31 dezembro 2011
Que seja feliz 2012
30 dezembro 2011
2011, o ano quase dourado de Eduardo dos Santos
26 dezembro 2011
Bissau andava tão calminha…
Depois da visita de Carlos Gomes Júnior a Angola onde conseguiu obter mais uma linha de crédito de 25 milhões de dólares norte-americanos para apoios à reestruturação – que está em marcha ou, talvez, para pagar ordenados em atraso – das forças armadas Bissau-guineense e ao investimento angolano em Bissau eis que a capital guineense acordou na ressaca do natal sob movimentações militares havendo, segundo consta, tiroteio na zona do Quartel-general das Forças Armadas guineenses.
Tudo terá começado, uma vez mais, por causa do narcotráfico e do sobrevoo e aterragem nacional de uma avioneta na região de Jugudul, perto de Mansoa, que, eventualmente, traria droga para ser reenviada para outras zonas, recordando que a Guiné-Bissau é “conhecida” como uma das mais importantes placas giratórias do tráfico de droga proveniente, na sua maioria, da América Latina.
E, uma vez mais, as mútuas trocas de acusações entre altas patentes militares nacionais, de serem os mentores e líderes desta operação de narcotráfico, foram imediatas.
Os dois principais líderes militares de Bissau, o CEMGFA António Indjai e o CEMA Bubo na Tchuto ter-se-ão acusado, mutuamente, de serem os líderes da operação de narcotráfico e, por esse facto, segundo o Jornal de São Tomé, esta madrugada, António Indjai terá acusado Bubo Na Tchuto de tentativa de homicídio e promoção de um Golpe de Estado, sendo que o Quartel-General, em Amura, Bissau, tem sido palco de troca de tiros entre militares, embora não havendo ainda notícia de vítimas nem quem serão os autores.
O certo é que consta em Bissau que Na Tchuto poderá ser detido por forças próximas de Indjai que terão partido de Mansoa, para a capital com vista, segundo afirmam, evitar um banho de sangue aquando da detenção de líder da Marinha, o que poderá ocorrer a qualquer momento. Em qualquer dos casos, e segundo fontes de Bissau, citadas pelo Jornal de STP, no Estado-maior da Marinha, a situação é de passividade, não havendo quaisquer sinais de resistência.
Também na Base Aérea, e de acordo com o nosso confrade “Ditadura do Consenso” de Aly Silva, a calma persiste, tal como na Presidência e no Ministério do Interior, enquanto Gomes Júnior, que terá sido, tudo o indica, o verdadeiro principal alvo destas movimentações se encontra em parte incerta sob protecção policial.
Vamos aguardar novos desenvolvimentos e – não se riam – alguma rápida e concisa declaração da CPLP; e de Angola, claro!...
Transcrito pelo portal "Jornal Pravda" em 28/Dez./2012, com o título "Como anda a Guiné-Bissau?" ( http://port.pravda.ru/news/cplp/28-12-2011/32673-bissau_calminha-0/) e no Zwela Angola (http://www.zwelangola.com/opiniao/index-lr.php?id=7996)
Acidentes em Angola, continua a nova guerra-civil…
Este cartune, hoje publicado no Jornal de Angola e que, com a devida vénia, retirei do seu portal, diz muito sobre o que os nossos compatriotas continuam a fazer à sua vida e à vida dos outros: não ligar nenhuma.
Recordo que já em 2010 (Março e Novembro) abordei esta matéria aqui e no portal noticioso Zwela Angola.
Quase dois anos passados e a situação continua a persistir sem que as autoridades pareçam não ter mãos para minorar este desiderato, mesmo aplicando mais multas, mesmo cercando os infractores com operações stop e com a obrigação de seguro.
Talvez que os nossos automobilistas, kupapatas (e motociclistas) e peões precisem das visitas de uns PIR à fatazana…
Até lá, parece-me que a actual guerra-civil, que está a custar muitas vidas e muito dinheiro ao Pais, não parará…
23 dezembro 2011
Análise sobre RDC para a RFI
Lá vai tombando 2011…
Desde logo os acontecimentos ocorridos no Norte de África e que ficaram reconhecidos pela “Primavera Árabe”. Uma onda político-social, grande parte dela alicerçada nas redes sociais e no despotismo de muitos dos seus líderes, varreu toda a margem sul do mediterrâneo com evidentes impactos na margem norte e em algumas ilhas daquele mar interior.
