31 março 2009

Palancas e a saga continua…

Mais um jogo e mais uma derrota. Desta feita com o seleccionado de Marrocos que, ainda há dias, perdeu, em casa, com o Gabão.

Mais um jogo e daquilo que pude assistir estamos com jogadores, bons jogadores, mas sem equipa e sem fio de jogo.

Se o primeiro golo foi devido a uma má reposição do guarda-redes Nuno – só acontece quem lá está e já vi guardiões de nível mundial fazer pior – o segundo derivou de uma evidente falta de posicionamento das linhas atrasadas.

É certo que sou suspeito para poder falar com certezas quanto ao jogo. A minha área académica e profissional não é o futebol é sim outra. Mas como qualquer apoiante da sua equipa, seja nacional ou de clube sou, tal como milhões de espectadores e telespectadores um treinador em potência. Por isso não me preocupo em dar a minha opinião.

Tal como não me preocupo em afirmar que não é com mutismos, com frases pouco simpáticas ou lenços – leiam-se, quase lençóis – brancos que poderemos ajudar a levantar a cabeças dos nossos jogadores.

Mas, também, sejamos honestos. No campo pareceu-me haver duas grandes penalidades a nosso favor que o árbitro Lucílio Batista não assinalou e no segundo caso até me pareceu que esteve tentado a mostrar a cartolina amarela ao nosso “palanca” tendo optado pelo pontapé de canto.

Quando cheguei a casa os meus familiares foram peremptórios a afirmar que foram duas penalidades não marcadas vista na TPA internacional (uma vez mais a programação... ai a programação...).

Senhor Lucílio Batista, é certo que Angola joga de vermelho e preto, tal como o Benfica às vezes joga além de que um dos nossos jogadores, embora não utilizado, fosse também ele do Benfica, no caso Pedro Mantorras; é também certo que os marroquinos jogaram de verde quase igual a um dos equipamentos alternativos do Sporting de Lisboa. Só que nem Angola era o Benfica, nem Marrocos era o Sporting nem, muito menos, o jogo era uma nova versão da Taça da Liga para haver eventuais compensações.

Provavelmente o árbitro português ainda deve estar sob os efeitos da peitaça. Havia um que às vezes tinha azias depois de certos jogos...

Se é certo que o árbitro ao não assinalar as penalidades, nomeadamente a primeira, na sequência do livre, para onde parecia estar bem virado para poder ver o braço marroquino bem levantado, também é verdade que, tirando um curto período no início da segunda parte, Angola não teve capacidade para fazer frente a Marrocos.

Não conheço o senhor Mabi de Almeida, o actual treinador. Mas pelo caminho que estamos a desbravar não me surpreenderia se começassem a gritar “volta Oliveira Gonçalves, estás perdoado!” Vamos esperar pelo próximo jogo com a Namíbia.

Mas há que também sublinhar que Angola não conseguiu manter os seus jogadores juntos durante muito tempo. Se estes eram jogos FIFA, mesmo que particulares, e salvo se Angola pensa fazer mais de 5 jogos de preparação antes do CAN, não se entende como certos jogadores não puderam estar presentes.

Talvez que a CAF, para certos assuntos, se esqueça das normas da FIFA…

30 março 2009

Marcação do Congresso indicia claro adiamento das presidenciais

(imagem montada pelo club-K)

"O MPLA marcou, um acto que está nas suas claras competências e natural no Estado que se quer democrático, o seu Congresso para finais do presente ano, mais especificamente para de 7 a 10 de Dezembro.

Nada seria de espantar, pelas razões já evocadas, se não fosso o facto do MPLA começar a mostrar que também é um partido onde existem, ou se perfilam, tendências, que reclamam mais democratização dentro do partido, e, como será natural, deverá ser no Congresso que se irá definir – até por causa das tais eventuais tendências – quem será o seu natural e real candidato.

Uma coisa é se dizer que o candidato natural é o seu presidente que, por acaso é também Presidente de Angola – num Estado democrático, unicamente, e reafirmo, unicamente, na minha perspectiva, não deveria continuar com tal enquanto presidente de todos (TODOS) os Angolanos, mesmo que ainda que não esteja totalmente legitimado pelo voto –, ou seja, o engenheiro José Eduardo dos Santos.

Outra coisa é confirmar o seu candidato em Congresso como costuma ser natural em todos os partidos ditos democráticos e, principalmente, entre os afiliados da Internacional Socialista, como é o caso do MPLA. E o VI Congresso vai eleger o Presidente e o Comité Central para o quinquénio 2010/2014 onde também vão ser analisados e aprovados os ajustamentos aos estatutos e programas do partido (se perguntar não ofende, é agora que vão actualizar-se e doar o nome à História de Angola e renomear, definitivamente, o partido?).

Ora como a citada tendência afirma ela também que tem um candidato infere-se, naturalmente, que irão apresentá-lo ao Congresso e tentar fazer eleger esse seu candidato como o candidato do MPLA. Nada mais natural em partidos democráticos e populares. (...)
" (continue a ler aqui ou aqui)
Publicado hoje na secção opinião de

Em terra de petróleo…

(uma antiga, mas não muito antiga, foto de filas em bombas de gasolinas, em Luanda; ©Elcalmeida, via RTP-África)

Será que alguém já ponderou parar para tentar compreender como é possível só se preocupar com a extracção e nada ter feito, até agora, algo claro e objectivo para que os combustíveis não faltem no País?

