31 julho 2005

Cabeças de pungo relembram viagem de 1973.

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Finalistas com o Patrono do então Liceu Tomaz ( Foto Diário Notícias, Março 1973)
Cerca de meia centena de moçamedenses (entre ex-finalistas, cônjuges e amigos) juntaram-se em Ferragudo, perto de Portimão, Algarve, para relembrar a viagem de finalistas do então Liceu Américo Tomás (actual Escola do III Nível Gabriel Kwanhama) que alguns fizeram, em 1973, a Portugal.
Foi interessante – eu que estive como acompanhante de uma das finalistas que quando vir a foto que lhe "roubei" põe-me as malas à porta da rua – ver pessoas que vieram de Angola, África do Sul, Luxemburgo, Alemanha, Suiça, e de diversas partes de Portugal se juntarem num jantar meio africano, meio indiano (começou com parakuka e doce de Mamão, que segundo me dissera era mesmo made and make in Angola e terminou numa carilada) degustado, no fim, num prazenteiro – passe a publicidade, mas prazer é prazer e saudade é saudade – AC a par, da rebita e do merengue não podiam ter faltado.
Interessante. De certeza que será mais interessante quando as pessoas forem ao sitio
Sanzalangola(Escolas) e verem as fotos desse jantar.
Foi um fim-de-semana para acalmar e preparar as férias que vão começar dentro de uma semana.

28 julho 2005

IRA abraça Magna Carta

e o caminha para a
Numa época em que o terrorismo dita leis, e numa região onde o sangue, as lágrimas e o terror têm sido o pão-nosso de cada dia, é bom ver que algum senso começa a chegar aos nacionalismos incoerentes e as pessoas percebem que há certos meios que acabam por não justificar os fins a que se destinam, por mais puros e nobres que sejam.
Foi (é) o caso do IRA (Exército Republicano Irlandês) que decidiu que a campanha armada contra o domínio da Grã-Bretanha na Irlanda do Norte já não se justificava pelo que pôs fim a décadas de lutas fratricidas e sanguinárias.
Serão os Irlandeses e a Paz os primeiros vencedores.
Mas, também, agora já nada justifica a predominância político-religiosa de uma parte sobre a outra.
Que os britânicos saibam continuar merecer a Magna Carta.

Nino presidente?

Image hosted by Photobucket.com De acordo com as primeiras projecções oficiais da CNE, “Nino” Vieira terá ido eleito presidente da Guiné-Bissau após a 2ª volta das presidenciais, batendo o seu adversário Bacai Sanha.
Se o voto é a arma que, inteligente e sabiamente, os eleitores usam para fazer valer os seus direitos universais, então temos de reconhecer e aceitar que os guineenses souberam escolher avisadamente o seu presidente.
Esperemos que isso tenha sido, de facto, a sua opção; que o candidato derrotado e seus apoiantes aceitem essa judiciosa escolha; e que “Nino” seja credor do benefício da dúvida.
Porque continuo a afirmar que a Comunidade Internacional já não está para tolerar novas cabalas internas.

E os resultados das presidenciais foram…

Este atraso na divulgação dos resultados – com projecções internacionais que nada ajudam – e o pretenso ataque à CNE não pressagiam nada de bom.
Esperemos que amanhã os guineenses já possam saber que irá mandar nos seus destinos na próxima legislatura.
E que ela seja mesmo para cumprir até ao fim.
Que os guineenses tomam consciência que a Comunidade Internacional começa a perder a paciência.

Uma análise irónico-socrática lusitana

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Uma vez por outra, não tenho qualquer pudor em colocar aqui assuntos que digam respeito à política interna portuguesa, mesmo que eles tenham sido tratados por terceiros.
Se também aqui vivo devo, naturalmente, ter a minha quota-parte de participação na vida social portuguesa.
É aqui, que os meus impostos são pagos, logo, é aqui que devo verificar como eles são utilizados.
E foi por isso que tomei a liberdade de “roubar” esta excelente análise irónico-socrática, de Orlando Castro, na sua rubrica
Alto Hama, no NL.
Um mimo a não perder e ler na íntegra.
O NL que me perdoe em não endereçar para o sítio, como normalmente faço, mas creio que não sairia clara e escorreita a análise se fossem respigados só alguns trechos da mesma.

"Poderá o burro de Sócrates viver sem comer?


Numa coisa o governo português tem razão. O país vive uma séria crise. Para dar a volta ao problema é preciso fazer alguma coisa do tipo “para grandes males, grandes remédios”. Segundo Sócrates, os grandes remédios são, entre outros, a OTA e o TGV, investimentos bem superiores a 25 mil milhões de euros. Será mesmo assim? Ou, pelo contrário, vamos acabar por descobrir que quando o burro estava quase a aprender a viver sem comer... morreu?

É claro que, apesar dos maus exemplos que se (des)conhecem, fica bem dizer que pôr um burro a viver sem comer é, seria, um investimento estruturante. Então ressuscita-se a tese de que o segredo está em avultados investimentos públicos (ou seja, com grande parte do nosso dinheiro) que, como sempre, correm o risco de criar mais uma série de elefantes brancos.

Quando se deve pedir, e isso sim seriam grandes remédios, contenção orçamental, aposta clara e inequívoca nos sectores produtivos, e exemplar moderação nos gastos de todos nós (a começar por cima), José Sócrates joga em sentido contrário, ou não fosse ele dono da verdade.

Portugal pode avançar com o novo aeroporto da OTA, com o comboio de alta velocidade e coisas similares. Este governo está descansado, tal como esteve o de António Guterres, porque a factura será paga por outros. E se esses outros não tiveram como pagar, a falência é sempre uma solução.