Na Cote d’ Ivoire (Costa do Marfim – porque é que temos de adoptar, quer os lusófonos, quer os anglófonos, como genérico e obrigatório, o nome francófono e não fazemos o mesmo com Moçambique ou Açores; isto seria uma forma de afirmação da Lusofonia –), o desejo de permanência foi derrotada pela vontade de mudança, mesmo que esta não tenha sido absolutamente clara e inequívoca, excepto para os Poderes fundados fora do continente, “comme d’ habitude…”.
O paradoxal e controverso “Pai da União Africana” foi tragicamente deposto e expungido – o termo correcto é mesmo assassinado – sem que conseguisse almejar e ver concretizada a sua enorme e ascética vontade realizada. Ser o presidente de todos os Estados africanos amontoados no seu aluado e fantasista Estados Unidos de África.
A República Democrática do Congo (RDC), mais um cancro que nunca mais parece ser extraído, continuou nas páginas noticiosas pelas piores – uma vez mais – razões. As eleições gerais mostraram que em muitos países africanos a democracia ainda é um mito, ou mesmo um tabu. As provas de total ineficácia democrática e evidentes fraudes na RDC foram tão evidentes que o Tribunal Constitucional precisou de várias semanas para as sancionar e com o vencedor do costume: quem já estava no Poder, ou seja, e neste caso, Kabila Júnior. (...)" (continuar a ler aqui).
Publicado no semanário Novo Jornal, edição 205, de 23-Dezembro-20111, pág 21
Pululu no Club K 3
22 dezembro 2011
A racionalidade é palavra vã?
O Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), pode-se dizer, começou só agora a estar operatório e a criar trabalho e condições de financiamento e operacionalidade com a abertura, em pleno, da linha Lobito-Benguela-Huambo.
Qualquer gestor de “meia tigela” sabe que enquanto uma empresa não dá mostras de vitalidade e de recuperação económica dos financiamentos colocados à sua disposição para estar operacional, dificilmente poderá satisfazer as vontades, legítimas, dos que lá trabalham para serem devida e correctamente remunerados.
E se a empresa em questão, e devido a factores exógenos, no caso à guerra fratricida, esteve dezenas de anos sem qualquer tipo de actividade, a garantir os ordenados dos que mantinham, minimamente, a actividade operacional, mesmo que quase estritamente local, é lógico que a empresa, qualquer que ela seja, passa por dificuldades financeiras naturais.
Ora no caso do CFB essas dificuldades são, necessariamente superiores devido não só às contingências já descritas como pelo facto de ter de recuperar, diria mesmo, totalmente, a linha que vai do Lobito ao Luau e as suas diferentes ramificações internas e de ligação ao exterior.
Sabe-se que essa recuperação só foi possível à custa dos cofres do erário público e da Sonangol. Sem o petróleo nada disto seria possível.
Se é certo que o CFB é uma empresa pública nacional, logo o accionista principal – único – é o Estado Angolano, também o único accionista da Sonangol, é igualmente certo que o CFB tem de prestar contas ao Estado Angolano e pagar a sua dívida. Porque se o CFB deve ao Estado, também, por inerência do facto, deve ao Povo Angolano.
Por isso é estranho que os trabalhadores, a maioria ainda agora recentemente contratados, estejam já a exigir aumentos salariais, alguns na ordem dos 150 a 200 por cento.
Como podem os assalariados do CFB exigir tais aumentos – mesmo sabendo que não auferem, em média, mais de 13 mil Kwanzas, o equivalente a USDólares130 dólares, – para, como dizem, equilibrar a perda do poder de compra.
Essa legítima pretensão deverão fazê-lo não a uma empresa que está a dar os primeiros passos como tal e, portanto, não tem condições de cumprir com o natural desejo de aumentos salariais que os trabalhadores exigem, mas ao Governo de Luanda que demonstra má gestão da coisa pública, ao não rever, devidamente, o ordenado mínimo nacional.
