31 dezembro 2007

Feliz 2008!!

(clicar na imagem)

FELIZ ANO NOVO

Que em 2008 possam ver realizados, pelo menos e no mínimo, 75% dos Vossos desejos!!!

Ano velho… pruridos velhos

As consciências, mesmo que pseudo-sublimares, costuma a emergir, muitas vezes, quando o Ano acaba ou quando emerge um Ano Novo.
E o final de 2007 não poderia fugir à regra.
Houve muito tempo para que um assunto ignóbil, não só para África como para a Humanidade, chamado “Darfur” fosse devidamente tratado e pouco se fez, exceptuando-se algumas vozes. Até na Conferência UE-África quase passou despercebido.
Mas para que a Humanidade possa passar em festa o seu final de Ano uma força híbrida conjunta das Nações Unidas (ONU) e da União Africana para o Darfur (UNAMID) decidiu assumir hoje o controlo das operações no oeste do Sudão, quase cinco anos após o início do conflito que já provocou algumas centenas de milhares de vítimas e cerca de 2 a 3 milhões de deslocados.
Por isso, numa cerimónia realizada em Ai-Facher, capital da região do Darfur, a nova força híbrida (ou mista, como simpaticamente agora lhe chamam) da ONU e da UA, com cerca de 26.000 soldados, passou a substituir os 7.000 militares da missão africana no Sudão (AMIS), destacada até agora no território.
Pelos vistos os tais helicópteros que entravavam o avanço da força híbrida já apareceram…

Um esclarecimento aos comentadores no Club-K

O jornalista Armando Chicoca, correspondente da Rádio Ecclésia e d’O Apostolado, que há dias foi detido por injúria e agressão às autoridades foi condenado por um Tribunal do Namibe a “30 dias de prisão correccional” não pelos motivos evocados pelas autoridades policiais mas por desobediência às autoridades.
Já agora, permitam-me, responder por esta via a uns quantos absurdos comentários, a maioria, para não variar porque a cobardia vê-se nestas alturas, sob forma anónima, que li no Club-K devido ao recente artigo publicado no Notícias Lusófonas, de 24 de Dezembro pp, sobre este assunto e citado naquele insigne portal angolano.
Um dos comentários – e é o único que me merece uma análise – foi de alguém que vive e, ou, fala português do Brasil.
O referido comentador anónimo questionava a minha ortografia mostrando desconhecer que existem duas formas ortográficas de escrever o Português. E se existem devem-no aos dirigentes políticos luso-brasileiros e aos academistas dos dois países.
Esquecem-se que existe o português do Brasil e o outro português, aquele que é adoptado pelos outros sete países lusófonos.
Uma das críticas que o tal comentador fez prende-se com o meu nome. Para ele nem o meu nome sei escrever porque escrevo com acento agudo em vez de acento circunflexo, ou “chapéu” como ele escreve. De facto o meu nome escreve-se com acento agudo. Fui registado num país que usa esta forma de escrita e não a escrita brasil-portuguesa; ou seja, escreve-se “Eugénio” e não “Eugênio”.
Provavelmente o corrector de escrita que tem é o do português (Brasil) e não o outro, o português (Portugal) como aparece no sistema “Windows”.
Está mal, admito que sim. Mas então questionem os políticos e os académicos (e não acadêmicos, que também está correcto) a ratificarem, de vez, o Acordo ortográfico, deixando-se de pruridos estúpidos!
Depois questionava porque depois de reticências (…) escrevia em minúsculas e não começava com maiúscula. O comentador demonstra desconhecer a língua portuguesa seja ela de escrita brasileira seja de escrita dos restantes lusófonos. Senão saberia que as reticências no meio de uma frase servem para fazer uma pausa ou para pensar sem que, no caso, a frase deixe de ter continuidade. Era o caso.
Não estou livre, como qualquer outro escritor ou analista de fazer erros. Por vezes o corrector automático altera sem que disso possamos ver. Mas procuro não o fazer. Não sou, nem disso tenho essa pretensão em ser infalível.
Mas podem e devem comentar.
Serve para aquilatar da nossa capacidade em fazer chegar as nossas opiniões junto dos leitores. Mas também deve servir, principalmente, para exprimirem as vossas insatisfações e as vossas achegas e não para dardejarem o vosso veneno inócuo, diga-se, e sem qualquer sentido porque o Club-K merece mais respeito por aquilo que tem procurado fazer junto da comunidade angolana a que pertenço por inteiro direito gostem ou não da minha chipala branca.
Apesar de nunca ter autorizado ao Club-K o direito de reproduzir os meus escritos tenho de reconhecer que ao contrário de muitos outros – e alguns supostamente mais respeitáveis, supostamente, dizia – é o único que cita sempre – repito, sempre – a fonte de onde extrai os artigos
Honra seja feita ao Club-K e aos seus editores.
Um Bom Ano de 2008 para o Club-K e todos os leitores.

Publicado no Club-K , de 31 de Dezembro de 2007, sob o título "Correspondente da Rádio Ecclésia condenado e um esclarecimento aos comentadores no Club-K" e que pode ser lido também aqui.

30 dezembro 2007

Em Setembro não pode acontecer o mesmo!

(foto ©AFP)
Isto que se passou e passa no Quénia, ou seja, vitórias antecipadas e atrasos nos escrutínios, é o que não vamos querer ver em Setembro próximo!
Por isso as palavras do presidente dos Santos são importantes e devem – TÊM – de ser bem digeridas por todos – TODOS – os intervenientes na contenda política que vai ser o acto eleitoral para as legislativas.
Todos, mas TODOS, devem começar imbuir que haverá um vencedor e os outros serão a nata que irá acompanhar e ombrear o vencedor a favor da democracia, da liberdade e do desenvolvimento de Angola.
Vamos começar a pensar na vitória mas também na não vitória!
Porque só o facto de haver eleições já nos torna a todos vencedores pelo que só os fracos de espírito poderão pensar em derrota!