Sócrates quer, de facto, ficar na história como o político que conseguiu pôr o burro a viver sem comer. Ninguém duvida que se tal for conseguido, o primeiro-ministro não ficará na história, será ele próprio a história. No entanto, (quase) todos sabem que tal não é possível.

É que, quer se queira quer não, ninguém demonstrou de forma credível, isenta e conhecida que o burro (OTA e TGV) tem alguma hipótese de sobreviver. Quanto o ex-ministro das Finanças, Campos e Cunha, levantou algumas dúvidas sobre o “animal”, foi pregar para outra freguesia."

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26 julho 2005

Nós também não…

versus
"Temos toda uma História de autoritarismo atrás de nós. Se reparar, há-de ver que a tradição cultural africana é absolutamente autoritária. Não tenho nenhuma visão romântica sobre isso".
Assim o afirmou João Melo, deputado do MPLA, no programa “Café da Manhã”, da Luanda Antena Comercial (LAC)*, onde admitiu, ainda, haver falta de cultura democrática em Angola e dos órgãos de Comunicação Social angolana estarem ora limitados, os públicos, ora misturarem factos com opinião.
Daí que o deputado aconselhe, e bem, que os jornalistas devem eles a aprovarem o Código de Ética e Deontologia e que o Estado deve apenas interferir para ratificá-lo.

*citado no Notícias Lusófonas

História de Maputo

Image hosted by Photobucket.com © Ponta d’Ouro, Foto de Nuno Ibra

Simples esclarecimento para quem estiver interessado em assuntos sérios da História de Moçambique (por: João Craveirinha):*

Reencaminharam-me um pedido de esclarecimento sobre a origem do nome Maputo – na realidade Maputso – palavra em xi – ronga idioma local da região dos iMpfumos / caMpfumo rebaptizada erradamente pelos portugueses de Lourenço Marques piloto de naus quinhentista que nunca esteve do lado da actual cidade de Maputo ex LM fixando-se na então denominada Ponta Madona na caTembe ( lado oposto). O piloto Lourenço Marques traficou marfim, escravos e bugigangas no Entreposto de Ponta Madhona ( caTembe - terra dos Tembes)....em 1544...além do registo dos rios que desaguavam na Baía dos iMpfumos...

Mais uma vez e por insistência (e estou farto de dar explicações que ninguém fixa ou liga…caso eu fosse louro e muito mais claro todo o mundo me consideraria idóneo em Portugal sobre Moçambique com a devida consideração...e ainda me chamarão de polémico (com desprezo) ou pior de complexos por tratar sempre com dignidade os assuntos...sem seguir a manada da corrente geral... e desculpem pelo desabafo…excepção feita a um restrito grupo que respeito...daí o envio deste email último sobre este assunto).

Só o desprezo pelas coisas afros de alguns dos que se dizem de Moçambique mantém -nos na ignorância. Durante o período que por lá andaram nunca souberam nem quiseram saber dos idiomas Moçambicanos e seus derivados dialectos. Se soubessem não inventariam coisas à toa para auto elogio de seus umbigos. Qualquer pessoa da caTembe até uma criança sabem de onde vem a palavra Maputo – originária de Maputso…


...maputokezi é uma forma idiomática do norte de Moçambique – Niassa e Cabo Delgado maconde – influência inglesa de portuguese com o prefixo baNto MA…nada a ver com o sul…Portugueses em xi - ronga : mu - madji , magoerre (mais depreciativo) e xi –colonhi…a palavra maputokezi foi trazida para o SUL e centro pela Frel nos seus cânticos “revolucionários” em suahili ou maconde ou nhanja (Niassa) em que diziam que iam correr com os maputokezis de Moçambique.

Origem nome MAPUTO – com mais de 500 anos…anterior à chegada dos portugueses à Baía dos iMpfumos …

A palavra ma (prefixo) plural para designar os de juntando …mais Uputso dá maPutso nome Proveniente da bebida tradicional UPUTSO ainda hoje celebrada em cerimónias tradicionais na zona de Matutuíne (Bela Vista) região dos Tembes na denominada Província de Maputo…Nada tem a ver com maputokezi como algumas mentes desiluminadas na distorção derivada do complexo colonial da colónia Perdida querem manter ainda…Só a ignorância dos idiomas e derivados dialectos locais africanos é que perpetuam essa ignorância típicas de saudosismos doentios…Qualquer Moçambicano baNto do sul conhece a bebida tradicional UPUTSO proveniente da região da que se chamaria de Maputo corruptela portuguesa incapazes de pronunciarem Uputso…Quando em 1502 António do Campo e Luiz Fernandes chegaram à baía dos iMpfumos ( dos reis) já se preparava o Uputso feito à base da ameixa (da ameixoeira) africana fermentada…de cor e espuma brancas…considerada fruto sagrado…

O erro na atribuição do nome Maputo para substituir LM tem a ver com o ressentimento étnico anti-ronga de Samora em não querer aceitar o nome de caMpfumo ou simplesmente cidade de Mpfumo restituindo a dignidade a um povo ronga destituído da sua terra e da sua cultura…Não sei como aceitam a marrabenta e a galinha e o camarão com coco, amendoim e piri piri dos rongas, mas não aceitam que quando os tugas chegaram da Europa tão longe encontraram um povo na região com nomes e usos e costumes bem seculares…

O indo-português de Moçambique, Óscar Monteiro, sugere então o nome de Maputo para substituir LM, para rimar o slogan da Frel, do (rio) Maputo – fronteira mais a sul de Moçambique… ao (rio) Rovuma fronteira mais a norte….simbolizando a unidade nacional inter étnica.


Resumo: O Nome de Maputo provém da bebida tradicional ronga UPUTSO …sendo Bela Vista – Matutuíne a região ronga dos Tembes por excelência de tradição de séculos antes do achamento da região pelos portugueses perdidos das naus de Vasco da Gama a caminho da Índia em 1502.

