Juntemos na irradicação da fome em África - ou no Mundo - mas sejamos sensatos.
Segundo o jornal queniano, “Nation” e citado pelo Diário Digital, uma das principais marcas neozelandesas de comida para cão ofereceu 42 toneladas de alimento para animais para o Quénia, com o fim de minorar a fome está a vitimar milhões de crianças.
“(...) De acordo com um porta-voz do governo queniano, o director dos serviços de saúde do país, James Myikal, disse que «por nenhuma razão se pode permitir alimentar pessoas com comida para cães».
A proprietária e fundadora da empresa Mighty Mix, Christine Drummond, conhecida na Nova Zelândia pelos biscoitos para cão que fabrica, já respondeu...[para] a responsável, o alimento em causa é muito nutriente, tem um sabor agradável, e a própria … come os biscoitos todas as manhãs, [tendo adiantado] que fez a doação através de uma organização de caridade queniana não como comida para cães para alimentar crianças, mas como «suplemento nutricional». A quantidade oferecida, afirma, poderia alimentar 160 crianças durante dois meses.” (Retirado do Diário Digital onde pode lerintegralmente o artigo.)
Cara senhora, tal como nos outros países, no Quénia há criança e cães. Penso que na Nova Zelândia não serão confundidos.
Que a senhora goste dos biscoitos que fabrica, ninguém estará contra. Que num célebre programa sul-africano de “apanhados” tenham sido filmadas pessoas a comer biscoitos para animais, não significa que todos tenham de ser apanhados.
Que África precise de quem lhes minore a fome, já todos sabemos. Mas, por favor, sejamos sensatos e não insultemos nem a inteligência nem as dificuldades de cada um. E principalmente se são terceiros que os criam...
31 janeiro 2006
Beto Gourgel: o último compasso do Trovador
(foto retirada do Tantã Cultural, ed. 201, da Total E&P Angola)
Com a devida vénia, transcrevo, na íntegra, um artigo de opinião de Jerónimo Belo, publicado no Suplemento Cultural do Jornal de Angola (que, infelizmente, não se consegue aceder via online) de 29.Jan.2006, facultada pelo próprio autor.
De ressalvar, que a morte de Beto Gourgel foi largamente noticiada e lamentda, desde o Djibuti ao Sudão; de Camarões a imprensa árabe e europeia. Em Portugal pouco, ou nada, se falou - que eu visse...
Com a devida vénia, transcrevo, na íntegra, um artigo de opinião de Jerónimo Belo, publicado no Suplemento Cultural do Jornal de Angola (que, infelizmente, não se consegue aceder via online) de 29.Jan.2006, facultada pelo próprio autor.
De ressalvar, que a morte de Beto Gourgel foi largamente noticiada e lamentda, desde o Djibuti ao Sudão; de Camarões a imprensa árabe e europeia. Em Portugal pouco, ou nada, se falou - que eu visse...
"..................................................Tem dias que a gente se sente
....................................................................Como quem partiu ou morreu
....................................................................A gente estancou de repente
....................................................................Ou foi o mundo então que cresceu...
...................................................................Chico Buarque, in: Roda Viva
Estou a ver-te resignado e infeliz depois de tudo isto. E admito que não tenhas conseguido ainda o tempo e tranquilidade para a leitura da linda mukanda que o Manuel Dionísio te enviou. Se por aí a moda da censura à correspondência ainda não se instalou, a carta chegar-te-á brevemente. Mais dia menos dia. Entretanto vai compondo a próxima trova. Tempo aí é coisa que não te vai faltar.
Meu caro Beto,
Escrevo-te na amargura da tua partida.
Podias ter avisado aos mais chegados, aos mais íntimos e também aos que continuam a dar valor e a acreditar serenamente em certos “ismos”. E quando o noticiário às 7 da manhã no dia da Cidade – e de Tom Jobim – informou ao país que, num gesto egoísta de corporativismo divino, os Deuses haviam exigido a tua presença, cheguei a admitir que poderia tratar-se de um engano. Afinal existem tantos Betos...
Mas não era engano. Tratava-se mesmo do músico e cantor Beto Gourgel; aquele que do alto de um apartamento na Rua da Missão olhava para o mundo já com alguma indiferença, apesar de ter fundamentado a sua existência em valores e princípios inegociáveis.
Numa altura em que o mundo vive uma enorme sensação de vazio e vê – dia após dia – esfumarem-se as causas emancipadoras do nosso destino colectivo, sabe bem, tem um gosto muito especial, conviver, partilhar – nessa existência empobrecida de projecto – algum tempo com alguém com novas ambições, novos sonhos, com quem se reaprende a regressar ao sentido sublime e único da vida partilhada.
Numa altura, dizia-te, em que a usura da vida quotidiana e a erosão da política – espectáculo, nos convida para os braços gorduchos e tentadores do banal, do imediato, do instantâneo, faz todo o sentido ter um amigo como tu sabias sê-lo e conhecer gente como disse o Manuel Alegre “ Alguém que resiste, Alguém que diz não”.
Foi assim que me habituei a admirar-te de longe, quase em silêncio, a seguir-te o rasto e o trajecto com altos e baixos, dissonâncias, crescendos e diminuendos como nas partituras de Mozart, desde aquele dia – já antigo, em que me apresentaste aqui em Luanda o Zeca Afonso e o Adriano Correia de Oliveira – teus companheiros em Portugal.
Contigo, Meu caro Beto, partilhei belas estórias, o inesquecível programa na LAC do Manuel Rui “Cola & Gengibre”, sessões de música, violões, canções. E, sobretudo, sonhos.
E, por amarga ironia, partilhei ainda contigo essa amputação incurável que é a perda de um filho; amputação para a qual não existe prótese, nem Medicina Física e de Reabilitação. Não existe nada. Aprendemos à custa de um inenarrável sacrifício que a “ saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”, como diz o Chico Buarque.
Beto: pelo teu exemplo nas pequenas coisas continuo a acreditar que nós – os da “esquerda festiva” que mistura Marx com Semba e Jazz com algum vinho tinto, temos ainda a capacidade de acreditar na nossa vontade de contribuir para se fazer História e nos valores da solidariedade humana que resistem – teimosamente – à caducidade iminente. Aqui, ali, em qualquer lugar, como diz aquela bonita cantiga dos Beatles do nosso tempo de Liceu.
Querido Companheiro,
É muito difícil escrever uma carta a um amigo com o qual se partilhou tanta coisa, correm-se riscos. Mas persiste, em todas as amizades, uma espécie de terra incógnita, de zona protegida, que poucos conhecem. Às vezes nem o próprio.
Há tanta coisa que desconheço, mas no entanto, posso afirmar:
- De ti direi simplesmente que fizeste da Trova a tua mensagem política de homem de esquerda (na era da Globalização um rótulo sem sentido próprio de países subdesenvolvidos) e de cidadão do mundo... E a tua existência foi uma vida de causas.
E recordo-me da tua argúcia, do humor criativo e às vezes corrosivo, a sensibilidade, a ausência de papas na língua. E sobretudo da tua capacidade de afecto e a forma fortíssima como acreditavas naquilo que fazias e como pensavas que a cultura era (é) um direito de todos.
E guardarei aquela tua inquietação antiga, confidenciada certa manhã na Biker:
-Não sabem muitos cantores se hão-de cantar Lisboa ou Cunene.
Meu Caro Beto,
Nunca foi tão grande a distância entre o que somos e o que poderíamos ser.
Está tudo aí. Todos somos testemunhas e actores. Os processos estão aí, desafiando-nos, exigindo um esforço de análise talvez mais árduo do que aquele que foi realizado pelos nossos mais-velhos, os nossos mestres.
Não sei exactamente (alguém saberá?) em que medida os processos em curso alteraram as condições sociológicas da nossa existência, e em que direcção.
Vivemos uma espécie de “ crise do destino”, como disse Walter Benjamin.
É possível que um dia a História nos pergunte a todos:
-Afinal, quem são vocês? O que pretendem? O que querem ser?
Deixa lá. Temos hesitado em enfrentar corajosamente questões tão complexas e radicais. É melhor falar de macroeconomia, sobretudo agora com a subida do preço do petróleo.
E ao qu’isto chegou, a urgente invenção do futuro com vista ao resgate, reinvenção e desenvolvimento da Nossa Terra, vai tornar-se muito penosa. Para todos.
AtéJazz Meu Irmão Beto: és o último trovador."
....................................................................Como quem partiu ou morreu
....................................................................A gente estancou de repente
....................................................................Ou foi o mundo então que cresceu...
...................................................................Chico Buarque, in: Roda Viva
Estou a ver-te resignado e infeliz depois de tudo isto. E admito que não tenhas conseguido ainda o tempo e tranquilidade para a leitura da linda mukanda que o Manuel Dionísio te enviou. Se por aí a moda da censura à correspondência ainda não se instalou, a carta chegar-te-á brevemente. Mais dia menos dia. Entretanto vai compondo a próxima trova. Tempo aí é coisa que não te vai faltar.
Meu caro Beto,
Escrevo-te na amargura da tua partida.
Podias ter avisado aos mais chegados, aos mais íntimos e também aos que continuam a dar valor e a acreditar serenamente em certos “ismos”. E quando o noticiário às 7 da manhã no dia da Cidade – e de Tom Jobim – informou ao país que, num gesto egoísta de corporativismo divino, os Deuses haviam exigido a tua presença, cheguei a admitir que poderia tratar-se de um engano. Afinal existem tantos Betos...
Mas não era engano. Tratava-se mesmo do músico e cantor Beto Gourgel; aquele que do alto de um apartamento na Rua da Missão olhava para o mundo já com alguma indiferença, apesar de ter fundamentado a sua existência em valores e princípios inegociáveis.
Numa altura em que o mundo vive uma enorme sensação de vazio e vê – dia após dia – esfumarem-se as causas emancipadoras do nosso destino colectivo, sabe bem, tem um gosto muito especial, conviver, partilhar – nessa existência empobrecida de projecto – algum tempo com alguém com novas ambições, novos sonhos, com quem se reaprende a regressar ao sentido sublime e único da vida partilhada.
Numa altura, dizia-te, em que a usura da vida quotidiana e a erosão da política – espectáculo, nos convida para os braços gorduchos e tentadores do banal, do imediato, do instantâneo, faz todo o sentido ter um amigo como tu sabias sê-lo e conhecer gente como disse o Manuel Alegre “ Alguém que resiste, Alguém que diz não”.
