31 janeiro 2008

Um delicioso bocejo…

(Angola-Tunísia, via Eurosport; ©Elcalmeida)

O Tunísia-Angola, a última partida da primeira fase, embora com alguns lampejos aqui e ali, mais por parte dos Palancas Negras que pela dos tunisinos, foi um autêntico bocejo.
Mas, reafirme-se, um saboroso bocejo que terminou com um insonso 0-0 no final.
Na outra partida do grupo sul-africanos e senegaleses empataram a 1 bola.
Como resultado Angola vai disputar, no Dia Nacional, e pela primeira vez, os quartos-final, defrontando o Egipto, o actual detentor do título, e a Tunísia discute a passagem às meias-finais com os Camarões do “novo recordista certeiro” Samuel Eto’o.

Quando o 4 de Fevereiro se aproxima…

O blogue “Cidadãos pela Frente 2008” traz à colação, e em vésperas do 4 de Fevereiro, um apontamento de um grupo de jovens onde se questiona da legitimidade de um movimento/partido (para quando devolver à História de Angola os títulos dos Movimentos de Libertação e a adoptarem somente títulos partidários válidos em Democracia?) em se apropriar da data como sua, em vez de, historicamente, deixá-la ao natural fruo pelo povo angolano.
Um apontamento que está na linha de uma entrevista a Jaime Araújo Júnior, conduzida por Jorge Eurico e publicada no Notícias Lusófonas [em 3/Fev/2007], sobre a figura do Monsenhor Cónego Manuel de Melo e do seu contributo para o 4 de Fevereiro e para a emergência do Nacionalismo angolano.
Ou seja e chamando as coisas pelos nomes, como um acto libertador de um movimento popular e autónomo foi – e o tem sido ao longo dos decénios – aproveitado para fazer emergir uma organização, que ainda não tinha os alicerces que hoje ostenta – e por vezes demasiado ostensivos para quem afirma, pela voz do seu líder carismático, ganhar mal e pouco nos lugares do poder –, arrogando-se no direito de dizer que a sua luta armada começou naquela histórica data. Mais ainda quando a maioria dos elementos que se sublevaram naquela data pertenciam ou eram simpatizantes de uma organização que ainda não tinha, oficialmente e nunca o quis fazer apropriando-se da data, iniciado a sua luta armada.
É já altura, como afirmam e desafiam os Jovens que escreveram o manifesto publicado no citado blogue, de “… honrar a nossa história e os nossos heróis, mas queremos fazê-lo em nome da verdade histórica.”
É altura da verdade histórica, sem sofismas nem falsas encenações, ser devolvida ao povo angolano.
Ninguém pode esconder a História.
Ninguém tem o direito de se apropriar de um facto histórico que esteve, também ele, na génese do Nacionalismo angolano.
Os heróis nacionais não têm partidos, mas objectivos. E esse chamava-se, apelida-se e continuará a se denominar ANGOLA!
Gozemos o 4 de Fevereiro como um data histórica e alegre que é, e que, por sinal, será também uma data de muita folia, ou não estivéssemos em pleno gozo de Carnaval. E para ajudar à folia e ao fervor nacionalístico a belíssima carreira que os Palancas Negras estão a fazer no CAN2008.
Publicado no , de hoje, secção "Colunistas"

Angola mostra à CPLP como é...

"Já há muito que se vinha a falar e escrever que a CPLP precisava de uma televisão que correspondesse às expectativas dos lusófonos quanto às notícias dos seus países, principalmente se estiverem fora deles.
Já há muito que se escrevia e reclamava por um órgão informativo, de preferência televisionado e com alcance global e livre, que nos oferecesse as notícias que gostaríamos de ouvir, mesmo que elas nem sempre sejam as melhores, dos nossos países, nomeadamente, e principalmente, se estivermos fora do nosso meio materno.
Há anos, escrevi que já era tempo do Protocolo de Luanda ser realmente implementado através de uma CPLP-TV, ou, em alternativa, criar um Afro-TV, porque a RTP-África, que recentemente comemorou 10 anos, mais não parece que um canal 2 da RTP Internacional.
" (pode continuar a ler aqui)
Publicado n' , edição 146, de 31-Janeiro-2008, sob o título "Quando Angola pensa a CPLP pula e avança!"

30 janeiro 2008

Kabila aprende com Angola?

(DDR)
"Já era altura; mas vale mais tarde que nunca! O presidente da República Democrática do Congo (RDCongo) percebeu, ou teve uma dica do seu vizinho do Sul, o seu natural “guru” apesar de certos problemas fronteiriços e acusações de disfarçada ingerência, que se quer ver os seus assuntos resolvidos deverão serem os autóctones a tratar deles e não esperar que terceiros o façam.
Está provado que os apoios externos são, em regra, guarnecidos de eventuais e não pouco significativas vantagens para os doadores e nunca para os próprios interessados, ou seja, para as populações dos Países onde as crises sociais persistem.
Desde que o presidente Joseph Kabila tomou o poder, primeiro pela via sucessória, depois pelas eleições, que as ofertas de ajuda para acabar com as sucessivas e contínuas crises internas o têm levado, e ao País – mais a este que ao poder de Kabila – a uma profunda e continuada manutenção dos problemas sociais e políticos, onde a guerra de guerrilha persiste, a economia resvala continuadamente para uma depauperação sem precedentes, e a manutenção de forças externas no País se mantém como, na maioria dos casos, forças ocupantes e não de manutenção de Paz. (...)
" (pode continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no , edição 149, de 2-Jan-2008

29 janeiro 2008

Portugal, a CIA e os prisioneiros de Guantanamo

Que mais precisavam os terroristas para visitarem Portugal depois da acusação de que o Governo – ou o Estado, se bem que o estado e Governo confundem-se – português ter autorizado a passagem de cerca de 720 indivíduos – números que a alguns não surpreendem(?!) – para a prisão auschwitziana de Guantanamo gerida pela CIA?
.
Nota: João Tunes, do acutilante Água Lisa, alerta para o facto deste meu apontamento estar a arranjar uma "justificação" para os actos terroristas que Portugal possa vir a sofrer. Admito que possa ser lido assim. Mas acontece que os terroristas têm justificado alguns dos seus actos com o apoio que alguns países têm, directa ou indirectamente, concedido à política da administração Bush.
Sei que o apontamento pode parecer como um veículo justificativo do injustificável: actos terroristas.
Não era, nem é, essa a minha intenção. Só quis alertar que este "fechar-de-olhos" dos sucessivos Governos portugueses, já, e segundo parece e não devidamente desmentido, provado pelo parlamento europeu, poderá trazer problemas aos portugueses.
Espero estar enganado e desejo, sincera e honestamente e sem quaisquer outras subtilezas, que João Tunes tenha razão, uma vez mais, conforme escreve nos seus comentários, ou seja, que este seja um "post de uma infelicidade ilimitada".

