culture (França, 2010).

Fontes Jornal de Angola, Jornal do Rio e Wikipédia

Publicado no Notícias Lusófonas secção "Cultura" de ontem (http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=29416&catogory=Cultura)