E ponto final. Quem quiser continuar cego que continue...e perguntem a Patrick Chabal que tem a resposta deste complexo português do Império COLONIAL perdido

p.s. (Filmei (realização) com a RTP uma maquete betacam digital (passado a DVD) de um seriado sobre a História das cidades de Moçambique a começar pela Baía dos iMpfumos. (1998/1999/2000)...Viajando em katmaran pelos 5+1 rios que desaguam na Baía da chamada Maputo. Aguardava tão somente a montagem final para ir pró ar; stand by, sine die, por critérios desconhecidos apesar de conteúdo de aspectos inéditos da História comum de Portugal e Moçambique pela 1ª vez em imagens. Projecto piloto a passar para Angola e os demais CPLP e não só). Enfim mais uma pro arquivo...


adenda...
Para mais informações sobre a obra : - Moçambique: Feitiços, Cobras e Lagartos, de João Craveirinha, ver em: http://www.macua.org/livros/feiticos.html

24 julho 2005

Eduardo dos Santos com mais mandatos?

Pelo menos para o Tribunal Supremo parece que sim… e por mais 15 (quinze) anos segundo a interpretação que se tira dos trechos disponibilizados ao homem comum. Um Mugabe ou um Kadhaffi em potência? Esperemos que não e o seu bom-senso político prevaleça.
Mas o que é interessante é ver as contradições interpretativas dos diferentes órgãos angolanos (entre estatais, privados e sites).
Uma boa matéria para estudar e analisar.
Bom seria, e apesar de tudo o que se possa pensar dele, que o eng. Eduardo dos Santos ficasse por aqui e, paradoxo dos paradoxos, surgisse como a reserva moral da Nação; que parece não existir.
Já agora, quando é que o acórdão é disponibilizado para um estudo autónomo pelos cientistas sociais não dependentes dos cânones e pressões políticas de cada lado?
O problema será, quando chegar aos 80, se decidir recandidatar como alguém, em Portugal, parece se inclinar a fazer.

A “vitória” do terror?

Em Londres, a polícia, considerada das mais calmas e mais sensatas, mata um brasileiro que tomou-o por um terrorista em fuga. Já reconheceu e pediu desculpas. Tarde demais para a vítima e para os familiares.

O Inter de Milão desmarca jogos em Inglaterra sob pretexto de evitar que as autoridades britânicas se desmultipliquem desnecessariamente. Desculpa absurda.

Não há dúvidas que com estes dois acontecimentos só ganha o “terror”.

23 julho 2005

Guiné-Bissau, que amanhã?

...................ou.....
A 2ª. volta das presidenciais guineenses está à porta.
Dois candidatos – por sinal da mesma área política, PAIGC – vão tentar ganhar a cadeira que tem sido ocupada, interinamente e com muito bom-senso, por Henrique Rosa. São eles o ex-presidente “Nino” Vieira e Bacai Sanhá.
Qualquer que seja a decisão dos sensatos eleitores guineenses só uma coisa se exige. Que o candidato derrotado aceite, com elevação, a vitória o oponente e que este saiba unir, no imediato, o martirizado povo guineense.
Se não quiserem que a História – e as forças castrenses – os condenem saibam merecer a confiança do povo.
Os nossos olhos estão postos em vós. Sejam um exemplo.

Eles... não param

Image hosted by Photobucket.com Uma vez mais os terroristas da al-Qaeda voltaram a provocar dezenas de mortos. Desta feita na região balnear egípcia de Sharm el-Sheikh, frequentada, essencialmente, por europeus e israelitas. Foi, depois de Luxor, em 1997, o maior ataque mortífero a uma região turística egípcia.
Será que os islamitas continuarão a aceitar que uma rede terrorista continue a denegrir o bom-nome de Allah e do Islão para acobertarem os seus raids terroristas?
Sabemos que fundamentalistas e radicalistas hão-os em todas as religiões, credos e sociedades.
Mas, não é altura das forças sociais se juntarem e procurarem, de facto, a cabeça do polvo e destruírem-na, doa a quem doer, mesmo que ao(s) seu(s) criador(es).
É altura de dizer... Basta.
Basta ao sangue inocente que é derramado! Basta ao terror! Basta à suspeição que nos rodeia!
BASTA!!!!
ADENDA: Ainda sobre este assunto, ver o meu artigo de opinião, no Image hosted by Photobucket.com, de hoje, sob o título "Porque eles não param é altura de dizer BASTA"
Também citado e transcrito, na íntegra, no sítio Africamente.com

22 julho 2005

LOBITO

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…..
Lobito,
cidade de mangais e valas tortuosas,
dos belos flamingos rosados,
das grandes salinas,
alvas,
mal-cheirosas.
Lobito,
poema de luz e cor,
de alegrias, tristezas e dor.
Ontem, eras uma Restinga,
somente,
nada mais;
hoje, segunda cidade industrial.
Ontem, uma simples língua,
ora, a terceira cidade angolana,
segunda da Angola, litoral.
Bela terra,
filha querida da Restinga.
…..

Três sílabas, apenas,
tem esta cidade,
que nem ao então instituído poder,
alguma vez se vergou:
LOBITO.