Não me parece que a ainda "não fabricada" refinaria do Lobito seja razão válida para se justificar a falta de combustíveis, nomeadamente, gasolina, na maioria das províncias angolanas, em particular, mas que estão próximas de Luanda onde repousa, ainda, a única refinaria digna desse nome e, mesmo assim, com graves deficiências de laboração dada a sua “velhice” e o facto de estar já, pode-se assim dizer, dentro da cidade.

É tempo de alguém, com real poder e clara visão de futuro, dizer Basta! Porque, como denunciam notícias de
órgãos mais insuspeitos, em regra, quem ganha com isto é o mercado informal.

Um país não se desenvolve só porque faz erguer belíssimos arranha-céus, ou desbrava estradas – essa de auto-estrada com passeios ainda não consegui entender mesmo que seja só para viadutos –, ou desenvolve estádios magníficos, ou cria universidades públicas por várias províncias.

Nada disso produz de não tiver fontes energéticas claras e contínuas a sustentá-las.

Já é tempo de se acabar com geradores e fontanários para suprir as necessidades básicas do Povo.

Tal como Martin Luther King eu tenho um sonho que ainda havemos de conseguir ser capazes…

Começou 2ª fase africana para o CAN e Mundial de 2010

(imagem Internet)
E começou sob o sortilégio de algumas surpresas.

Na grupo 1, os leões dos Camarões foram surpreendidos pelo Togo, um dos finalistas do último Mundial ainda em prova, enquanto Marrocos perdeu em casa com o Gabão.

Moçambique, no grupo 2, independentemente – ou talvez seja fruto de um verdadeira estruturação do seu futebol – de jogar em casa, impôs um nulo à super-favorita Nigéria e a Tunísia foi ganhar ao Quénia por 2-1

No grupo 3, mostrou-se como o grupo dos empatas. Ruanda e Argélia empataram a zero enquanto os faraónicos campeões africanos não foram além de um empata caseiro com a Zâmbia a 1 golo.

Já no grupo 4 só uma equipa ganhou – o Ghana derrotou o Benin por 1-0 – enquanto o Sudão e o Mali se quedaram por um empata a 1 bola.

Foi no grupo 5 aquele onde se verificou o maior desnível. O já não surpreendente Burkina Faso derrotou a república da Guiné por 4-2 enquanto os Elefantes Costamarfinenses cilindraram o Malawi por 5-0. De registar e lamentar os
trágicos incidentes que aconteceram antes do início deste jogo em Abidjan que resultaram em várias vítimas mortais e dezenas de feridos.

Paralelamente aconteceram dois jogos antecipados do
Girabola com mais uma derrota da Académica da minha Cidade frente aos Bravos do Maquis, por 1-0 (sexto jogo, sexta derrota o que poderá mostrar que nem sempre a mudança se treinadores é mais suficiente; continua-se a não entender porque as equipas da província de Benguela têm de ir jogar ao Huambo, embora não tenha sido o caso desta jornada porque foi um jogo fora, mas…) – e entre o Kabuscorp do Palanca e o Desportivo da Huila, com vitória da equipa luandense por 3-2.

29 março 2009

II Antologia de Poetas Lusófonos

"Escrever é algo mais do que espalhar letras, entornar palavras ou construir frases. Escrever é transmitir ideias, é concretizar desejos, é realizar sonhos, é prolongar a firme voz de comunicar. Escrever é cunhar identidade pela diversidade cultural que une países, regiões, cidades e aldeias.

A Lusofonia não é apenas um conjunto de países onde se fala a Língua Portuguesa. A Lusofonia está espalhada por todos os países do Mundo. Em todos eles existe alguém que fala ou escreve esta tão amada Língua.

Neste Planeta, em que parte da sociedade o considera global, não existem fronteiras para a Lusofonia nem para a Poesia, como defendia António Gedeão: “Minha aldeia é todo o mundo”.

A II Antologia de Poetas Lusófonos surge com os objectivos nobres de promover a Língua Portuguesa, de promover a Lusofonia e de promover os Poetas que espalham as suas veias inspiradoras por todo o Mundo, tal como o fizeram os grandes vultos da Lusofonia, com especial destaque para o Padre António Vieira, que além da Língua conseguiu unir Continentes.

Este é um livro que tenta unir regiões de vários Continentes. Unir poetas que nesta aldeia global, conseguem unir esforços e vontades para levar a efeito este livro. (…)
"
(extracto do Preâmbulo de Adélio Amaro, no livro “II Antologia de Poetas Lusófonos” editado pela Folheto Edições e Design).

Esta obra que tem publicado poemas de 134 poetas (desculpem por me considerarem poeta…) de 11 países (Portugal, Brasil, França, Suíça, Inglaterra, Angola – Namibiano Ferreira e Lobitino Almeida N’gola (ou seja, eu e com 5 poemas) são dois dos representantes –, Timor, Canadá, EUA, Moçambique e Índia) vai ser apresentada no próximo dia 5 de Abril, no Mosteiro da Santa Maria da Vitória, em Batalha, próximo de Leiria, no centro de Portugal, conforme convite acima.