Foi assim que me habituei a admirar-te de longe, quase em silêncio, a seguir-te o rasto e o trajecto com altos e baixos, dissonâncias, crescendos e diminuendos como nas partituras de Mozart, desde aquele dia – já antigo, em que me apresentaste aqui em Luanda o Zeca Afonso e o Adriano Correia de Oliveira – teus companheiros em Portugal.
Contigo, Meu caro Beto, partilhei belas estórias, o inesquecível programa na LAC do Manuel Rui “Cola & Gengibre”, sessões de música, violões, canções. E, sobretudo, sonhos.
E, por amarga ironia, partilhei ainda contigo essa amputação incurável que é a perda de um filho; amputação para a qual não existe prótese, nem Medicina Física e de Reabilitação. Não existe nada. Aprendemos à custa de um inenarrável sacrifício que a “ saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”, como diz o Chico Buarque.
Beto: pelo teu exemplo nas pequenas coisas continuo a acreditar que nós – os da “esquerda festiva” que mistura Marx com Semba e Jazz com algum vinho tinto, temos ainda a capacidade de acreditar na nossa vontade de contribuir para se fazer História e nos valores da solidariedade humana que resistem – teimosamente – à caducidade iminente. Aqui, ali, em qualquer lugar, como diz aquela bonita cantiga dos Beatles do nosso tempo de Liceu.
Querido Companheiro,
É muito difícil escrever uma carta a um amigo com o qual se partilhou tanta coisa, correm-se riscos. Mas persiste, em todas as amizades, uma espécie de terra incógnita, de zona protegida, que poucos conhecem. Às vezes nem o próprio.
Há tanta coisa que desconheço, mas no entanto, posso afirmar:
- De ti direi simplesmente que fizeste da Trova a tua mensagem política de homem de esquerda (na era da Globalização um rótulo sem sentido próprio de países subdesenvolvidos) e de cidadão do mundo... E a tua existência foi uma vida de causas.
E recordo-me da tua argúcia, do humor criativo e às vezes corrosivo, a sensibilidade, a ausência de papas na língua. E sobretudo da tua capacidade de afecto e a forma fortíssima como acreditavas naquilo que fazias e como pensavas que a cultura era (é) um direito de todos.
E guardarei aquela tua inquietação antiga, confidenciada certa manhã na Biker:
-Não sabem muitos cantores se hão-de cantar Lisboa ou Cunene.
Meu Caro Beto,
Nunca foi tão grande a distância entre o que somos e o que poderíamos ser.
Está tudo aí. Todos somos testemunhas e actores. Os processos estão aí, desafiando-nos, exigindo um esforço de análise talvez mais árduo do que aquele que foi realizado pelos nossos mais-velhos, os nossos mestres.
Não sei exactamente (alguém saberá?) em que medida os processos em curso alteraram as condições sociológicas da nossa existência, e em que direcção.
Vivemos uma espécie de “ crise do destino”, como disse Walter Benjamin.
É possível que um dia a História nos pergunte a todos:
-Afinal, quem são vocês? O que pretendem? O que querem ser?
Deixa lá. Temos hesitado em enfrentar corajosamente questões tão complexas e radicais. É melhor falar de macroeconomia, sobretudo agora com a subida do preço do petróleo.
E ao qu’isto chegou, a urgente invenção do futuro com vista ao resgate, reinvenção e desenvolvimento da Nossa Terra, vai tornar-se muito penosa. Para todos.
29 janeiro 2006
CAN 2006... adeus?
(c) CAF/CAN2006, Egipto
Angola 3 Togo 2
Alguém entende como se substitui Akwá por Mantorras quando precisamos de marcar golos para não depender de terceiros.
E quando terceiros dão aquele triste espectáculo como foram os últimos 20/25 minutos em que Congo Democrático pouco atacava - mas defendia como podia - e os Camarões após mandarem duas bolas ao travessão pura e simplesmente começaram a emitar um célebre jogo entre duas equipas europeias em que decididamente jogavam para passar porque sabiam que o empate a zero servia a ambas para esatrem na fase seguinte. Foi, simplesmente, um perfeito anti-jogo que se viu por parte dos Camarões (só por curiosidade o antigo treinador dos Camarões e que os levou a um patamar brilhante é o actual treinador do Congo Dem.).
Será que a CAF deixará passar em branco esta triste imagem que deram do futebol africano?
Parecia uma união francófona do futebol. E não terá sido? Intervenção divina, como afirma o CAFOnline, é que não terá sido apesar do título "DR CONGO ESCAPE AS ANGOLA RECOVER TOO LATE"; pois foi.
Mas, diga-se, também e em abono da verdade, que Angola foi a única culpada desta situação.
Por isso pergunto uma vez mais? apesar de já ter um amarelo, era necessário substituir um avançado por outro ou deveria ter havido mais coragem?
Mas Angola também se pode queixar da equipa de arbitragem quando "anulam" o segundo golo por pretenso fora-de-jogo e quando Akwá está entre dois adversários e bem antes deles. Onde está a norma da FIFA? a da protecção dos avançados em caso de dúvida?
Esperemos que tenha servido de lição para o Mundial. Esperemos e honra aos bravos vencidos!!! E depois, vamos até ao CAN2008, em Argélia, salvo erro..
Ah!! E já agora marcar encontro para dia 4 de Fevereiro, para o espectacular Camarões-Costa do Marfim, ou seja, para o confronto Eto'o - Drogba... uf!!
Angola 3 Togo 2
Alguém entende como se substitui Akwá por Mantorras quando precisamos de marcar golos para não depender de terceiros.
E quando terceiros dão aquele triste espectáculo como foram os últimos 20/25 minutos em que Congo Democrático pouco atacava - mas defendia como podia - e os Camarões após mandarem duas bolas ao travessão pura e simplesmente começaram a emitar um célebre jogo entre duas equipas europeias em que decididamente jogavam para passar porque sabiam que o empate a zero servia a ambas para esatrem na fase seguinte. Foi, simplesmente, um perfeito anti-jogo que se viu por parte dos Camarões (só por curiosidade o antigo treinador dos Camarões e que os levou a um patamar brilhante é o actual treinador do Congo Dem.).
Será que a CAF deixará passar em branco esta triste imagem que deram do futebol africano?
Parecia uma união francófona do futebol. E não terá sido? Intervenção divina, como afirma o CAFOnline, é que não terá sido apesar do título "DR CONGO ESCAPE AS ANGOLA RECOVER TOO LATE"; pois foi.
Mas, diga-se, também e em abono da verdade, que Angola foi a única culpada desta situação.
Por isso pergunto uma vez mais? apesar de já ter um amarelo, era necessário substituir um avançado por outro ou deveria ter havido mais coragem?
Mas Angola também se pode queixar da equipa de arbitragem quando "anulam" o segundo golo por pretenso fora-de-jogo e quando Akwá está entre dois adversários e bem antes deles. Onde está a norma da FIFA? a da protecção dos avançados em caso de dúvida?
Esperemos que tenha servido de lição para o Mundial. Esperemos e honra aos bravos vencidos!!! E depois, vamos até ao CAN2008, em Argélia, salvo erro..
Ah!! E já agora marcar encontro para dia 4 de Fevereiro, para o espectacular Camarões-Costa do Marfim, ou seja, para o confronto Eto'o - Drogba... uf!!
E trinta anos depois…
(Cliquem para aumentar a imagem; fotos disparadas por mim, daí a qualidade; ©Elcalmeida)
...E trinta anos depois vejo nevar em Lisboa.
Exacto, hoje, 29 de Janeiro de 2006, estou a ver nevar em Lisboa.
A última vez que vi nevar foi na Rússia, em Abril de 1989, numa viagem organizada pela Universidade Lusíada.
Depois disso, via neve, sim mas quando ia, ou vou, à Serra da Estrela.
E se eu hoje vi nevar pela primeira vez em Lisboa, as minhas duas filhas viram nevar pela primeira vez em toda a sua vida.
Não há dúvidas que, para um africano, é uma sensação indescritível.
… E quase três horas depois, ainda continuam a cair belos farrapos de algodão frio.
Existência de Jesus levada a Tribunal
Cristo-rei, na Senhora do Monte, Lubango; © foto desconhecida e retirada daqui.
Um italiano, Luigi Cascioli, levou a um tribunal do norte de Roma um padre, Enrico Righi, por este afirmar que Jesus existiu de facto (a matéria pode ser lida toda n’ A Tribuna do Mato Grosso).
De acordo com a acusação não estará em causa a existência de Jesus, como tal, mas o facto da igreja católica estar a aproveitar-se desse hipotético facto para violar duas leis italianas: “..."abuso de crença popular" na qual alguém engana fraudulentamente as pessoas; e "personificação", quando alguém obtém ganhos atribuindo um falso nome a alguém”.
Apesar da polémica - e sei que isto irá causar imensa polémica - que este facto causará, não só na Igreja Católica, como em todas as Igrejas Cristãs, e mesmo na Islâmica, onde Cristo é reconhecido como um Profeta - e atenção que o acusador fala e questiona sempre "Jesus" e nunca "Cristo" -, por mim, e só falo por mim, não me preocupa como é que um ateu e um padre católico conseguirão dirimir as suas ideias teológicas. O que me cria expectativa é ver como o juiz italiano, Gaetano Mautone, irá julgar esta questão e se terá condições para tal.
Não tenhamos dúvidas. Qualquer que seja a sua decisão essa será sempre objecto de inúmeras críticas. Pena haver quem se aproveite de dogmas para obter ganhos e relevos públicos.
Uma nota complementar. O acusador, já prevendo a derrota da sua acusação ameaça ir para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Ou seja, uma matéria para dar e durar.
Sei que isto vai criar polémica. Mas também não é da polémica que as verdades emergem ou cimentam.
Um italiano, Luigi Cascioli, levou a um tribunal do norte de Roma um padre, Enrico Righi, por este afirmar que Jesus existiu de facto (a matéria pode ser lida toda n’ A Tribuna do Mato Grosso).
De acordo com a acusação não estará em causa a existência de Jesus, como tal, mas o facto da igreja católica estar a aproveitar-se desse hipotético facto para violar duas leis italianas: “..."abuso de crença popular" na qual alguém engana fraudulentamente as pessoas; e "personificação", quando alguém obtém ganhos atribuindo um falso nome a alguém”.