Lobitino Almeida N’gola

Luanda, Abril de 1974

Há frases que dizem mais, sendo mudas, que faladas. Por isso, o que me vai no coração não consegue ser representado por frases faladas.
Obrigado “Chuinga” por me teres posto onde, por certo, outros mais merecerão esse destaque.
O poema (desculpem a heresia) pode ser lido, na íntegra, no Chuinga.i, onde encontrarão, ainda, um belíssimo poema dedicado a uma Restinga.
Todos temos a nossa.
E como IO muito bem relembra é um substantivo feminino. E isso, diz tudo.
Kanimambo

21 julho 2005

Mais um dia para não esquecer

Londres, quinze dias depois, volta a estar sob a ameaça terrorista. Mais um dia para não esquecer.
De facto, parece que os integristas islâmicos voltaram provocar danos materiais no coração londrino e, uma vez mais – até parece a papel químico –, atacando o metro e um machimbombo (bus/autocarrro) só que alguns dispositivos – estranha-se o imago –, segundo a polícia londrina, falharam a sua função. Felizmente, só numa coisa não foi mesmo igual: as vítimas. Haja a Deus.
Se não fosse ridículo, e parecer brincar com a desgraça alheia – não é tão alheio assim até porque Portugal está no mesmo barco, quer queira, quer não – diria que a “programação” dos afiliados da al-Qaeda está a falhar… será?
Em tempos, por alturas da Cimeira dos Açores, questionei onde isto nos levaria. A questão na altura colocada mantém-se e acrescenta-se: quem será o próximo?

Referendo para a União é para… quando?

e Depois de “casa roubada, trancas à porta”. Pelos vistos, esta vai ser a política de Sócrates.
Como o “NÃO” franco-holandês, foi, na concepção do pm português, devido a problemas económicos, o snr. Eng. José Sócrates defendeu (leia-se decidiu), durante um almoço no American Club of Lisbon, que a realização do Referendum para o Tratado Constitutivo para uma Constituição Europeia só deverá acontecer depois de passado o período de crise económica(*).
Ora como a economia portuguesa não dá mostras de querer sair da sua “eterna” crise, algo me diz que lá para as calendas gregas (leia-se nunca) irá acontecer o referido Referendum.
Pelo menos, para político, o engenheiro é honesto; não mente… só desvirtua um pouco a verdade.

(*) "Sócrates condiciona realização do referendo europeu à recuperação da economia" Marta Moitinho Oliveira (Jornal de Negócios 21/07/2005)

20 julho 2005

A qualidade na Indústria

(c) DAR
João Craveirinha mandou-me este e-mail, denominado “Indústria e Economia Brasileira - paradigma para Moçambique e Angola e mesmo para Portugal“ que, com os meus pedidos antecipados de desculpas – não tive tempo de lhe pedir autorização para o transcrever – deixo aqui nestas páginas.
Não há dúvidas que é tempo de deixarmos de nos preocupar com o “dumping” chinês e nos preocuparmos com a qualidade das nossas manufacturas e dos nossos artigos.
É mais fácil, hoje em dia, vermos pessoas a comprar roupas – e calçados – de marcas (algumas até são feitas em países cuja a exploração humana é por demais conhecida) do que comprar “chinesices” só porque são mais baratos.
Porque será que os empresários “lusófonos” – e aqui, doa a quem doer, a escola é a mesma – deixam de pensar em ganhar um qualquer “Euromilhões” no imediato e se preocupam em criar primeiro: qualidade; segundo, qualidade; e depois o natural lucro!
Logo há que criar qualidade e, subsequentemente, uma marca credível.

Couromoda: os chineses que fiquem com seus sapatos baratos

A indústria calçadista brasileira vendeu menos – e faturou mais – no primeiro semestre deste ano. Pelos dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o número de pares vendidos ao exterior caiu de 113 milhões para 103 milhões nos primeiros seis meses de 2005 (na comparação com o mesmo período do ano passado). Apesar disso, houve um aumento de 20% no preço médio dos calçados exportados, o que gerou uma receita de US$ 921,4 milhões, 9% superior à registrada no primeiro semestre de 2004. Diante das dificuldades provocadas pela desvalorização do dólar e pela concorrência internacional, as empresas do setor passaram a apostar na exportação de produtos com maior valor agregado. "Vender grandes quantidades a preços baixos é para as fabricantes da China. A solução foi apostar na qualidade, não na quantidade", detalha Francisco Santos, presidente da feira brasileira de calçados Couromoda e porta-voz brasileiro da World Shoe Association, organizadora da feira WSA Shoe Show, que acontece no início de agosto, em Las Vegas. Santos destaca que o aumento da participação dos calçadistas brasileiros na WSA Shoe Show é uma prova dessa busca por novos nichos de mercado. Em 2005, 33 empresas nacionais apresentarão suas coleções na feira - o triplo da última edição. "Nossas indústrias estão mais preocupadas em vender sua própria marca. A feira é uma ótima oportunidade, pois é um canal direto com os lojistas norte-americanos", revela Santos. (Guilherme Damo)

O que é que quer Freitas do Amaral?

Alguma coisa não anda bem lá para os lados das Necessidades lusitanas.
Segundo o Angonotícias, citando fonte junto da RNA, o MNE português, Freitas do Amaral, afirmou que Portugal irá apoiar uma eventual candidatura angolana a membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
Então se o actual MNE até nem liga muito às questões afro-lusófonas, se diz que no Governo as informações não passam devidamente, como pode fazer esta afirmação tão bombástica.
De notar que aos dois cargos disponíveis para África, numa futura nova orgânica onusiana, são directos concorrentes, além de Angola, a Nigéria, a África do Sul, o Quénia, o Senegal e a “grandíssima potência” que dá pelo nome de Gâmbia!!!
Ou seja, às duas cadeiras concorrem um lusófono, um francófono e, pasme-se (porquê????) 4 anglófonos, sendo dois verdadeiros concorrentes potenciais a Angola.
Que quiz realmente Freitas do Amaral transmitir com as suas palavras.
Alguém alguma vez viu uma política externa portuguesa, clara, quanto a África?
Ou será que isto é mais um pedido de apoio angolano a uma eventual candidatura de Diogo Freitas do Amaral à presidência portuguesa?

