30 abril 2009

Madagáscar poderá vai virar grande vespeiro

Como se já não bastasse que a pressão de um “jovem turco” que conseguiu que o exército se lhe juntasse para, e pela primeira vez na vida política do País que isto aconteceu, sublevar-se contra um Presidente eleito democraticamente;

Como se não fosse surpreendente que o “Tribunal Constitucional” acabasse por aceitar, embora por maioria, conceder o poder a um indivíduo que, constitucionalmente, ainda não tem idade para ser Presidente;

Como se tudo fosse pouco, os militares decidiram deter os três membros do Tribunal que contestavam a entrega do poder a Andry Rajoelina;

Apesar da vida económica e social em Madagáscar mostrar que está num claro e quase irreversível ponto de ruptura onde se associa o facto de nem a União Africana e nem a SADC mostrarem ter qualquer efeito dissuasor junto dos Estados-membros onde situações análogas persistem;

Face a todas estas situações parece que uma parte da população quer fazer reverter a situação social e política perigosa onde caiu o País.

Há umas semanas que apoiantes do presidente Marc Ravalomanana têm aumentado a sua contestação ao “TGV” Rajoelina, ao mesmo tempo que sectores militares fiéis ao novo Presidente, continuam a apertar o cerco aos opositores à nova Administração enquanto a violência na capital, Antananarivo, aumenta aliado ao facto de forças militarizadas saquearem escritórios à procura, pensa-se, de dinheiro o que mostra o quanto caiu a frágil economia malgache.

Face a esta situação, um grupo de personalidades próximas de Ravalomanana decidiu
formar um novo Governo o que irá criar uma maior confusão até porque, se a comunidade internacional não reconheceu a autoridade de Rajoelina terá de reconhecer o Governo pró-Ravalomanana.

Uma situação preocupante no cone austral de África, até porque Madagáscar, apesar de ser uma ilha, ou talvez por isso mesmo, é um mosaico rácio-cultural muito diversificado com calaras influências exógenas e fortes.

Se os dois Estados da região que se perfilam com potências (África do Sul e Angola), com particular destaque para o próximo presidente da África do Sul, e por razões diferentes não tiverem uma intervenção mais clara e objectiva na República Malgache, este país, mais ainda que Zimbabué, poderá se tornar num perigoso vespeiro para a região.

Recordemos outras ilhas na zona e como elas vão evidenciando uma preocupante alteração social e política com ciclos de alguma certa instabilidade…

29 abril 2009

Música de Cesária Évora num portal

(imagem Google)
Hoje, mão amiga fez-me chegar por e-mail o acesso a um portal onde Cesária Évora é rainha com inúmeras músicas (creio que são cerca de 38 temas).

Infelizmente, assumo que o tentei, não se consegue “ximunar” para o telemóvel para irmos ouvindo sempre que a oportunidade o permitisse.

Há falta do telemóvel vá (vamos) ouvindo na Internet. Quem quiser aceder entre
aqui e delicie-se! Eu, por mim, penso entrar lá mais vezes, nomeadamente ao fim da tarde para relaxar e esquecer que a crise anda lá fora…

E, se por acaso quiser procurar outras músicas, nomeadamente as da nossa Banda, como por exemplo, de Bonga, Paulo Flores, Duo Ouro Negro e outros, e, ao mesmo tempo, que se delicia com belíssimas imagens do Pungo Andongo, da Tundavala, das quedas de Kalandula, entre
aqui.

28 abril 2009

Reflexões sobre o Lobito II…

(Lobito, uma cidade com problemas? qual é que não as tem? mas...*)

Duas pequenas reflexões sobre a minha Cidade, uma delas, é cultural e a segunda, de ordem social, parece-me que pouco agradável a confirmar-se as acusações feitas a um euro-deputado.

1. No próximo dia 30 de Abril, pelas 18,30 horas, na Casa de Angola, em Lisboa, a editora Guerra e Paz vai levar a efeito o lançamento oficial do livro “Lobito”, de António Mateus e que terá a apresentação de Luís Magalhães.

O autor, embora nascido em Tortosendo, na província portuguesa da Beira Baixa, foi com 5 anos viver para o Lobito onde permaneceu até 1975 quando zarpou para o Brasil onde trabalhou numa multinacional.

Este primeiro romance de António Mateus, o “Lobito”, é, segundo a editora, um hino a uma das cidades mais bonitas de Angola e às suas gentes, contado por quem nela viveu e a amou.

Vou ansiar por quinta-feira para degustar uma obra sobre a minha Cidade que, infelizmente e como por vezes acontece em todas as que pecam pelo excesso desenvolvimento desenfreado e pouco ordenado, parece que nem tudo corre sobre rodas.

Há dia, num excelente programa da TPA (transmitido às sextas-feiras na TPA internacional),”Janela Aberta”, sobre os belos Parques Nacionais angolanos, um dos apresentadores lamentava-se pela cidade ter perdido um dos seus ex-líbris, os flamingos. Segundo ele, e confirmado pela outra apresentadora que diz nunca ter tido a oportunidade de os ver nos mangais do Lobito, por causa da poluição e do barulho os flamingos deixaram de ter a Cidade por abrigo e emigraram para outras paragens, a maioria mais para sul. Talvez, quem sabe, alguém consiga falar com eles e dizer-lhes que a Casa deles estará, um dia e em breve, espero, pronta e restaurada para os receber de volta. Um sonho…

2. Mas que a fazer fé num e-mail que a Comissão instaladora da nova FpD e o projecto Associação OMUNGA (
Quintas de Debate) divulgou algo não vai bem entre os antigos “meninos da rua” do Lobito.

Segundo uma carta que estes fizeram chegar a um representante da União Europeia de visita à Cidade, as promessas, eventualmente feitas pelo Administrador do Lobito, o senhor Amaro Ricardo Segunda, quando os retirou de uma certa zona e os assentou no B.º da Lixeira, no centro 16 de Junho, há cerca de um ano, continuam por ser cumpridas.

Entre as referidas promessas contavam-se: Construção de casas para todos dentro de seis meses; Arranjar emprego para todos nas seguintes empresas (CFB, Refinaria, Odebrestch e Secil Lobito); Dinheiro para as mulheres fazerem negócios; Dar formação profissional a todos; Dar máquina de fabricar blocos; Dar sempre comida e água; Meter todos a estudar nas escolas públicas; e Registar todos.

Parece que passado um ano os “meninos da rua” continuam a viver no referido Bairro em 15 tendas – inicialmente eram 200 jovens e 19 tendas – e promessas nem vê-las.

Mais grave a acusação de que fizeram uma formação, em Agosto passado, e aguardam que os respectivos certificados entregues ao Dr. Carlos Pacatolo sejam devidamente devolvidos não havendo novas nem de Pacatolo nem do Administrador.

Realmente estranho esta eventual atitude de Pacatolo. Se for quem eu penso que é e conheço não é normal nele refugiar-se em escusas e omissões. Todavia também reconheço que aguardo por uma resposta a um e-mail que lhe enviei há tempos e não recebi a dita nem, tão-pouco, embora saiba porque já o disse a razão, o seu blogue seja actualizado.