27 janeiro 2008

Será que vale a pena ter a Democracia?

Ainda sobre o caso Kundi Pahiama e a sua oratória na Matala (ver nos comentários parte do discurso reproduzido).

"Ainda que semanticamente Democracia seja, ou queira, ou deveria, significar “povo (Demos) no poder (Kratia)” e que no seu início aristotélico fosse considerada como uma forma de governo injusta em contraponto à “politeia” ou, no latim, “res publica” (coisa pública), supostamente a Democracia representa a forma mais justa, na moderna Ciência Política, de governar e porque quem estivesse a fazê-lo, fá-lo-ia em nome do Povo, pelo Povo e a favor do Povo.

Isto se as circunstâncias da vida política forem as normais.

Todavia, quando um Ministro da Defesa das equatoriais ilhas maravilhosas, por sinal militar e também titular da Ordem Pública nacional, acusa indivíduos, por acaso parlamentares e em pleno Parlamento, de andarem a apoiar uma eventual tentativa de derrube do governo por vias não legais nem democráticas sem fazer provas do que afirmou e manter o seu lugar impune e sem que a Presidência – ou o Governo a que pertence – venha a terreiro questionar estas afirmações e, no caso de falta de provas – que deveriam ter sido feitas no local próprio, Tribunais – demiti-lo e julgá-lo por difamação e alarmismo nacional.

Ou, mais recentemente e um pouquinho mais a sul, quando um pretenso – porque se falou como falou só pode ser pretenso – governante, mesmo que em missão política partidária – ou por isso mesmo – se digna a rebaixar o Povo que quer governar através de um mandato que aquele lhe poderá conferir por via do voto, então pergunta-se se vale a pena ter democracia.

Se no primeiro caso esteve presente a difamação particular – reafirmo que mesmo que verdadeira seriam o Ministério Público e os Tribunais, únicos competentes, que deveriam fazê-la – no segundo caso o eventual insulto tingiu todo um Povo angolano.

E digo eventual porque quero acreditar que o dito governante foi mal interpretado, talvez por deficiências linguísticas de ter passado, assim o penso, muitos anos na mata o que lhe tolheu o desenvolvimento da língua oficial e não-materna. (...)" Continuar a ler aqui ou aqui
Publicado n', edição 143, sob o título "Vale a pena a democracia?" e no sob o título acima.

Malibus 1 Kimbandas 3

(Figueiredo, o capitão, e Oliveira Gonçalves, o treinador, confraternizam
no final do jogo; imagem via Eurosport)

Quem dizia que ia ganhar aos Palancas Negras por uma larga margem e perder por 3-1 pode continuar a falar assim que os angolanos não se importam
Com golos dos feiticeiros Manucho (2) – uma a cabecear como cabeceia e os outros dois a rematarem como fazem começo a desconfiar que o ManUnited vai passar a ser MR2, ou seja Manucho, Ronaldo e Rooney – e um de Flávio a equipa angolana despachou os feiticeiros do Senegal que até iniciaram as feitiçarias com um belo, embora facilitado, golo.
Vamos lá ver como será na última jornada em que defrontaremos a Tunísia (ainda não decorreu o jogo destes com os Bafana-bafana) e se Angola consegue, pela primeira vez, passar à fase seguinte onde defrontará o primeiro ou segundo lugares do grupo C.
.
NOTA: com a derrota por 3-1 da África do Sul, face à Tunísia, o último jogo entre os Palancas e os tunisinos poderá ser só para cumprir calendário, dado que em caso de empate o resultado serve aos dois para passarem à fase seguinte.

Angola com novo Semanário

Angola passou a ter um novo órgão informativo que diz ser independente e que deseja acrescentar algo mais à deficiente informação angolana, nomeadamente a que dirá respeito ao jornalismo de investigação.
Bem que precisamos para ver se alguém explica como Luanda passará a ter um dos maiores prédios de África com 70 andares e 325 metros de altura, a “Torre Angola” que irá custar milhões enquantos muitos milhões de angolanos continuam a penar com falta de condições para (sobre)viver.
Vamos lá ver o que nos trará o “Novo Jornal”.

26 janeiro 2008

O Ma-Schamba mudou de poiso…

… mas não mudou a sua reconhecida qualidade.
Quem quiser aceder ao novo endereço do Ma-Schamba de José Pimentel Teixeira o favor de ir aqui e colher as magníficas verduras que a horta moçambicana de JPT continua a nos mimosear.

25 janeiro 2008

Um canal da TPA para…

Segundo acabaram de me informar, via e-mail de Luanda, o canal 2 da TPA(?!?!) foi entregue a Tchizé, uma das filhas do presidente – e quase certo, infelizmente porque seria melhor que ficasse como reserva da Nação, (re)candidato às presidenciais – José Eduardo dos Santos.
Só estranho porque que eu saiba a privatização da televisão em Angola ainda não estará totalmente aprovada. Ou estou errado?
E quanto às eleições, é evidente que ninguém vai colocar em dúvida a isenção da TPA nas legislativas e presidenciais que aí vêm. Mas como diz o ditado, à mulher de César não basta parecer isenta (para o caso) tem de ser mesmo e torna-se um pouco difícil aceitar que isso vá acontecer.
Em qualquer dos casos Luanda merecia uma prenda melhor…

NOTA COMPLEMENTAR: Orlando Castro, como jornalista que é, e dos melhores, colocou-se logo em investigação e já conseguiu saber mais sobre o assunto. Tchizé dos Santos não vai receber a TPA2 como "doação" mas sim gerir alguns programas. Mas... Ver aqui.