27 março 2009

Jornalista recebe visitas pouco agradáveis?

(não é altura de eles se arrumarem definitivamente nos quartéis?)

Segundo informações que me chegaram – por razões óbvias não cito a fonte – o jornalista António Aly Silva terá sabido – isto porque não estava presente nos referidos momentos – de 4 visitas à sua residência por pessoas, segundo parece, fardadas.

Num Estado que se quer democrata e com as forças armadas sob alçada do poder político, aliado ao facto do jornalista não ser militar, logo só a polícia o poderia fazer – ou não fosse a Guiné-Bissau um Estado que se quer democrata e membro permanente da CPLP – tenho mesmo de dizer “segundo parece, fardadas”.

Porque se assim não for não se compreende o que a CPLP anda a fazer em Bissau que autorizará o domínio do País pelos militares, logo teremos de concluir como, não poucas vezes o faz Aly e, indirectamente, o também jornalista Fernando Casimiro “Didinho”, que o que houve na Guiné-Bissau foi um trágico e hediondo ajuste de contas aproveitado para um discreto mas efectivo Golpe de Estado militar!

Se a Verdade, mesmo que possa parecer um pouco exagerada, deve ser calada muito mal vai o sistema político e judicial do País que isso permite.

Parece que querem calar António Aly Silva. Ou terá sido uma quádrupla visita somente preocupados em proteger a sua vida?

Esperemos que a CPLP e a sua actual presidência façam notar que o sumiço de um qualquer jornalista, principalmente quando é – ou são – bem reconhecido interna e externamente não é boa política. Além de que a União Europeia, salvo raríssimas excepções, não costuma dar fundos a países que gostam de fazer desaparecer os portadores “das cartas a Garcia”.
Uma simples questão de Direitos Humanos…

Cabinda abre debate no Notícias Lusófonas

(Manchete de Notícias Lusófonas)


As oponiões dividem-se. A maioria diz que que o enclave é uma província de Angola. Outros dizem que não. Certo é que o problema existe

Cabinda? Província de Angola ou território ocupado? “Cabinda é parte integrante da República de Angola”, diz o especialista em relações internacionais Eugénio Costa Almeida. “É um território ocupado por Angola e tem direito à independência”, afirma por outro lado o jornalista angolano-português Orlando Castro. Aqui ficam dois pontos de vista que, esperamos, possam ajudar a que o assunto seja resolvido de uma vez por todas.


As “coisas” que “eles” inventam…
Por Eugénio Costa Almeida

"Em Cabinda “eles” dizem que atacam estrangeiros e “angolanos” para provocar o diálogo entre Luanda e “eles”.

As coisas que eles dizem…

“Eles” disseram que atacaram uma coluna de camiões – são tão precisos na mentira que até disseram a marca dos camiões, uns tais DAF, coisas… – entre as localidades de Liambo Liona e Weca e que dos ocupantes três teriam ficado feridos, dois dos quais com gravidade.

E o mais grave do anúncio, até conseguiram descortinar que eram chineses. Como se os chineses, que só puseram o seu desinteressado dinheiro à disposição do desenvolvimento de Angola, andassem por aí a fazer serviços que, naturalmente, são de natural aptidão dos angolanos. Coisas…

Como foram “eles” que o disseram – ah! desculpem, ainda não tinha dito que “eles” são os da FLEC (qual? não sei, “eles” há mais demais…) – e Luanda ainda nada disse – bem pelo contrário, ainda há dias li das palavras de um representante da capital que há Paz em Cabinda, logo nada poderia dizer nada – não acredito neste hipotético ataque. (…)"
(continue a ler aqui ou aqui)

Independência com certeza
Por Orlando Castro


"E eu penso desde há muito tempo que Cabinda não faz parte de Angola e que, por isso, deve ser um país independente. Dir-me-ão alguns, sobretudo os que se julgam donos de uma verdade adquirida nos areópagos da baixa política angolana ou portuguesa, que isso é uma utopia.

Mais coisa menos coisa, são os mesmos que há 35 anos diziam o mesmo a propósito da independência de Angola, são os mesmos que há poucos meses diziam algo semelhante a propósito do Kosovo, são os mesmos que nesta altura dizem o mesmo quanto ao País Basco.

Mas, tal como se disse em relação a Angola e ao Kosovo, um dia destes estará por aqui alguém a falar da efectiva independência de Cabinda.

Creio que só por manifesta falta de seriedade intelectual, típica dos diferentes órgãos de soberania portugueses (Presidência da República, Governo e Parlamento), é que pode dizer-se que Cabinda é parte integrante de Angola.

Cabinda só passou a ser supostamente parte de Angola quando, em 1975, os sipaios portugueses ao serviço do comunismo e os três movimentos ditos de libertação (MPLA, FNLA e UNITA) resolveram nos Acordos do Alvor integrar Cabinda em Angola. (…)
" (continue a ler aqui)
Manchete publicada no , de hoje

26 março 2009

De Guiné-Bissau as novas parecem velhas...

"Não sei se é verdade, mas o autor das asserções seguintes é considerado como bem colocado na vida política, social e jornalística (principalmente esta que aquelas por ser um reconhecido jornalista Bissau-guineense) e, portanto, deveremos tomá-las como válidas e ponderadas.