Quero crer que Pacatolo estará fora da Cidade em serviço da entidade onde estagiou quando do fim do seu Curso.

Ora, lá porque uma pessoa não esteja, não é razões para que tudo pare. Por isso é altura da Administração Municipal do Lobito se recordar que, apear das eleições já terem ocorrido, as populações e, principalmente, os futuros gestores da Cidade e criadores e fomentadores do desenvolvimento da região são, precisamente, os jovens, aqueles, que segundo eles, andam um pouco esquecidos pelas autoridades municipais.

O Lobito precisa de notícias como aquelas que indicam desenvolvimento sustentado e não as deste jaez.

Tenho a certeza que, e não será porque o assunto chegou às mãos da União Europeia, ou, muito menos passe a imodéstia, por estar aqui reflectido no Pululu, tenho a certeza, dizia, que este assunto irá ser rapidamente resolvido e quem sabe, alguém consiga, também, arranjar um “apito” e chamar, de volta, os nossos flamingos!
(*imagens do Lobito ximunadas na Internet ou recebidas via e-mail)

Caça aos (des)politizados ou total confiança nos prevaricadores?

(imagem internet)

"Não sei se Adriano Parreira era ou não do MPLA. Não sei e, provavelmente, nem isso interessaria se não fosse o facto de estar a ser notícia por uma eventual “demanda” pública via anúncios nas páginas do Jornal de Angola por parte do Tribunal Supremo (TS).

Porque se o foi e deixou de ser, e tendo em conta certas afirmações, até de militares como as proferidas, ainda recentemente, no Huambo e ouvidas na TPA, teríamos de inferir que haveria uma caça a despolitizados… Quero crer, necessito de crer, que são meras afirmações de circunstância e de pessoas que ainda não apreenderam bem as mudanças políticas e sociais do País!

Segundo um artigo transcrito no
Correio Digital, citando o Novo Jornal, o fundador e presidente do Partido Angolano Independente (PAI), Adriano Parreira, estaria em parte incerta depois de ter mudado de residência e nada ter participado ao TS.

Perguntar-se-á, legitimamente, porque Parreira haveria de dar parte da sua mudança de residência ao TS se o partido nem está representado na Assembleia Nacional mas, embora, não tenha sido extinto pelo Tribunal Constitucional em Janeiro deste ano.

Segundo o Correio Digital, pendia, ou pende, sobre Parreira uma condenação do TS relativa à sua passagem como embaixador de Angola em Genève, Suíça, junto de organismo internacionais onde, segundo aquele portal teria feito algumas falcatruas a seu próprio proveito usando como instrumentos os vencimentos dos funcionários da Chancelaria angolana e denunciados por um ex-adido financeiro da embaixada angolana, em Genève. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado na rubrica Colunista, do , de hoje; retranscrito no , Opinião

Reflexões sobre o Lobito…

Raramente aparecem notícias da minha cidade, mas quando aparecem são sempre para criar exclamação.

Há dias, o Académica Petróleos do Lobito mudou de treinador – foi buscar o demitido treinador do Benfica de Luanda (de quem já fui sócio e mantenho a minha costela de apoio e que procuro morada ou e-mail e não consigo apanhar) Agostinho Tramagal – e, surpreendetemente ou talvez não por causa da equipa que o seu opositor apresentou,
venceu o 1º de Agosto por 1-0. A primeira vitória e primeiros pontos desde o início do Girabola 2009. Infelizmente, na jornada imediata baqueou frente ao Desportivo da Huíla…

Li hoje no
Angola24Horas.com (A24H) uma notícia, sob o título “Caça as bruxas no porto do Lobito” e que, a fazer fé no referido artigo, me deixa consternado quanto à democraticidade e boa gestão das nossas autoridades e de quem os representa.

Segundo o A24H, alguns dos líderes dos trabalhadores de estiva do
porto do Lobito que em Setembro do ano passado terão levado a efeito uma greve estarão a ser demitidos e, um dos líderes, terá mesmo visto a sua foto estampada à entrada do porto com a expressão “persona não grata proibido entrar no porto do lobito”.

Segundo o artigo os “despachados” serão jovens trabalhadores, estudantes universitários e técnicos experientes nas áreas onde trabalham que têm como defeito o estarem a denunciar eventual deficiente gestão por parte da actual Administração do Porto do Lobito (ah! é assim em maiúsculas que se escreve, pelo menos o nome da cidade e não em letra pequena como estará no citado cartaz) liderada por um tal senhor Carlos Gomes, uma personalidade muito próxima de certos sectores do Poder.

Segundo o referido artigo, o poder do senhor Administrador, ou Director, é de tal ordem que, na prática, será o verdadeiro Administrador do Lobito já que grande parte dos fundos que suportarão a cidade provêem dos dividendos colhidos no antigo maior porto da África ocidental e, por esse facto, ninguém o quer “molestar” submetendo-se à sua eventual “boa vontade”.

Por outro lado, parece que a sua “boa vontade” não se ficará só pela Administração do Município, o que seria perfeitamente lógico, mas irá até, segundo documentos apresentados pela Comissão Sindical do Porto do Lobito, ao “pagamento de viagens a pessoas estranhas a empresa a compra de equipamentos para órgão de comunicação social do estado, oferta de viaturas”.

Parece que os “despedidos” – que pela lei nacional em vigor em Angola sobre as Greves (Lei n.º23/91 de 15 de Junho) não o poderão ser nem transferidos antes de decorrido um ano sobre a sua participação enquanto membros da comissão – já bateram a várias portas, incluindo as do partido maioritário, mas parece que se fecharam todas. Consta que a sua eventual aproximação a certa entidade é tão inquestionável que preferem nada ouvir, nada ver e… nada saber!

Sem comentários e muita reflexão!

26 abril 2009

Homenagens a Tomás Jorge por Edmundo Rocha e Casa de Angola

(O céu da cidade que viu nascer Tomás Jorge (ou Tomaz Jorge como também aparece escrito) preparando-se para receber mais uma estrela no seu imenso e belo firmamento; imagem Google)

Duas entidades, cada uma por razões diferentes, prestaram a sua homenagem ao poeta angolano, quase que esquecido pela Comunicação Social do seu País que tanto amava (excepto, e honra lhes seja feita, pelo Jornal de Angola e pelo Sapo.AO, que citaram telegrama da LUSA) e pela organização que ajudou a fundar, a UEA. Foram o médico e nacionalista Edmundo Rocha, que com ele privou os últimos anos de vida, e a Casa de Angola de que Tomás Jorge era também sócio.

"HOMENAGEM AO MEU AMIGO TOMÁS JORGE

Morreu Tomás Jorge Vieira da Cruz, um homem bom, aberto a todas as pessoas e ideias, profundamente humano no seu relacionamento sem fronteiras com toda a gente. De alma altruísta, amigo do seu amigo, conciliador, excelente conversador, declamador exímio com a sua poderosa voz, tinha gosto em expor as suas ideias filosóficas, sequioso de uma África liberta de cubatas e de todas as expressões degradantes da condição humana. Este luandense de gema nunca escondeu a sua inquietação perante o presente e o futuro da condição humana dos africanos, neste mundo onde a globalização espezinha os mais fracos e protege os poderosos.