Apesar da polémica - e sei que isto irá causar imensa polémica - que este facto causará, não só na Igreja Católica, como em todas as Igrejas Cristãs, e mesmo na Islâmica, onde Cristo é reconhecido como um Profeta - e atenção que o acusador fala e questiona sempre "Jesus" e nunca "Cristo" -, por mim, e só falo por mim, não me preocupa como é que um ateu e um padre católico conseguirão dirimir as suas ideias teológicas. O que me cria expectativa é ver como o juiz italiano, Gaetano Mautone, irá julgar esta questão e se terá condições para tal.
Não tenhamos dúvidas. Qualquer que seja a sua decisão essa será sempre objecto de inúmeras críticas. Pena haver quem se aproveite de dogmas para obter ganhos e relevos públicos.
Uma nota complementar. O acusador, já prevendo a derrota da sua acusação ameaça ir para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Ou seja, uma matéria para dar e durar.
Sei que isto vai criar polémica. Mas também não é da polémica que as verdades emergem ou cimentam.
28 janeiro 2006
Adeus ao primeiro troféu da época
BENFICA 1 SPORTING 3
É isso! O Benfica disse adeus ao primeiro troféu da época.
As sinceras felicitações ao Sporting e aos sportinguistas pela conquista do campeonato... da 2ª Circular. Mereceram-no. Tal como parecem ter já ganho o troféu BES.
Mas, se não se importam, ainda assim espero ganhar o troféu maior: o Nacional.
Coisas! Não se pode mudar o destino clubístico. Nasce-se benfiquista e benfiquista continuaremos sempre a ser...
Ah!! e ao contrário do que a sondagem do sítio "Sapo.pt" não me parece que o árbitro tenha contribuído para o resultado apesar, de parecer haver uma carga sobre Nuno "Gomes" ou no 3º golo Liedson parecer estar, no mínimo, em linha; mas aí aplaudo a equipa de arbitragem; em caso de dúvidas protege-se a equipa de ataca. Excepto no caso primeiro mas, também aí, o julgamento é, no mínimo, difícil.
Ok! aceito o resultado mas quero o Campeonato maior.
É isso! O Benfica disse adeus ao primeiro troféu da época.
As sinceras felicitações ao Sporting e aos sportinguistas pela conquista do campeonato... da 2ª Circular. Mereceram-no. Tal como parecem ter já ganho o troféu BES.
Mas, se não se importam, ainda assim espero ganhar o troféu maior: o Nacional.
Coisas! Não se pode mudar o destino clubístico. Nasce-se benfiquista e benfiquista continuaremos sempre a ser...
Ah!! e ao contrário do que a sondagem do sítio "Sapo.pt" não me parece que o árbitro tenha contribuído para o resultado apesar, de parecer haver uma carga sobre Nuno "Gomes" ou no 3º golo Liedson parecer estar, no mínimo, em linha; mas aí aplaudo a equipa de arbitragem; em caso de dúvidas protege-se a equipa de ataca. Excepto no caso primeiro mas, também aí, o julgamento é, no mínimo, difícil.
Ok! aceito o resultado mas quero o Campeonato maior.
27 janeiro 2006
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
Tela de Barbara Krafft, 1819
Há 250 anos nascia neste dia, em Salzburg, uma criança a que lhe deram o nome de Wolfgang Amadeus Mozart e que, mais tarde, se intitularia, e com toda a propriedade, de génio.
Faleceu em Vienna a 5 de Dezembro de 1791, com 35 anos, depois de compor inúmeras partituras entre Sinfonias, Concertos para piano e para violino, Óperas, etc.
Sobre este génio da música pode aceder aqui (sítio brasileiro) ou aqui (sítio alemão, em inglês).
Há 250 anos nascia neste dia, em Salzburg, uma criança a que lhe deram o nome de Wolfgang Amadeus Mozart e que, mais tarde, se intitularia, e com toda a propriedade, de génio.
Faleceu em Vienna a 5 de Dezembro de 1791, com 35 anos, depois de compor inúmeras partituras entre Sinfonias, Concertos para piano e para violino, Óperas, etc.
Sobre este génio da música pode aceder aqui (sítio brasileiro) ou aqui (sítio alemão, em inglês).
Um adeus a Orlando da Costa
Mas se Angola perdeu um humorista, Moçambique perde hoje um homem das letras.
“Orlando da Costa nasceu Maputo, em Julho de 1929. Vivida a infância e a juventude em Goa, vem aos 18 anos para Lisboa, licenciando-se na Faculdade de Letras em Ciências Histórico-Filosóficas.
Na Casa dos Estudantes do Império, nos anos 50, conviveu estreitamente com alguns dos futuros dirigentes da FRELIMO, MPLA e PAIGC.
Publica "A Estrada e a Voz", seu primeiro livro de poesia, em 1951, "Os Olhos sem Fronteira" em 1953, "Sete Odes do Canto Comum" em 1955 e "Canto Civil" em 1979, colectânea que inclui as obras anteriores e O Coração e o Tempo. Autor de peças de teatro "Sem Flores nem Coroas", 1971 (reeditada em 2003 na colecção de teatro da Sociedade Portuguesa de Autores/Publicações Dom Quixote) e "A como estão os cravos hoje?", 1984, premiada pela Seiva Trupe, publicou os romances "O Signo da Ira", Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, 1961, "Podem Chamar-me Eurídice", 1964, "Os Netos de Norton", Prémio Complementar «Eça de Queirós» de Literatura 1994, da Câmara Municipal de Lisboa, e em 2000, "O Último Olhar de Manú Miranda". O presente título, "Vocações/Evocações", reúne, numa selecção muito intencional, o conjunto de poemas que constituem o seu modo de celebrar os 30 anos do 25 de Abril.” (citado a partir daqui)
“Orlando da Costa nasceu Maputo, em Julho de 1929. Vivida a infância e a juventude em Goa, vem aos 18 anos para Lisboa, licenciando-se na Faculdade de Letras em Ciências Histórico-Filosóficas.
Na Casa dos Estudantes do Império, nos anos 50, conviveu estreitamente com alguns dos futuros dirigentes da FRELIMO, MPLA e PAIGC.
Publica "A Estrada e a Voz", seu primeiro livro de poesia, em 1951, "Os Olhos sem Fronteira" em 1953, "Sete Odes do Canto Comum" em 1955 e "Canto Civil" em 1979, colectânea que inclui as obras anteriores e O Coração e o Tempo. Autor de peças de teatro "Sem Flores nem Coroas", 1971 (reeditada em 2003 na colecção de teatro da Sociedade Portuguesa de Autores/Publicações Dom Quixote) e "A como estão os cravos hoje?", 1984, premiada pela Seiva Trupe, publicou os romances "O Signo da Ira", Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, 1961, "Podem Chamar-me Eurídice", 1964, "Os Netos de Norton", Prémio Complementar «Eça de Queirós» de Literatura 1994, da Câmara Municipal de Lisboa, e em 2000, "O Último Olhar de Manú Miranda". O presente título, "Vocações/Evocações", reúne, numa selecção muito intencional, o conjunto de poemas que constituem o seu modo de celebrar os 30 anos do 25 de Abril.” (citado a partir daqui)
Beto Gourgel, a cultura angolana mais pobre
Tela de Dília Franguito (daqui)
Vítima de doença, Angola perdeu mais um dos seus principais expoentes da Cultura.
Beto Gourgel, natural de Caxito, foi um dos intérpretes e compositores do cancioneiro angolano, sobretudo na trova, tendo-se notabilizado a nível nacional e internacional.
O músico integrou várias delegações angolanas ao exterior do país, nomeadamente nos festivais internacionais da paz e da juventude e estudantes.
Com o nome de "Nganjeta", participou no programa humorístico "Conversas no Quintal ", da TPA (e retransmitido pela RTP ÁFrica), onde contracenou com Salu Gonçalves e o músico Dionísio Rocha.
Era, igualmente, um cronista do Jornal de Angola, sendo que uma das suas últimas crónicas publicadas, “Regresso” aconteceu por alturas da festa da Dipanda.
Homenagem a Beto Gourgel, por Jerónimo Belo
"Meu Caro Beto,
Podias ter avisado aos mais chegados, aos mais íntimos e também aos que continuam a dar valor a certos “ismos”. Mas quando o noticiário às 7 da manhã [25.Jan.2006] informou ao país que, num gesto egoísta de corporativismo divino, os Deuses haviam exigido a tua presença, cheguei a admitir que poderia tratar-se de uma engano. Afinal, existem tantos Betos!...
Mas não era engano. Tratava-se mesmo do Beto Gourgel; daquele que, do alto de um 8º andar, olhava para o mundo já com alguma indiferença, apesar de ter fundamentado a sua existência em valores e princípios inegociáveis.
Numa altura em que o mundo vive uma enorme sensação de vazio e vê esfumarem-se as causas emancipadoras do nosso destino colectivo, sabe bem, tem um gosto muito especial, partilhar – nessa existência empobrecida de projecto – algum tempo com alguém com novas ambições, novos sonhos.
E nós partilhamos algumas belas estórias, programas de rádio, sessões de música, violões, canções. E, sobretudo, sonhos.
Beto: pelo teu exemplo nas pequenas coisas, continuo a acreditar que nós – os da chamada “esquerda festiva”, que mistura Marx com Semba e Jazz com algum vinho, temos ainda a capacidade de acreditar na nossa vontade de fazer história e nos valores das pessoas que resistem – teimosamente – à caducidade iminente. Aqui, ali, em qualquer lugar, como diz aquela cantiga dos Beatles.
Até Jazz, meu Irmão Beto: és o último trovador."
(retirado do: Tantã Cultural (Total E&P Angola) N° 201 - 26Jan. / 01Fev.2006)
Vítima de doença, Angola perdeu mais um dos seus principais expoentes da Cultura.
Beto Gourgel, natural de Caxito, foi um dos intérpretes e compositores do cancioneiro angolano, sobretudo na trova, tendo-se notabilizado a nível nacional e internacional.
O músico integrou várias delegações angolanas ao exterior do país, nomeadamente nos festivais internacionais da paz e da juventude e estudantes.