A Ponte num ou de um reino petrolífero

EPÍSTOLA PETROLÍFERA: A PONTE*

Reino Petrolífero, algures no Golfo da Guiné.
A ponte projectava magnitude louvável. Debaixo, uma multidão de pilares humanos olhava com altitude. No tabuleiro em cima, um jovem mimicava, distendia continuamente as mãos. Chegavam, juntavam-se mais olhares. Davam-se alvitres e palpites. Explicar porquê, ninguém conseguia, sabia. Alguém mais palpiteiro azedava que ele era maluco, drogado. Um alvitreiro tinha a certeza que era um actor, que filmava uma cena para a telenovela. Ele desacelerou os acenos, elevou as mãos ao céu, e num sacerdócio pregou a vaidade da verdade:
- Fui um grande lutador, sempre até ao último momento. Não engulo esta vida de miséria, de fome. Não consigo estudar, não há emprego. Os Fulanos desvivem-nos, cortam-nos os anseios, as asas… ó singular desesperança! O barqueiro Caronte está à minha espera. Não terei ninguém para me colocar as moedas nos olhos.
Depois esticou bem a cabeça e os braços, elevou-os, falou para as alturas.
- Ó vós que viveis nos vossos palácios, cercados pelos dias e noites, vigiados por milhares de guerreiros, que vos protegem dos medos. Parto para Flégeton… lá nos reuniremos… e rolaremos nas suas ondas de fogo.
A quantia humana parecia um comício, abelhas numa colmeia. Os comentadores do quotidiano desfraldam notícias. Esta função é-lhes sumariamente atribuída. Tem o direito de não se calarem.
- Ih, ih, essa telenovela é vinculada demais, não vou deixar que arrefeça.
- Isso é propaganda Carnaval, eleitoral dos Fulanos.
- O nosso eterno Fulano não precisa disso, já ganhou as eleições.
O jovem alterou a postura, silenciou para a multidão. Afagou com as mãos a dizer adeus. Depois colou-as no coração, e a pique foi pela aceleração da gravidade afundar-se no abismo eterno, a salvação dos suicidas. No solo um pequeno regato de sangue vermelhava a terra, que colidiu, juntou-se ao lixo, ao juramento dos imortais que prometeram que seríamos livres. Que jamais faltariam jasmins.
A colecção humana desagregou-se. Alguns intrigados curiosos não arredaram teimosos. Ninguém atentava para actos suicidas. Andavam na moda.
- Que odisseia Mentor, que imagens espelhadas tão desiguais.
- Verás muito mais. Olha, a morgue principal está cheia de cadáveres desconhecidos. Já apregoam que Caronte, o barqueiro dos Infernos, está midas. Os falsos médicos que os Fulanos contrataram, dão grande apoio a Caronte.
*Uma Crónica de Gil Gonçalves, em Luanda

24 janeiro 2008

Paz no Kivu congolês democrático?

Saúde-se o Acordo de Paz celebrado entre os senhores de Kinshasa, representados pelo presidente Kabila, e os rebeldes de Laurent Nkunda, que combatem em Kivu, no Leste do País, sob a supervisão dos jornalistas presentes no acto.
Esperemos que terceiros não façam o costume, ou seja, que o boicotem…
De notar que as conversações já vinham decorrendo desde o início de Janeiro.

Julgamento de Reinado adiado

(Reinado ladeado por dois miliatres autralianos foto ©AP Photo/Mark Baker; sem comentários)

De acordo com notícias provenientes de Díli o julgamento do major pelos vistos ainda o é) Alfredo Reinado foi adiado devido à sua falta de comparência no Tribunal, a segunda, (ao fim de três faltas dá direito, salvo erro, a descida de divisão).
É natural que Reinado não tenha comparecido dado que o seu principal – se não o é, às vezes parece – “advogado” e “defensor público” está fora do País e o arguido tenha receio de fazer um confronto com aquele que ele considera o principal responsável da situação no País.
Por outro lado Reinado, que aguarda a volta de Ramos-Horta para “resolver o conflito de forma pacíficaameaça desencadear mais acções pelo País caso não seja reintegrado nas Forças Armadas timorenses.
Isto é que vai cá uma Democrácia…
Mas também quando se critica quem faz bem, só porque querem respirar mais liberdade, para manter o apoio político de quem está automaticamente eleito apesar de haver quem pareça que espere milagres

Um bom começo de cabeça…

Angola iniciou a sua participação no CAN2008 com um bom começo na cabeça de Manucho, a nova aquisição do Manunited de quem já merece elogios, mas que viu os sul-africanos dos Bafana-Bafana (não mostraram ser tão rapazinhos assim) a colocarem uma certa justiça no resultado, ainda que amarga, a 3 minutos do fim.
O empate soube a pouco mas mostrou que o Grupo D, de que Angola faz parte, parece ser o Grupo mais nivelado – e não é por baixo – dos 4 que compõem o CAN2008. Também o Senegal e a Tunísia, que deram, também eles, um interessante espectáculo, embora com um futebol muito europeizado, empataram embora a 2 bolas.
No domingo poderá ser o início da arrancada de Angola para a fase seguinte caso consiga ganhar ao Senegal.

Chavéz admite mascar coca…

(imagem ©El Mundo)
Que às vezes parece evidenciar um certo speed, isso já tínhamos reparado.
Mas ninguém iria supor, ou mesmo acusar, o presidente venezuelano de snifar ou consumir droga. Longe de nós pensarmos nisso, pelo menos publicamente...
Mas, foi Hugo Chavez que o admitiu durante um discurso na Assembleia Nacional ao pedir que a associação dos produtores de coca, encabeçada pelo líder boliviano Evo Morales (por acaso presidente da Bolívia), não seja criminalizada dado que ele mesmo, Chávez, mastiga “coca todos os dias pela manhã”.
Se os EUA precisavam de uma razão para o “demitir” e o prender aqui está ela e dada pelo próprio. Relembremos que Noriega foi deposto e era só um fornecedor. Ora Chavez além de consumidor incentiva ao consumo, ou seja, é um 2 em 1.
Mais uma acha para o petróleo subir e sem razões aparentes…

22 janeiro 2008

Está mesmo o petróleo mais caro?

(Foto Silva Pinto "Tonspi")

Aqui fica uma pergunta que me colocaram via e-mail, não deixando de a complementar com esta questão pertinente: tendo em consideração que em 2002 o preço da gasolina era muito inferior ao que custa agora e que cada vez há mais petróleo a jorrar dos poços o que indicia mais produção para uma mesma procura e os preços – quaisquer tipo de preços –, segundo alguns insignes economistas varia na razão directa da oferta e da procura, como se justifica o actual preço dos combustíveis ao consumidor.
Aqui vai a questão colocada:
Se souberem responder, enviem-na que farei chegar ao “perguntador”... ah! e ficarei também a saber um pouco mais de economia:
"Alguém que me explique por favor ...
Expliquem-me uma coisa que eu não entendo até porque não sou peritoem economia.
Se em 2002 um barril de petróleo custava 70 dólares o que equivalia, grosso modo, a 77 Euros e hoje ele custa 100 dólares o que equivale sensivelmente a 70 Euros como é que se pode dizer que o petróleo subiu de preço?
Ou será que o problema está no facto de nós Europeus continuarmos a aceitar o dólar como moeda referência para as transacções internacionais?
Mas, como disse, não sou perito em economia, por isso se alguém me conseguir explicar isto eu agradecia."

Túmulo de Savimbi profanado

(DDR)
Segundo as autoridades só terá sido destruído o que, eventualmente, fizesse referência clara a Savimbi, ou seja, placas com dizeres e ornamentações da campa e nada mais.
É assim que se começam cimentar certas Democracias e certos indivíduos mostram o seu elevado grau de democraticidade…
Também o que se estranha é que o facto ter acontecido no início de Janeiro e só agora se saber como também se estranha a “marretice” do Governo (sê-lo-á?) em não permitir a trasladação do corpo para a terra natal Andulo, Bié, como é desejo da UNITA e dos seus admiradores.
É que já passaram os 5 anos mínimos que a lei exige (faz 6 anos no próximo mês de Fevereiro que foi morto em combate)
Será que alguém tem medo que o “Mais Velho” ainda interfira nas eleições como muito bem relembra Orlando Castro no artigo "Jonas Savimbi e o Estado angolano"?
Qando assim pensam é porque não estão minimamente seguros da vitória...