Tomás Jorge nasceu em Luanda a 26 de Maio de 1928, ano em nascia também, em Porto Amboim, Viriato da Cruz, com quem partilha a mesma carteira na escola.

Seu pai era o poeta, Tomás Vieira da Cruz, por quem ele nutria uma admiração sem limites. Morou, na sua meninice, na Cidade Alta, numa vivenda de tipo colonial.

Na sua juventude partilhou os mesmos anseios e projectos com os intelectuais da sua geração, em animadas tertúlias, António Jacinto, Mário António, Viriato da Cruz, Alcântara Monteiro e tantos outros. Integrou o Movimento dos Novos Intelectuais de Angola, desde 1950, cujo ideário cultural "Vamos Descobrir Angola" pugnou por uma crítica social e cultural da sociedade colonial de então, e que permitiu a tomada de consciência da Angolanidade dos seus conterrâneos.

Por discordar da via proposta pelo Partido Comunista Angolano, criado por Viriato da Cruz, em 1955, afastou-se desta orientação, preferindo a via cultural.

Nos anos 50 e 60 desenvolve actividades de formação e alfabetização de angolanos, nos bairros populares, não só em Luanda, como em Saurimo, no Lubango e no Uíge. A elevação cultural era, para ele, uma das vias para a uma maior consciência politica dos angolanos.

Foi obrigado a apresentar-se, várias vezes, para interrogatório na PIDE, pelas suas actividades e pelo conteúdo dos seus poemas. Foi finalmente preso em Luanda em 1961, onde viria a escrever alguns dos seus mais belos poemas. Publicou a sua obra no pequeno livro "Areal- Poemas" da editora Imbondeiro, em 1961, e, mais tarde, em 2005, na excelente colectânea "Talamungongo- Olha o Mundo" da editora Quilombelombe.

Na sua Poesia valoriza o Homem Angolano e a sua luta em prol da emancipação cultural e politica. Trata-se essencialmente de uma poesia lírica e, também, de intervenção, que aborda em profundidade o Homem na sua dimensão universal, a sua dignidade e a sede de Liberdade.

Morreu o meu Amigo Tomás Jorge, um Homem Bom, um Homem Africano, um Homem Universal, com uma visão telúrica das coisas, dos fenómenos e dos outros Homens sofredores.

Sempre viveu modestamente, não se preocupando com riquezas materiais. A sua única riqueza foram a sua pena, a sua escrita. Deixa uma obra poética importante, colocando-o em lugar cimeiro entre os grandes Poetas Angolanos.

Ficamos certamente mais pobres, Angola, África e nós todos.

Paz à sua Alma.

Lisboa, 25.Abril. 2009
Edmundo Rocha
"

Por sua vez a , através da sua Direcção, em nome dos Órgãos Sociais, emitiu um comunicado onde prestava o seu sentido e profundo sentimento de pesar pelo passamento físico do sócio, do poeta e o Homem que contribuiu para cimentar o espírito de independência dos angolanos através da sua participação em movimentos culturais.

Amizade não é palavra vã!

(Amizade pode ser isto quando mais dela precisamos; imagem Google)

"Há momento da vida que tomamos posições, principalmente quando políticas, que, não poucas vezes, acabam por ferir pessoas próximas.

São feridas que custam a sarar. E custam mais quando, prevenida ou incompreensivelmente, mesmo que sem ser intencional, colocamos sal nas mesmas em vez de um qualquer bálsamo.

E isto foi – e, infelizmente, ainda é – válido em qualquer sociedade. Seja na Europa, na América, na Ásia ou em, e principalmente, no nosso martirizado Continente.

Foi-o, ainda mais, no período pós-colonial, com particular destaque para Moçambique e Angola onde razões políticas, económicas, sociais e antropológicas falaram mais alto e dividiram amigos, famílias e povos.

Ainda, recentemente, António Trabulo que viveu, desde quase os primeiros meses de idade até ao momento de entrar na Faculdade de Medicina, na cidade do Lubango, em Angola, no seu último romance, “Retornados, o adeus a África” – edição da Editorial Cristo Negro, apresentado, em Lisboa, na Casa de Angola – discorria sobre essa divisão entre familiares que adoptaram cores políticas diferentes e como se tornaram “inimigos” dividindo famílias e povos.

A Paz angolana sobrevinda, mas não imprevista, trouxe à memória esconsa essas amizades e os laços familiares perdidos ou divididos.

O movimento político que o multipartidarismo trouxe aos nossos países também não ficou apartado dessa vontade de reaproximação entre os diferentes pontos de vista políticos e sociais. As diferenças inter-pares eram agora aproveitadas a favor do desenvolvimento e não para fomentar os ódios ou questiúnculas mesquinhas e ignaras. (..)" (continuar a ler aqui)
Publicado no , edição 213, de 25.Abril.2009

25 abril 2009

A Malária ainda mata!

Esta é uma das razões para que o mosquito da Malária (Paludismo) se propague (algures em Luanda; imagem recebida via e-mail).

Não basta fazer novas habitações, recuperar e rasgar novas estradas se nos esquecemos dos mais básicos e elementares serviços sanitários e do saneamento básico; se deixamos que a pútridas águas circulem livremente e a céu aberto á livre imaginação das brincadeiras de crianças.

Para evitar que a Malária/Paludismo regrida e seja erradicada não basta o uso (indispensável) dos mosquiteiros. Não basta a auto-medicamentação (quinino) ou o uso de medicamentos mais sofisticados e actuais. Há que tapar as fossas transbordantes, atacar os rios poluídos, tapar os caneiros a céu aberto.

Vamos
continuar fazer do combate à Malária/Paludismo um desígnio nacional! Só assim o desenvolvimento terá valor!

Adeus poeta Tomás Jorge

Mais um poeta angolano que vai se juntar às estrelas que iluminam o belíssimo céu angolano.

Ontem, no Hospital Santa Maria, em Lisboa, onde padecia de uma incurável doença, faleceu o poeta Tomás Jorge (Vieira da Cruz).

Tomás Jorge foi além de membro-fundador da União de Escritores Angolanos (UEA) participou, em 1950 no movimento literário lançado por Viriato da Cruz “Vamos Descobrir Angola!” e o Movimento dos Novos Intelectuais de Angola, razão pela qual foi detido várias vezes pela PIDE/DGS, e membro da Direcção da FACEL (Federação das Associações Cívicas do Espaço Lusófono)

E por falar em PIDA/DGS, relembrar que
há 35 anos (fá-los hoje), a sombria organização foi uma das razões para o fim da autocracia portuguesa e o passo para a Liberdade de todos os povos que falam a Lusofonia.