Há que ter racionalidade nas pretensões sob pena das mesmas deixarem de ter qualquer sentido. Não esqueçamos que o CFB ainda está a procurar prolongar a recuperação da linha-férrea até à fronteira angolano-congolesa.
Mas para que esta racionalidade seja credível, há situações que deveriam ser melhor ponderados pelos dirigentes sindicais nacionais. Pensarem mais nos trabalhadores e menos nas oportunidades políticas que os diferentes partidos lhes acenam em vésperas de eleições!
Transcrito no portal do jornal Pravda (versão portuguesa), secção Negócios
Egipto, a força das mulheres...
21 dezembro 2011
Porque hoje é um dos Solstícios…
20 dezembro 2011
Na Costa do Marfim, Ouattara junta parlamento às presidenciais
19 dezembro 2011
Eleições autárquicas para 2012
Não me parece que isto fosse impedimento para que as eleições fossem mais cedo. Que eu saiba e que saibam os angolanos, para as eleições contam não o Censo geral mas a actualização do Registo Eleitoral, que acabou de verificar o términos da primeira fase e que se manterá válido após as próximas – pelo menos assim o aguardamos – eleições.
Mas os conselheiros do CR, que engloba também os líderes dos partidos com assento parlamentar, não o pensaram assim e, talvez, estejam a ver melhor que eu…
Por isso aqui fica o comunicado final de imprensa do CR:
O Conselho da República reuniu-se hoje, dia 19 de Dezembro de 2011, no Palácio Presidencial, sob a orientação do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, tendo abordado essencialmente questões ligadas ao processo eleitoral.
O Presidente da República proferiu breves palavras de introdução sobre os objectivos da reunião, como sejam, proceder a apreciação da actualização do Registo Eleitoral e analisar a possibilidade de se efectuarem eleições autárquicas no país nos próximos anos.
O Ministro da Administração do Território apresentou o ponto de situação do processo de actualização Geral do Registo Eleitoral referente ao período de 29 de Julho a 16 de Dezembro de 2011 tendo revelado como dados provisórios o registo de 489.159 novos eleitores e a confirmação de 4.751.553 antigos eleitores, o que perfaz um total de 5.240.712 eleitores nesta primeira fase.
Neste domínio, o Conselho da República pronunciou-se favoravelmente pela realização da segunda fase do processo de actualização Geral do Registo Eleitoral, no período compreendido entre 5 de Janeiro e 15 de Abril de 2012.
O Conselho da República considerou como sendo positivos os resultados alcançados na primeira fase do processo de actualização do Registo Eleitoral.
Por outro lado, recomendou que as eleições autárquicas devem realizar-se em 2014, tendo em conta que em 2012 ocorrem as eleições gerais e em 2013 o Censo Geral da População.
Ainda no âmbito das eleições autárquicas, o Conselho da República remeteu a questão para reapreciação na sua sessão do segundo semestre de 2012, altura em que serão abordados os assuntos inerentes à preparação do processo.
Os membros do Conselho da República recomendaram também que se observe rigorosamente o princípio de que o Registo Eleitoral é um acto individual e presencial devendo por essa razão evitar-se práticas que contrariem esse princípio, tal como a recolha indevida de cartões na posse dos cidadãos.
SECRETARIADO DO CONSELHO DA REPÚBLICA, em Luanda, aos 19 de Dezembro de 2011.
O CONSELHO DA REPÚBLICA
17 dezembro 2011
Obrigado Cesária...
http://www.youtube.com/watch?v=E_7BV-IuyKI&feature=player_detailpage#t=4s (para ouvir clicar)
Ainda agora partiu e as saudades já são imensas.
África, os africanos e os Caboverdianos não podem esquecer nunca a "diva dos pés descalços" e das suas melodiosas canções.
Obrigado Cesária Évora por nos encantar (1941-2011)
16 dezembro 2011
Como é possível?!!
A UNITA a Congresso
Realiza-se este fim-de-semana o congresso da UNITA que vai eleger um novo (?!) Presidente, como seria natural, segundo os seus Estatutos, mas…
No Congresso há duas candidaturas a concurso: Isaías Samakuva e José Pedro Katchiungo.