21 janeiro 2008

Se isto é democracia…

(imagem "roubada" aqui)
Há alturas em que quaisquer comentários adicionais são desnecessários.
Cada um leia e medite a carta anónima (sê-lo-á porque não está assinada, mas o conteúdo parece indiciar que não os seja) que a seguir transcrevo (sem alterações) e que me foi enviada por William Tonet.
Se isto é o espírito democrata e mostra o quanto o País está preparado para eleições…
Ah! e já agora interessante as palavras do Ministro da Defesa Nacional, durante um comício, por certo partidário dado que é comício, e que são citadas aqui e confirmadas no Club-K por um leitor do Lubango.
Num País democrata este Ministro já tinha arrumado o seu Gabinete e dado lugar a outro, porque é inconcebível, num Pais democrático – até em ditaduras, que não é o caso de Angola, lógico, – que alguém fale como parece ele ter falado, mas…

AVISO PARA PARAR! QUEM AVISA AMIGO É

Ao
Senhor William Tonet

Nós só lhe queremos avisar que o senhor tem estado a pisar o risco vermelho, por muitas vezes, principalmente contra os generais e alguns dirigentes deste país.
Você se coloca como advogado dos ditos autóctones, mas fique a saber que estes não lhe vão ajudar quando te tomarmos medidas drásticas.
A sua raiva, não deve ser atingida a todos nós pois não temos nada a ver se o senhor foi ou não reconhecido pela Presidência da República, pelo que fez no Moxico, nos acordos do Luena e onde se diz haver uma dívida para consigo.
Se é isso deve resolver junto de quem lhe deve e não meter-se connosco e denegrir a nossa imagem.
Somos militares e oficiais superiores e ainda mandamos neste país e podemos mais tarde ou mais cedo aplicar-lhe medidas activas, pois estamos fartos das suas critícas e denúncias contra nós.
Por outro lado só queremos lhe avisar também para parar por não adiantar continuar a ser advogado do seu amigo Miala, pois ele está a sentir o peso do nosso poder.
O poder de quem manda mesmo neste país.
O nosso poder real e efectivo. Por isso lhe avisamos que não vai haver lei, para lhe defender, por termos o controle de tudo e de todas as instituições.
Ele vai ficar mesmo lá. Preso e não vale a pena sonhar que o comandante-em-chefe lhe vai safar.
Quando você defende o Miala apostou no cavalo errado pois ele não se importará amanhã de lhe fazer mal, de trair, como fez a muitos de nós que o ajudamos no passado e, no final queria tirar-nos o nosso dinheiro e desgraçar a vida das nossas famílias.
Ele está a pagar a ousadia de tentar desvendar a vida dos outros inclusive do camarada presidente e agora parece que lhe está a utilizar e ao seu jornal, como se ele fosse a vitima.
Não é vitima. Ele sabe o que fez e sabe que iríamos reagir desta maneira, para salvaguarda do poder real.
Por aí você já pode ver que está a ser utilizado, por um homem que nunca mais vai ser ninguém neste país. Assim estás a ser burro, pois ele não vai te dar os milhões que te prometeu, porque vamos lhe tirar tudo, o mesmo que nos queria fazer.
Ele vai andar na rua da amargura, por ter tido a ousadia de querer mostrar ao mundo que é o mais honesto de todos e os outros é que roubam, então vamos lhe mostrar que também sabemos fazer as coisas, mais do que ele pensava e fazendo recurso a própria lei, que hoje controlamos. Não é a toa que nos principais órgãos da Justiça, tais como a Procuradoria Geral da República, o Tribunal Supremo e mesmo o novo Tribunal Constitucional, temos a sua testa generais, que têm primeirode cumprir as orientações militares e só depois discutir, se tiverem tempo.
Ele estava a pensar que era intocável e está atrás das grades. Está bem preso e já vai com sorte porque não o matamos, mas se você não parar pode ter a certeza que é lá onde você poderá ir também ou para outro sítio pior. Como quem avisa amigo é aconselhamos a parar com a tua assanhadice de quereres ser herói, pois fica a saber que aqui os heróis morrem mesmo.

20 janeiro 2008

Começou o CAN2008

(A mascote do Ghana2008)
E começou da melhor forma para o país organizador, o Gana, que bateu a Guiné-Conakry por 2-1, sendo o seu segundo golo um hino ao futebol-espectáculo.
O segundo dia do MTN/CAN-Ghana2008 vai colocar frente-a-frente Nigéria e Costa do Marfim uma daquelas finais antecipadas.
As outras estarão no Grupo D, o grupo de Angola e que se realizam no próximo dia 23 de Janeiro (Angola-África do Sul e Tunísia-Senegal). Um grupo onde só Angola ainda não levantou bem alto a Taça mas que tem por objectivos imediatos a passagem a fase seguinte, ou seja, aos quartos-de-final, o que não aconteceu até a este CAN.
Vamos esperar que sim.
Já agora e para aqueles que não têm outra hipótese ou estejam fora de África o canal desportivo Eurosport transmite os jogos em directo.

19 janeiro 2008

Quando antecedentes tornam os acidentes estranhos…

(imagem Club-k)

Em circunstâncias normais diríamos que, infelizmente, um acidente aéreo tirou a vida a 13 pessoas na província do Huambo após a aeronave ter chocado com uma montanha.
Em circunstâncias normais unicamente escreveríamos que entre as vítimas estaria o proprietário da companhia Tropicana (a rede Globo e o jornal português Correio da Manhã afirmam que a companhia aérea privada se chamaria “Gira Globo”) a quem pertencia a aeronave acidentada, Valentim Amões.
Isto tudo seria em circunstâncias normais e a única coisa que deveríamos fazer era lamentar o acidente e as vítimas.
Pois, como digo, tudo isto seria em circunstâncias normais.
Mas quando a vítima era uma das personalidades em ascensão no MPLA; próximo de Francisco Miala, através do projecto filantrópico "Criança Futuro", cujo o patrono é precisamente Miala e que parece estar, tal como outros responsáveis do projecto, sob ameaças de morte por carta anónima; foi um dos homens que aproximaram a África do Sul e Angola, em 1996; ou quando a vítima estava referenciada como um testa-de-ferro em determinados negócios de Jonas Savimbi e do Galo Negro antes da refrega eleitoral de 1991 entre o Governo e a UNITA; torna o acidente um pouco estranho.
Como é estranho que, apesar da zona ser pouco acessível por via aérea e estar mau tempo – segundo uma rádio portuguesa um helicópetero da Força Aérea Angola acabou também por se despenhar na zona devido ao mau tempo, mas felizmente sem vítimas – é estranho que as forças de resgate ainda não tenham chegado ao local, ao contrário dos populares e que a assessora de informação da Empresa Nacional de Navegação Aérea (ENANA), em informação ouvida numa rádio portuguesa, diga que não foram 12 as vítimas – inicialmente eram 10 as anunciadas – mas 13 pessoas apesar de ainda ninguém ter lá chegado. Para quem não tem provas visuais está bem informada.
Realmente face as incongruências e às circunstâncias que antecedem o acidente tornam-no, no mínimo, estranho.
Não quero acreditar em bruxas nem em teorias de conspiração, mas…
Publicado no , de hoje, secção "Colunistas".