Tomás Jorge escreveu, pelos menos duas obras poéticas: “Areal, Poemas” (1961) e a antologia “Talamungongo!... «Olha o mundo!» – 50 Anos de Poesia” (2005).

Infelizmente quer a UEA quer a Internet parecem esquecer deste poeta angolano já que o único poema “netiado” é o belo “Gajaja” que poderão ler
aqui (de onde retirei a imagem).

24 abril 2009

À TPA não lhe basta só em informar, mas…

Como se vê na imagem do Jornal Nacional, de hoje, emitido via TPA Internacional, à emissora televisiva nacional não lhe basta se preocupar – e bem, registe-se – só em informar, mas também deve, como, o principal veículo de formação que é, se preocupar em FORMAR!!

É que o novo acordo ortográfico da Lusofonia não abrange tudo e o contrário de masculino é, ainda, FEMININO e não “Femenino” como mostra a imagem!

23 abril 2009

África do Sul e a contagem dos votos

(Jacob Zuma, o novo presidente? Foto ©daqui)

A República da África do Sul (RAS) foi ontem a votos para as Legislativas e, complementarmente, para a eleição, por via indirecta, do seu novo Chefe de Estado. Cerca de 77% da população participou no acto eleitoral.

À partida tudo indica que o ANC (Congresso Nacional Africano), que está no poder há cerca de 15 anos, ou seja, desde que o a RAS se tornou no “País de Arco-íris” e desde que Nelson “Madiba” Mandela assumiu, com a inteligência que todos lhe reconheceram, e reconhecem, os destinos do País, deverá manter a sua larga maioria.

Ainda assim, se a vitória não está em discussão, já a sua habitual maioria qualificada parece não estar assegurada, ainda que o seu principal candidato, o polemitizado Jacob Zuma, considere isso possível bem assim a sua imediata eleição na Assembleia Nacional.

Hoje começou a ser feita a lenta contagem do escrutínio. E as primeiras indicações antevêem um ANC com dificuldades em mater a maioria qualificada devido não só ao aparecimento de um reforçado Congresso do Povo (COPE) e que inclui elementos descontentes do ANC, como da Aliança Democrática (DA) que já garantiu a vitória numa circunscrição.

Algumas das razões para o eventual fracasso na não renovação da maioria qualificada estará, em parte, segundo analistas sul-africanos, no
Jacob Zuma (as acusações proferidas, em tempos, contra ele, como a de corrupção, foram anuladas por interferência de terceiros, como o referenciou o PGR local, pelo que a sua eventual culpa, ou não, nunca foi, nem será, parece, provada em Tribunal) e na possível alteração da Constituição sul-africana que, a ser feita, seria a contento exclusivo, do ANC.

De acordo com notícias da RAS, o ANC teria perdido, também, numa das regiões mais pobres do País, perto da província de Joanesburgo.

Vamos ver quem no fim irá, de facto, cantar uma efectiva vitória… (porque na prática e como sempre todos cantá-la-ão.)

Dia Internacional dos Livros e dos Direito de Autor

(Livros que escrevi - os dois primeiros - ou onde estou representado)

Deveriam ser um bem de primeira necessidade, tal como a alimentação, já que um corpo são em mente sã, não precisa só de alimentos e bebida, mas carece também de nutrir a mente, o espírito e as ideias.

Mas, infelizmente, os Governos (quem achar que não tem pecados que atire a primeira pedra para o ar, mas…) ainda não compreenderam que a Cultura não pode continuar a ser taxada como se de um bem fútil e luxuoso se tratasse, tal como as editoras (e alguns autores) ainda não compreenderam que os preços estão demasiado caros para que a população menos favorecida – que, infelizmente e a crise não ajuda, mal se consegue alimentar – possa lá chegar!

Talvez um dia…

22 abril 2009

Mais um Dia da Terra…


Isto?
ou..isto?*

Lamentável que só se lembrem Dela nesta altura! E, muitas vezes, nem neste Dia!

Bom seria que a Casa de todos nós fosse melhor arejada, limpa e respeitada. Porque se há casas que podem ser substituídas, sempre que a oportunidade o permita, Esta é, ou deveria ser, intocável e, decididamente, a única; pelo menos que saibamos!

Lamenta-se, por isso, que alguns locatários A olhem como se fosse propriedade deles, e unicamente deles, e Dela façam o que bem entendem como, por exemplo, desbastar florestas para criar locais de produção agrícola intensiva para alimentar terceiros que, por sua vez, já destruíram as suas próprias zonas de cultura agrícola.

Ou que façam dos rios, as grandes veias de rejuvenescimento, que deveriam ser, uns simples meios de gerar economia esquecendo outras finalidades, locais de disputa territorial, ou, simplesmente, meros locais de despejo de detritos, principalmente, químicos e orgânicos!
*(imagens da Internet)

Começou a "final-four" do basquete angolano, mas...

(foto ANGOP)

Depois de se ter apurado o vencedor da Taça de Angola, iniciou-se, hoje, a fase final, a quatro, do Campeonato nacional de Basquete angolano, entre o Petro de Luanda e o ASA, que seria, digo seria porque como adiante se verificará acabou suspensa, a partida inaugural, e entre o 1º de Agosto e o Recreativo do Libolo, do Kwanza Sul (as outras três são de Luanda).

Só a partida entre os "militares" e o cinco do Libolo se cumpriu com a vitória daqueles por 107-97. A partida entre os "petrolíferos" e os "aviadores" teve um desfecho inesperado: faltou a luz no Pavilhão da Cidadela, o principal pavilhão desporivo de Luanda, quando o ASA vencia por 43-30 perto do fim do segundo período.

É incrível, é inaudito, que se pense em construir habitações (indiscutivelmente necessárias, principalmente se forem para as populações mais carenciadas), ou em fazer novas infra-estruturas desportivas e depois se esqueça de alguns dos mais elementares apoios, como é a luz eléctrica.

Como é possível se falar em desenvolvimento, que é indiscutível, registe-se, se depois não se tem uma rectaguarda condigna.

Talvez seja altura de se repensar certas prioridades!

21 abril 2009

Homenagem a um angolano-português do Huambo

Este é um e-mail de um membro das FAA (Forças Armadas de Angola), natural do Planalto Central e residente algures no Norte do País.

Por razões de confidencialidade, que o próprio solicitou, identifico-o assim. Por certo que o visado do e-mail e os amigos saberão de quem se trata.

Porque o seu pedido é pertinente, e porque o mesmo me autorizou a publicar, aqui fica a ideia:

"Sou (…).

A razão desta minha missiva prende-se com o seguinte:

Conheci e convivi durante muitos e muitos anos com o Orlando Castro, jornalista que é seu amigo e que, no íntimo, também considero meu amigo, apesar das divergências políticas que nos caracterizaram a partir de 1975. Ele manteve-se fiel à UNITA, partido no qual também militei durante muito pouco tempo, e eu optei pelo MPLA.