Eleições presidenciais no Quénia

Depois da grande expectativa

Isto!!!!
(Fotos ©EPA/Stephen/Sapo.pt)

29 dezembro 2007

Correspondente da Rádio Ecclésia condenado

(DDR)

O jornalista Armando Chicoca, correspondente da Rádio Ecclésia e d’O Apostolado, que há dias foi detido por injúria e agressão às autoridades foi condenado por um Tribunal do Namibe a “30 dias de prisão correccional” não pelos motivos evocados pelas autoridades policiais mas por desobediência às autoridades.
Só que o jornalista e os seus advogados vão recorer da sentença.
Entretanto, continua-se a nada saber do processo judicial de José Lelo, excepto que estará doente com malária. Provavelmente cada província tem o seu "timing"...

O "mal" muito conveniente

(foto ©AFP)
Há um atentado algures, nomeadamente, em países islâmicos ou onde o islamismo tem algum peso, mesmo que mais social que político ou económico e sabe-se logo a quem imputar culpas.
Tem sido assim há um tempo a esta parte.
E quando não é a dita entidade ou organização, ou como lhe quiserem chamar, será alguém a ela afiliada.
Mesmo que ela não se assuma, e fá-lo não poucas vezes logo de imediato porque parece ser esse o seu interesse, ou seja, querer aparecer nos órgão de Comunicação Social, nomeadamente na televisão, para dizer que ainda existe e que, ao contrário da vontade da Coligação, ela persiste.
E quando não é ela, há quem logo diga ou insinue ser ou ter sido ela.
Foi-o, recentemente, com a morte da Benazir Bhuto. Acusaram com uma velocidade incrível a dita entidade – e alguém em seu nome também terá, eventualmente, reivindicado – de estar por detrás ou de ter mesmo sido ela a perpetrar o atentado.
Era conveniente. Só que com isso começam a criar dúvidas, legítimas, nos espíritos dos “mais livres”. E quem ganha com isso é o terrorismo!
Mas tal como escrevi na altura a morte de Bhuto favorecia mais quem ela atacava do que os próprios islamitas. E como ela escreveu em tempos, um islâmico que se preze nunca tentaria matar uma mulher porque em caso disso ser-lhe-ia vedado o acesso ao paraíso.
E para ajudar isso mesmo, a tal entidade que dá pelo nome de al-Qaeda já desmentiu que estivesse por detrás do atentado.
E agora, como irão certos sectores descalçarem esta bota?
Depois de o New York Times, no dia de Natal – que rica prenda natalícia para o senhor Bush júnior – afirmado que os EUA nada sabem de Osana bin Laden desde há dois anos este desmentido coloca mais pressão sobre os EUA e os seus aliados na zona que parecem ter “desviado” cerca de 5 biliões de dólares que a Administração Bush colocou no Paquistão para combater os islamitas da al-Qaeda e os talibãs…
Bem estrebuchou Hamid Karzai, presidente afegão, sobre tão hediondo e infame atentado até porque tinha estado reunido horas antes com Bhuto.
Não seria porque uma eventual entrada de Bhuto na presidência paquistanesa poderia alterar a correlação de forças na região, o que não seria muito do agrado de certos sectores, nomeadamente o porquê da manutenção do “poder” dos talibãs…?
E já agora, não é interessante que as imagens pré-atentado sejam tão claras e depois só se ouçam os tiros e o efeito da explosão e, ainda por cima, quando as câmaras televisivas acompanhavam a líder oposicionista desde o fim do comício? Porque será?

27 dezembro 2007

Já temos data!

"O presidente José Eduardo dos Santos na sua habitual alocução de Ano Novo anunciou que as legislativas angolanas serão a 5 e 6 de Setembro de 2008. Uau! Já temos data! falta só a convocação oficial.

Agora falta saber se teremos civilidade política para aceitarmos o debate com correcção e não-coacção aos “contrários” e que o desejo do Presidente se cumpra, ou seja, que a vontade do povo angolano se possa exprimir "com verdade e sem limitações nos dias 05 e 06 de Setembro de 2008, nas eleições legislativas que serão oportunamente convocadas".

Apesar de não poder votar por estar na Diáspora vou estar atento e não vou deixar de tomar a minha posição cívica. Ainda que isso possa incomodar alguns…

Já agora registe-se a vontade do Presidente que a Polícia Nacional seja o garante da ordem pública, pelo que tem de dar o exemplo pautando a sua conduta no respeito pela vida humana e pela propriedade pública e privada. Será a única forma da população votar sem medos segundo um clima de paz e harmonia e fraternidade entre os diferentes (por isso é que parece já terem começado certas alegadas perseguições)..." (continuar a ler aqui ou aqui).

Publicado na coluna do de hoje.

O obscurantismo venceu uma vez mais?

A ignorância ou obscurantismo, ou o despotismo disfarçado de falta de civilidade política ou de fundamentalismo religioso venceu mais uma batalha.
Benazir Bhuto depois de ter fintado a morte no seu regresso ao Paquistão, morreu hoje, vítima de um atentado suicida, durante um comício em Rawalpindi.
Benazir Bhuto poderia ter sido corrupta como os militares a acusaram. Só não se percebe porque um militar a foi buscar de novo para ser garante de estabilidade nacional.
Benazir Bhuto era uma das principais candidatas às eleições do próximo dia 8 e, por isso mesmo, uma forte adversária do actual presidente que já foi militar mas que agora é civil e que mantém a áurea de ditador que não consegue disfarçar.
Benazir Bhuto parece que não morria muito de amores pela contínua ingerência norte-americana – leia-se, ingerência da Administração Bush – na política interna e externa do Paquistão.
Benazir Bhuto era uma mulher de coragem para quem os ditames religiosos deveriam ficar nas mesquitas e nunca na vida política.
Benazir Bhuto perspectivava-se como a mais provável candidata do povo paquistanês para suceder ao actual presidente Pervez Musharraf, o principal beneficiado deste assassinato.
E por isso Benazir Bhuto foi morta hoje!
E por isso e porque as eleições não estavam a correr de feição a Musharraf e a quem o apoiava é muito natural que seja implantado o estado de emergência no País e as eleições sejam adiadas.
Mais uma batalha ganha pelo obscurantismo político-religioso de um certo sector que não aceita a separação entre o Estado e a Religião!