18 janeiro 2008

Andebol angolano em duas competições

O andebol angolano, a nível de selecções, esteve, simultaneamente, em duas frentes.
Enquanto as senhoras juntaram o 9º título africano ao seu palmarés ao vencer na final, da 18ª Taça Africana das Nações, a Costa do Marfim (Cote d’Ivoir) por 39-27, em homens a selecção dos Palancas quedou-se em 4º lugar ao perder com a Argélia por 23-20 e manteve em casa – os dois torneios ocorreram em Angola – o troféu “Fair Play”.
Realce-se que, com a vitória, as angolanas ficaram apuradas para os Jogos Olímpicos de Pequim, no próximo mês de Setembro, e para o Mundial na Croácia.
Por sua vez, em masculinos registe-se a vitória do Egipto na final frente aos tunisinos por 27-25 o que garante aos “faraós” o bicampeonato e a representação africana nos JO-Pequim2008.
Já agora, registe que o 4º lugar de Angola (em masculinos) teve este realce (só!) na ANGOP em contraponto aos das senhoras que mereceu saudações de tudo o que mexe e quer aparecer na imprensa.
Lamentável!
Eu chamaria a isto bajulação aos vencedores e desprezo aos vencidos; o que pode ser um mau sinal do que alguém está a fazer à sociedade angolana! Faz lembrar como o desporto era visto nos países dos sovietes ou, mais grave ainda, na antiga RDA com as consequências que se vão conhecendo...

17 janeiro 2008

Ricardo de Mello, sinónimo de Liberdade

"Há 13 anos, Ricardo de Mello, director do jornal “Imparcial Fax” era assassinado em Luanda. Tal como com outras vozes incómodas, o “móbil do crime” foi furto ou similar, como, por exemplo, “saias”. Só que 13 anos depois as dúvidas continuam e o crime ainda está por ser, clara e inequivocamente, um não enigma.
Tal como Ricardo de Mello, também Mfulumpinga Victor, o então líder do PDP-ANA, foi assassinado à porta do seu escritório, e, tal como Ricardo de Mello, o móbil do crime – hediondo como todos os que são perpetrados como o foram os dos dois – foi o roubo do seu todo-o-terreno, vulgo, jipe.
Entre os dois crimes passaram-se 10 anos. Nos dois crimes, duas vozes incómodas foram silenciadas e ainda hoje as autoridades se escudam no móbil do roubo para não “conseguir” descobrir os verdadeiros culpados. (...)
" (pode continuar a ler aqui)
Artigo publicado n', ed. 137, de 18 de Janeiro de 2008 sobre os 13 anos da morte do jornalista angolano Ricardo de Mello

O que quer a "nova" Europa (parte II)

Na passada semana fiz referência a um artigo, sob o título acima, publicado no emFrenteOeste e cuja publicação, pela sua extensão, teve que ser feita em duas semanas.
A edição de hoje do em FrenteOeste publicou a segunda parte do artigo.

"A Europa está a assinar, em Lisboa, o Tratado Reformador que substitui(?) o Tratado Constitucional (que não se chamava assim, mas que o era) vetado em referendos na Holanda e em França.
É a grande vitória germano-portuguesa que se passa a designar por Tratado de Lisboa.
E o que é que caracteriza este Tratado Reformador? Tudo o que caracterizava o Tratado Constitucional excepto em dois factos importantes: deixa de ser um classificado como Tratado Constitucional, daí que os potenciais actos referendários deixem de ser públicos e passem a ser parlamentares – excepto na Irlanda (Eire) por razões constitucionais – e deixa de considerar o actual Hino como Hino da União.
Estes são, na prática e realmente, os dois factos mais importantes para caracterizarem o Tratado assinado em Lisboa, diferente do anterior. O mais mantém-se, com muitíssimas poucas alterações a essência do vetado há 4 anos! Mas isso, é algo que os eurocratas e as potências europeias não assumem nem querem assumir. (...)
"

Podem continuar a ler o artigo aqui ou no emFrenteOeste (1 e 2)

Até sempre Manuel Dionísio!

(Dois monstros do jornalismo angolano que se voltam a reencontrar)

Periodicamente vejo quem acede aos meu blogues através do contador eXTReMe Tracking.
Pois qual não foi a minha surpresa ao ver tantos acessos com a indicação “Manuel Dionísio” ou “Morreu o jornalista angolano Manuel Dionísio”.
Há muito que não o contactava. Sabia que as dificuldades de acesso via internet tornavam esses contactos difíceis. Por outro lado sabia, porque mo tinha confidenciado em tempo oportuno, que estava a preparar um novo livro de poemas, “Palavras como resgate” e que espero seja, caso o não tenha sido ainda, publicado.
Recordo que uma das últimas vezes que consegui falar com ele, tinha sido publicado no Jornal de Angola, uma análise minha, a seu pedido, sobre um dos meus ensaios, nomeadamente, o “África, Trajectos Político, Religiosos e Culturais” que ficou de me enviar, que sei o fez, mas que nunca chegou ao destino.
Mas face ás buscas que vieram ter ao blogue fui tentar ver o que se passava. Apesar de saber que estava doente, a mais horrível das surpresas foi confirmada.
Manuel Dionísio, um ilustre jornalista angolano, editor de cultura do Jornal de Angola e, ultimamente, jornalista da LAC, terminou o seu estatuto de jornalista terreno e passou-se para o jornalismo etéreo.
Quando Angola recorda os 13 anos do assassinato do jornalista Ricardo de Mello, perde um dos seus expoentes.
E com o seu passamento Angola perde, também, os excelentes poemas como aqueles que Manuel Dionísio me honrou em primeira mão e que podem ser (re)lidos no Malambas.
Fica a voz, fica o seu contributo para a cultura angolana e ficam os poemas e os seus acutilantes e irónicos escritos.
Há cerca de 6 anos, no luandense Biker, dois monstros do jornalismo cavaqueavam alegremente como mostra a foto acima. Eram Manuel Dionísio (à esquerda) e Sebastião Coelho. Hoje devem estar a relembrar saudosamente aqueles encontros culturais e como o jornalismo angolano está cada vez mais pobre.
Até sempre Manuel Dionísio.