Com o nome de "Nganjeta", participou no programa humorístico "Conversas no Quintal ", da TPA (e retransmitido pela RTP ÁFrica), onde contracenou com Salu Gonçalves e o músico Dionísio Rocha.
Era, igualmente, um cronista do Jornal de Angola, sendo que uma das suas últimas crónicas publicadas, “Regresso” aconteceu por alturas da festa da Dipanda.
Homenagem a Beto Gourgel, por Jerónimo Belo
"Meu Caro Beto,
Podias ter avisado aos mais chegados, aos mais íntimos e também aos que continuam a dar valor a certos “ismos”. Mas quando o noticiário às 7 da manhã [25.Jan.2006] informou ao país que, num gesto egoísta de corporativismo divino, os Deuses haviam exigido a tua presença, cheguei a admitir que poderia tratar-se de uma engano. Afinal, existem tantos Betos!...
Mas não era engano. Tratava-se mesmo do Beto Gourgel; daquele que, do alto de um 8º andar, olhava para o mundo já com alguma indiferença, apesar de ter fundamentado a sua existência em valores e princípios inegociáveis.
Numa altura em que o mundo vive uma enorme sensação de vazio e vê esfumarem-se as causas emancipadoras do nosso destino colectivo, sabe bem, tem um gosto muito especial, partilhar – nessa existência empobrecida de projecto – algum tempo com alguém com novas ambições, novos sonhos.
E nós partilhamos algumas belas estórias, programas de rádio, sessões de música, violões, canções. E, sobretudo, sonhos.
Beto: pelo teu exemplo nas pequenas coisas, continuo a acreditar que nós – os da chamada “esquerda festiva”, que mistura Marx com Semba e Jazz com algum vinho, temos ainda a capacidade de acreditar na nossa vontade de fazer história e nos valores das pessoas que resistem – teimosamente – à caducidade iminente. Aqui, ali, em qualquer lugar, como diz aquela cantiga dos Beatles.
Até Jazz, meu Irmão Beto: és o último trovador."
(retirado do: Tantã Cultural (Total E&P Angola) N° 201 - 26Jan. / 01Fev.2006)
26 janeiro 2006
E agora Palestina?
(capa do livro "Fundamentalismo Islâmico, A Ideologia e o Estado)
A vitória do Hamas na Palestina irá, quase de certeza, provocar a ruptura e o enterro definitivo do Roteiro para a Paz e a clara separação das águas na região.
A confirmar-se a vitória nos números – maioria absoluta – que os analistas e as sondagens – uma vez mais as sondagens iniciais saíram claramente derrotadas – é líquido aceitarmos que os palestinianos, declaradamente, não desejam a companhia dos israelitas na sagrada e sacrificada Terra da Conflitualidade.
É a derrota dos moderados; a derrota dos trabalhistas, em Israel, e da linha moderada da Fatah; não esquecer que alguns dos seus principais dirigentes, os mais radicais, decidiram candidatar-se como independentes em clara oposição à linha oficial de consenso levada a efeito pela Autoridade Palestiniana – que entretanto já se demitiu – e pelo primeiro-ministro Ehud Olmert.
Por contraponto, é a vitória do radicalismo; do radicalismo palestiniano – e aqui gostaria, e passe a publicidade, remeter para o ensaio que fiz publicar em 2003, “Fundamentalismo Islâmico, A Ideologia e o Estado” – e do ultra-conservadorismo israelita do Likud.
Outra verdade importante na vitória do Hamas prende-se com o facto de, inequivocamente, ir condicionar a vida política futura de Israel. Provavelmente o Kadima, actualmente quase que só no poder irá reafirmar a separação física dos dois Estados e preparar, em definitivo, os israelitas para o Estado independente da Palestina.
E o Hamas, irá, agora que vai para o poder, aceitar o Estado que sempre rejeitou?
Esta posição irá condicionar não só a vida dos dois Estados, enquanto vizinhos, mas, declaradamente, as eleições israelitas de Março próximo.
Os próximos desenvolvimentos irão formular, e em definitivo, o rumo dos acontecimentos no Médio Oriente.
O Irão e a Síria, reconhecidos como dois dos principais apoiantes e financiadores do Hamas, vão estar em alerta máximo. Não tenhamos a mínima dúvida.
A vitória do Hamas na Palestina irá, quase de certeza, provocar a ruptura e o enterro definitivo do Roteiro para a Paz e a clara separação das águas na região.
A confirmar-se a vitória nos números – maioria absoluta – que os analistas e as sondagens – uma vez mais as sondagens iniciais saíram claramente derrotadas – é líquido aceitarmos que os palestinianos, declaradamente, não desejam a companhia dos israelitas na sagrada e sacrificada Terra da Conflitualidade.
É a derrota dos moderados; a derrota dos trabalhistas, em Israel, e da linha moderada da Fatah; não esquecer que alguns dos seus principais dirigentes, os mais radicais, decidiram candidatar-se como independentes em clara oposição à linha oficial de consenso levada a efeito pela Autoridade Palestiniana – que entretanto já se demitiu – e pelo primeiro-ministro Ehud Olmert.
Por contraponto, é a vitória do radicalismo; do radicalismo palestiniano – e aqui gostaria, e passe a publicidade, remeter para o ensaio que fiz publicar em 2003, “Fundamentalismo Islâmico, A Ideologia e o Estado” – e do ultra-conservadorismo israelita do Likud.
Outra verdade importante na vitória do Hamas prende-se com o facto de, inequivocamente, ir condicionar a vida política futura de Israel. Provavelmente o Kadima, actualmente quase que só no poder irá reafirmar a separação física dos dois Estados e preparar, em definitivo, os israelitas para o Estado independente da Palestina.
E o Hamas, irá, agora que vai para o poder, aceitar o Estado que sempre rejeitou?
Esta posição irá condicionar não só a vida dos dois Estados, enquanto vizinhos, mas, declaradamente, as eleições israelitas de Março próximo.
Os próximos desenvolvimentos irão formular, e em definitivo, o rumo dos acontecimentos no Médio Oriente.
O Irão e a Síria, reconhecidos como dois dos principais apoiantes e financiadores do Hamas, vão estar em alerta máximo. Não tenhamos a mínima dúvida.
25 janeiro 2006
Brinca na areia... não!!!
Assim não vamos lá. Fazer de brinca-na-areia... não!!!
Quando precisávamos de ganhar. num jogo, como diria Scolari de "mata-mata" jogamos só com um ponta de lança, Akwá, durante todo o jogo. Nem o facto do guarda-redes gongolês ter feito uma excelente exibição - igualada por João Ricardo (paradoxo: um excelente guarda-redes desempregado) - serve de desculpa por tão pobre exibição.
Parecíamos que estávamos à espera do golo que iria aparecer mais cedo, ou mais tarde.
Nem cedo, nem tarde: nada. E assim temos uma derrota e um empate e um diferencial de 2 golos negativos.
E a jogar assim, alguém acredita que iremos marcar muitos golos ao Togo?
Um jogo que vai ser de honra para as duas partes, caso Togo volte hoje a perder, desta feita, com os Camarões.
E quem nos garante que Artur Jorge não irá fazer descansar os seus jogadores no confronto com os congoleses?
Agora é que é mesmo de dizer: Deixem jogar Mantorras, bolas!!!!
24 janeiro 2006
Ainda as presidenciais portuguesas
Fica aqui uma análise e uma questão pertinente, principalmente se constatarmos que Cavaco Silva ganhou esta primeira volta com menos votos que Freitas do Amaral quando teve de ir a uma segunda onde perdeu para Mário Soares.
“Cavaco Silva venceu à primeira, com mais 64.138 votos do que todos os seus adversários juntos. De certo modo foi à tangente, sobretudo se pensarmos que 58.868 pessoas optaram por votar em branco e 43.405 anularam o seu voto.
Quantos destes eleitores que votaram branco ou nulo estariam com vontade de votar em Manuela Magno ou Luís Filipe Guerra, os dois dos candidatos a candidato que foram excluídos da eleição por questões meramente burocráticas? E quantos dos apoiantes destes candidatos terão ficado em casa, a contribuir para as estatísticas da abstenção?”
Podem continuar a ler o resto aqui.
Ou leiam uma brilhante análise de Joffre Justino aqui sob o título "Ainda não deram por isso? O povão está mesmo zangado"
“Cavaco Silva venceu à primeira, com mais 64.138 votos do que todos os seus adversários juntos. De certo modo foi à tangente, sobretudo se pensarmos que 58.868 pessoas optaram por votar em branco e 43.405 anularam o seu voto.
Quantos destes eleitores que votaram branco ou nulo estariam com vontade de votar em Manuela Magno ou Luís Filipe Guerra, os dois dos candidatos a candidato que foram excluídos da eleição por questões meramente burocráticas? E quantos dos apoiantes destes candidatos terão ficado em casa, a contribuir para as estatísticas da abstenção?”
Podem continuar a ler o resto aqui.
Ou leiam uma brilhante análise de Joffre Justino aqui sob o título "Ainda não deram por isso? O povão está mesmo zangado"
23 janeiro 2006
Forças da ONU combatem no Congo Democrático
© ONU.fr
As forças de paz da ONU, na Rep. Dem. do Congo, estão a procurar desarmar rebeldes e milícias no Leste do Congo que, ultimamente, têm levado a cabo actividades que põem em causa a estabilidade na região.
No último confronto ocorrido entre os “capacetes de paz” e os rebeldes, divulgado esta segunda-feira, os soldados da ONU – no caso guatemaltecos - registaram oito mortos e 14 feridos, desconhecendo-se qual o número de vítimas entre os rebeldes.
Em África, e infelizmente, a PAZ continua a custar caro.
As forças de paz da ONU, na Rep. Dem. do Congo, estão a procurar desarmar rebeldes e milícias no Leste do Congo que, ultimamente, têm levado a cabo actividades que põem em causa a estabilidade na região.
No último confronto ocorrido entre os “capacetes de paz” e os rebeldes, divulgado esta segunda-feira, os soldados da ONU – no caso guatemaltecos - registaram oito mortos e 14 feridos, desconhecendo-se qual o número de vítimas entre os rebeldes.
Em África, e infelizmente, a PAZ continua a custar caro.