Uau! Já temos data!

(foto ©Apostolado)
O presidente José Eduardo dos Santos, na sua habitual alocução de Ano Novo, anunciou que as legislativas angolanas serão a 5 e 6 de Setembro de 2008.
Uau! Já temos data! apesar de só faltar a convocação oficial.
Agora falta saber se teremos civilidade política para aceitarmos o debate com correcção e não-coacção aos “contrários” e que o desejo do Presidente se cumpra, ou seja, que a vontade do povo angolano se possa exprimir "com verdade e sem limitações nos dias 05 e 06 de Setembro de 2008, nas eleições legislativas que serão oportunamente convocadas". Pelo menos o Presidente disso fez apelo à Polícia Nacional.
Apesar de não poder votar por estar na Diáspora vou estar atento e, por mim e pela minha vontade enquanto cidadão, não vou deixar de tomar a minha posição cívica.
Ainda que isso possa incomodar alguns quantos…

26 dezembro 2007

Afinal qual é a situação de Kopelipa e de José Maria

De acordo com uma notícia do Apostolado, a “Cidade Alta” emitiu uma comunicação, distribuída pelos Serviços de Apoio ao Presidente da República, que desmente qualquer detenção de Hélder Vieira Dias “Kopelipa” ou do general António José Maria, chefe dos Serviços de Inteligência Militar (o sucessor do general Francisco Miala) nas instalações da polícia Judiciária Militar.
Mas o interessante não está no desmentido mas na qualidade do desmentido e a forma como o faz.
Segundo o citado comunicado o desmentido só se refere à notícia difundida pelo Folha 8 – aproveito para agradecer o belíssimo, quanto tocante, votos de Boas Festas que o seu ilustre Director, William Tonet, me enviou – esquecendo-se de referir à da Manchete do Notícias Lusófonas de 22 do corrente – que sei ser diária e ansiosamente devoradas por certos sectores da Cidade Alta, ou não tivessem esses sectores tentado amordaçá-lo(?) através de uma compra a ser efectuada por hipotéticos representantes dos tais sectores.
Como o Notícias Lusófonas hoje muito bem analisa, este comunicado parece ter efeitos só para dentro do País, mas, estranhamente ou talvez não, dos portais noticiosos angolanos só o Apostolado fez uma difusão clara do referido comunicado e, simultaneamente, confrontando Tonet sobre a matéria; a Angop oferece-nos uma pequena notícia como que querendo tirar importância – falta saber a quem – à mesma…
Só se lamenta que a cidade Alta não tenha tido a mesma prontidão para exigir aos Ministérios da Justiça e do Interior uma rápida resolução dos jornalistas detidos e a aguardar serem ouvidos, ou julgados, pelo Tribunal.

E elas voltam de novo

(foto ©DN)

Um ano depois, as cheias voltam ao centro de Moçambique.
Tal como há cerca de um ano, já estão a fazer vítimas além dos elevados prejuízos que acarretam sempre.
Até quando o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades e o Governo vão permitir que as populações continuem a construir nas orlas fluviais e nas zonas de aluvião sempre sujeitas às cheias e às consequências delas inerentes?
Um facto cíclico que parece haver quem o queira manter. E ainda estamos no início do ciclo.
Provavelmente os fundos dados pela caridade humanitária são mais interessantes que as vidas e os prejuízos decorrentes das cheias…
Moçambique não precisa de viver deste artifício. Basta que o INGC e o Governo façam cumprir a lei e, de certeza, que o dinheiro gasto na recolha e realojamento das vítimas será melhor aplicado.
Ou também talvez haja quem se queira aproveitar das cheias para ganhar melhores condições de habitabilidade…

25 dezembro 2007

Depois dos Palancas, o 1º de Agosto

(foto ©FIBA-África)

O 1º de Agosto conquistou a 22ª Taça dos Clubes Campeões Africanos de Clubes, em basquetebol, ao vencer o anterior detentor, o Petro-Atlético de Luanda por
61-53, no jogo da final disputado na capital angolana, com Cipriano, do 1º de Agosto, considerado o MVP do torneio.
O Interclube quedou-se pela quarta posição ao perder, no sábado, com o ABC da Côte d'Ivoire – o terceiro classificado – por 60-53.
A Taça mantém-se em Angola.

Paz em Kivu?

Já era altura; mas vale mais tarde que nunca!
O presidente da R.D. Congo, Joseph Kabila Jr., percebeu, ou teve uma dica do seu vizinho do Sul, o seu natural “guru” apesar de alguns certos problemas fronteiriços e acusações de indisfarçada ingerência, que se quer ver os seus assuntos resolvidos deverão serem as populações locais a tratar deles e não esperar que terceiros o façam.
Está provado que os apoios externos são, em regra, guarnecidos de eventuais e não pouco significativas vantagens para os doadores e nunca para os próprios interessados, ou seja, para as populações dos Países onde as crises sociais persistem.
Daí que se saúde a reunião que o Governo de Kabila e as populações do Kivu (as duas províncias do Sul e Norte) irão efectuar para tratar dos seus problemas.
Verifica-se que a manutenção da MONUC que regula o mecanismo de vigilância e de comunicação criado pela Resolução 1612 do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas não tem tido qualquer desenvolvimento no fim da crise social e político-militar do País e só clama – felizmente – pela denuncia do recrutamento, pela rebelião e pelo exército congolês, de crianças nesta província da RDCongo.
Kabila deve ter visto que quando Angola – Governo e Unita – decidiu que os seus problemas deveriam ser tratados por si e não por terceiros, resultou, mesmo com os habituais problemas, numa Paz que já perdura há cerca de 5 anos!