NOTA: Ler aqui a homenagem que Osvaldo Gonçalves faz no Jornal de Angola

16 janeiro 2008

Jardim deixa ameaça independência no ar

(imagem ©daqui)

Segundo ecos da Comunicação Social , o presidente da Região Autónoma da Madeira, Dr. Alberto João Jardim, terá afirmado que se os madeirenses quiserem a independência não será ele que irá impedir isso e estará ao lado do seu povo nessa vontade.
E eu tenho a certeza, senhor Dr. AJJ que se quiser que os eleitores do Continente também votem num eventual Referendo para dar a independência à Madeira estes serão os primeiros a estarem na linha da frente para lhe fazerem a vontade.
Provavelmente seria a primeira vez que a República Portuguesa veria um tão elevado número de eleitores num referendo!!!!
Assim como assim os portugueses do Continente já estão habituados a despachar tudo aquilo que pensam estarem a sustentar mesmo que, eventualmente – e normalmente, sempre, – seja ao contrário. Mas isso, são outros rosários…

14 janeiro 2008

Moçambique mantém em debate as línguas nacionais em coexistência com a língua oficial.

Um excelente artigo de João Craveirinha, já escrito em Janeiro de 2007, mas hoje (re)publicado no “Moçambique Online Blog” sob o título “A Questão das Línguas Nacionais na identidade africana” e o sub-título “A Questão das Línguas Nacionais na identidade africana em Moçambique
Craveirinha com a liberdade que o caracteriza critica o medo da Frelimo, que teve em dado momento histórico, ao perder “a grande oportunidade histórica de fazer uma verdadeira e pacífica revolução cultural…o povo multicolor (arco-íris) de Moçambique estava receptivo às mudanças para uma afro-moçambicanização - moderna - mesmo usando a língua portuguesa como plataforma de união reforçada pela libertação das línguas nacionais…” citando, para isso, Eduardo Mondlane nas conversas que mantinha com os quadros em 1967/68.
A defesa das línguas nacionais não é, nem pode ser, nunca um sinónimo de ostracização da língua oficial. E João Craveirinha dá como exemplo o antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros do regime do “apartheid”, Pik Botha, um bóer, quando este, durante a celebração dos “Acordos de Nkomati”, em 1984, “corrigiu o changane de Samora Machel pois dominava melhor que o mesmo SM…este ficou profundamente admirado de um white/boer falar melhor a língua materna que ele próprio…é que mesmo com apartheid o ensino das línguas locais eram ensinadas em paralelo com o inglês e o afrikaans…chama-se a isso pragmatismo por cima do racismo...
Um artigo a ler e a ponderar, nomeadamente, o aparecimento “político-histórico” de Maputo.

13 janeiro 2008

Moçambique e Angola, dois bons ensaios

(imagem ©daqui)
Apesar da derrota por 2-0 (ao intervalo estava 0-0) que os Mambas, de Mart Nooij (o treinador não chamou a maioria dos jogadores que jogam no estrangeiro), sofreram, em Durban, perante os sul-africanos, os moçambicanos tiveram uma excelente participação no amigável que fizeram face Bafana-Bafana, de Carlos Alberto Parreira, o seu último teste antes do CAN-2008, no Ghana.
Por sua vez, e no penúltimo jogo de preparação para o mesmo CAN, Angola e a campeã, em título, Egipto, empataram a 3 bolas, em Alverca, próximo de Lisboa, num excelente encontro ouvido na rádio RDP-África, e que por estar fora de Lisboa não pude assistir, infelizmente. O último teste será, na próxima semana, com o Marrocos.
De notar que Angola e África do Sul irão disputar a primeira partida do seu grupo (Grupo D) no CAN-2008.
De salientar a magnífica transmissão que a RTP-África NÃO FEZ – repito NÃO FEZ – ao contrário da sua irmã RDP-África que retransmitiu o jogo para a comunidade angolana, em Portugal, e para o exterior via satélite e via internet.
Uma vez mais, e lamentavelmente, a RTP-África não cumpriu – NÃO CUMPRIU – a sua obrigação. Respeitar o que a ela está subjacente (ser um canal para África e africanos) e manter, apesar dos seus já felizes 10 anos, quase como um 2º canal da RTP-Internacional.
E sabendo nós que o desafio foi transmitido para Angola, conforme foi dito na RDP-África, em tempo oportuno.
Para quando a TPA (Televisão Pública de Angola) passa a emitir via Internet para a vastíssima comunidade no exterior, em directo e não em diferido, como já faz em alguns programas, embora com algum atraso (ver aqui, na secção “Multimédia”)?
Fica o pedido à consideração dos excelentíssimos senhores Director de Informação da TPA, Ministro da Informação, líderes da Oposição e senhor Presidente José Eduardo dos Santos.
A Diáspora (ou comunidade no exterior se não gostarem daquela palavra) ficar-vos-á muito grata!
Já agora aplaudir as excelentes campanhas que o Andebol nacional está a fazer no 18º CAN-2008 que está a decorrer em Angola; tanto as equipas masculinas como a feminina estão nas meias-finais.

10 janeiro 2008

O que quer a “nova” Europa? – artigo

A Europa está a assinar, em Lisboa, o Tratado Reformador que substitui(?) o Tratado Constitucional (que não se chamava assim, mas que o era) vetado em referendos na Holanda e em França.
É a grande vitória germano-portuguesa que se passa a designar por Tratado de Lisboa.
E o que é que caracteriza este Tratado Reformador? Tudo o que caracterizava o Tratado Constitucional excepto em dois factos importantes: deixa de ser um classificado como Tratado Constitucional, daí que os potenciais actos referendários deixem de ser públicos e passem a ser parlamentares – excepto na Irlanda (Eire) por razões constitucionais – e deixa de considerar o actual Hino como Hino da União.
Estes são, na prática e realmente, os dois factos mais importantes para caracterizarem o Tratado assinado em Lisboa, diferente do anterior. No mais mantém-se, com muitíssimas poucas alterações, a essência do vetado há 4 anos! Mas isso, é algo que os eurocratas e as potências europeias não assumem nem querem assumir.(…)

Parte de um longo artigo, que hoje o “emFrenteOeste” começou a publicar e que terá a sua conclusão no próximo número.
De notar que este artigo, apesar de ter sido elaborado aquando da assinatura do Tratado de Lisboa e que por razões editoriais só hoje pôde começar a ser publicado, não deixa de ter a sua actualidade face à tomada de posição do senhor José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, que defendeu o “Não” ao referendo inicialmente proposto na sua campanha eleitoral por considerar que o Tratado não é o mesmo.
De facto não é! Este deixou de ser o Tratado Constitucional e passou a ser o Tratado de Lisboa. Só que as moscas que nele poisam são as mesmas…
O que o senhor Sócrates evitou foi a vergonha de irem poucos eleitores ao “voto” e os que eventualmente dissessem presente serem os indefectíveis do “Não” e, aí, a face do senhor Sócrates deixaria de evidenciar o “Porreiro Pá!” e teria de se justificar junto dos outros parceiros europeus porque não levou em conta os inúmeros "SE's"...