As Legislativas de Cabo Verde
As eleições legislativas caboverdianas ocorridas ontem parecem dar a maioria absoluta ao PAICV, de José Maria Neves, que deverá obter 40 assentos no Parlamento. O MpD terá perdido um deputado, enquanto a União Cristã, Independente e Democrática (UCID), que apenas concorreu num único círculo eleitoral, arrecadou 2 lugares.
Apesar dos acontecimentos ocorridos nos dois últimos dias da campanha – uma das quais a compra de votos pelo narcotráfico feita por dois partidos concorrentes – e do MpD deixar no ar a possível impugnação das eleições, devido a alegadas irregularidades eleitorais, de realçar que Agostinho Lopes já reconheceu a derrota e cumprimentando o adversário, não deixando, todavia, de exigir o apuramento de responsabilidades nas tais anomalias verificadas.
E em Fevereiro, haverão as presidenciais.
Apesar dos acontecimentos ocorridos nos dois últimos dias da campanha – uma das quais a compra de votos pelo narcotráfico feita por dois partidos concorrentes – e do MpD deixar no ar a possível impugnação das eleições, devido a alegadas irregularidades eleitorais, de realçar que Agostinho Lopes já reconheceu a derrota e cumprimentando o adversário, não deixando, todavia, de exigir o apuramento de responsabilidades nas tais anomalias verificadas.
E em Fevereiro, haverão as presidenciais.
22 janeiro 2006
Que se passa na Lusofonia?
Algo não vai bem na Lusofonia. Bom, na realidade nunca nada vai bem com e pela Lusofonia.
E só estive dois dias fora do mundo netiano e comunicacional. Estive em profunda reflexão… físico-mental: o que estavam a pensar?
Pessimismo, não demasiado pragmatismo face a realidade actual e ao que se passa no seio de alguns países Lusófonos. É o velho problema de “casa onde não há pão, todos ralham… [… e acabam por todos terem razão] …”.
1. Em São Tomé e Príncipe, polícias revoltam-se, ocupam instalações e pedem que seja o Presidente a negociar em vez do Chefe de Governo – por acaso até é uma senhora – que se mantém quase em dissintonia com a restante classe política e o povo; não está mas parece e estes factos novos nada ajudam num país onde são mais os que protestam que aqueles que parecem querer fazer alguma coisa por ele. E quando surgem… são abafados;
2. Em Cabo Verde – ia eu na sexta-feira a conduzir e quase tive um baque ao ouvir uma notícia radiofónica – o principal partido de oposição pede, à boca das urnas, o adiamento das Legislativas; com razão ou sem ela, não se discute o pedido. Somente a falta de razoabilidade temporal na evocação dos motivos que estiveram subjacente ao referido pedido. Isto é brincar com o respeito dos eleitores e com o erário público. Depois não creio que haja surpresas como as acusações – demasiado graves – de hoje efectuadas ao líder oposicionista. Num país que está a ser apontado como paradigma do bom-senso político, este esteve arredio. Porque será?
3. Em Moçambique cerca de 16% (dezasseis por cento) da população activa está desempregada, sendo que a maioria reside no sul do país. Mau para um país em que a estabilidade política e social ainda não está totalmente consolidada e, periodicamente, os dois principais partidos acusam-se mutuamente de “falta de iniciativa política” ou de “manter forças paramilitares activas”.
4. Em Portugal, e na sequência daquilo que já anteriormente tinha referido “a apresentação de uma questão aos candidatos presidenciais” e que Orlando Castro na sua rubrica Alto Hama, no Notícias Lusófonas, faz o favor de me citar ao fazer a análise reflexiva das eleições que hoje tiveram (ou continuarão a ter) lugar.
Pois estes dois dias não foram suficientes para os candidatos responderem apesar de ter recebido o acuso de recepção de leitura de mais dois candidatos. Mas não responderam: é natural, estava em profunda reflexão. Ou será que a razão principal para é outra?
E ainda há quem se surpreenda que numa sondagem feita a alguns ouvintes em Angola, o candidato dito do centro-direita tinha mais apoio que os restantes.
Nada mais natural.
Em Portugal há muito que a direita deixou de se preocupar com os “paternalismos” sociais e políticos nas relações com os PALOP. Ao contrário da esquerda clássica que continua agarrada ao complexo colonial ou neo-colonial. Daí que tenha sido um homem da esquerda moderna, ou radical, a responder e sem pruridos não me surpreende. Pelos menos assim o evidenciou.
5. Mas felizmente que não há só más notícias. Moçambique mostrou, ou pelo menos quer mostrar que a Justiça funciona. O autor confesso da morte de Carlos Cardoso foi condenado a 29 anos de prisão e posterior expulsão do país. Pelo menos em Moçambique os crimes não ficam sem punição. Outros países há que jornalistas são mortos ou espancados e a culpa morre solteira. Porque será?
Responda quem souber.
6. Há! E já agora. Que o resultado de ontem tenha sido só um pequeno percalço perante uma das principais potências futebolísticas africanas – e um das principais candidatos ao CAN 2006, e bem comandada, – e que os próximos dois jogos dêem uma imagem melhor.
Esperemos que a esperança é a última coisa a morrer.
ADENDA: Também publicado no Africamente.com como Artigo de Opinião e com ligeiras alterações.
E só estive dois dias fora do mundo netiano e comunicacional. Estive em profunda reflexão… físico-mental: o que estavam a pensar?
Pessimismo, não demasiado pragmatismo face a realidade actual e ao que se passa no seio de alguns países Lusófonos. É o velho problema de “casa onde não há pão, todos ralham… [… e acabam por todos terem razão] …”.
1. Em São Tomé e Príncipe, polícias revoltam-se, ocupam instalações e pedem que seja o Presidente a negociar em vez do Chefe de Governo – por acaso até é uma senhora – que se mantém quase em dissintonia com a restante classe política e o povo; não está mas parece e estes factos novos nada ajudam num país onde são mais os que protestam que aqueles que parecem querer fazer alguma coisa por ele. E quando surgem… são abafados;
2. Em Cabo Verde – ia eu na sexta-feira a conduzir e quase tive um baque ao ouvir uma notícia radiofónica – o principal partido de oposição pede, à boca das urnas, o adiamento das Legislativas; com razão ou sem ela, não se discute o pedido. Somente a falta de razoabilidade temporal na evocação dos motivos que estiveram subjacente ao referido pedido. Isto é brincar com o respeito dos eleitores e com o erário público. Depois não creio que haja surpresas como as acusações – demasiado graves – de hoje efectuadas ao líder oposicionista. Num país que está a ser apontado como paradigma do bom-senso político, este esteve arredio. Porque será?
3. Em Moçambique cerca de 16% (dezasseis por cento) da população activa está desempregada, sendo que a maioria reside no sul do país. Mau para um país em que a estabilidade política e social ainda não está totalmente consolidada e, periodicamente, os dois principais partidos acusam-se mutuamente de “falta de iniciativa política” ou de “manter forças paramilitares activas”.
4. Em Portugal, e na sequência daquilo que já anteriormente tinha referido “a apresentação de uma questão aos candidatos presidenciais” e que Orlando Castro na sua rubrica Alto Hama, no Notícias Lusófonas, faz o favor de me citar ao fazer a análise reflexiva das eleições que hoje tiveram (ou continuarão a ter) lugar.
Pois estes dois dias não foram suficientes para os candidatos responderem apesar de ter recebido o acuso de recepção de leitura de mais dois candidatos. Mas não responderam: é natural, estava em profunda reflexão. Ou será que a razão principal para é outra?
E ainda há quem se surpreenda que numa sondagem feita a alguns ouvintes em Angola, o candidato dito do centro-direita tinha mais apoio que os restantes.
Nada mais natural.
Em Portugal há muito que a direita deixou de se preocupar com os “paternalismos” sociais e políticos nas relações com os PALOP. Ao contrário da esquerda clássica que continua agarrada ao complexo colonial ou neo-colonial. Daí que tenha sido um homem da esquerda moderna, ou radical, a responder e sem pruridos não me surpreende. Pelos menos assim o evidenciou.
5. Mas felizmente que não há só más notícias. Moçambique mostrou, ou pelo menos quer mostrar que a Justiça funciona. O autor confesso da morte de Carlos Cardoso foi condenado a 29 anos de prisão e posterior expulsão do país. Pelo menos em Moçambique os crimes não ficam sem punição. Outros países há que jornalistas são mortos ou espancados e a culpa morre solteira. Porque será?
Responda quem souber.
6. Há! E já agora. Que o resultado de ontem tenha sido só um pequeno percalço perante uma das principais potências futebolísticas africanas – e um das principais candidatos ao CAN 2006, e bem comandada, – e que os próximos dois jogos dêem uma imagem melhor.
Esperemos que a esperança é a última coisa a morrer.
ADENDA: Também publicado no Africamente.com como Artigo de Opinião e com ligeiras alterações.
20 janeiro 2006
A UNITA tenta aprender com os erros do passado
De acordo com uma entrevista de Isaías Samakuva, à Voz da América, e citada no AngoNotícias, o líder da UNITA reconhece que este partido tem procurado aprender com os erros do passado e evite-los num futuro próximo.
Mas Samakuva vai mais longe. Fala sobre uma matéria que este fim-de-semana estará muito no domínio político lusófono – e que também vai ter continuidade na “Terra da Conflitualidade”* no próximo dia 25 de Janeiro e depois em 28 de Março – parece que, e em definitivo, irá para as calendas gregas: as eleições angolanas.
Uma entrevista a ler aqui.
*Território israelo-palestiniano: sobre esta problemática e esta denominação poderão ler o meu livro “Fundamentalismo Islâmico: A Ideologia e o Estado”, ed. Autonomia27, 2004.
Mas Samakuva vai mais longe. Fala sobre uma matéria que este fim-de-semana estará muito no domínio político lusófono – e que também vai ter continuidade na “Terra da Conflitualidade”* no próximo dia 25 de Janeiro e depois em 28 de Março – parece que, e em definitivo, irá para as calendas gregas: as eleições angolanas.
Uma entrevista a ler aqui.
*Território israelo-palestiniano: sobre esta problemática e esta denominação poderão ler o meu livro “Fundamentalismo Islâmico: A Ideologia e o Estado”, ed. Autonomia27, 2004.