24 dezembro 2007

Em Angola, a iliteracia continua...

(imagem daqui)

"Como há dias escrevia Orlando Castro, em comentário a um apontamento meu, no Pululu, sobre a questão das situações “pouco lógicas” devido a “baixo nível académico” das autoridades policiais angolanas, como afirma, ou acusa, o Ministro do Interior, “um diploma universitário não significa, nem em Angola nem em qualquer outro país, competência”.
Pois a iliteracia – como eu então lhe chamei –, ou as “acções «pouco lógicas»” da Polícia – leia-se a sua falta de capacidade em gerir conflitos – continuam. Desta vez, e para não variar, o alvo – para não variar, dizia, – foi um membro da Comunicação Social, no caso um correspondente da Rádio Ecclésia de Angola (Emissora Católica) – aquela que continua a não ter hipóteses de se expandir pelo resto do País… porque será? e em vésperas de eleições? –, na província do Namibe, terá sido agredido e detido pela Polícia Nacional quando cobria uma manifestação de populares nas imediações do mercado 5 de Abril, da cidade portuária do Namibe, resultante da operação “Tango”, iniciada em Luanda, e que visa desmobilizar os vendedores ambulantes que andam pelos mercados informais. (...)" (pode continuar a ler aqui ou aqui).

Publicado na coluna "Colunistas" do e citado no Club-K

Uma poesia de Natal para o Zimbabué

O poeta e contista brasileiro, Erasmo Shallkytton, deixou, como comentário, um poema de Natal dedicado ao sofrido Povo Africano, em geral, e ao Zimbabueano, em particular, que, pela oportunidade, quero deixar aqui bem visível (também o podem ler no Malambas)

ZIMBABWE – A LUZ DE NATAL NA ÁFRICA

Olhai, senhor ao povo Africano,
Semeando nesta Noite de Natal,
A caridade e a benevolência,
Preservando a vida e suas famílias,

Distanciando a fome e a sede,
Dos grandes massacres econômicos,
Resguardando sob a tua luz celestial,
Os filhos da mãe África.

Assegure aos teus filhos zimbabuenses,
Que fogem dos desastres econômicos,
Imigrantes desprotegidos sem labor,
Neste Natal, alivie com tua misericórdia,

Nossos irmãos zimbabuenses merecem,
A tua acolhida no seio da mãe pátria,
Com acesso e garantia de uma vida feliz,
Fortaleça! O Senhor Deus feito menino,

O manto sagrado em seu povo africano,
Não deixai os homens, mulheres e crianças,
Nesta gloriosa e louvável Noite de Natal,
No desespero de uma guerra econômica.

Veneras os frágeis zimbabuenses queridos,
Vítimas dos fracassos e ganâncias materiais,
Celebras na mente daquele faraó, a caridade,
Enfeitando o governo num estábulo fraterno.

Olhai senhor ao povo Africano!
Derramai no Zimbábue a paz,
Nesta Noite de Natal é Feliz,
E será Feliz pela compaixão divina,
Reluzindo sem cessar novas esperanças.

FELIZ NATAL

23 dezembro 2007

Natal: uns têm, outros nem tanto!

Enquanto a uns oPhotobucket

dá profusamente prendas como

outros já se sentiriam felizes se recebessem uma igual às destes meninos▼
ou que nunca mais lhe dessem uma prenda igual a esta▼

A Todos um Bom Natal e um Feliz Dia de Família!
Nota: Imagens retiradas da Internet

22 dezembro 2007

As culpas da Polícia estarão mesmo na sua iliteracia?

(Um polícia não é - nem pode ser - um xerife do "far-west")
Segundo o ministro do Interior de Angola, Roberto Leal "Ngongo" o que se passará com a polícia dever-se-á à baixa escolaridade dos agentes da Polícia Nacional. Só assim se explicará, no conceito do Ministro, algumas das acções "pouco lógicas" dos agentes.
Acredito que muitos tenham um "baixo nível académico" mas há certas atitudes que não se explicam com a falta de cultura académica dos agentes mas sim com a falta de cultura cívica que, muito provavelmente, lhes foi incutida por quem não o deveria fazer, nomeadamente, os seus formadores.
Realmente mais que chamar incultos ou iletrados aos agentes da Polícia Nacional, o Ministro Roberto Leal deverá combater a indisciplina que grassa no seio da cooperação pelo que coloca em causa a deficiente credibilidade da autoridade.
Acredito que muitos sejam iletrados. Mas diz a cultura ancestral angolana e africana que há certos limites que são inultrapassáveis, como bater numa mulher, principalmente quando grávida. Isto não está na génese de um angolano! E tudo porque alguém quererá uma fazenda de que está na posse de um “contrário”.
Admito que muitos dos agentes que vigiam a nossa segurança sejam incultos e, não poucas vezes, não saibam contar para além do 10. Mas quando chefes seus para contarem até dez têm de se descalçar não me parece que a “acusação humilhante” do Ministro seja a mais digna.
Por isso não é com desculpas como as apresentadas que se justificam(?) as mortes recentes de dois jovens actores no Sambizanga – mesmo que seja uma zona problemática não se atira primeiro, tipo “far-west americano”, e se pergunta depois – ou no Roque Santeiro, local onde se movimento milhares de pessoas em simultâneo no que poderia redundar numa mortandade por pânico.
Tal como se justifica a morte de uma zungueira (vendedeira informal e que, por mero acaso, até era mulher de um agente da Polícia), à queima-roupa, por um polícia e nas condições em que o fez. Ou seja, e fazendo fé nos relatos de quem assistiu, foi uma autêntica execução. O resultado foi a instauração de um inquérito à actuação por excesso de zelo do agente…
Assim como nada justifica que duas crianças, de 12 e 11 anos, no Kwanza-Sul, que brincavam com pedras numa lavra do seu pai, sejam detidas pela polícia porque uma delas terá atirado inadvertidamente uma para a rua que atingiu o carro da Comissão Municipal Eleitoral, sem qualquer prejuízo, o que levou a que fosse, de imediato, consideradas suspeitas de serem “contrárias”. E, parece que não satisfeitos, ainda exigiram ao progenitor 60 mil kwanzas para as libertarem, o que não acontecendo, continuam detidos há cerca de 12 dias. Será que foram presentes a um juiz?
Como ainda continuam por justificar as detenções – e eventuais sevícias – dos jornalistas Alexandre Solombo (director da rádio Despertar e deputado pela Unita) e de um jornalista português da Voz da Alemanha que acompanhavam as demolições na zona habitacional do Calemba II, bem assim a manutenção da prisão do jornalista José Lelo.
E outros casos hão como o que aconteceu, mais recentemente, na zona do Grafanil em que um alegado agente á civil puxou de uma arma para resolver uma discussão que teria tido com um cidadão…
Por essas e estas razões se estranha que a maioria dos inquéritos que correm sobre as actuações da Polícia sejam patrocinadas pela própria Cooperação, em vez de ser o Governo ou o Estado Angolano a fazerem-no, como relembra e aconselha o sociólogo Paulo de Carvalho.