Um, se for eleito, é uma reeleição (mas, a fazer fé em certas leituras estatutárias, Samakuva pode mesmo ser reeleito? É que está há oito anos no assento do “galo”); o outro é uma candidatura que parece estar contaminada pelo vírus da derrota, logo de início.
A dúvida, natural, que se levanta prende-se que esta candidatura de um considerado indefectível de Abel Chivukuvuku que, já o disse, participará no Congresso e será sempre candidato da UNITA.
Talvez um aplainar de terreno para uma próxima e efectiva candidatura daquele que é considerado como o mais possível e credível candidato da UNITA para fazer frente ao MPLA.
Até lá só há um caminho, por sinal pouco risonho; que nas próximas eleições legislativas a UNITA não siga o mesmo caminho da FNLA e se transforme num partido residual.
Esperemos o que nos mostrará p Congresso!
15 dezembro 2011
Acordo de pescas UE-Marrocos suspenso
(foto retirada daqui)
A União Europeia suspendeu as conversações para a prorrogação dos acordos de pescas com o reino de Marrocos por… as águas onde são explorados os recursos piscícolas pertencem ao Sahara Ocidental que Marrocos, segundo a UE, ocupa ilegalmente há muitos anos.
É estranho que só agora os europeus tenham reparado nessa pretensa ilegalidade. Ou talvez se esqueçam que quem provocou essa eventual ilegalidade foi, precisamente, um Estado europeu (Espanha) quando cedeu o território, rico em nitratos, a Marrocos e à Mauritânia – tendo esta, posteriormente, prescindido da sua parte que foi ocupada por Marrocos.
Já não será estranho se levarmos em conta razões humanitárias, embora seja preocupante o timing escolhido quando Marrocos está a querer enveredar por um regime monárquico constitucional e quando o mesmo Estado europeu que se despojou do Sahara é, também ele, ocupante ilegal de territórios (localidades) em Marrocos.
Se os interesses europeus forem, meramente, humanitários vai haver mais locais em África que serão preteridos nas eventuais posteriores conversações – sejam sobre o que for – porque há mais regiões que, segundo alguns, estarão ilegalmente ocupadas.
Vamos ver a se a moda pega ou o que há, na realidade, é um interesse económico europeu em pagar menos pelos desmandos que fazem nas costas dos outros…
14 dezembro 2011
Mundial de Andebol Feminino: Angola escorrega…
No Mundial que decorre no Brasil (Santos e S- Paulo) as nossas damas do andebol não conseguiram passar dos quartos-final e baquearam perante a Dinamarca por 23-28.
As nossas andebolistas não caíram; somente escorregaram e podem ainda melhorar o 7º do Mundial anterior, e preparem-se psicologicamente para fazerem um grande torneio nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012.
Até porque a nossa opositora, que também escorregou nos quartos foi a Rússia, que é só e ainda, a campeã em título...
O efeito “Boomerang”
Publicado no semanário moçambicano Canal de Moçambique, de 14/Dez./2011, pág. 14 8e transcrito no portal do Jornal Pravda, secção Mundo, de 15/dez./2011)
Eu e Manuel Vicente no Diário Económico...
10 dezembro 2011
MPLA, 55 anos!
Parabéns pelos seus anos de luta pela libertação e independência nacional.
Tal como felicito pela luta cerrada que fez pela libertação nacional, gostaria, também, de o fazer pela mesma medida no combate à corrupção, ao compadrio, e à democratização do País.
Só que se o fizesse estaria a ser tão corrupto e falso como os que ao abrigo de utopias políticas o praticam!
Mas como entrou na nova idade da razão e vai ter um Congresso, em breve, talvez que aquela também seja um dos congressistas e faça valer a sua influência...
09 dezembro 2011
Há um efeito boomerang das crises árabes?
Na África do Sul houve três antigos baluartes do ANC que viraram para a oposição democrática e para um dos seus antigos membros, entretanto expulso daquela organização. (ver aqui)
Em Moçambique as eleições intercalares regionais deram vitória repartida entre a Frelimo – em Pemba, onde o seu candidato obteve quase 89% dos votos (também Mubarak chegou a obtê-los e vê-se…) – e a MDM, com o pretendente democrático a conquistar, com significativa maioria, a cidade de Quelimane, e a contestar a vitória da Frelimo em Cuamba. (ver aqui e aqui)
Será o início do efeito boomerang da Primavera Árabe, agora na parte meridional de África?