Presidenciais Portuguesas 2006: uma questão aos candidatos
Dado que o presidente português pode ser um fiel de balança nas relações entre Portugal e os seus aliados e amigos, foi enviada, aos candidatos presidenciais portugueses e por correio electrónico, a seguinte dupla questão:
"O que pensa o candidato (nome) das relações com a Lusofonia, em geral, e os PALOP, em particular? E como pensa, caso seja essa a intenção, incrementar essas relações."
Verdade seja dita, que, até ao momento, e estamos a menos de 24 horas do período de reflexão, só um dos candidatos (Francisco Louça) se dignou a responder à mesma declarando, e passo a citar “…são decisivas e farei tudo por melhorar e estabilizar a cooperação económica e diplomática […] com os países africanos e Timor”.
Relembro que já na campanha eleitoral para as Legislativas portuguesas, de Fevereiro do ano passado, fiquei sem resposta ao mesmo tipo de questão (excepto um partido que me remeteu para o seu programa e outro que respondeu após as eleições).
Estas “não-respostas” podem ser uma clara resposta ao pensamento dos candidatos à eterna questão sobre a oportunidade da Lusofonia, ou falta dela.
Todavia, ainda espero que, até domingo, e durante o período de reflexão em que os candidatos estarão, provavelmente, mais disponíveis para responder às diferentes solicitações escritas que algum dos cinco restantes possa fazê-lo.
Quanto mais não seja será uma forma indirecta de mostrar ter um tempo “muito ocupado” e pouca disponibilidade para o contacto com o eleitor (nada que surpreenda); só que poderá ser um mau início.
Ou, então, apesar de as sondagens poderem indiciar uma eleição à primeira volta, os candidatos não acreditam realmente nisso e desejam comprometer-se para mais tarde.
Esperemos, então.
"O que pensa o candidato (nome) das relações com a Lusofonia, em geral, e os PALOP, em particular? E como pensa, caso seja essa a intenção, incrementar essas relações."
Verdade seja dita, que, até ao momento, e estamos a menos de 24 horas do período de reflexão, só um dos candidatos (Francisco Louça) se dignou a responder à mesma declarando, e passo a citar “…são decisivas e farei tudo por melhorar e estabilizar a cooperação económica e diplomática […] com os países africanos e Timor”.
Relembro que já na campanha eleitoral para as Legislativas portuguesas, de Fevereiro do ano passado, fiquei sem resposta ao mesmo tipo de questão (excepto um partido que me remeteu para o seu programa e outro que respondeu após as eleições).
Estas “não-respostas” podem ser uma clara resposta ao pensamento dos candidatos à eterna questão sobre a oportunidade da Lusofonia, ou falta dela.
Todavia, ainda espero que, até domingo, e durante o período de reflexão em que os candidatos estarão, provavelmente, mais disponíveis para responder às diferentes solicitações escritas que algum dos cinco restantes possa fazê-lo.
Quanto mais não seja será uma forma indirecta de mostrar ter um tempo “muito ocupado” e pouca disponibilidade para o contacto com o eleitor (nada que surpreenda); só que poderá ser um mau início.
Ou, então, apesar de as sondagens poderem indiciar uma eleição à primeira volta, os candidatos não acreditam realmente nisso e desejam comprometer-se para mais tarde.
Esperemos, então.
Cabo Verde vai a eleições
(foto retirada daqui)
No próximo domingo, o povo caboverdiano vai dizer da sua justiça e aprovar ou penalizar os seus dirigentes parlamentares nas eleições Legislativas.
Tal como vem sendo habitual, salvo alguma surpresa de última hora, será entre o PAICV e o MpD que a Assembleia se dividirá.
A dúvida é quem será o próximo Primeiro-Ministro: o actual, José Maria Neves, pelo PAICV, ou Agostinho Lopes, pelo MpD.
Veremos no domingo como fica e como se perspectivarão as eleições presidenciais de Fevereiro próximas.
Entretanto, os angolanos vão vendo os outros a fazerem eleições e sem saberem quando terão direito às suas; pelo menos vamos procurar aprender com os erros dos outros e não os copiar no futuro (quando?).
No próximo domingo, o povo caboverdiano vai dizer da sua justiça e aprovar ou penalizar os seus dirigentes parlamentares nas eleições Legislativas.
Tal como vem sendo habitual, salvo alguma surpresa de última hora, será entre o PAICV e o MpD que a Assembleia se dividirá.
A dúvida é quem será o próximo Primeiro-Ministro: o actual, José Maria Neves, pelo PAICV, ou Agostinho Lopes, pelo MpD.
Veremos no domingo como fica e como se perspectivarão as eleições presidenciais de Fevereiro próximas.
Entretanto, os angolanos vão vendo os outros a fazerem eleições e sem saberem quando terão direito às suas; pelo menos vamos procurar aprender com os erros dos outros e não os copiar no futuro (quando?).
18 janeiro 2006
Recordando Ricardo de Mello
Há 11 anos numa escura esquina da antiga Rua Direita de Luanda era assassinado um Jornalista que amava mais que a sua própria vida, a dignidade angolana.
Ricardo de Mello, na altura director do Imparcial Fax, foi assassinado porque queria que o Jornalismo angolano e a dignidade humana se sobrepusessem aquilo que outros procuravam imperar: impedir que Angola fosse um País, uma Nação, com credibilidade do areópago internacional dos Grandes Estados.
Morreu um Homem, não morreu o Jornalismo angolano; como, de certa forma, relembra Jorge Eurico num artigo no Notícias Lusófonas sobre o assunto.
Só um lamento. Onde estão os assassinos e quem foram os efectivos mentores de tão vil acto.
Ricardo de Mello, na altura director do Imparcial Fax, foi assassinado porque queria que o Jornalismo angolano e a dignidade humana se sobrepusessem aquilo que outros procuravam imperar: impedir que Angola fosse um País, uma Nação, com credibilidade do areópago internacional dos Grandes Estados.
Morreu um Homem, não morreu o Jornalismo angolano; como, de certa forma, relembra Jorge Eurico num artigo no Notícias Lusófonas sobre o assunto.
Só um lamento. Onde estão os assassinos e quem foram os efectivos mentores de tão vil acto.
17 janeiro 2006
Uma alfinetada nas presidenciais portuguesas
Este aviso foi recebido via mensagem electrónica. A quem interessar providenciar em conformidade...
... e se pensarmos que a mensagem vem de fora de Portugal, de um dos países lusófonos, pode ser interessante a interpretação colateral à mesma; e que, mais tarde, eu próprio penso analisar.
Carlos Narciso na Blogosfera
Entreposto piscatório de Nouadhibou (Mauritânia), perto da fonteira saauri
Interessantes as reportagens e “memórias” do repórter Carlos Narciso na blogosfera.
Algumas, e não poucas, relacionam-se com África.
Uma visita aconselhável ao Blogda-se.
15 janeiro 2006
Ainda Kassange
Com o título “As guerras de memórias de um massacre em Angola” o Jornal de Notícias, sob a pena de Carlos Gomes traz, hoje, um duplo-artigo (estranhamento o sítio do JN não inclui esta matéria) sobre a questão “Baixa do Cassange” e o aproveitamento político da mesma bem assim a impossibilidade dos historiadores poderem quantificar as vítimas pela gritante falta de registos disponibilizados por quem de direito.
Não se questiona aqui a manutenção de um número absurdo, aproveitado, em dado tempo, pelo regime angolano no pós-independência que, conforme conversa havida por mim com o referido jornalista mostrei ser impossível que poder ser provada e quantificada nos termos que alguns analistas do regime apresentaram – só quem não conhece a hidro e orografia do terreno poderia admitir estes números como verdadeiros e na forma como anunciados – nem que continue a aceitar como admissível datas que também lá estão referidas.
Que os historiadores angolanos – e portugueses – tenham dificuldades em gerir o tema pela impossibilidade de aceder a certos registos ainda em posse de Portugal e ainda temporalmente resguardados é natural que se conjecture; incorrectamente, mas politicamente aceitável.
Agora que se dê guarida a uma informação de um investigador espanhol que se diz na posse de documentos secretos sobre Portugal, dar como admissível que o massacre não aconteceu em 4 de Janeiro, mas entre 24 de Janeiro e 2 de Março é realmente desconhecer a realidade angolana do tempo. Que ele afirmasse que a crise começou ainda em finais de 1960 – a “greve” (mais correctamente, a contestação social) ocorreu na última quinzena de Dezembro de 1960 e teve o apogeu, supostamente (aqui entre o chamado arquivo costumeiro ou oralidade) no massacre de 4 de Janeiro – e que se tenha prolongado até meados de Março com a insurreição armada da UPA, dando origem a luta de libertação armada angolana, seria admissível essa teoria. A matéria referida pelo investigador espanhol Josep Cervelló e citada no JN refere-se, claramente, à insurreição da UPA, em Março – embora não nos efectivos contornos por ele descritos – e não à crise de Cassange.
Agora teorizar que a crise ocorreu no período indicado é estar mal informado ou, então, a História terá de ser toda reformulada.
É que apesar de melhor preparados, os belgas – na prática os verdadeiros donos da Cotonang – já não estava no local para poderem “armazenar” historicamente os acontecimentos. Os poucos que lá estariam eram refugiados do Congo e, naturalmente, anti-Bélgica e pró-governo português. Logo, e mesmo que os números fossem gigantesco como parece terem sido, nunca iriam divulgá-los com a amplitude minimamente correcta; as comunicações eram deficientes; e, finalmente, caso estivessem no terreno com o bombardeamento que ocorreu, teriam perecido tal como os angolanos, não ficando ninguém para contar. Só as autoridades que lá foram mais tarde… muito mais tarde, e os militares que estiveram presentes em combate(?).
Mas, o levantamento desta questão traz uma nova contrapartida para a análise político-histórica dos grandes acontecimentos afro-lusófonos das décadas de 50/60: o efectivo e descomprometido debate das guerras ultramarinas e uma pressão para que os factos sejam melhores estudados por ambas as partes, sem constrangimentos e claramente.
Só que para isso, o arquivo histórico e militar português tem de ser aberto à comunidade científica.
ADENDA: Este apontamento foi igualmente editado no Notícias Lusófonas, na rubrica Opinião.
Não se questiona aqui a manutenção de um número absurdo, aproveitado, em dado tempo, pelo regime angolano no pós-independência que, conforme conversa havida por mim com o referido jornalista mostrei ser impossível que poder ser provada e quantificada nos termos que alguns analistas do regime apresentaram – só quem não conhece a hidro e orografia do terreno poderia admitir estes números como verdadeiros e na forma como anunciados – nem que continue a aceitar como admissível datas que também lá estão referidas.