Angolano a caminho do palco dos sonhos

O Manchester United contratou o angolano Manucho por três épocas.
“Manucho” Gonçalves pertencia aos quadros do Petro-Atlético de Luanda.
Segundo Alex Ferguson o jogador “palanca negra” é ágil para o seu tamanho e rápido.
Segundo o portal Esportes é possível que Manucho que ainda não tem visto de entrada nem número de jogos pela selecção dos Palancas possa ser emprestado a um clube português. Mas como está seleccionado para o CAN2008…
Depois de Mantorras, Mateus e Zé Kalanga mais um Palanca nos palcos europeus do futebol

Será que Charles de Menezes ainda vai ser inculpado?

Lembram-se do cidadão brasileiro electricista Charles de Menezes que foi morto (desculpem esta palavra simpática, porque o que penso não posso escrever…) numa carruagem do metropolitano londrino por polícias londrinos por ter sido confundido com um terrorista após os actos de 2005?
Hoje foi dado o veredicto pela Comissão Independente de Queixas à Polícia (IPCC). Segundo esta Comissão os quatro polícias que intervieram na morte do cidadão brasileiro foram absolvidos da acusação que sobre eles pendia.
Por este andar ainda vamos ver o cidadão brasileiro ser inculpado de terrorismo como parece ser vontade dos ingleses…

20 dezembro 2007

Adeus Amigo!

(Carlos Tembe, o primeiro à direita num dos seus empreendimentos a favor da população da Matola)
Foi com surpresa que hoje de manhã, logo pela manhãzinha e ao me levantar, vi o telemóvel a piscar indicando a presença de uma mensagem.
Uma mensagem que tinha tanto de curta como de penosa pela inoportunidade: "Morreu de madrugada o sr. Carlos Tembe edil da Matola"
Acabava de ser alertado para o passamento de um Amigo e antigo colega da Universidade. Pela RDP-África soube que foi por doença, facto que ele soube esconder.
Lamentavelmente mais um Homem-bom que muito estava a fazer pela Sua Matola é levado pelo Destino! E lamentavelmente muitos ditadores e déspotas continuam por aí a pavonear os seus roubos e as suas diatribes sem que o castigo apareça de imediato!
Adeus Amigo! Adeus Carlos Tembe! Até sempre!
NOTA: No um artigo sobre Carlos Tembe, como minha homenagem, com o título "Adeus Amigo! Adeus Carlos Tembe" (também pode aceder aqui)

Um Workshop sobre a Diáspora Angolana

Na passada terça-feira participei, em nome da Casa de Angola com outras personalidades de relevo na vida social e económica de Angola num workshop realizado em Lisboa sobre o retorno da Diáspora angolana ao País e o seu contributo para as futuras relações entre Angola e Portugal e como o seu retorno podem ajudar nas referidas relações.
Sobre o que lá foi debatido, surpreendentemente e embora fosse um workshop restrito, poderão ler um pouco no Notícias Lusófonas.
Posso adiantar que me pareceu muito oportuno o que lá foi apresentado e as ideias que lá foram deixadas.
Que a CEDEP - Unidade de Investigação de Economia Internacional, entidade organizadora pertencente ao Grupo Universidade Lusófona, consiga juntar todas as contribuições e apresentá-las a quem de direito para que possam ser úteis e terem o efectivo aproveitamento que sei que os seus organizadores – saúdo a coragem da organização, nomeadamente o Professor Eduardo de sousa Ferreira, – procuram que tenha.

17 dezembro 2007

Finalmente vai ser marcada a data?

(©foto Apostolado)
Finalmente o presidente Eduardo dos Santos se decidiu falar para dentro e dizer aos angolanos quando serão as eleições legislativas no País.
Tal como o fazia no exterior também desta vez não disse a data mas, pelo menos, já disse aos angolanos que vai haver eleições – acredito, ou quero acreditar, que sim – só estando a marcação das mesmas dependente do relatório da Comissão Nacional de Eleições (CNE) que garanta que o registo eleitoral, está “em conformidade com as normas legais” e a CNE está “em condições de organizar a votação no período de Maio a Setembro de 2008”.
Ora como a CNE é dominada pela “oligarquia nacional” é de crer que o relatório só sairá quando a dita oligarquia achar que tem a vitória confirmada, o que não parece ser o caso, nesta altura…

16 dezembro 2007

Andebol Feminino: Rússia a nova Campeã do Mundo

A Rússia destronou a Noruega do ceptro de campeã do Mundo ao bater na final as anteriores campeãs por 29-24 (ao intervalo as russas já venciam as norueguesas por 16-12). Em terceiro, ficaram as alemães que bateram a Roménia por 36-35 (ao intervalo perdiam por 11-18)
Entretanto, as Senhoras de Angola obtiveram o sétimo posto ao baterem as húngaras por 37-36 (com 17-20 ao intervalo – excelente recuperação).
A França e a Coreia do Sul repartiram o 5º e 6º lugares.