19 julho 2005

Angola no Canadá

A comunidade angolana no Canadá passou a estar mais perto entre si com a criação de um órgão na Net comunitária local "Mwangolé Canadiano" e que pode ser acedido através do sítio http://www.mwangolecanadiano.com/index.html
De acordo com o seu estatuto o Mwangolé quer ser um espaço de notícias, debates e análises.
Com um aspecto sóbrio está dividido em vários itens de fácil acesso.
Penso que vou gostar de o visitar mais vezes.

18 julho 2005

Os carros devolvidos a Namíbia eram todos ilegais?

De acordo com uma notícia do Apostolado, na precipitação de devolver veículos furtados na Namíbia, a Polícia Nacional devolveu também veículos que parecem ter sido legalmente importados ou adquiridos em Angola.
Ainda de acordo com aquele sítio, e citando o director da rádio privada Huila 2000, os nabimianos não se comportam da mesma maneira.
Segundo parece têm em seu poder veículos roubados no lado de cá da fronteira e raramente – para não dizer nunca – os devolvem. Cita-se o caso de um veículo todo terreno do governador de Benguela que foi roubado no Lubango,e que se sabe estar na Namíbia e ainda não ter sido devolvido.
A moralidade é muito bonita, a legalidade deve ser o suporte de uma sociedade mas… exige-se reciprocidade.
Não seria bom que as convenções internacionais de que ambos países subscreveram, em particular, no âmbito da SADC, fossem postas, realmente, em prática?
Esperemos que os legítimos donos vejam os seus veículos devolvidos e ressarcidos dos danos que o excesso de “moralidade” da polícia angolana lhes terá provocado.

17 julho 2005

Desporto afro-lusófono na RTP-Africa

Uau!!!
Então não é que a RTP-África decidiu assumir o serviço público a que está obrigada?
Pois deu a 2º. Mão, – em diferido, é certo, mas deu – da final do Campeonato caboverdiano entre o Sporting da Praia e o Derby, com vitória destes por 4-3 (1-1 na primeira mão), num jogo disputado no relvado sintético do estádio Alcindo Nascimento, em Mindelo.
De notar que os largartixas (desculpem os sportiguistas – também deixem lá, mais parecia um Sporting-Porto, tais eram os equipamentos; ok!! Vilperizem aí à vontade, mas ninguém tira o meu benfiquismo, mesmo que logo nos feijões comam uma grande feijoada do Chelsea) a dez minutos do fim estavam a perder por 4-0. Grande recuperação.

Image hosted by Photobucket.com (c) Foto Eugénio Almeida

E, mais tarde, a final do Mundialito de Futsal (outdoor) entre Portugal e Angola.
Apesar de derrotados por 9-6 a equipa angolana deixou uma grande imagem do desporto nacional, até porque esteve durante bastante tempo à frente do marcador, com particular destaque para o guarda-redes Nelo. Mas não foi o único visado pelos comentaristas de serviço. Para estes, alguns jogadores angolanos são diamantes a serem lapidados com acesso claro em qualquer equipa da 1ª liga portuguesa.
Esperemos que os olheiros portugueses estivessem com olhos bem abertos. Porque os brasileiros – sem dúvida alguma excelentes executantes – que formavam a equipa brasileira que perdeu com Angola nas meias-finais mostraram muito mau perder.

Para profissionais…

Infâmia “N” elevada a “N”

(c) cadena ser
Não é só quando o Ocidente é vilmente atacado nas suas populações civis e indefesas que se deve clamar contra a infâmia.
Também quando por, incúria, desejo de vinganças, pseudo “policianismo” ou mostrarmo-nos aquilo que não temos capacidade para o ser, inocentes são mortos então também deveremos gritar, bem alto, a nossa indignação.
Logo após Londres, no Iraque, um grupo de crianças é chacinada só porque estavam aceitar guloseimas de soldados americanos; alguns dias mais tarde, foi na Turquia que teve repetição poucos dias depois, hoje, e uma vez mais, uma mesquita no Iraque é cobardemente atacada por um bombista que se fazia transportar num camião cisterna com gás doméstico, causando 52 mortos e mais de 80 feridos.
Até onde vai a estupidez e mesquinhice humana?
Até quando os dogmas religiosos e políticos se sobrepõem à Humanidade?

Adeus comissionistas?


Algo parece estar a mudar na sociedade angolana.
De acordo com o Semanário Angolense, a Direcção de logística das FAA, mais concretamente o seu Chefe, o general Raul Hendrick, decidiu seguir uma máxima de um anúncio português; ou seja, e passe a publicidade, “o que é nacional é bom”.
Vai daí que começou por cortar com 90% de produtos importados a favor dos produzidos em território nacional, nomeadamente na Huíla e no Namibe, que mantinham excedentes, de boa qualidade, não escoados.
Será que vai conseguir manter os comissionistas fora da jogada. Segundo parece já há “gritos” por tudo o que é Logística Militar.
E, já agora, quem são esses comissionistas que andavam a viver à custa do erário público e militar angolano?

16 julho 2005

Casa de Angola, AG para as contas de 2004

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Devido ao facto da Casa de Angola estar com problemas de acesso à Net passo a dar-vos conta da Convocatória, de 14/07/2005, para a Assembleia-geral para aprovação do Relatório e Contas referentes ao ano 2004.