O Orlando "Dandi" Castro (assim era conhecido no nosso restrito núcleo de amigos) nunca me perdoou, com razão, o facto de eu ter sido o único desse restrito grupo a trocar de camisola. Fi-lo na altura por razões válidas que hoje, se calhar, não serão tão válidas assim. E é ao fim de todos estes anos que começo a pensar que afinal o Orlando tinha razão. Mas é tarde.

Por imperativo de consciência, sabendo que o Dr. Costa Almeida é amigo do Orlando, tomo a liberdade de lhe sugerir algo que eu gostaria de fazer mas que, por razão óbvias, não posso.

Sugiro, até por elementar justiça, que por seu intermédio, com a sua ajuda, com o seu patrocínio, a comunidade angolano-portuguesa aí residente em Portugal faça uma homenagem ao Orlando, reconhecendo tudo quanto ele tem feito pela nossa Angola, num trajecto de coerência e luta pela dignificação de todos os angolanos.

Não quero louros, não quero sequer que se fale nesta minha ideia. Apenas gostava de ficar consciente de que, desta forma, ajudei a reconhecer o valor de um grande e velho amigo.

Ao seu dispor,


(devidamente identificado)
"

19 abril 2009

Pelé é o embaixador de Angola no CAN

(a nossa mascote; imagem ANGOP)

Não tenho nada contra o senhor Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido no mundo do futebol por Pelé. Pelo contrário, Pelé deu muito ao desporto e ao futebol, em particular.

Mas, sinceramente, não haveria entre os desportistas nacionais – no activo ou retirados – personalidades que pudessem fazer este papel de embaixador?

Esperemos que a par de Pelé, Angola coloque também um angolano como embaixador.

E temos muitos e bons para esse papel.

Recordemos, entre outros, João Ricardo, Akwá, Chainho ou Pedro Emanuel (estes dois quiseram e tudo fizeram para poderem ser integrados na selecção nacional como se devem recordar mas que a FIFA não permitiu) ou mais antigos como Rui Jordão, isto no futebol, ou Ricardo Teixeira, dos desportos motorizados, ou José Armando Sayovo, o nosso paralímpico mais medalhado, ou os basquete José ACrlos Guimarães ou Jean-Jacques Conceição, entre outros.

18 abril 2009

E ao sétimo dia, perdão, ao sétimo mês…

Foram precisos 7 (sete) meses a para que a CNE (Comissão Nacional Eleitoral), pela voz do seu presidente, António Caetano de Sousa, viesse a público apresentar que nas últimas eleições legislativas de 5 (e 6) de Setembro do ano passado tivesse havido falhas e insuficiências diversas que, apesar de não porem em causa a lisura e transparência do acto eleitoral, segundo a CNE, provocaram alguma inquietação na Comissão.

Sete meses para verter na rua sete (pelo menos foi isso o que ouvi na televisão) situações menos correctas! Descobertas uma em cada mês? Não, porque o inquérito – e este se reportou somente à votação em Luanda – foi efectuado entre Setembro e Fevereiro mas, pelos vistos, houve necessidade de os digerir bem antes de os colocar ao dispor do eleitorado.

Entre as diferentes anomalias apontadas destacam-se:

....1. erros de planificação eleitoral;
....2. deficiente entrosamento entre as estruturas eleitorais locais e a empresa encarregada de executar o plano de distribuição do material de votação que motivou a chegada tardia do material de votação a algumas assembleias de voto, o que determinou a não abertura no dia 5 de Setembro e, por esse facto, o seu prolongamento para o dia seguinte;
....3. dificuldades no processo de credenciação dos membros das assembleias e na sua posterior colocação nos locais de voto;
....4. ausência de medidas adequadas à dimensão eleitoral da província de Luanda;
....5. necessidade de criar mecanismos mais eficazes de monitorização e acompanhamento central da execução dos diferentes programas de responsabilidade local.

Ou seja, algumas destas situações já tinham sido apontadas logo nos primeiros dias após o acto eleitoral pelos diferentes analistas e comentadores políticos presentes no escrutínio eleitoral.

Assim como assim, mais vale tarde que nunca e, não esqueçamos que eu ainda não esqueci, em 2009 – o que não parece muito possível – ou em 2010 vai haver a eleição para a Presidência da República… caso seja uma eleição directa.
Retranscrito no , de 21-Abr-2009

Basquetebol, Taça de Angola 2009

1º de Agosto 89-87 Petro de Luanda

Depois de ontem o Petro ter obrigado os "militares" irem à negra num enorme jogo, excelente espectáculo e grande finalíssima que hoje o canal 1 da TPA nos enviou via TPA Internacional (imagens via TPA).

Ganhou o 1º de Agosto a sua 8ª Taça de Angola, como o Petro poderia ter conquistado a 7ª. Magalhães e Ginguba estão de parabéns pelas equipas que artilharam.

Se isto foi o aperitivo e esperando que o problema financeiro do ASA seja rapidamente resolvido vamos aguardar pelo campeonato que deverá ser bastante competitivo.

17 abril 2009

Palancas Negras com novo quase ex-treinador…

O seleccionado angolano de futebol deixou de ter o senhor Mabi de Almeida como treinador depois deste ter sido exonerado do cargo pelo presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), Justino Fernandes.

Ora, de acordo com a edição 331 do Semanário Angolense, de 11-17/4/2009, Mabi de Almeida terá assinado um contrato de 2 anos, o que se torna este despedimento um pouco estranho, além de Justino Fernandes ter anunciado, há dias, que a Comissão Técnica teria sido reforçada, e o portal da FAF também o reafirmar e ainda nada dizer sobre a exuneração, mas…

Para técnico dos Palancas Negras sobe o adjunto Zeca Amaral, que, salvo erro, treinou, até há pouco, o Benfica de Luanda. Saiu um treinador, Oliveira Gonçalves, subiu o adjunto, Mabi de Almeida, para treinador; sai o treinador mabi de Almeida, sobe o ajunto, Zeca Amaral, para a função de técnico principal. Um ciclo quase desmoralizante…

Ou seja, em vez de reprogramarem com cabeça, tronco e membros a casa dos Palancas, procurando primeiro um novo treinador – até porque não estamos em competição – e dar oportunidade de este preparar, quase de raiz, os nossos Palancas, o senhor Justino fernandes opta pelo mais fácil; despede treinador e “eleva” o adjunto. E isto entra num absurdo ciclo.

Se até pensarmos nos problemas familiares que a actual situação do seleccionador nacional estava a ter devido aos decepcionantes resultados da selecção (a edição online de O País, dava conta que o filho de Mabi de Almeida não ia á escola há 15 dias devido a insultos por parte de colegas devido à má da campanha dos Palancas).

Vamos aguardar que a FAF seja rápida na resolução deste intrincado problema. É que o CAN2010 já está ao virar da esquina, ou seja, já estamos quase no fim do primeiro semestre, e uma parte substancial dos jogadores estão em campeonatos cuja época acaba em Junho/Julho e só retoma em Julho/Agosto.