14 dezembro 2007

Em Angola, a “guerra” ainda mata

Quatro crianças angolanas morreram na província do Bié depois de ter sido detonado um engenho explosivo, provavelmente, uma mina ou uma granada, já que as fontes não são claras quanto à forma como a deflagração ocorreu.
Infelizmente a estúpida “guerra”fratricida ou a inconsciência ou má-vontade de alguns ainda mata inocentes!
Mas, também, porquê nos preocuparmos se um líder(?!?!?!) africano(?!?!?!) afirma que não devemos acabar com as minas, conforme fartou-se de propagandear em páginas inteiras de jornais?!

Mundial de andebol feminino, as finais

Angola baqueou nos quartos de final perante a poderosa Alemanha por 33-36, (ao intervalo já perdíamos por 18-14) falhando as meias-finais e o pódio, mas ainda podendo aspirar ao 5º lugar, a melhor classificação de sempre de uma selecção africana na modalidade.
Para isso Angola terá de ultrapassar a Coreia do Sul – no dia 15 de Dezembro – e, posteriormente, a França ou a Hungria, no dia imediato, o dia da final.

A Guiné-Bissau na Paz… dos Senhores

(Os abutres espreitam e sorriem na Guiné-Bissau; foto ©daqui)
Ontem soube que a Assembleia Nacional Bissau-guineense aprovou por unanimidade uma amnistia total para todos os que praticaram crimes contra ou em nome das Instituições até 2004, como Golpes de Estado e outras acções violentas, de natureza civil ou militar.
Ia falar nisso mas atrasei-me porque, e felizmente, Orlando Castro, no Alto Hama, já escreveu um apontamento suficiente crítico para eu não perder tempo em analisar esta incongruência dos principais partidos Bissau-guineenses, nomeadamente do PAIGC, PSR e POUS que, apesar da boa vontade em colocar uma pedra nas desconfianças que pairam entre o Povo e as Instituições, só beneficiará quem mais tem ganho com esses crimes; e a maioria deles - ou a quase totalidade como a morte e Assumane Mané - nunca irão ter um claro e inequívoco desfecho: ou seja, saber quem foram, realmente, os criminosos que colocaram o país na actual situação.
E por esse facto e porque Orlando Castro está simbolicamente distraído e, felizmente, só aqui vem uma vez por mês e este é o das boas festas e das boas vontades entre os povos tenho a certeza que quando ele aqui chegar já passou do prazo e não me vai pedir direitos de autor.

Se calhar na Guiné-Bissau passa-se o mesmo que em Portugal. Todos têm os políticos que merecem. Numa altura em que o Conselho de Segurança da ONU afirma que o dinheiro da droga está a perverter a sociedade guineense, os deputados de Bissau resolveram o problema da criminalidade aprovando por unanimidade uma amnistia aos crimes ou acções subversivas cometidas contra as instituições da República até 2004. Não está mal.
Não haja dúvidas de que, numa altura em que acentuam actos de violação dos direitos mais básicos dos cidadãos, vir amnistiar alguns dos seus autores é mais uma forma, digo eu, de provar que o reino de Nino Vieira não é, não sei se alguma vez foi, um Estado de Direito. Mais uma vez, lá como cá, como em muitos países lusófonos, o crime compensa. Quem, por exemplo, tenha cometido golpes de estado, subversão armada ou assassinatos de cariz político vai agora ser amnistiado.
É claro que a medida não abrange crimes de delito comum ou os chamados crimes de sangue. Ou seja, dá uma no cravo e outra na ferradura. Não amnistia quem matou, mas amnistia quem mandou matar.
Francisco Benante, presidente do Parlamento guineense, diz que a amnistia "visa apaziguar os espíritos e promover uma verdadeira reconciliação entre os guineenses
".

Apaziguar o espírito dos infractores, já que o das vítimas está, em muitos caos, no reino dos céus.

Em dia de Tratado Reformador, uma anedota luso-espanhola…

Um português estava calmamente sentado a tomar o seu café da manhã quando um espanhol, a mastigar pastilha elástica, se senta ao seu lado. O português ignora o espanhol, que não se conforma e começa a puxar conversa:
Espanhol: - Comes esse pão inteirinho?
Português (de mau humor): - Claro.
Espanhol: - Nós não. Nós comemos só o miolo, a côdea juntamos num contentor depois processamos, transformamos em croissants e vendemos para Portugal.
O Português ouve calado.
O Espanhol insiste: - Tu comes esta geleia com o pão?
Português: - Claro.
Espanhol: - Nós não. Nós comemos frutas frescas com o café da manhã; mandamos todas as cascas e sementes para contentores, depois transformámos em geleia e vendemos para Portugal.
Português: - E o que é que vocês fazem com os preservativos depois das relações sexuais?
Espanhol: - Deitamos fora, claro!
Português: - Nós não! Vamos guardando tudo em contentores, processamos, transformamos em pastilhas elásticas e vendemos para Espanha.
… e viva a União Europeia…Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

13 dezembro 2007

O Tratado Reformador da União

(©CTT)