Segundo o jornalista António Aly Silva o advogado do Almirante Bubo na Tchuto, antigo Chefe de Estado-Maior da Armada refugiado n’ A Gâmbia, Pedro Infanda, terá sido detido às ordens dos militares comandados pelo actual – falta saber se constitucionalmente legitimado – Chefe de Estado-Maior das Forças Armada, comandante Zamora Induta.

Como não transpirou as razões da tal suposta detenção, presume-se, a bem da justiça e da verdade, que a mesma, a ser efectiva, terá subjacente razões que desconhecemos mas que, por certo, será do conhecimento do Procurador-geral da República Bissau-guineense.

Presume-se, naturalmente que assim é; já que, supostamente, ninguém deterá um causídico só por representar alguém que está a ser investigado em processos ainda a decorrer na alçada da Justiça, seja militar ou civil. Se assim fosse, nem o chamado “monstro austríaco” teria direito à defesa o que é impensável numa sociedade justa e respeitadora da justiça. (…)
" (continue a ler aqui ou aqui)
Publicado no , secção “Lusofonia

25 março 2009

Angola, de derrota em derrota?

Mais um teste e mais uma derrota dos Palancas Negras.

Por razões particulares não me foi possível – mas espero ver o jogo do próximo dia 31 – ver o jogo entre a equipa azul-crioula de Cabo Verde e os nossos palancas que se saldou por mais uma derrota, embora por 1-0, demonstrando que nas terras da morabeza se está a trabalhar bem e que a campanha preliminar para o CAN e Mundial não foi mera ocorrência.

De acordo com a comunicação social (pelo menos
portuguesa que da Angop há quase duas horas que tento aceder e nada…) parece que Angola procurou sempre, no mínimo, o empate. Mas quando se joga só com um ponta-de-lança, pelo menos até ao intervalo, é difícil uma vitória (que o diga o S.L.Benfica…).

Esperemos um melhor resultado com os Marrocos no próximo dia 31 de Março.

E esperemos que este ciclo seja só para relaxar os adversários e que, de derrota em derrota, caminhemos até à vitória final no CAN2010; já que a fé é a última a quebrar.

24 março 2009

Os órfãos que o Vaticano parece não querer saber…

(imagem Google)

Num seminário hoje ocorrido em Lisboa, sob o patrocínio da Assembleia da República portuguesa e da Associação de Parlamentares Europeus para África (AWEPA), foi anunciado que cerca de 14 milhões de crianças – Moçambique, África do Sul, Suazilândia e Malawi, serão os países mais afectados – estão órfãos devido a um problema “menor” chamado HIV/SIDA.

Quando se defende que o uso do preservativo – vulgo, camisinha – não só não resolve o problema (isso é indesmentível) como o seu uso agrava o problema (inconcebível como se pode pensar assim) o Vaticano – que não as missões espalhadas por África ou em
certos sectores eclesiásticos – continua a querer não se preocupar, realmente, com a saúde dos povos.

Compreende-se que os dogmas religiosos, nomeadamente os católicos, sejam contra a uma eventual “proliferação descontrolada” do sexo; mas o Vaticano e os seus líderes não podem esquecer que a multifacetada cultura dos povos, em particular, os africanos, não se ajustam a regras e convicções tão caras a um certo Ocidente – que nem este mesmo os cumpre – principalmente quando, como no caso de África, a poligamia e o “culto” do sexo estão ainda muito interiorizado e institucionalizados, mesmo entre as elites.

É certo que o preservativo não resolve um problema que até nem terá começado – parece que não começou mesmo – em África. Não resolve, mas ajuda a minorar a proliferação da pandemia e ajuda a que muitas crianças não tenham de crescer sem um pai ou uma mãe ou sem ambos.

E é bom que todos comecem a se consciencializar que o HIV/SIDA não desaparece só porque se coloca um ramo de cebolas à porta ou comer
batata africana, alho, beterraba, azeite e outros produtos naturais em vez de anti-retrovirais, como também não se pode desprezá-lo só porque alguém, inconscientemente, terá afirmado que a camisinha não só não resolve como agrava o problema…

23 março 2009

Os recados e omissões de Bento XVI

(Papa na Cimangola: foto ©Elcalmeida)

Agora que terminou a visita de Bento XVI a Angola seria altura de compilar algumas das suas considerações ditas durante estes 3 a 4 dias que esteve em Luanda, tal como uma ou duas omissões que foram deixadas clara e politicamente em branco.

Respigá-las será o mais fácil. O problema é saber se elas foram devidamente digeridas e se estarão a ser ponderadas.

Logo no primeiro dia, e apesar de ter falado para África no todo, Bento XVI alertou para os perigos dos mais fortes continuarem a diminuir e, ou, influenciar a vida dos outros, muitas das vezes, sem respeito por estes.

Recordou, apesar de reconhecer que ainda muito há para fazer de quem acabou de sair de uma guerra fratricida, os milhares de pobres que há em Angola, a grande maioria abaixo do limiar da pobreza. E não se esqueceu de relembrar que Angola é um País muito rico que precisa de tornar a sua sociedade mais livre e mais justa.