.......................................................................Convocatória
De conformidade com o estabelecido em Reunião de Direcção de 7 de Julho de 2005, (…), convoco a Assembleia Geral a ter lugar, em 1ª. convocatória às 20:00 horas do dia 05 de Agosto de 2005 (Sexta-feira), ou uma hora depois em 2ª, convocatória, (…).
Esta Assembleia Geral realizar-se-à (…) com a seguinte Ordem de Trabalhos:
- § Único - Apresentação, discussão e votação do Relatório e Contas do ano de 2004, com a Parecer do Conselho Fiscal.
(…), o Relatório e Contas da Direcção, (e o) Parecer do Conselho Fiscal, serão facultados, (aos) sócios, na Sede Social, nos 10 (dez) dias anteriores a Reunião (…).
Pel’o Presidente da Mesa da AG
José Maria dos Santos Lóio

Bissau acorda com tiros, um aviso?

Uma vez mais, a Guiné-Bissau está na boca do Mundo e pelas razões menos agradáveis.
Um grupo “não identificado” tentou assaltar o Ministério do Interior tendo mantido uma troca de tiros (cerca de uma hora) com a defesa interna do Ministério (por acaso membros do serviço de inteligência nacional, o SIE).
Do acto já resultaram dois mortos, um ferido e quatro detidos.
Uma pergunta. Onde estava a Polícia de Ordem Pública, que, por acaso, a sede do comissariado é tão próximo do Ministério e do palácio presidencial?
A uma semana da 2ª. volta das presidenciais e cerca de 24 horas depois de um dos “financiadores de “Nino” ter sido detido no aeroporto de Bissau quando tentava entrar com dinheiro, não declarado, no país, eis que o Ministério da tutela é “assaltado”.
O que quererá isto dizer; mera coincidência, ou um aviso? Há coincidências demasiado inoportunas e avisos muito preocupantes.
Mais ainda quando, numa primeira impressão – e segundo a POP, mas entretanto desmentida – os “atacantes” seriam militares do Regimento dos Pára-Comandos; interessante.
Uma vez mais chamo a atenção para o artigo “Estranha calma dos militares” que pode ser relido no JN, ou no NL.

Adenda:
Entretanto podem ler no Image hosted by Photobucket.com, de 17/Jul/2005, um artigo de Orlando Castro, intitulado "Armas fizeram-se ouvir a uma semana das eleições" onde um comentário deste vosso escriba é citado, para o que apresento os sinceros e honrados agradecimentos.

15 julho 2005

A caminho do “Triunfo dos Porcos”


Esta, retirei-a do Notícias Lusófonas:
“«Medo da prisão leva média norte-americano à autocensura»«O director do “Cleveland Plain Dealer”, Doug Clifton, decidiu não publicar duas investigações jornalísticas da “maior importância” porque o trabalho se baseia em documentos obtidos de forma ilícita e receia vir a enfrentar uma pena de prisão, como sucedeu com Judith Miller, a repórter do “New York Times” que se recusou a revelar as suas fontes.» in Site do Sindicato dos Jornalistas (Portugal)

Depois dos Ministros da Justiça e dos Assuntos internos da União Europeia, e por proposta britânica, terem decidido começar a “censurar” telefones e e-mails de “potenciais” terroristas europeus (querem realmente explicar como chegam a esses “potenciais” escutáveis) nada melhor que os chefes de redacção começarem por fazer auto-censura.
Num país como Portugal, por exemplo, que há mais telemóveis que pessoas, vai ser bué de “nice”

Por este andar, vamos a passos largos para o “Triunfo dos Porcos” e para o “Big Brother”.
Como se ri George Orwell.
Pelo menos na TV já há.
Agora vamos a tê-las nas nossas ruas, nos computadores, e… sabe-se lá aonde mais.

13 julho 2005

Casa de Angola em Lisboa, que se passa?

Image hosted by Photobucket.com Já há um tempo a esta parte que se constata que algo não vai muito bem no “reino” da Casa de Angola.
São pessoas que, via e-mail e por causa, naturalmente, deste blogue e das sessões em que participei por quando da aprovação dos novos estatutos, me questionam sobre o que lá passa?
E sobre os Estatutos. Já repararam que o sítio da Casa de Angola ainda nada se referiu sobre o mesmo? e já passou tempo mais que suficiente?
E depois há as missivas como a que recebi hoje, de Luanda de um "mais velho", que, pelo seu conteúdo e pelo desassossego que encerra, merece ser divulgada.
Nela estampa as diferentes apreensões por que passam os angolanos, em geral, e os sócios, em particular, sobre a nossa Casa. E o problema maior, é que essas preocupações não se cingem só a Portugal.
O problema da Casa de Angola começa a ser também equacionado em Londres, Paris e, principalmente, em Luanda.


"Prezadas Compatriotas,

Os meus respeitosos cumprimentos. Contrariamente as tradições da minha família e da minha postura na vida, hoje infelizmente por razões que são sobejamente conhecidas e já do domínio público (sócios, amigos, opinião pública Portuguesa e Angolana) não me é permitido dirigir-me pessoalmente ao nosso compatriota Drº J. J. D. dos Santos Oliveira, ainda na sua qualidade de Presidente Eleito da Casa de Angola em Lisboa, devido ao facto dele encontrar-se doente, inibido de exercer em pleno as funções pelas quais foi eleito. Numa situação normal ele já deveria ter tido a dignidade de colocar o seu lugar a disposição da actual direcção da Casa de Angola, mas como há uns tempos para cá a nossa Casa de Angola em Lisboa para constrangimento dos seus sócios e amigos vive uma verdadeira situação de anormalidade que será assunto duma outra intervenção pública para em conjunto com as forças vivas da Casa de Angola em Lisboa colocarmos ponto final definitivamente a estas práticas que não dignificam em nada o bom-nome da nossa associação, com as quais não podemos pactuar e que recusamos vê-las transformadas em Instituição ou em “Modus Operandi”.

Tenho a honra de informar a esta direcção que sou profundamente solidário com a consulta actual feita a base da Casa de Angola (aos sócios em primeiro lugar) sobre o futuro desta direcção que falhou protundamente em realizar o projecto e o programa para a qual foi eleita.