E o novo aeroporto de Lisboa vai para…

(imagem ©daqui)

…campo de tiro de Alcochete, em Canha, margem sul, segundo o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)!!!
Realmente, só num país como Portugal se poderia pensar fazer um aeroporto, um projecto faraónico, numa região onde não há comércio, escolas – só se forem escolas aeronáuticas, porque das outras não vejo porque são necessárias… –, populações ou cidades, ou seja, numa região desértica para colocar um aeroporto e num campo de tiro. Será por causa da localidade e da localização que soará, por justaposição, como “canhão”?
Um autêntico projecto faraónico.
Realmente, este país que poderia ter um aeroporto espectacular entre duas montanhas, que poderia oferecer aos passageiros, espectaculares os pilotos a fazerem aterragens e levantamentos mirabolantes das aeronaves entre dois morros, ou sobre estacas, passando – leia-se, quase raspando – perto de depósitos de combustíveis, contornar eventuais detritos obtidos durante uma sessão sísmica, como segundo parece é a região da Ota, ter o prazer de penetrar numa penumbra nebulosa matinal – quando por vezes passo pela auto-estrada que existe ao lado da Ota, sinto um prazer enorme em penetrar na neblina, ou nevoeiro matinal da região, pensando que serei contemplado com a visão de D. Sebastião – como é possível que tenham ido para um deserto onde nem os camelos conseguem subsistir – tenho passado inúmeras vezes na auto-estrada que vai para sul e rasa Alcochete e nunca consegui ver um camelo ou um qualquer dromedário, mas também com o cheiro que por lá às vezes nos assalta… – e onde dificilmente se conseguiria ter o prazer de ver transformada uma eventual aterragem numa eventual amaragem?
Realmente, só em Portugal é possível ver-se um Ministro ser tão estranhamente desautorizado e quando só pensa no bem-estar das populações camelísticas…
E por falar em Ministro. Se eu fosse Ministro, e com uma carreira e um cargo técnicos reconhecidos, nunca permitiria – jamais ou "jámé" – que alguém, ainda por cima por carreira é só política, fizesse de mim o mau da fita e me desautorizasse.
A primeira coisa que faria ao apresentar o projecto faraónico seria logo anunciar a minha demissão. Mas como não sou Ministro, nem estou dependente de uma pessoa que "se vira" conforme a força do vento ou do assopro, nem, tão-pouco, preciso de um endireita para colocar a minha espinha erecta…
Mas, e ainda assim e por uma vez, a teimosia não prevaleceu!
Tal como ficámos sem saber quem realmente seriam os detentores dos terrenos para onde inicialmente estava previsto o novo aeroporto. Será que vai haver algumas falências?
Publicado no , de hoje, na secção "Colunistas"

07 janeiro 2008

A RTP-África

Parabéns à RTP-África pelos 10 anos de emissões para África que hoje comemorou.
Mas gostaria que, no futuro imediato, houvesse mesmo mais África e menos canal 2 da RTP-Internacional!!!!

Os EUA estarão mesmo preparados para a mudança?

Amanhã, em New Hampshire, haverá o segundo grande teste nas primárias para a presidência norte-americana quer para os democratas quer para os republicanos – estes já tiveram um caucus intercalar em Wyoming onde, desta feita, o vencedor foi Mitt Romney que garantiu 8 dos 12 delegados.
Mas a grande questão continua a ser a hipótese dos democratas escolherem para candidato uma mulher (Hillary Clinton) ou um afro-americano (Barack Obama) embora não se deva esquecer John Edwards.
As previsões, tal como em Iowa, dão Hillary como possível vencedora. Mas, tal como em Iowa, Obama poderá surpreender e sair vencedor (segundo a AFP, e tendo por base o eleitorado feminino, Obama deve ganhar em New Hampshire).
E se isso acontecer será que acreditam que os norte-americanos vão eleger um candidato que, além de ser “afro-americano” (o politicamente correcto para indivíduo não branco, ou caucasiano, nem hispânico, ou latino-americano) é ou parece indiciar ter um apoio que uma larga, larguíssima, franja de apoiantes norte-americanos nunca aceitará ver na 1600 Pennsylvania Avenue?
Ou seja, e tomando como válida a acusação de certos sectores políticos, eventualmente mais moderados, norte-americanos, a maioria dos presidentes que ocuparam aquele reconhecido número de uma conhecida vivenda “Casa Branca” seriam apoiados pelos dólares de uma importante comunidade cuja sede nacional está, e muito bem para raiva de alguns outros povos, numa parte da Palestina.
Isso mesmo, pelos judeus e pelo seu capital.
Por isso pergunto se será possível que um senhor que viveu uma significativa parte da sua vida na maior e mais populosa república islâmica, a Indonésia, e tem como sobrenome Hussein, poderá, alguma vez ocupar a Casa Branca?
Exacto! O pré-candidato Obama, filho de um queniano e de uma norte-americana, chama-se, de seu nome oficial completo, Barack Hussein Obama e nasceu em Honolulu, Hawaii, tendo, parece, sido educado por um padrasto indonésio, que o levou muito novo - entre os 6 e os 10 anos - para a Indonésia.
Por isso, a minha dúvida não só quanto à sua eleição como a quase certeza de um eventual desconhecimento de parte do eleitorado norte-americano sobre as suas raízes onomásticas, tão discreta quanto subtilmente ocultas na sua página de candidatura.
Porque, se assim não for, e os norte-americanos realmente o conhecerem, então acredito que o Mundo vai dar uma grande volta…

Publicado n', ed. nº 129, de 9-Jan-2008, na rubrica "O Mundo dos Outros", sob o título "Clinton e Obama Tiram teimas em New Hampshire"

04 janeiro 2008

No dia dos Mártires da Baixa do Kassange…

Comemora-se hoje, 4 de Janeiro, mais um dia pelos Mártires de Kassange com os angolanos gozarem de um novo feriado em poucos dias e, interessantemente, o Jornal de Angola (não se consegue aceder ao portal, como há maioria dos portais noticiosos com base em Angola, mas está aqui citado) bater na mesma tecla do número de mortos que, analistas e, ou, historiadores angolanos já questionam; admitem que os números evocados se reportam aos manifestantes e revoltados mas não – como seria impossível dado o número de trabalhadores que havia na Cotonang – aos mortos.
Estamos muito ricos e muito desenvolvidos para nos darmos ao luxo de fazer feriados dia sim, dia não. Mais valia que o governo decretasse um período de férias agrupando o dia 1 e o dia 4 de Janeiro. Mas os Ministérios da Economia e do Trabalho lá devem saber o que fazem – na esperança que saibam mesmo…
E espero que o saibam porque parece-me que os Serviços Culturais da Embaixada de Angola, em Portugal, não estarão muito dentro da realidade angolana ou, então, somos nós, na Diáspora, que estamos completamento às escuras com a verdadeira realidade político-geográfica do País.
Dúvidas? Basta ver a imagem que encima este texto.
Por isso não me surpreende que quem defenda a secessão de Cabinda já tenha aplaudido a imagem.
Se os nossos representantes não sabem defender a intangibilidade das nossas fronteiras como poderemos criticar os que querem ou defendem, segundo a sua perspectiva histórica, a secessão de Cabinda?
.
Nota Complementar: Apoio e subscrevo a proposta, hoje apresentada e defendida por historiadores angolanos, da criação de um Memorial a favor dos verdadeiros precursores do moderno Nacionalismo angolano, os massacrados da Baixa do Kassange!