Transcrito no , secção "Moçambique"
Cabida, onde fica?
08 dezembro 2011
As dívidas na UE e a memória futura...
(tudo isto corre nos meios electrónicos)
06 dezembro 2011
Pululu na Página Global 2
O novo portal oficial do Governo de Angola
04 dezembro 2011
03 dezembro 2011
Hoje há mais uma manif…
Hoje, dia de sua majestade suprema e incontestada – pelo menos pelos seus correligionários e indefectíveis –, 3 de Dezembro de 2011, está – ou esteve – prevista (repito, está prevista…) mais uma manifestação por vários direitos e manifestos, com organização e realização da Organização 27 de Maio.
Entre os vários manifestos contam-se “Abertura de um processo sobre o 27 M”; entrega das ossadas das vítimas reclamadas e nunca disponibilizadas nem indicadas o lugar do seu enterramento e “emissão de certidões de óbito”; um “Memorial pelas vítimas do 27 M”; ou “indemnizações aos presos políticos e seus familiares”.
Está ou esteve prevista porque até ao momento já há notícias de expurgados, pela Polícia, que estariam no local da manif, no Cazenga, Luanda, e de espaçamento – por indivíduos que estariam à civil e pretensamente fardados – de um dos mais activos lutadores dos Direitos Humanos e um dos principais impulsionadores das últimas manifestações Carbono Casimiro (CC).
Este ignóbil acto contra o activista, que teve de ser assistido numa clínica do Prenda, na cidade da Kianda, aconteceu quando falava com a senhora Lisa, da Human Right Watch, e, segundo dizem e escrevem nas páginas sociais, sob a "vista" de jornalistas da RTP - será que vão mostrar imagens, ou... - do activista e escritor Rafael Marques, da Rádio Ecclésia-ECA, da Voz da América e de alguns membros de jornais privados nacionais.
Não é assim, com atitudes musculadas de quem devia fazer respeitar a diferença de ideias e a Constituição, que se afirma uma Democracia nem se dá ao respeito ou à afabilidade. Muito menos em vésperas de aniversário, de Congresso e da campanha eleitoral se houver…)!
NOTA COMPLEMENTAR: Segundo Jose Gama, "O Rafael Marques acaba de ser posto em liberdade. O regime havia prendido, também a jornalista Isabel João, Coque Mukuta e Antonio Paulo por terem feito cobertura de uma manifestação em Luanda. O Jovem Carbono Casimiro é dado como desaparecido enquanto que outros estão a receber tratamento no hospital após terem sido espancados pela Policia Nacional e elementos do SINFO que se fizeram passar por marginais. (Este é um dos muitos lamentos que correm na rede social Facebook).
Assim, dificilmente há um mínimo de credibilidade. Principalmente quando as televisões estrangeiras fazem uso deste tipo de informação - até as que mais próximas estão do Poder - ou quando circulam na Internet fotos bem sugestivas de indivíduos fardados a agredirem uma pessoa sentada no chão. É bom que Luanda se recorde que as fotos de Santa Cruz (Timor) levaram à queda do regime indonésio...
02 dezembro 2011
Guiné-Bissau, nova crise à vista?
Há muito que corriam rumores que o presidente Malam Bacai Sanha estava com sérios problemas de saúde. Eram conhecidas as constantes visitas, algumas repentinas, outras preparadas, a Dakar e a Paris para consultas e alguns internamentos, devidos a uma doença, nunca publicamente esclarecida.
Soube-se, há dias, que Sanhá tinha ido, uma vez mais a Dakar e recambiado de urgência para Paris onde o primeiro-ministro ter-se-ia deslocado para saber da situação clínica do Presidente, enquanto, na região, haveria algumas movimentações de países limítrofes, abrigando-se sob o chapéu protector da Comunidade Económica para Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEAO), para, caso necessário, intervir no único país lusófono daquela região africana – exceptuando, claro, mas este é outro “piano”, Cabo Verde – caso a situação degenerasse, como parecem não só prever, como desejar e ansiar.