Que os historiadores angolanos – e portugueses – tenham dificuldades em gerir o tema pela impossibilidade de aceder a certos registos ainda em posse de Portugal e ainda temporalmente resguardados é natural que se conjecture; incorrectamente, mas politicamente aceitável.
Agora que se dê guarida a uma informação de um investigador espanhol que se diz na posse de documentos secretos sobre Portugal, dar como admissível que o massacre não aconteceu em 4 de Janeiro, mas entre 24 de Janeiro e 2 de Março é realmente desconhecer a realidade angolana do tempo. Que ele afirmasse que a crise começou ainda em finais de 1960 – a “greve” (mais correctamente, a contestação social) ocorreu na última quinzena de Dezembro de 1960 e teve o apogeu, supostamente (aqui entre o chamado arquivo costumeiro ou oralidade) no massacre de 4 de Janeiro – e que se tenha prolongado até meados de Março com a insurreição armada da UPA, dando origem a luta de libertação armada angolana, seria admissível essa teoria. A matéria referida pelo investigador espanhol Josep Cervelló e citada no JN refere-se, claramente, à insurreição da UPA, em Março – embora não nos efectivos contornos por ele descritos – e não à crise de Cassange.
Agora teorizar que a crise ocorreu no período indicado é estar mal informado ou, então, a História terá de ser toda reformulada.
É que apesar de melhor preparados, os belgas – na prática os verdadeiros donos da Cotonang – já não estava no local para poderem “armazenar” historicamente os acontecimentos. Os poucos que lá estariam eram refugiados do Congo e, naturalmente, anti-Bélgica e pró-governo português. Logo, e mesmo que os números fossem gigantesco como parece terem sido, nunca iriam divulgá-los com a amplitude minimamente correcta; as comunicações eram deficientes; e, finalmente, caso estivessem no terreno com o bombardeamento que ocorreu, teriam perecido tal como os angolanos, não ficando ninguém para contar. Só as autoridades que lá foram mais tarde… muito mais tarde, e os militares que estiveram presentes em combate(?).
Mas, o levantamento desta questão traz uma nova contrapartida para a análise político-histórica dos grandes acontecimentos afro-lusófonos das décadas de 50/60: o efectivo e descomprometido debate das guerras ultramarinas e uma pressão para que os factos sejam melhores estudados por ambas as partes, sem constrangimentos e claramente.
Só que para isso, o arquivo histórico e militar português tem de ser aberto à comunidade científica.
ADENDA: Este apontamento foi igualmente editado no Notícias Lusófonas, na rubrica Opinião.
12 janeiro 2006
Angola paga dívida com 14 anos
Foi preciso o Estado angolano passar por um vexame de ver um avião da TAAG ser penhorado pelos Tribunais portugueses para que uma dívida com 14 (sim, catorze) anos fosse liquidada.
Foi o que aconteceu agora.
O Estado angolano decidiu que é altura para ser o que desde sempre deveria ser: uma pessoa de bem. Por esse facto decidiu pagar a citada dívida – cerca de 1,8 milhões de euros, incluindo juros – que tinha com uma empresa portuguesa há já 14 (catorze, repito, isso mesmo catorze) anos.
Vale mais tarde que nunca.
Pena foi passar pela imagem vexatória que passou: uma avião ser penhorado com passageiros a bordo como, segundo consta, aconteceu.
Não tinha sido mais fácil ter negociado esse pagamento há mais tempo e evitado esta triste situação?
Que este seja o princípio do fim das dívidas de Angola.
O País não precisa destas situações absurdas.
Foi o que aconteceu agora.
O Estado angolano decidiu que é altura para ser o que desde sempre deveria ser: uma pessoa de bem. Por esse facto decidiu pagar a citada dívida – cerca de 1,8 milhões de euros, incluindo juros – que tinha com uma empresa portuguesa há já 14 (catorze, repito, isso mesmo catorze) anos.
Vale mais tarde que nunca.
Pena foi passar pela imagem vexatória que passou: uma avião ser penhorado com passageiros a bordo como, segundo consta, aconteceu.
Não tinha sido mais fácil ter negociado esse pagamento há mais tempo e evitado esta triste situação?
Que este seja o princípio do fim das dívidas de Angola.
O País não precisa destas situações absurdas.
11 janeiro 2006
Lobito-Luau religadas em 2007?
Essa é a promessa dos chineses que estão a recuperar o Caminho de Ferro de Benguela (CFB).
Segundo eles, até Agosto de 2007, o CFB, que tem o seu início no porto do Lobito, estará totalmente reabilitado podendo o "cavalo de ferro" ligar aquele magnífico porto às terras dos Chocué/Ludas (inclui a RDCongo e Zâmbia), no leste.
Além da via férrea, a entidade chinesa que obteve a empreitada (que segundo consta ronda os 300 milhões de dólares - viva o petróleo ), irá proceder à recuperação das estações ferroviárias ao longo da linha.
Bom... está atardar mas, parece que desta vez, é para ser efectiva a recuperação.
E... quando os chineses prometem, sabemos que cumprem... seja a que preço for.
Ah! e nessa altura também as eleições já poderão ser realizadas... quereremos para uma eleições melhor obra-feita que esta?
Segundo eles, até Agosto de 2007, o CFB, que tem o seu início no porto do Lobito, estará totalmente reabilitado podendo o "cavalo de ferro" ligar aquele magnífico porto às terras dos Chocué/Ludas (inclui a RDCongo e Zâmbia), no leste.
Além da via férrea, a entidade chinesa que obteve a empreitada (que segundo consta ronda os 300 milhões de dólares - viva o petróleo ), irá proceder à recuperação das estações ferroviárias ao longo da linha.
Bom... está atardar mas, parece que desta vez, é para ser efectiva a recuperação.
E... quando os chineses prometem, sabemos que cumprem... seja a que preço for.
Ah! e nessa altura também as eleições já poderão ser realizadas... quereremos para uma eleições melhor obra-feita que esta?
10 janeiro 2006
O jornalismo e a (im)parcialidade da notícia.
Interessante o fórum hoje da TSF sobre a imparcialidade, ou falta dela, do jornalismo português na cobertura das presidenciais lusas (e para quando também um para a diáspora caboverdiana sobre igual questão para as de Cabo Verde – pelo menos até onde ouvi, nada ouvi).
É que muita gente, principalmente aqueles que mais pedras atiram, se esquece que os jornalistas também são pessoas com família para alimentar e que, por essa via, são muitas vezes obrigados a engolir determinados sapos e que, nas urnas, deixará de acontecer.
E já agora que tanto se fala na isenção dos jornalistas portugueses, em particular, alguns dos paladinos da liberdade de imprensa lusitana já questionou porque os jornalistas nos outros países lusófonos são perseguidos, rádios fechadas ou impedidas de operar?
Sobre o tema das isenções jornalísticas ver o meu artigo no Notícias Lusófonas/Manchete “O que surpreende é haver quem ainda se surpreenda”.
E sobre as eleições presidenciais portuguesas, interessante a sondagem do sítio “Democracia Liberal”. Não pergunta quem vencerá mas quem poderá ficar em segundo lugar; e os resultados até ao momento são elucidativos. Ou os resultados de uma outra sondagem, desta feita, no NL e compará-las com as oficiais e em que um número restrito de sondados dá a sua opinião; já para não perguntar quantos é que dão, via telefone, uma opinião diferente do da que pensam.
É que muita gente, principalmente aqueles que mais pedras atiram, se esquece que os jornalistas também são pessoas com família para alimentar e que, por essa via, são muitas vezes obrigados a engolir determinados sapos e que, nas urnas, deixará de acontecer.
E já agora que tanto se fala na isenção dos jornalistas portugueses, em particular, alguns dos paladinos da liberdade de imprensa lusitana já questionou porque os jornalistas nos outros países lusófonos são perseguidos, rádios fechadas ou impedidas de operar?
Sobre o tema das isenções jornalísticas ver o meu artigo no Notícias Lusófonas/Manchete “O que surpreende é haver quem ainda se surpreenda”.
E sobre as eleições presidenciais portuguesas, interessante a sondagem do sítio “Democracia Liberal”. Não pergunta quem vencerá mas quem poderá ficar em segundo lugar; e os resultados até ao momento são elucidativos. Ou os resultados de uma outra sondagem, desta feita, no NL e compará-las com as oficiais e em que um número restrito de sondados dá a sua opinião; já para não perguntar quantos é que dão, via telefone, uma opinião diferente do da que pensam.
09 janeiro 2006
A RTP África fez oito anos…
… no passado dia 7 de Janeiro. Até aqui nada de especial salvo dar-lhe os parabéns atrasados.
Mas, não seria altura de dar, definitivamente, o salto e começar a deixar de colocar certo lixo como alguns programas que nos oferece, nomeadamente um da SIC, que em Portugal, não me recordo de ter assim tanta audiência para que obriguem os africanos a se embrutecerem com ele; provavelmente será algum castigo. Lembrava-me do “Não há Pai”; ou a repetição das intermináveis e antiquíssimas novelas – diga-se em abono da verdade, algumas com evidente qualidade – da TVI e da RTP.
Não será altura da programação da RTP África dar, realmente, o salto, oferecendo à Diáspora aquilo que as generalistas não dão. Como, por exemplo, retransmissão dos principais noticiários das Televisões dos PALOP (retransmitir todos os noticiários portugueses que, em regra, de África nada ou quase nada dão e só meia-hora diária de Repórter, é obra), de actividades desportivas – de preferência com directos –, programas culturais dos PALOP (o Bom Dia Portugal, a Praça da Alegria ou o Portugal no Coração, em directo e repetições, são para a RTPi e não para África), ou informações mais pormenorizadas dos respectivos países e, ou, do Continente – a Áfric@Global é muito pouco.
Ficamos à espera (eternamente).
Mas, não seria altura de dar, definitivamente, o salto e começar a deixar de colocar certo lixo como alguns programas que nos oferece, nomeadamente um da SIC, que em Portugal, não me recordo de ter assim tanta audiência para que obriguem os africanos a se embrutecerem com ele; provavelmente será algum castigo. Lembrava-me do “Não há Pai”; ou a repetição das intermináveis e antiquíssimas novelas – diga-se em abono da verdade, algumas com evidente qualidade – da TVI e da RTP.