EUA na hora da mudança?

(Começou a corrida dos "burros" e dos "elefantes"; ©daqui)

Começou a “grande corrida ao ouro” da 1600 Pennsylvania Av. com o “caucus” de Iowa.
À partida das primárias haviam 8 – depois de Iowa ficaram 6 – burros e 5 elefantes. Perdão – e eu que respeito tantos os animais –, queria dizer, estão ainda na corrida presidencial norte-americana 6 candidatos democratas e 5 republicanos.
Os primeiros camisolas amarelas deste “Grande Tour” são Barack Obama, pelos democratas, e Mike Huckabee, pelos republicanos.
Todos, ou a grande maioria defende a “mudança”. E parece que é isso o que o eleitiorado norte-americano deseja.
Mas estarão, realmente, dispostos para a mudança?
Estão os norte-americanos, nomeadamente os democratas, preparados para serem governados por um Negro (ou no politicamente correcto, afro-americano), de nome Obama, e com ascendência a uma região onde os conflitos emergiram com uma intensidade [mas que raio de título foi arranjado pelo portal noticioso] inaudita?
Ou estarão preparados para verem sentados na Pennsylvania Av uma mulher, Hillary, que já esteve na Casa Branca embora como 1ª dama e que parece gozar do apoio da comunidade hindu (os eternos inimigos dos paquistaneses, não muito próximos dos norte-americanos, mas cordialmente bem aceites pelos chineses e russos)?
E o que pensarão de John Edwards, o vencido vice-presidente da candidatura de John Kerry, em 2004, mas que, tal como Obama – e o foi um outro John, mas Kennedy, – é um candidato jovem e que relegou Hillary para o terceiro lugar?
Ou ainda, se os republicanos, e apesar de já saberem o que a casa gasta, tanto em ternos religiosos quer em termos mediáticos como foi o “911”, achar-se-ão dispostos em aplaudir a tomada de posse de um católico, Rudolph Giuliani, e que teve uns descredibilizados 3,5%, em vez de um pastor baptista (Huckabee), o primeiro vencedor, ou de um milionário mórmon (Mitt Romney)?
Ontem os norte-americanos disseram que queriam mudanças. Mas pelos resultados, nomeadamente, no lado republicano, mudanças sim, mas… com calma!
Até porque o sistema eleitoral mantém-se!
Vamos esperar pelas próximas etapas e pela super-terça-feira de 5 de Fevereiro para ver quem, a 4 de Novembro –mais um facto importante no meu dia de anos –, vai erguer mais alto o flute – ou taça – de champagne e se torna no 44º presidente (ou presidenta) dos EUA…

Dakar adeus? Ou o fanatismo ganhou?

O fanatismo dito islamita e a subserviência ao novo “imperador” europeu, o senhor Sarkozy, parecem ter ganho ao conseguirem anular a edição comemorativa dos 30 anos do (Paris) Lisboa-Dakar.
Tudo porque na Mauritânia alguns indivíduos, que se dizem(?!?!) islamitas e da al-Qaeda do Magreb, provocaram alguns problemas – a morte de 4 turistas franceses em vésperas de Natal – que pôs o Quai d’Orsay andar com fraldas descartáveis atrás de si.
A força francesa é tal que nem os pilotos como parece nem o resto dos organizadores terão sido consultados.
E o que é estranho é que já houve situações análogas ou piores – relembremos o Mali – e não houve adiamentos ou anulações. Porque será?
Depois da actual prepotência “bushística” norte-americana parece que temos os franceses voltarem ao “plateau”, como acontecia na época nuclear de De Gaulle…
Entretanto, vão continuando a carpir mágoas e lágrimas de crocodilo por a China estar cada vez mais entranhada em África!
Valha a promessa da organização que diz que vai fazer o de 2009. Veremos…
.
Nota complementar: E se houvesse dúvidas quanto à interferência do novo “petit napoléon” basta ler aqui e como o senhor “porreiro pá!” comeu e calou!
E tudo em nome de um hipotético ataque à caravana. Será que depois do 911 não houve mais “Dakars” ou será que nos anos anteriores os “Salafitas de Prédica” ou "Gspc" ou “al-Qaeda do Magreb” como agora lhe denominam já não existiam? Quem levou a cabo os atentados de Casablanca ou de Argel?
E o Dakar parou? Não me parece!
E quando as crises em Marrocos estavam no apogeu com ataques constantes dos sarauis? Ou quando os tuaregues dominavam os desertos do Mali? Nem aí me parece que os Dakar tenha alguma vez parado.
Não quero, nem posso, não desejo e nem podemos, branquear os néscios ataques que se fazem em nome de uma religião. Mas evocar, sempre que “nos” convém o fantasma da al-Qaeda já começa a ser demais. Qualquer dia acontece como a “estória” do Pedro e do Lobo. Tanto aquele grita pelo Lobo que quando ele realmente “houver” já ninguém ligará!
Ou como relembra o IBGF, a al-Quaeda parece que “virou franchising. E essa marca pode ser negociada”.
Deixemo-nos de tangas e parem de gozar com a nossa chipala!

03 janeiro 2008

Não estou de férias, mas...

... simplesmente a ponderar o que quero para o Ano de 2008.
O que não quero, e definitivamente, para Angola o que se passa com o Quénia. Quem não sabe acolher a vontade popular, seja ela qual for, mais vale não ir a votos.
O que não quero, e definitivamente, é ver o meu Continente nas bocas do Mundo pela má-gestão, pela corrupção, pelo autoritarismo ou pelo genocídio.

E, por falar em genocídio, o que queria, e rápida e definitivamente, é que as chacinas no Darfur, na Somália, no Kivu (Congo Democrático), ou no Chade, acabem de vez!

E o que quereria, e por uma vez, que a sensibilidade europeia fosse um pouco maior e tentassem descobrir e compreender os "boat peoples" e o que está por detrás deles.

Por isso, estou ainda em pausa, em curtíssima pausa sabática, para perceber o que quero para 2008.

Por exemplo quero agradecer a Rido dos Santos, do Blog do Rildo, pelo simpáito logo que me ofecereu e que encima este apontamento. Um bem haja e muito obrigado.