E, reconheçamos, numa altura em que os clubes estão a lutar pelos milhões das Ligas dos Campeões e das Taças europeias, por exemplo, ver os seus principais jogadores serem requisitados nessa altura, ou antes, para melhor entrosamento e evitar o que Mantorras ainda há dias denunciou, não será muito bem visto…

16 abril 2009

Angola e a Imigração regular versus a irregular

(foto ©Apostolado)

"Segundo os dados oficiais, hoje tornados públicos pelo serviço de Migração e Estrangeiros estarão em Angola, em situação regular – ou seja, como habitualmente dizemos, legais – cerca de 40 mil chineses.

Todavia, já informações não oficiais haverão mais de 100 mil chineses a viverem no País, a maioria, como se depreende, em situação irregular (vulgo, ilegais).

Faço esta destrinça entre legalizados e não regulares porque, muitos dos que estão nesta situação, por certo, e não acredito que tenha sido de outra forma, apesar de parecer que muitos chineses como ainda há dias alertava, creio que Pepetela, colocam anúncios no Jornal de Angola denunciando a perca de passaportes, entraram com visto regular mas que terão ficado pelo País no final de contratos desprezando o regresso.

Mas esta situação dúbia entre os que estão legalizados, mais concretamente, entre os números oficiais e os irregulares, ou “não-regulares” faz-me lembrar uma muito semelhante num outro país mas, desta feita, com os angolanos como imigrantes. Refiro-me, naturalmente, a Portugal.

De facto, os números oficiais apontam para um número entre os 35 e 40 mil angolanos em situação regular ou inscritos nos Consulados. No entanto, tal como em Angola, as fontes não oficiais apontam para valores entre irregulares e descendentes para cima dos 100 mil concidadãos.

Outras paragens a mesma questão. (...)
" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no , "Colunistas" de hoje.

Maputo acolhe os jogos Pan-africanos 2011

Os dois grandes países lusófonos do cone austral de África vão ser a sede de dois dos mais importantes acontecimentos desportivos do Continente, enquanto unicamente africanos (porque vai haver um outro que é o Campeonato do Mundo de Futebol, em 2010, na África do Sul, também ele na região meridional).

Como se sabe, Angola acolhe, no próximo ano o Campeonato Africano das Nações em Futebol (CAN-2010) e, hoje, o Conselho Superior de Desportos de África (CSSA) garantiu para
Maputo a realização dos II Jogos Pan-Africanos depois da Zâmbia, outro candidato – apontado como quase certo –, ter desistido devido à crise económica mundial.

Parabéns a Moçambique que leva, assim, o reconhecimento continental de que está no bom caminho, como Nação em desenvolvimento.

Composição do CFB descarrila na província de Benguela


(imagem Internet)

Segundo uma notícia, quase telegráfica, d’ O Apostolado uma composição do CFB (Comboio dos Caminhos de Ferro de Benguela) terá descarrilado, penso que há dois dias, no troço que liga Catengue (fica entre Cubal e Dombe Grande) a Benguela (estranhamente o portal da ANGOP, nas secções “províncias” – pode aceder a esta secção aqui ao lado – e, ou, “transportes” parecem ter passado ao lado do assunto).

O acidente, apesar de não ter causado vítimas mortais, terá provocado “um número indeterminado de feridos”, e, segundo parece, terá tido por causa principal “mau estado da linha-férrea

Dado que a linha está em recuperação por parte de empresas chinesas (a
China Railway 20 Bureau Group Corporation (CR-20)) – que até já criaram uma fábrica de material de apoio à reconstrução para não terem de parar à espera do que vinha da China(?!?!) – e sendo voz corrente que a via entre Lobito e Huambo estará quase toda recuperada até Maio do próximo ano e a ligação a Luau disponível em 2011, pergunta-se como é que, neste sector, a via ainda se encontra degradada.

Ou – é só ignorância de macaco –, e como dizem a “boas” bocas, o material já recuperado é de qualidade duvidosa? Se nos recordarmos como se encontra o “ninho de andorinha / pássaro” ou como as escolas chinesas, algumas quase recém-construídas, se desfizeram com o tremor de terra…

15 abril 2009

Despedir é que está a dar…

(imagem daqui)

Com a devida vénia ao Jornal de Notícias e aos 119 funcionários colocados no desemprego pela actual gestão do grupo Controlinveste aqui vai a prova inequívoca de como despedir é que está a dar:

"JN lidera audiências e soma mais de um milhão de leitores
16h39m
O “Jornal de Notícias” (JN) foi o diário mais lido no primeiro trimestre de 2009, captando uma audiência média de 12,2% - equivalente a um milhão e 14 mil leitores -, segundo os dados divulgados pelo Bareme Impresa da Marktest.

O JN alcançou a liderança das audiências ao ultrapassar o concorrente mais directo, “Correio da Manhã”, que registou uma percentagem de 12%, situando-se abaixo do milhão de leitores.

Nos restantes diários de informação geral, o balanço para as publicações do grupo Controlinveste, a que o JN pertence, é positivo. O “Diário de Notícias” posicionou-se à frente do “Público”, com 4,7% e 4,6% respectivamente. O “24 horas” subiu 0,6 pontos percentuais para 3,2%. O desportivo “O Jogo” tem agora uma audiência de 5,6%, o que representa uma subida face ao trimestre anterior no qual registou 5,2%.
"

De notar que este artigo (integral) é do portal do próprio Jornal de Notícias e não de um qualquer outro meio de Comunicação Social!!!

A exequibilidade das promessas em tempo de crise

(uma casa de pau-pique angolana; imagem ximunada aqui)


O MPLA prometeu caso fosse Governo, o que veio a acontecer, que iria construir cerca de um milhão de casa para os Angolanos durante a próxima legislatura.

Recordemos que uma legislatura é de 4 (quatro) anos…

A Conferência Nacional sobre Habitação que está decorrer em Luanda, aliada ao manifesto desenvolvimento de infra-estruturas habitacionais, e unicamente habitacionais, nomeadamente na província de Luanda – e não só, reconheça-se –, parece querer mostrar que essa ciclópica promessa – e com os empreiteiros a afirmarem estar disponíveis para ajudar a cumpri-la – poderá ser satisfeita ainda antes de decorridos os tais 4 anos da legislatura.

É evidente que a grande maioria da população angolana precisa de casa condignas aliadas a um efectivo e sólido saneamento básico onde a electricidade, a água canalizada e uma sólida rede de esgotos (de preferência que possam ser devidamente tratados) não sejam palavras ocas e vãs.

Recordo que, no primeiro dia do Congresso, um deputado do MPLA – parece-me que o é, mas em qualquer dos casos uma das figuras gradas do partido –, questionou no Congresso, nomeadamente os arquitectos e o Poder ali representados, porque é que, sendo a maioria da população constituída por 6 ou 7 elementos no seu agregado familiar, só mostravam e só erguiam casas do tipo t2 ou t3 (ou seja, com 3 ou 4 quartos)?

Uma interessante questão para a qual não me recordo de ter ouvido uma resposta clara e objectiva.