Não será altura da programação da RTP África dar, realmente, o salto, oferecendo à Diáspora aquilo que as generalistas não dão. Como, por exemplo, retransmissão dos principais noticiários das Televisões dos PALOP (retransmitir todos os noticiários portugueses que, em regra, de África nada ou quase nada dão e só meia-hora diária de Repórter, é obra), de actividades desportivas – de preferência com directos –, programas culturais dos PALOP (o Bom Dia Portugal, a Praça da Alegria ou o Portugal no Coração, em directo e repetições, são para a RTPi e não para África), ou informações mais pormenorizadas dos respectivos países e, ou, do Continente – a Áfric@Global é muito pouco.
Ficamos à espera (eternamente).
07 janeiro 2006
Vamos ajudar os Bombeiros de Bissau?
Esta soube via RTP África.
Os Bombeiros de Bissau estão sem viaturas para o combate aos fogos. A última em uso tem, salvo erro, cerca de 20 anos e as restantes estão inoperativas.
Daí que, esta semana, uma fábrica tenha sido consumida pelo fogo devido a deficiente operacionalidade do material de combate ao fogo dos bombeiros de Bissau.
Há mais de uma década que este material não é substituído.
Não é altura da CPLP, mais a mais quando, em breve, irá ocorrer uma reunião desta Organização(?) na capital guineenses, e dos bombeiros portugueses concederem um apoio, claro e objectivo, aos Bombeiros de Bissau?
Porque não uma prenda de Natal um pouco atrasada… mas sempre oportuna!!!
Ou será que querem que eu continue a gritar “CPLP?… deixem de gozar com a nossa chipala!!!!”
Os Bombeiros de Bissau estão sem viaturas para o combate aos fogos. A última em uso tem, salvo erro, cerca de 20 anos e as restantes estão inoperativas.
Daí que, esta semana, uma fábrica tenha sido consumida pelo fogo devido a deficiente operacionalidade do material de combate ao fogo dos bombeiros de Bissau.
Há mais de uma década que este material não é substituído.
Não é altura da CPLP, mais a mais quando, em breve, irá ocorrer uma reunião desta Organização(?) na capital guineenses, e dos bombeiros portugueses concederem um apoio, claro e objectivo, aos Bombeiros de Bissau?
Porque não uma prenda de Natal um pouco atrasada… mas sempre oportuna!!!
Ou será que querem que eu continue a gritar “CPLP?… deixem de gozar com a nossa chipala!!!!”
05 janeiro 2006
O desembaraço africano
Querem ver como as crianças africanas, no caso do Burundi, conseguem fazer uma belíssima bola de futebol?
Pois entrem aqui e admirem a sua desenvoltura e capacidade de decisão e de trabalho.
De um velho plástico – infelizmente recolhido numa qualquer lixeira – e alguns panos cedidos pelas suas mães e… aí está um animado jogo de futebol.
Uma outra forma de reafirmar a Paz.
Pois entrem aqui e admirem a sua desenvoltura e capacidade de decisão e de trabalho.
De um velho plástico – infelizmente recolhido numa qualquer lixeira – e alguns panos cedidos pelas suas mães e… aí está um animado jogo de futebol.
Uma outra forma de reafirmar a Paz.
04 janeiro 2006
4 de Janeiro, o levantamento de Kassange
Decorre hoje, o 45º aniversário do levantamento da Baixa do Kassange, Malange, considerados por alguns como o primeiro grande momento da rebelião nacionalista angolana.
De facto, foi a 4 de Janeiro de 1961 que trabalhadores da firma Cotonang se revoltaram, tendo a rebelião sido fortemente reprimida, essencialmente por via aérea, causando inúmeros mortos.
Mas o que se estranha é que, 45 anos passados, pouco ou nada se sabe deste facto histórico.
Mais estranho, ainda, sendo o 4 de Janeiro um feriado nacional angolano.
Tão estranho quanto, até finais do século XIX, era um reino independente e de difícil de submissão.
Realmente onde pára a História de Angola...
De facto, foi a 4 de Janeiro de 1961 que trabalhadores da firma Cotonang se revoltaram, tendo a rebelião sido fortemente reprimida, essencialmente por via aérea, causando inúmeros mortos.
Mas o que se estranha é que, 45 anos passados, pouco ou nada se sabe deste facto histórico.
Mais estranho, ainda, sendo o 4 de Janeiro um feriado nacional angolano.
Tão estranho quanto, até finais do século XIX, era um reino independente e de difícil de submissão.
Realmente onde pára a História de Angola...
Lourdes Van-Dunem, um adeus
(c) Club-k
Lamentavelmente mais uma voz da cultura angolana que se cala.
Lourdes Van-Dunem, uma voz de Angola, calou-se esta madrugada, aos 70 anos, deixando a cultura angolana ainda mais pobre.
Foi a cantora, mas ficaram os registos da sua maravilhosa voz.
Mais informações sobre este triste assunto podem ser lidas no club-K.
Lamentavelmente mais uma voz da cultura angolana que se cala.
Lourdes Van-Dunem, uma voz de Angola, calou-se esta madrugada, aos 70 anos, deixando a cultura angolana ainda mais pobre.
Foi a cantora, mas ficaram os registos da sua maravilhosa voz.
Mais informações sobre este triste assunto podem ser lidas no club-K.
03 janeiro 2006
África sem Fome...
© Foto Angonotícias
Segundo um artigo do Angonotícias, citando o Expresso, sob o sugestivo título "Será 2006 «o ano do fim do princípio do fim da pobreza»" África, de acordo com uma hipotética fórmula de John Stiglitz, irá ver diminuída a sua ancestral e continuada pobreza.
"Será 2006 «o ano do fim do princípio do fim da pobreza» em África, segundo a fórmula de John Stiglitz, vice-presidente do Banco Mundial e Prémio Nobel de Economia? Este banco e o FMI admiram-se perante as boas perspectivas económicas do continente, para o qual prevêem um crescimento de 5,9%, o maior desde a década de 70.
É certo que o crescimento global é puxado pelos altos preços do petróleo e outras matérias-primas, que não beneficia por igual todas as regiões. Mas há outras mudanças positivas na África subsariana, como a redução dos conflitos (em número e/ou intensidade), a estabilização macro-económica e o aumento dos investimentos. [...]"
Se não fosse tão absurda esta afirmação, tendo por base uma eventual fórmula (mágica?) de um economista nobelizado, diria que é um excelente argumento para um filme candidato aos óscares. E quereria saber em que cinema seria projectado.
É evidente que o artigo não se fica por aqui. Porque o resto do mesmo merece uma leitura atenta já que mostra que estes dois primeiros parágrafos são utópicos.
Por outro lado o artigo do Expresso, citado pelo Angonotícias - apesar de tudo em boa-hora porque nos obriga a meditar sobre o que alguns pensam de África -, mais parece um convite a uma meditação pré-voto.
É que quase parece que vai haver alterações no topo do FMI e a corrida aos votos já começou.
Um absurdo.
Segundo um artigo do Angonotícias, citando o Expresso, sob o sugestivo título "Será 2006 «o ano do fim do princípio do fim da pobreza»" África, de acordo com uma hipotética fórmula de John Stiglitz, irá ver diminuída a sua ancestral e continuada pobreza.
"Será 2006 «o ano do fim do princípio do fim da pobreza» em África, segundo a fórmula de John Stiglitz, vice-presidente do Banco Mundial e Prémio Nobel de Economia? Este banco e o FMI admiram-se perante as boas perspectivas económicas do continente, para o qual prevêem um crescimento de 5,9%, o maior desde a década de 70.
É certo que o crescimento global é puxado pelos altos preços do petróleo e outras matérias-primas, que não beneficia por igual todas as regiões. Mas há outras mudanças positivas na África subsariana, como a redução dos conflitos (em número e/ou intensidade), a estabilização macro-económica e o aumento dos investimentos. [...]"
Se não fosse tão absurda esta afirmação, tendo por base uma eventual fórmula (mágica?) de um economista nobelizado, diria que é um excelente argumento para um filme candidato aos óscares. E quereria saber em que cinema seria projectado.
É evidente que o artigo não se fica por aqui. Porque o resto do mesmo merece uma leitura atenta já que mostra que estes dois primeiros parágrafos são utópicos.
Por outro lado o artigo do Expresso, citado pelo Angonotícias - apesar de tudo em boa-hora porque nos obriga a meditar sobre o que alguns pensam de África -, mais parece um convite a uma meditação pré-voto.
É que quase parece que vai haver alterações no topo do FMI e a corrida aos votos já começou.
Um absurdo.
Adeus Cáceres Monteiro
"Hotel Babilónia" A última obra de Cáceres Monteiro
Mais um jornalista que deixa de escrever gloriosas páginas na imprensa escrita.
Cáceres Monteiro faleceu hoje em Lisboa.
Deixou uma obra imensa por onde passou, sejam crónicas, reportagens ou livros, com particular destaque para a obra "Angola, país de Vida ou de Morte", editada em 1975.
Com este passamento, o jornalismo de investigação lusófono fica mais pobre.
Até sempre.
Mais um jornalista que deixa de escrever gloriosas páginas na imprensa escrita.
Cáceres Monteiro faleceu hoje em Lisboa.
Deixou uma obra imensa por onde passou, sejam crónicas, reportagens ou livros, com particular destaque para a obra "Angola, país de Vida ou de Morte", editada em 1975.
Com este passamento, o jornalismo de investigação lusófono fica mais pobre.
Até sempre.
02 janeiro 2006
Malambas
Conforme já tinha referido em apontamento anterior, iria neste princípio do ano "abrir" um novo blogue, desta feita, virado exclusivamente para a parte cultural.
Não que não existam. Pelo contrário e qcom qualidade tremenda.
Mas o que quis foi dar um cunho pessoal. Desculpem este egocentrismo.
Daí que tenha hoje começado a publicar alguns trabalhos.
E como disse anteriormente seriam meus e de terceiros.
Foi o que fiz.
Podem lê-los a partir de hoje no Malambas (palavras).
Os vossos comentários, as vossas sugestões e participações serão o suporte deste blogue.
Fico à vossa espera.
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