Posteriormente, em pleno palácio presidencial e depois de ter estado com Eduardo dos Santos, o Sumo Pontífice abordou – e uma vez mais sob a capa de “toda a África” como ele próprio avisou que o faria – para a necessidade dos líderes africanos libertarem o continente do tormento da ambição, da violência e da desordem, de erradiquem a corrupção, de uma vez por todas, exigiu-lhes mais respeito e promoção dos direitos humanos, um governo transparente, uma magistratura independente, recordou a necessidade para a existência de uma comunicação social livre e que afirmassem uma honesta administração pública.

Mas o Papa não se ficou por aqui.

Nos dois dias seguintes recordou aos jovens a necessidade da defesa da família, e durante a homilia da manhã e a que celebrou, à tarde, para as mulheres assinou, talvez, os seus dois actos políticos mais avassaladores e, claramente, não só para Angola mas para todos os países africanos que adoptaram ou mantém um certo regime político.

Na primeira homilia, sob o nome de Deus pediu ajuda para refugiados e deslocados que sem número vagueiam à espera de um retorno a casa – mais de metade dos habitantes de Luanda são antigos refugiados que vivem de expedientes e do mercado informal e que poderiam ser muito mais úteis ao país se regressassem às suas regiões de origem desenvolvendo-as –, falou da perseguição aos chamados “meninos feiticeiros” e exortou os amigos de África – o problema, é saber quem eles são realmente, quando às vezes somos nós mesmos em casa que começamos por não a respeitar… – a terem coragem em nome da paz, da reconciliação nacional e do respeito pelos mais fracos e pelas mulheres.

Mas foi na homilia da tarde, quando falou para centenas de mulheres que enchiam a restaurada igreja de Santo António que Bento XVI tocou num assunto que, por certo, será mais tarde e melhor digerido ao recordar duas mulheres falecidas em diferentes circunstâncias. Uma, Maria Bonino, médica italiana que faleceu devido à febre hemorrágica de Marburg e que poderia ter sido evitada se tivesse havido melhores condições sanitárias; a outra, angolana, de nome Teresa Gomes e recentemente falecida, quando nos idos de 1975/76 defendeu, em nome de uma inquebrantável fé religiosa impediu que a “sanha” monopartidária de cariz marxista conseguisse fechar as portas da paróquia de Nossa Senhora das Graças, de Porto Amboim.

Ou seja, o Sumo Pontífice recordou que o mono-encefalismo partidário não consegue vingar nas diferentes sociedades sejam elas desenvolvidas, sejam, como são, as sociedades africanas onde se defende a plena liberdade e a igualdade perfeita entre os povos.

Mas se estes foram alguns dos factos políticos relevantes que deverão ser digeridos pelos dirigentes africanos, em geral – como já se depreendeu pelas reacções dos diferentes prelados africanos onde certas desigualdades acontecem – e entre angolanos, em particular, houve um facto político angolano que não terá, por certo, passado despercebido. Se bento XVI recordou, e muito bem, Mbanza Congo, distraiu-se, omitindo, de forma politicamente correcta, a situação da Emissora Católica de Angola-Rádio Ecclésia – apesar dos alertas da liberdade de imprensa – e, principalmente, da situação que ainda persiste na província de Cabinda.

Vamos aguardar pelos próximos tempos e ver até onde chegaram as palavras de Bento XVI.

21 março 2009

Papa recebe prenda de regime…

(imagem da maquete via ©O País)

O Papa Bento XVI afirmou que Angola é um país forte e rico.

Razão tinha ele e ainda não sabia, oficialmente, da prenda que lhe ia ser dada através da doação de uma Basílica à Igreja Católica na Muxima.

A Basílica da Nossa Senhora da Conceição – que por certo será sempre, tal como a original, reconhecida como Basílica da Nª. Srª. da (Mamã) Muxima – foi concebida pelo
arquitecto Júlio Quaresma, um angolano a residir em Portugal.

Todo o Estado, e regime, que se preze tem sempre obras próprias.

A juntar aos belíssimos e, espero, bem funcionais e nada destrutíveis estádios, que estão a ser erguidos para o CAN 2010 – quem olha para o “Ninho de Andorinha” e para as infiltrações que já regista em menos de um ano após as Olimpíadas, compreenderá a minha apreensão – pelos chineses, Angola vai ter aquela que, claramente, será a grande obra da actual República: A
Basílica da Muxima que terá espaço para acolher no seu interior cerca de 4000 peregrinos e mais de 100 mil no adro.
.
Como nota complementar o meu lamento pelas vítimas acontecidas na homilia aos jovens, em particular, as duas jovens que faleceram por esmagamento. Que de futuro haja melhor organização - embora nem sempre isso seja possível - na entrada de actos e festas com multidões.

Todos somos democratas desde que…

(imagem Google)

"Recentemente assistimos a mais um eventual “Putsch” em São Tomé e Príncipe com o caso dos ex-Búfalos e de personalidades afectas ao pequeno e obscuro partido da FDC serem detidos.

Mais recentemente vimos, na Guiné-Bissau, como a morte de dois líderes antagónicos no Poder e, segundo falam os mujimbos (boatos), também em negócios menos ponderados, pôde ter transformado crimes – porque de crimes se trataram independentemente das cogitações dos mesmos – em quase Golpe palaciano com a pressa na eleição de um Chefe de Estado-Maior, facto que é da responsabilidade do Presidente eleito em vez, como se verificou, do Governo o qual se prepara para ver o seu líder ser candidato à Presidência.