Tal como ainda não consegui ouvir uma resposta aos lamentos do senhor Presidente, Engº José Eduardo dos Santos (há os que são e parecem não gostar do tratamento, ao contrário do que não são e nem se sabe bem se serão…), quando afirmou ser incompreensível a manutenção de preços tão elevados como os que são apresentados nas vendas das casas. Recordo-me, vagamente, de o ter ouvido verberar a especulação.

Até ao final do Congresso espero ouvir alguém afirmar que essa especulação desenfreada vai acabar sem que a qualidade seja menorizada. Tenho esse sonho! Talvez assim possa pensar em ascender à compra de uma casa no meu País!

Entretanto as cidades vão crescendo em população e em altura esquecendo que o interior vai ficando desertificado e as condições humanas vão se deteriorando com o excesso de população.

Quem sabe se o programa do MPLA, perdão, do Governo para uma legislatura de 4 anos, não seja reduzido para menos de metade… Ao ritmo de construção que as sedes das províncias e principais cidades vão evidenciando…

Pode ser que, depois, se lembrem um pouco mais das estradas nacionais e evitar que as recuperadas hoje apareçam amanhã todas esburacadas ou, mais concretamente, evitar que estradas em terra surjam com bocados de asfalto como já tive oportunidade de ver fotos (e vídeos na TPA) recentes sobre estradas recentemente recuperadas, ou de perceber que os rios são – felizmente, ainda – selvagens e que não gostam que “abusem” das suas margens – por isso é que vimos o Cunene, entre outro, “gritar” como o fez – ou darem melhores condições financeiras às populações ainda subhumanizadas como, por exemplo, mais e melhores hospitais e clínicas públicas.

São sonhos que, talvez, este Congresso Habitacional possa mostrar que certas utopias devem ser menos alavancadas e que o engajamento ao desenvolvimento humano não passa só pelas habitações, mesmo que com arrendamentos financiados, se não houver, de raiz, infra-estruturas adequadas.

É que prometer não custa, mesmo nada! O problema é que, nem sempre, se ponderam as condições para que uma promessa seja realmente exequível. E a crise vai bater a todas as portas, nomeadamente quando um país, está quase monodependente de um produto cujo valor produtivo é cada vez mais muito volátil…
Texto retranscrito no , de 16.Abril.2009;

14 abril 2009

Hóquei substitui Futebol?

(imagem daqui)

A participação do seleccionado angolano de hóquei em patins no maior torneio de nações fora dos campeonatos mundiais e europeu, a Taça das Nações, em Montreux, Suíça, foi, pode-se dizer e no mínimo, excepcional.

A equipa nacional ia com vontade de procurar fazer um pouco melhor que a sua anterior participação, ou seja, um pouco acima do 5º lugar. Conseguiu o intento ao classificar-se em quarto depois de baquear frente à poderosa e sempre candidata aos títulos mundial e deste torneio, a Argentina, por 3-2 após… prolongamento!

Nas meias-finais Angola já tinha dito presente face à vencedora, a selecção portuguesa que recuperou o título, frente à anterior campeã, a Espanha, ao fim de 12 anos.

A evolução que
Angola evidenciou neste torneio, talvez, em parte, devido ao técnico espanhol que orienta os nossos Palancas Negras e que também já orientou o seleccionado principal espanhol entre 1997 e 1999, mostra-nos que poderá fazer uma excelente prova no próximo Campeonato do Mundo, que vai decorrer em Vigo, Espanha, de 4 a 11 de Julho.

Angola ficou no grupo A juntamente com
campeã em título, a equipa castelhana, Moçambique (Espanha-Moçambique abre precisamente o Campeonato) e Colômbia.

13 abril 2009

Fronteiras de Berlim questionadas pelos hidrocarbonetos…

"Um dos primeiros modelos de Globalização surgiu em Berlim com a Conferência realizada entre Novembro de 1885 e Fevereiro de 1886 de onde saiu a divisão de África entre as potências coloniais já lá estacionadas (Bélgica – se bem que a “colónia era uma coutada do Rei –, Espanha, França, Inglaterra e Portugal) a que se juntaram os EUA (por causa de Libéria), a Suécia, Itália, os Impérios Austro-Húngaro e Otomano e a Prússia/Alemanha que, embora fora do então contexto dito colonial, viria obter a ilha de Tanganica (Tanzânia), parte dos Camarões e o Sudoeste Africano (Namíbia).

Foi a chamada divisão de “régua e esquadro” sancionada, cerca de um século mais tarde, pela Organização de Unidade Africana, com o seu artigo 3º., e ratificada pela carta da União Africana, no seu artigo 4º. alínea b).

Todavia, sabe-se e a História não o tem escamoteado, que as fronteiras coloniais têm sido sistematicamente questionadas consoantes os interesses das partes questionantes ou quando os interesses económicos estão em causa.

No primeiro caso aconteceu entre o Chade e a Líbia e, de certa forma, também com o Sudão, na divisão da Costa do Oro (Saara Espanhol, ou Saara Ocidental) entre Marrocos e Mauritânia e, posteriormente, ocupado integralmente por Marrocos, ou aquela que acabou na única secessão negocialmente aceite entre Eritreia e Etiópia.

Já quanto às questões económicas, em regra e quase sempre, são os interesses hidrocarbonetos que estão por detrás da questionação das fronteiras políticas e marítimas dos Estados africanos e, cingimo-nos aos Estados africanos. (...)
" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no semanário angolano , edição 311, de 11-17/Abr./2009, pág 26

Parágrafos soltos

(Pôr-de-sol na Restinga, Lobito; imagem cedida cujo autor já não me recordo com o meu lamento)

"Há momentos que uma pessoa se senta à mesa – mas não na mesa – olha para a branca folha e para a esferográfica e nada sai da penumbra cerebrálica onde guardamos as nossas fontes e pensamentos.

A solução é descansar, ler um livro leve, e voltar à mesa olhar para o computador maravilhar-se com a foto que emoldura no monitor – no meu caso, uma belíssima foto de um pôr-do-sol na minha maravilhosa e magnífica Restinga, no Lobito, – entrar no Word e… com os dedos levantados sobre as teclas e um olhar bloqueado no alvo monitor… e nada transpirar.

Como, nestas alturas, entendo os jornalistas que se sentem pressionados a fazer um artigo, a verem as horas passar, os editores a pressionarem para fechar o jornal e as malditas brancas que os impede de colocar aquele artigo, por certo magnífico, e que poderia mudar o rumo da sociedade onde estão inseridos ou ganharem o Prémio do jornalismo. É nestas alturas que sei que não sou jornalista mas um comentador político que sabe se não entrar nesta semana o artigo entrará numa próxima ou quando houver oportunidade para tal.

E se os entendo e como os compreendo e saúdo.

Mas quando descansamos sentimos que o cérebro fervilha de imensas questões que poderiam e deveriam ser analisadas. Só que o tempo e, não poucas vezes, a disponibilidade e as condições são poucas e ou miseráveis. (...)
" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no , edição 211 de 11 de Abril de 2009

11 abril 2009

Viagens 1 - Visita a Sevilha



Por vezes há e temos necessidade de espairecer e dar novas imagens ao espírito.