Vocês perderam a confiança dos associados e se ainda vos resta um mínimo de dignidade e de patriotismo deveriam colocar os vossos lugares à disposição duma Comissão Administrativa Temporária responsável pela boa marcha dos trabalhos até a convocação de novas eleições que hoje mais do que nunca se impõem devido a inoperância desta direcção. As divisões que minam a vossa coesão, a doença do actual Presidente que paralisa o bom funcionamento da Casa de Angola e outras vincadas irregularidades no “desfuncionamento“ da nossa Casa que serão ao devido tempo tratadas em lugar próprio, não são precisamente um atestado de boa conduta, de uma gestão transparente e impoluta e particularmente dos benefícios que os Sócios estão em medida de exigirem porque votaram por num Projecto proposto por Vós e que vocês não conseguem cumprir.

Consultem e interroguem as Vossas consciências porque todos vocês sabem bem do que estou a falar-vos.

Aconselho-vos vivamente a procederem à consultas com os membros do Conselho Geral “com os Mais Velhos” e com a base da Casa de Angola (os sócios) no sentido de serem repostas a dinâmica e o bom funcionamento desta Nossa Casa Comum, para alegria e orgulho de todos Nôs.

Diante de tanto diletantismo, de tanta falta de honestidade, de coragem política e de patriotismo, interrogo-me, aonde é que estão os filhos de Angola?

Nós todos temos a grande responsabilidade de mantermos vivos este projecto com desígnios Nacionais, porque as exigências cada vez maiores de Angola assim decidem.

Escrevo-vos com a frontalidade que caracteriza a minha actuação política desde a minha juventude, quando livremente abracei a causa da luta pela Independência Nacional da Pátria Angolana, da nossa Pátria Africana e estendo-vos o ramo de oliveira que tenho na mão. Ajudem-me a não deixar cair este ramo de oliveira que vos estendo fraternalmente em sinal de Paz e em nome dos nobres valores que acredito e defendo! Valores intrinsecamente ligados as nossas lutas e que nos fazem sonhar com um futuro de Liberdade, de democracia de Justiça Social, Progresso e Paz na nossa Pátria Angolana mais solidária e mais fraterna.

Todos vocês estão conscientes (no vosso íntimo) de que a marcha actual da Casa de Angola não nos leva a lado nenhum e que muitas coisas têm de mudar para que a Casa de Angola cumpra em pleno os objectivos que chamou a si quando se renovou depois duns anos de inércia e de abandono. Os Sócios não podem ser defraudados por uma Direcção que se assemelha a uma manta de retalhos velhos, anacrónica e bafienta.

Tenho algumas ideias e como no passado mantenho-me a vossa disposição para em conjunto com as forças vivas e patrióticas da Casa de Angola encontrarmos soluções que privilegiem o diálogo e o bom funcionamento desta casa.

Espero ter sido bastante claro e compreendido.

Alta consideração.


Carlos Belli Bello
Sócio da Casa de Angola
Membro do Conselho Geral
Embaixador de Angola
"

12 julho 2005

São Tomé 30 anos de quê?

São Tomé e Príncipe comemora hoje 30 anos de independência com 50% população são-tomense a viver abaixo do limiar da pobreza, com menos de um dólar por dia, como alerta o Notícias Lusófonas num interessante artigo sobre uma data que podia ser grandiosa, ou não estivesse STP no limiar da super-riqueza, só que sempre adiada: o petróleo.
Este problema é, igualmente, ressalvado por Orlando Castro, na rubrica
Alto Hama, quando, pertinentemente, deixa esta questão: “Que adiantará ter uma democracia quando se tem a barriga vazia? Valerá a pena pedir, ou exigir, aos militares de São Tomé e Príncipe ou da Guiné-Bissau que respeitem a legitimidade democrática se o que eles querem é que o povo não morra à fome?

No artigo, sob o título “
Com a barriga vazia à espera do petróleo” está incluída uma crónica minha de que descrevo uma parte, podendo ler o resto no referido artigo:

NA POBREZA E NA DESVENTURA POLÍTICA E ECONÓMICA

Mais um Estado lusófono que comemora os 30 anos da independência. E uma vez mais na pobreza e na desventura política e económica. São Tomé e Príncipe, um micro-estado, o único que referendou a independência, tem capacidades económicas espantosas, devido não só ao seu maravilhoso e fértil solo mas, sobretudo, ao seu riquíssimo mar, quer na vertente piscícola quer, especialmente, petrolífera.

Luxemburgo o 13º a ratificar a Constituição da UE

Image hosted by Photobucket.com Interessantes as reacções dos defensores do SIM à Constituição Europeia com os resultados favoráveis dos luxemburgueses, no que os tornam no 13º país a referendar positivamente o Tratado que institui a Constituição Europeia – é assim que se diz, não é? – há tantos nomes. Como também o foram as reacções dos defensores do NÂO.
Será que uns e outros já pararam para pensar um pouco não nos resultados mas o porquê dos números obtidos?
O SIM ganhou com cerca de 56% enquanto o NÃO obteve pouco mais de 43%.
Para o MNE português, Freitas do Amaral, o resultado foi “francamente positivo”, principalmente quando aconteceu cerca de mês e meio após o NÂO franco-holandês.
Já Miguel Portas, do BE e claro opositor da Constituição, desvaloriza os resultados por considerar ter sido, este Referendum, um mero tira-teimas dado que a Constituição já está morte com os Nãos já referidos.
Mas volto a perguntar. Alguém já parou um pouco para analisar os números do referendum?
Não é estranho que um país, claramente inserido na EU; que goza de todos os favores da mesma; que tem uma população fortemente heterogénea (uma percentagem elevada da população luxemburguesa é migrante); com um nível de vida dos mais elevados da Europa; que já tinham aprovado claramente no Parlamento a Constituição; só tenham 56% dito sim à Constituição, quando as primeiras sondagens davam uma vitória esmagadora entre os 75% e 90%?
Penso que o p.m. luxemburguês Jean-Claude Juncker devia ponderar a sua posição face ao eleitorado luxemburguês. Juncker tinha dito que se demitia se o NÃO ganhasse. Apesar de tudo parece que ganhou… um certo alento.
E esse alento sente-se em Portugal.
Não me parece que logo no primeiro dia após uma viagem ao Chile o presidente Sampaio tenha começado a chamar alguns conselheiros para falarem sobre a UE, incluindo o José Manuel (ex-Durão) Barroso, presidente da Comissão Europeia. Só mesmo para trocarem impressões...
Somos muito ingénuos… mas não tanto