Eram 12h:49’:30” quando o Tratado Reformador da União Europeia, vulgo “Tratado de Lisboa” foi acabado de ser rubricado pelos futuros “Governadores estaduais” da União Europeia.
Um Tratado que, pudicamente, não o querem chamar de constitucional mas que, na prática, agrupa e altera os actuais Tratados “constitutivos”, o Tratado da União Europeia (UE) – ou Tratado de Maastricht, de 1992 – e o Tratado da Comunidade Europeia (CEE) – o Tratado de Roma, de 1957 –; este Tratado vai passar a designar-se – para quê? ou talvez não seja tão simples assim… – por Tratado sobre o Funcionamento da UE.
O Tratado de Lisboa, de diferente do Tratado Constitucional só tem o facto de não considerar o Hino da Alegria como Hino oficial da União – mas mantém-se como o hino ofici(al)oso da UE – e do responsável das Relações Exteriores não ser um super-Comissário (um super-Secretário de Estado) mas um Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança que acumula o cargo de vice-Presidente da Comissão e que definirá as políticas externas da União a que se sujeitar-se-am os Estados-membros.
E o facto de não ser tão simples como atrás aludia dá-se pela razão de uma das condições do novo Tratado de Lisboa estar no facto da Comunidade Europeia desaparecer de vez e surgir em seu lugar, e em definitivo, a União Europeia, que passa a ser uma entidade única, que recebe a personalidade jurídica da extinta Comunidade Europeia.
E por falar em Estados-membros; como a União será – ou passará a ser em 1 de Janeiro de 2009 – uma entidade geográfica com uma clara identidade política e jurídica, com um Presidente eleito pelo Parlamento – eleição indirecta como na Alemanha – por um mandato de 2 anos e meio renováveis pelo máximo de um novo mandato de igual período, terá um Governo – aforisticamente continuar-se-á a chamar de Comissão Europeia mas constituída por somente 2/3 dos seus Estados e não pela totalidade dos Estados-Membros como acontece actualmente – que definirá políticas que eram da exclusividade dos Estados-membros, como, por exemplo, a conservação dos recursos biológicos do mar, no âmbito da política comum das pescas e a política comercial comum e desde que o Estado-membro o deseja compartilhar. Em teoria a defesa dos Estados da União será partilhada com a política interna de cada Estado; todavia, a cláusula de “solidariedade” obriga a União ou qualquer estado-membro em assistir um outro Estado-membro em caso de ataque terrorista ou, naturalmente – e aqui penso que esta cláusula era desnecessária –, em caso de catástrofe natural ou humana.
Meus senhores, sejamos honestos. A partir de 1 de Janeiro de 2009, e caso nenhum Estado-membro veja a sua ratificação chumbada – em caso de referendo tenho dúvidas que isso não aconteça, pelo que, até agora, e por imperativos constitucionais o único Estado que vai referendar por voto popular é a República da Irlanda (Eire) – teremos na Comunidade Internacional um novo País: a União Europeia que, tal como os EUA ou o Brasil ou a Nigéria, terá um Presidente da União e Governadores Estaduais!
Será que os actuais líderes que assinaram o Tratado pensaram nisso?
Penso que não! ou então estiveram-se nas tintas para a História!
Tal como se tem visto com a questão do Kozovo!
Se pensassem e estudassem a História recordariam que os Balcãs têm o primeiro ninho das últimas guerras na Europa. A primeira Grande Guerra, começou lá; consta-se que no final da II Grande Guerra, um senhor que dava pelo nome de Tito devolveu a Moscovo, concretamente a Estaline e num tabuleiro, a cabeça de um seu enviado que exigia a integração da extinta Jugoslávia na União Soviética; a “shatteredização” da Jugoslávia aconteceu pela inoperância de Europa em se unir – se num país tão pequeno como a Bélgica, Estado-membro, não conseguem manter a união como querem que outros a consigam? – e pelo facto dos europeus estarem a adoptar a velhinha política norte-americana, britânica e escandinava de “não se entendem que se separem”.
Mas será que os europeus acreditam que Kozovo – recorde-se que Kozovo está para a Sérvia como Guimarães está para Portugal, como relembrou, e bem, o ex-jogador sérvio, Drulovic – será, por muito tempo, um País independente? É evidente que não! Tão breve quanto os albaneses kozovares o entenderem farão um referendo para se unirem à Albânia e, com isso, começarem a criar a Grande Albânia tão a gosto do antigo ditador albanês Enver Hoxha. E como se perfilarão, na altura, os países da região?
A Europa anda, há muito, esquecida da História. Só não se esquece de “aprender” o inglês…
Por isso, e por andar tão esquecida, não se surpreendam que aconteça, um dia e naturalmente, vermos a Catalunha, o País Basco, a Escócia, o País de Gales, a Córsega, o Norte de Itália, exigirem – e muito bem porque a História estará do lado deles – a sua secessão. Será que, na altura, a União terá moral para negar esse desiderato?
E no resto do Mundo? Que moralidade terá a Europa para negar provimento aos Ibos de recriarem a sua Biafra, aos catangueses, o seu Katanga, aos tuaregues a recriação do seu Reino, ou que Cabinda consuma a sua secessão, ou que o Príncipe se separe de São Tomé, ou “last, but not least” os Curdos e os Tibetanos declarem unilateralmente a sua independência.
Será que a União teria moral para lhes negar esse direito?
Citado no , na coluna "Opinões e Análises"

Robert Mugabe é o candidato!!

(©DDR; tão iguaizinhos, até na chipala…)
Surpresa na reunião da ZANU-PF. Depois de muito debaterem e quando já ninguém previa eis que os militantes da ZANU-PF decidem descobrir um candidato-surpresa às eleições presidenciais de Março de 2008. O candidato dá pelo sugestivo e simpático nome de… Robert Mugabe.
Assim, e para que o povo zimbabueano não tenha nenhuma dificuldade em memorizar um novo presidente, os militantes da ZANU-PF conseguiram descobrir alguém com um nome igualzinho ao actual e déspota presidente e, tal como este, o candidato já tem 83 anos e um largo – que se desconhecia até agora – curriculum político de enorme democraticidade.
Foi só pena que ao Congresso da ZANU-PF só tenham estado presentes representantes de alguns países amigos da ZANU-PF e dos seus cabecilhas, nomeadamente alguns – poucos – africanos e a China.
Porque seria?