E para reforçar a sempre latente crise que se reproduz na Guiné-Bissau, acabámos de saber, através do semanário electrónico “A Nação” que o Presidente Bissau-guineense já estará em coma hospital Militar Val de Grâce, em Paris, devido a sérias complicações de saúde, com os seus principais colaboradores a temerem pelo que se possa desenrolar no País onde, periclitante ou não, ia-se cimentando uma pequena estabilidade política, militar e social.
Esta situação não será tão estranha dado que, ainda recentemente, o premiê cabo-verdiano, José Maria Neves, que esteve durante uns dias de visita à Guiné-Bissau, também teria confirmado que o estado de saúde do presidente Bissau-guineense, transferido no último fim-de-semana de um hospital de Dakar para outro em Paris, inspirava “alguns cuidados”.
Igualmente a Oposição anda preocupada e deseja ser devidamente informada do verdadeiro estado de saúde do Presidente até porque o Chefe de Governo carlos Gomes Júnior que se tinha deslocado de propósito a Paris para ver o Presidente, facto que acabou por não acontecer, dizia ter recebido “notícias encorajadoras” quanto ao seu estado de saúde.
Para reforçar a já visível instabilidade política no País, também o Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, Antonio Indjai – que há quem sussurre ter sido um dos mentores que levaram ao desaparecimento de alguns políticos no país após a última crise militar que quase depôs Carlos Gomes Júnior – terá avisado que haverá as habituais “barafundas” para a Guiné-Bissau, caso a CEDEAO decida enviar uma missão militar sob o propósito de garantir segurança às figuras públicas nacionais Bissau-guineenses, bem assim uma força de Paz.
Isto levou os cabo-verdianos, através do seu Ministro de Defesa, a apelar algum bom senso à CEDEAO e muita “prudência” na condução do processo de reforma da Defesa e Segurança na Guiné-Bissau, para evitar “factores de stress” e se prosseguir com o roteiro já orientado e definido com a CPLP.
Ora o que parece, está a passar, de novo, com a Guiné-Bissau. Uma nova e pungente crise à vista com muitos colaterais a salivar nos dedos. Será bom que a CPLP se mostre realmente e, goste-se ou não, que Angola sirva de charneira face a tão grandes e avassaladores apetites...
Não esqueçamos que Angola tem “observadores militares” a ajudar a reformular as forças de segurança na Guiné-Bissau e foi um dos principais financiadores para o o fundo de pensões para ex-militares Bissau-guineenses.
É que a estabilidade na Guiné-Bissau pode ser um farol para a estabilidade na região, principalmente quando com o fim da crise na Líbia se detectam, naquele espaço geográfico, do regresso “de várias pessoas ao Mali e Níger, provenientes da Tripolitânia, algumas delas na posse de armas pesadas”.
Cai ministra, viva ministro…
(o novo símbolo da EDEL - Empresa de Electricidade de Luanda - que "corre" nas páginas sociais)
Já há muito que se especulava que a Ministra da Energia e Águas, Emanuela Vieira Lopes, poderia cair dada a sua inoperacionalidade governativa numa área tão sensível tanto em Angola, no geral, como em Luanda, em particular.
Recordemos que o semanário Novo Jornal, na edição de 9 de Setembro, já antevia esta hipótese, quando num despacho do gabinete do Presidente Eduardo dos Santos, datado de 16 de Agosto passado, lhe eram já então retiradas todas as competência para exercer o cargo. Ora a queda acabou por acontecer neste início do mês e… ministro posto, ministro empossado.
Hoje o Presidente da República – ainda não mudou, continua a chamar-se e tudo parece indicar que assim se vai manter por mais 5 anos – José Eduardo dos Santos, empossou o novo Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, até agora Secretário de Estado deste ministério, apelando para que acabe a “«falta de eficiência» do sector eléctrico, designadamente no abastecimento de electricidade à capital”.
O que não deixa de ser interessante é que o ministério era totalmente inoperativo como se manda abaixo o titular e se eleva o secretário de Estado, por norma, quem mais deveria estar a produzir. Curioso e relevante…