Massacre no Congo Democrático

Image hosted by Photobucket.com Segundo o Público online, e citando fontes das NU no Congo Democrático, cerca de 39 pessoas foram queimadas vivas como retaliação a um ataque das forças regulares(?) congolesas a um reduto dos rebeldes ruandeses hutus da FDLR e da Rastas (há quem diga que são uma mesma pandilha), enquanto outros acham que foi uma forma de pressão sobre os refugiados de Bukavu – região onde isto aconteceu – para deixarem de apoiar as forças de manutenção de paz da ONU.
De uma coisa estamos certos. Depois de Darfur esta é um dos conflitos mais agudos que existe em África
E, paradoxalmente, as grandes potências nada dizem.
Será porque o Ruanda é um dos putativos recebedores do magnânimo perdão do G8? Ou será que esta região é pouco rica em… quase tudo, ou quase nada?

11 julho 2005

Notas soltas angolanas

1. Em Angola os investimentos chineses (?) estão cada vez mais na ordem do dia. Só se estranha é de onde vem tanto dinheiro (um empréstimo de cerca de 2000 milhões de dólares feitos por Angola, junto das autoridades chinesas, com o petróleo por garantia) e as eventuais obras são apresentadas no exterior e raramente no país.
A última, foi a construção do
novo aeroporto internacional, em Bom Jesus, na província do Bengo. O estranho é que os órgãos de informação estatais nada tenham feito transpirar para os ouvintes, leitores e tele-espectadores angolanos.Mais estranho, ainda, a guarda pretoriana de Eduardo dos Santos estar no local do lançamento da obra, já maquetada pelos chineses (aeroporto, linha férrea complementar, hotéis, restaurantes – megalomania de novo-riquismo – etc.), e aquele nem lá ter aparecido.

Image hosted by Photobucket.com 2. Mas não é só de aeroportos que se fala em Luanda. Então não é que o FMI, numa missiva assinada pelo seu director-geral Rodrigo Rato (?) pediu desculpas a Angola pela publicação no sítio da Instituição de um relatório onde é abordada a corrupção em Angola e citados nomes?
Não há dúvidas Angola está muito forte. Os EUA que se cuidem. Qualquer dia a sede muda-se de Washington para Luanda.

Image hosted by Photobucket.com 3. Entretanto o grupo parlamentar da UNITA fez prevalecer o bom-senso nacional. Reconhece que não é altura de mexer nas já caducas eleições presidenciais de 1992 e aceitou Eduardo dos Santos como presidente.
Relembremos que o mais velho já o tinha feito em vida.
Vamos aguardar que a Comissão política liderada por Samakuva o faça também
A bem de Angola e esperando que forcem as eleições em 2006.

Com um bocado de sorte JES faz mais uma gincana política como tão bem sabe fazer e, ultimamente, tem dado mostras de bem a conduzir com atitudes políticas que, em tempos, pareciam impossíveis de se vislumbrar. Ou seja, sai como reserva política da Nação e não se recandidata.

Notas soltas

1. Um oficial da Polícia, em entrevista semi-privada a Diana Andringa, jornalista e candidata do BE à Câmara de Amadora, afirma que nunca houve qualquer “arrastão” na praia de Carcavelos, a 10 de Junho, que a Polícia, em menos de uma hora, ficou rapidamente a par da situação e que os meios de Comunicação Social se aproveitaram da situação para extrapolarem.
Só não se entende porque não gostou que a referida entrevista fosse publicada – ou disponibilizada na Net – e porque continuam a fazer “privacidade” de um facto que poderia criar conflitos intra-raciais.

Image hosted by Photobucket.com 2. Os inimigos de ontem surgem num comício de mãos dadas. Falo de “Nino” Vieira, Kumba Yalá e Francisco Fadul. Foi o arranque para a 2ª. volta das presidenciais na Guiné-Bissau.
Esta eventual união triunvirata já levou Carlos Gomes Júnior,o actual primeiro-ministro, a anunciar que uma eventual vitória de Nino levaria à sua imediata demissão. Não vejo onde esteja a surpresa perante esta posição de Gomes Júnior. Num país democrata é natural que o p.m. apresente a sua demissão ao recém-eleito presidente. Não é, nunca foi, assim?

3. No Sudão entrou em vigor a nova Constituição que dá a vice-presidência a John Garang, líder do Exército de Libertação do Povo Sudanês (SPLA), cristão, enquanto o actual presidente, islamita, Omar al-Bachir mantém o cargo durante os próximos 6 anos. São os efeitos do acordo de paz de Nairobi, de 9 de Janeiro deste ano. O acordo prevês eleições dentro de três anos, a divisão do petróleo sulista com o Norte e a não aplicação da charia no Sul
Continua, no entanto, a faltar Darfur.
Será que a presença do antigo guerrilheiro em Cartun conseguirá levar os islamitas e seus aliados a abandonarem as humilhações na região? Vamos esperar.