12 dezembro 2007

Análises do antes e do depois da Cimeira UE-África

Dois artigos de Mário de Queiroz publicados no portal noticioso Inter Press Service (ISP) um referente ao antes da Cimeira (expectativas) e outro com a análise dos resultados da Cimeira.
Em ambos, e a convite do articulista, estão análises de várias personalidades convidadas e, por manifesta simpatia de Mário de Queiroz, também duas perspectivas minhas.
Os dois artigos foram publicados, inicialmente, em espanhol, e, posteriormente, traduzidos para diferentes línguas:

Do antes:
ÁFRICA-UNIÓN EUROPEA: Escabullendo el bulto (versão original); versão inglesa; versão holandesa

Do depois:
ÁFRICA-UE: Persiste interrogante sobre el futuro (versão original)

08 dezembro 2007

Angola no Mundial feminino de Andebol

As octo-campeãs africanas de Andebol feminino está a participar no Mundial de 2007 com resultados que só dignificam o andebol africano.
Depois de, nas preliminares, ter ficado no 2º lugar do seu grupo com duas vitórias e uma derrota – derrotaram as dominicanas (41-20) e as austríacas (33-22), perdendo com a favorita Noruega (26-32) –, o que lhe conferiu passagem á fase final, as nossas atletas estão em velocidade de cruzeiro para conseguir uma passagem histórica aos quartos-de-final.
Para tanto já derrotaram nesta fase final, a "Main Round", a França, formação da casa por 29-27 (depois de estarem a perder por 16-11 ao intervalo) e a Croácia por 34-28 (com igualdade a 16 ao intervalo).
Para conseguir estar entre as oitos melhores do Mundo, a equipa feminina de Angola terá de bater, amanhã, a equipa da Macedónia; encerra esta fase de grupo pré-4ºs de final com a Rússia no próximo dia 11 de Dezembro.
De registar que as duas outras selecções africanas, a Tunísia e a Rep. do Congo, tal como o Brasil foram relegadas para a “President’s Cup”. As brasileiras venceram o grupo I e as africanas ficaram, respectivamente, no 2º e 3ºs lugares do grupo II. Face a estes resultados o Brasil irá disputar os 13º/14º lugares com a Ucrânia; a Tunísia os 15º/16º com a Áustria; e o Congo os 17º/18º com o Cazaquistão.
NOTA: Angola venceu a Macedónia por 33-25, com 17-14 ao intervalo. Face a este resultado vai disputar, no próximo dia 11, com a Rússia o 2º lugar da sua série. Os quartos-de-final já estão garantidos.

Os ditadores e a Cimeira UE-África

Com a devida e respeitável vénia aos "Pitecos" de Zé d'Almeida

Uma Cimeira «entre iguais»

O presidente em exercício da União Europeia e primeiro-ministro de Portugal, e co-presidente da Cimeira UE-África (o outro co-presidente é Jonh Kofuor, presidente em exercício da União Africana e presidente do Ghana) afirmou na sessão de abertura da Cimeira que esta ia ser realizada segundo o primado de um diálogo “entre iguais”, tal como já tinha previsto, felizmente e antecipadamente, o Jornal de Angola...
Também o escritor George Orwell relembrou, em tempos, que numa sociedade todos são iguais entre si. Só que recordou que haviam uns mais iguais que outros
E também nesta Cimeira, José Sócrates não se pode esquecer que há uns mais iguais que outros. São poucos, mas os que são – presentes e ausentes –, são os que definem as directivas eurocratas e as relações entre estes e o continente africano.
E são eles que vão querer continuar a definir as APE (Acordos de Parcerias Estratégicas) que África parece ter recebido de muito boas “mãos-abertas” e onde, por certo, veremos África continuar a exportar as suas matérias-primas ao desbarato e comprar produtos transformados e agrícolas a preços pouco competitivos.
E assim se vai a agricultura e a indústria africana.
Como gostaria – sinceramente – de estar enganado, pelo menos desta vez!!!
Como nota complementar, de registar que à margem da Cimeira houve uma reunião entre a UE e o Sudão por causa de Darfur.
Saúde-se, também, que na sessão de abertura Sócrates se referiu a Darfur e ao Zimbabué.
Igualmente a chanceler alemã Ângela Merkel mencionou o problema dos Direitos Humanos no Zimbabué no que foi criticada pelo presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, que considerou a chanceler como mal informada… Sem comentários!!
Ao menos temos um Thabo Mbeki, presidente da África do Sul, que recordou que a boa governação e o respeito pelos direitos humanos são fundamentais para combater a pobreza no continente africano.
Complementarmente saúde-se, ainda, a cada vez maior africanização de Portugal, já que começou a Cimeira com hora muangolê; ou seja, começou com uma hora de atraso…
Citado no , na rubrica "Hoje Convidamos..."

Se realmente estivessem preocupados...

De acordo com um artigo, no matutino português Público, escrito a duas mãos pelos ministro inglês das Relações Exteriores, David Miliband, e pelo secretário de Estado para o Desenvolvimento Internacional, Douglas Alexander, o governo inglês está muito preocupado com os problemas de África enaltecendo a importância da Cimeira UE/África mas sempre sublinhando que o senhor Gordon Brown, primeiro-ministro britânico nunca poderia estar presente na mesma por nunca poder se sentar ao lado de um senhor chamado Robert Mugabe.

Para os dois articulistas que tentam mostrar a sensibilidade britânica para a Cimeira, esta servirá para «fortalecer as nossas relações e criar um futuro melhor para a próxima geração» mas a presença de Mugabe, único responsável pela situação preocupante do Zimbabué, onde tudo falta, desde os mais elementares itens como a alimentação à liberdade, impedem que qualquer responsável britânico, seja o primeiro-ministro do Reino Unido ou um outro membro sénior do Governo britânico, possa se sentar ao lado do senhor Mugabe.

Mas os britânicos não deixam de reafirmar que caso a situação no Zimbabué se altere, nomeadamente a reposição da liberdade estarão dispostos a ajudar os zimbabueanos a «reconstruir a sua economia arruinada e as suas infra-estruturas». (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no /"Colunistas", de 8-Dez-2007.