Mais anteriormente assistimos a dois casos claros de tomada de poder por militares, sob o protesto de má -governação ou vazio do poder. Foram os casos da Mauritânia, na primeira situação, e da República da Guiné (Conacri), na segunda. Ou, e de certa forma também o foi, embora por razões partidárias e de má convivência, a queda de Thabo Mbeki, na África do Sul.

Porque, parece, que o poder volta a estar a ser um facto apetecível para certos “democratas” temos assistido na República Malgache (Madagáscar) a uma clara tentativa de tomada de poder por parte de um “jovem turco” e ex-presidente da Câmara de Antananarivo, Andry Rajoelina. (...)
" (continue a ler aqui)
Publicado no semanário santomense , ed. 208, de 21-Março-2009.

Três num Dia por Três Dias Mundiais


(O poeta pensa como é possível o desmatamento da Amazónia e o rio Amazonas secar;
pintura de Manuel de Castro e imagens da Rede Infoseg, Brasil, e BBC)

Se há algo que gostaria que nunca fosse comemorado eram os Dias Internacionais ou Mundiais.

Infelizmente, o Homem continua a persistir na sua generosa ignorância de tudo destruir e fazer relembrar os quase “passado” através dos chamados Dias Mundiais.

Hoje há dois Dias que se rememoram; amanhã, outro, não menos importante se refresca.

Um relembra-nos o Dia Mundial da Floresta, inicialmente criado para recordar o início da Primavera no Hemisfério Norte e o (re)começo florido e esplendoroso da vida. Mas o Homem acabou por recriar este Dia com a devastação que tem feito nos maiores pulmões da nossa Mãe-Terra com a globalização da – será que é mesmo? – evolução.

O outro é para saudar uma forma de escrita que alguns consideram a mais pura da Humanidade: Dia Mundial da Poesia. O meu sublime contributo pode ser lido no
Malambas com o poema (deixem-me pensá-lo assim) “Saudades de Angola”.

Amanhã teremos a nossa memória refrescada com o Dia Mundial da Água. Ainda recentemente nos relembraram que a contínua falta de água potável está a tornar-se na segunda causa de morte das crianças até aos 5 anos e que a deficiente gestão dos recursos hídricos e a contínua desflorestação e desmatamento das nossas florestas provoca períodos de secas intercaladas com mortíferas cheias. Basta recordar, recentemente, as cheias nas províncias angolanas do Cunene, Huíla ou, ainda há dias, em Luanda, depois das secas em Benguela e Huíla ou, como mostra a imagem da BBC, no rio Amazonas.

20 março 2009

E Bento XVI na primeira sessão oficial…

(imagem CEAST)

O Papa Bento XVI iniciou o seu programa oficial em Luanda (Angola, não vá haver quem não saiba que Angola não é só Luanda) com uma deslocação à Cidade Alta onde cumprimentou, em reunião privada, o presidente José Eduardo dos Santos e, depois, o corpo diplomático acreditado na capital angolana.

No seu discurso ao corpo diplomático o Sumo Pontífice, entre outras pertinentes e bem colocadas frases, e onde não poderia deixar de colocar o seu “selinho” papal de condenar o aborto terapêutico pelo facto de haver quem acredite que esta será a melhor forma para abordar a saúde reprodutiva, destacou a necessidade dos líderes africanos libertarem o continente do "
flagelo da avidez, da violência e da desordem" e de erradiquem "de uma vez por todas a corrupção" [se recordarmos o recente programa da televisão lusa RTP, “Prós e Contras” sobre Angola em só teve ‘Prós’ e nada ‘Contra’, esta questão foi abordada e claramente admitida pelos participantes, até porque no Transparency International o país ocupa o lugar 158 em 180 países…]; exigiu "o respeito e a promoção dos direitos humanos, um governo transparente, uma magistratura independente", a necessidade de haver "uma comunicação social livre [no caso de Angola o Papa deve ter recordado, por certo, a contínua impossibilidade da Emissora Católica/Rádio Ecclésia em retransmitir em outras províncias estando confinada exclusivamente à cidade de Luanda]" e procurarem fazer "uma honesta administração pública".

Falou para África mas foi, claramente um discurso bem dirigido a Angola depois de ouvir o presidente Eduardo dos Santos pedir-lhe ajuda à igreja católica para moldar "
o novo homem que a nova Angola precisa".

Por isso também não surpreendeu que na reunião havida com bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe (CEAST) Bento XVI tenha pedido aos sacerdotes para "
preocuparem profundamente" com os padres das suas dioceses quanto à sua formação contínua e à forma como "vivem e praticam" a sua missão na formação da nova Angola e aproveitou a ocasião para, igualmente, anunciar a criação da Diocese do Namibe, sendo o seu primeiro bispo padre Mateus Feliciano Tomás, que estava colocado como pároco no Huambo (pelos vistos do Huambo estão a vir muitos líderes…), deixando esta, assim, de ser uma vigararia da Arquidiocese do Lubango (uma interessante prenda pelos 25 anos desta Arquidiocese).

Não fosse o habitual selinho e diríamos que Bento XVI foi audaz nas palavras ditas no primeiro dia oficial da sua visita a Luanda [ver programa aqui].