Por isso, no passado fim-de-semana e aproveitando que os espanhóis começavam as férias da Semana Santa, nada como dar um pequeno passeio a Sevilha e palmilhar nos dois dias de 3 e 4 de Abril a zona central e fluvial da capital andaluz.

Deliciem-se com as fotos acima obtidas via telemóvel Nokia (ou vejam em tamanho maior aqui ou aqui).

10 abril 2009

Pré-candidatos vão aparecendo…

(Porque é tão difícil descobrir na Internet uma foto/imagem do palácio onde ainda mora o senhor da foto? Será que é caso de "salvaguarda de Estado"?)

Ainda nem se sabe se vai haver eleições presidenciais este ano em Angola – parece que tudo conjuga que não – mas pré-candidatos já há.

O primeiro, que se mantém, é o economista e professor universitário
Vicente Pinto de Andrade; o segundo, por acaso uma segunda, é Luisete Macedo Araújo, uma finalista de bacharel em Teologia e próxima da Igreja Maná (a única que tem um blogue pessoal de campanha); e, agora, surgiu um terceiro pré-candidato, Vasco Cristóvão, médico, ex-militar das FAPLA e, parece, professor universitário (parece porque sei que houve quem contactasse a “sua” Universidade, a UAN, onde dizem leccionar e que estes terão afirmado ser aí desconhecido).

No entrementes, e de acordo com O Apostolado, há um outro pré-candidato,
João Kambwela, que, honestamente, não sei quem seja embora saiba ser um politólogo e dirigente do Amplo Movimento dos Cidadãos (AMC), organização que congrega representantes da sociedade civil angolana, e cuja intenção será ajudar o candidato a concorrer às presidenciais visando a mudança na liderança do país e a "eliminação da corrupção".

Entretanto, há um quinto sempre visível e imposto que nunca afirmou se seria ou não mas que todos aqueles que temem perder certos benefícios procuram que seja obrigatoriamente o “candidato”: José Eduardo dos Santos.

Não se preocupam com a sua vontade nem com a defesa da sua imagem – quer gostemos, quer admitamos, quer saporificamente aceitemos ou não, é o estabilizador e o actual aglutinador da actual paz social, política e militar que gozamos, mesmo que o sapo seja tão grande como a vaca bíblica –; só se preocupam o seu status quo no seio da nomenklatura e da bela vidinha que levam.

Pode ser, como alvitrava um analista há dias, e que também eu já tenho prospectivado e considero a mais adequada nos tempos actuais, que no Congresso de Dezembro saia um novo e surpreendente coelho da cartola de Dos Santos para azia de uns – e não poucos – quantos.

Vamos aguardando pelas modas e por mais aqueles que vão, por certo, aparecer. Até porque há um “galinheiro” de onde poderá ver sair para a conquista mais de um galo, mais ou menos depenado, mais ou menos, careca. Tudo dependerá de como se apresentarem no início do escadote…
Posteriormente retranscrito no /"Opinião" de 12.Abr.2009

09 abril 2009

Pululu e os leitores: ainda a TAAG...

(imagem Internet)

Sobre o apontamento anterior um leitor do Pululu, infelizmente colocado sob o anonimato – quero acreditar que só por esquecimento não assinou – deixou um comentário onde se percebem oportunas questões e flechas razoavelmente bem dirigidas até porque algumas já foram colocadas pela imprensa angolana independente.

Talvez que os responsáveis da TAAG possam prestar alguns esclarecimentos…

Citação:
Tenho imensa pena de ter de afirmar isto, e faço-o com conhecimento de causa, não estou aqui a pretender colocar mal a nada nem a ninguém.

Ao longo dos anos: todos sem excepção que dirigiram a TAAG, serviram-se dela com gozo e prazer.

Nunca a serviram. Serviram-se dela.

Investiguem para conhecerem e entenderem o porquê disto. A relação da TAAG com as organizações que regem a aviação Civil...
A TAAG brincou, abusou muito. Agora, agora é hora dela, digo daqueles que dela se beneficiaram colocarem a mão na consciência e redimirem-se de tudo...Eles sabem bem do que estou a falar, diga-se tão somente isto: e a Clearinghouse??? anos sem cumprir! Do que reclamam??? Por favor tenham vergonha...

Sejam sérios...A Aviação é uma coisa séria. Não se coaduna com a falta de seriedade com que a TAAG é gerida... trata-se de vidas humanas...
Não brinquemos...

Fim de Citação

08 abril 2009

E a TAAG continua à espera…

Só não sabemos de quem é que a TAAG continua à espera desde que em Junho de 2007 foi impedida de sobrevoo do espaço aéreo euro-comunitário.

Se de um berro, bem dado e bem alto, do Governo, se de um murro na mesa por parte das autoridades aeroportuárias angolanas ou que Bruxelas se capacite que a TAAG é uma empresa não europeia e, como tal, não sujeita aos diferentes e monopolizados ditames da União Europeia.

Ou seja, os eurocratas têm de compreender que se a TAAG optou pela Boeing, como uma empresa livre que é apesar de ser Estatal e de Bandeira, foi porque achou que a qualidade-preço daquela companhia era superior à da eurocrata Airbus. Quando é que Bruxelas compreenderá, de vez isso?

Seria aceitável que os especialistas da União Europeia condicionassem – e condicionem – o sobrevoo da TAAG no espaço europeu se as razões fossem unicamente operacionais e de segurança.

Parece que quer uma quer outra já foram substancialmente rectificadas. Pelo menos nos motivos que levaram a União Europeia manter a proibição não são claras a manutenção daquelas razões.

Mais, os eurocratas de Bruxelas realçaram os “progressos significativos” e os significativos “
trabalhos de casa” efectuados pela companhia angolana que tem sido acompanhada por especialistas norte-americanos e europeus. Ainda, assim, mantém a TAAG na lista negra das companhias impedidas de sobrevoar o espaço europeu.

Não quero com isto atestar a inocência da TAAG. Se não está em condições técnicas e de segurança, há que dizê-lo. Mas há que dizê-lo de forma frontal e directa. Não com subterfúgios como os que temos vindo a constatar por parte de Bruxelas.

Porque se a segurança da companhia de bandeira angolana é questionável então porque não impede a Organização Internacional dos Transportes Aéreos (IATA) o voo das diversas aeronaves angolanas a nível mundial? Parece que há 30 anos!!!! que a companhia angolana, cujo matrona/patrono é a nossa “Palanca Negra”, não actualizaria as normas e procedimentos da IATA.

Demora assim tanto essa actualização? Ou será que o que estará por detrás serão interesses económicos, principalmente quando a Airbus parece não mostrar capacidade para entrega atempada de aviões e alguns dos mais recentes incidentes aconteceram com aeronaves desta empresa…

Enquanto isso outras companhias vão voando de e para Angola a preços que muito bem lhes interessam…
Retranscrito pelo , de 9/Abr/2009, na rubrica "Opiniões e Análise"