Papa chegou a Luanda e fez alertas…

(No aeroporto 4 de Fevereiro em imagem via TPA-Internacional; ©Elcalmeida)

"Proveniente dos Camarões, onde iniciou a sua viagem papal por África, chegou hoje a Angola – leia-se, a Luanda porque Luanda não é Angola e o resto paisagem embora Angola tenha lindas e transbordantes paisagens – o Papa Bento XVI.

Chegou, foi recebido como Chefe de Estado e como tal, aliado ao facto de também ser o Chefe Espiritual de milhões de católicos espalhados pelo Mundo, proferiu algumas palavras que serviram de alerta para a comunidade política e governativa angolana.

O Sumo Pontífice depois de ouvir os hinos dos dois Estados, escutou Eduardo dos Santos dar-lhe as boas-vindas onde o presidente angolano salientou uma concertação de opiniões entre Angola e Santa Sé quanto à necessidade dos angolanos construírem "uma nação com valores, uma nação de paz, reconciliada com a sua história recente".

Mas como uma Nação não se constrói sobre a fome nem sobre o amordaçamento dos mais fracos pelos mais fortes, o Papa recordou e alertou para dois factos importantes da, e na, actual sociedade angolana:

Embora reconhecendo que, por certo ainda há muito para fazer e, espera, muito será feito, lembrou o facto de ainda haver em Angola muita gente no último patamar do limiar da pobreza. Por esse facto desafiou Angola a se tornar numa sociedade "mais livre e mais justa".

E chamou a atenção para um pormenor que poderá ser interpretado segundo dois prismas: o poder dos mais fortes sobre os mais fracos.

De facto Angola tem de compreender que só poderá crescer como uma Nação mais forte, poderosa e mais justas se os seus políticos – alguns, sublinhe-se – deixarem de olhar terceiros – povo ou países (e aqui as duas interpretações) – muito lá de cima como autênticos senhores patrícios poderosos e omnipresentes.

Angola só poderá ascender – e sê-lo-á mais depressa que alguns pensam – uma potência regional se perceber que os seus filhos são todos iguais, mesmo que com diferentes pontos de vista e de poder económico, tal como os seus vizinhos deverão sentir de Angola não uma potência imperial, que não queremos que seja, mas um vizinho forte, cordial e pronto a ajudar sem necessidade de impor a sua força. (...)"
(continue a ler aqui ou aqui).
Publicado na rubrica "Colunistas" do , de hoje

E o império colonial quer sobrepor-se à potência regional…

Ainda é cedo para Angola cumprir os últimos versos deste magnífico poema “Fado Tropical” de Chico Buarque de Holanda e de Ruy Guerra (um brasileiro e um moçambicano) escrito nos idos de 1974/75. Os compositores só se erraram no nome da potência; talvez por uma questão de rima… temporal!

Mas com a presúria de certos sectores principais de um arquipélago irmão, por uma grande empresa nacional, e a compra e certas quintas e mansões num certo país europeu por parte de alguns que alardeiam desmesuradamente riquezas pouco convencionais, tudo aponta para que, em breve, sejamos um império colonial.

Potência regional, justa, fraterna e forte, sim; potência imperial, não! A História tem provado não não lhes ser muito grata…


Fado Tropical
Composição: Chico Buarque/ Ruy Guerra

Oh, musa do meu fado
Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado
No primeiro abril
Mas não sê tão ingrata
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de



lirismo ( além da sífilis, é claro)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora…


Com avencas na catinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebata um beijo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa


Guitarras e sanfonas
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre trás-os-montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial

(Pode ouvir o fado aqui.)

Madagáscar vê, finalmente, a SADC falar…

Demorou, provavelmente houve a necessidade de jogar com as palavras para não ferir certas sensibilidades “democráticas”, mas ontem, finalmente, a SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, lá disse da sua justiça quanto à tomada de poder pelo “jovem turco TGV – Tanora malaGasy Vonona (Dinâmico jovem malgaxe),” e ex-DJ e demitido presidente de Antananarivo (esteve entre Dezembro de 2007 e Fevereiro de 2009), Andry Rajoelina.

A SADC considerou inconstitucional a tomada do poder, e as atitudes subsequentes, com o apoio de militares revoltosos – pela primeira vez os militares malgaxes participaram num golpe no País –, de Rajoelina que, não satisfeito pela tomada “provisória” de dois anos – se não for mesmo quatro ou seis, como adiante explicarei – dos destinos presidenciais e governativos do País, mandou suspender o Parlamento Nacional.

É que apesar da Corte (Tribunal) Constitucional ter reconhecido a tomada de poder e a posse do Governo da Autoridade de Transição, a Constituição afirma que só pode ser candidato – logo presidenciável – quem tiver prefeito 40 anos de idade o que não se passa com Rajoelina que só tem 34 anos e incompletos (nasceu em 1975, mas já há portais que o dão como nascido em 1974; daqui a alguns dias ainda vamos ver como nascido em 1969…).

A SADC quer, segundo o seu secretário executivo, Tomás Salomão, que as nações Unidas, a Comunidade Internacional e a União Africana concertem esforços, juntamente com a SADC, para resolver este problema criado pelo TGV Rajoelina e pelos militares que o apoiam.

A SADC não esquece, e ameaça por isso com sanções, que os “golpistas” derrubaram um presidente eleito democraticamente
.

19 março 2009

Porque hoje é Dia do Pai


Um dia o filho pediu ao pai:
"Papá, vens correr comigo a maratona?"
O pai responde que sim, e ambos correm a primeira maratona juntos.
Um outro dia, volta a perguntar ao pai se quer voltar a correr a maratona com ele, ao que o pai responde novamente que sim.
Correm novamente os dois.
Certo dia, o filho pergunta ao pai:
"Papá, queres correr comigo o Ironman?(O Ironman é o mais difícil...exige nadar 4 km, andar de bicicleta 180 km e correr 42 ) E o pai diz que sim.

Isto é tudo muito simples...até que se vejam o vídeo acima (tem cerca de 4’35”)

Para todos aquele que se perfila sempre como o Amigo, o Protector, o Compincha, o Confidente, o Abraço da Segurança, um kandandu, um enorme kandandu do tamanho do Mundo.

E para Si, PAI, até sempre com enorme Saudade!

18 março 2009

Madagáscar, quem manda o quê e quem?

(imagem Google)

Depois de cerca de três meses de uma profunda crise social e política o presidente malgaxe, Marc Ravalomanana, eleito democraticamente – parece que só há democracia quando os eleitos são os nossos ou nós – transferiu o cargo para uma Junta militar constituída por militares de alta patente, a maioria já na reserva, polícia e polícia militar.

Todavia, e na véspera, um grupo de militares, liderados pelo vice-almirante Hyppolite Ramaroson, revoltou-se, entrou no palácio presidencial para deter Ravalomanana e, contrariando a ancestral postura do sector castrense malgaxe, anunciou a queda do Governo de Ravalomanana.

No mesmo dia, o jovem turco TGV Andry Nirina Rajoelina, antigo DJ e, até Fevereiro passado quando foi demitido do cargo, presidente da Câmara de Antananarivo, capital do Madagáscar, assumiu-se como presidente da autoproclamada Autoridade Suprema da Transição para governar o País contando com a ajuda do vice-almeirante revoltoso.

Estranha-se o silêncio da Junta Militar tal como se estranha a rápida atitude do presidente da Alta Corte Constitucional de Madagascar (HCC), Jean-Michel Rajaonarivony, que reconheceu a transferência de Ravalomanana como uma renúncia e acolheu Rajoelina como presidente tendo decidido que dentro de um prazo de dois anos deverá acontecer eleições presidenciais na quarta maior ilha do Mundo.

Tão estranho quanto se sabe que Rajoelina, constitucionalmente, não tem idade mínima – nasceu em 1975 – para ser presidente o que só irá acontecer dentro de dois anos.

Vamos aguardar pela atitude dos antigos militares malgaches, pela efectiva e clara atitude da União Africana, da Comunidade Internacional e, principalmente da SADC de quem ainda não me parecebi que tenha feito alguma consideração.

Parece-me que a SADC continua, democraticamente, a acoitar “certos democratas” desde que sejam, unicamente, os que se intitulam assim, mesmo que os eleitos democraticamente, pelo voto directo – repito, directo, – e explícito do Povo sejam outros…

17 março 2009

Papa já está nos Camarões

(imagem Google)


O Sumo Pontífice, Bento XVI chegou a Yaoundé, capital dos Camarões, onde sob forte segurança fez as primeiras declarações em terras de África.

Lamentável que o líder do Vaticano e dos Católicos esteja tão mal assessorado pelo seu ministro das Relações Exteriores que não lhe explicou que os Camarões é um país essencialmente francófono, como comprova o lema “Paix – Travail – Patrie” e não anglófono, apesar de ser também uma das línguas oficiais, pelo que não se entende que tenha proferido a sua homilia só em inglês esquecendo-se do francês.

Só espero que quando chegar a Angola não fale francês ou… espanhol (com tantos professores cubanos em Angola – os outros parecem esquecer que Angola está receptivo a professores portugueses e brasileiros – ainda se vai enganar...).

Bento XVI versus HIV/SIDA

(Campanha HIV/SIDA em STP: imagem Correio da Semana)


O Papa Bento XVI, em particular, e o Vaticano, em geral, continuam a não entender que não é com condenações e imposições que se conquistam peregrinos e aderentes à causa religiosa que é o Catolicismo.

Cada vez que abrem a boca para falar do HIV/SIDA mostram que o conservadorismo ecuménico é mais forte que a evolução humana, seja nos costumes seja na realidade do saneamento básico em grande parte dos países do mundo sub e em desenvolvimento.

A última do Papa foi-o dito dentro do avião que o transportou entre Roma e Yaoundé. Segundo Bento XVI, citado pela diversa Comunicação social, o problema do SIDA “
não se pode resolver com a distribuição de preservativos”, porque a sua utilização até “agrava o problema”.

Parece que o Papa desconhece – e provavelmente desconhecerá mesmo – a vida dos africanos e como o SIDA se tem propalado pelo Continente. Segundo os relatórios da ONUSIDA, cerca de 2/3 dos infectados com HIV/SIDA estarão em África, 22 milhões dos quais na África subsaariana.

Mas o que é isso para o Vaticano e para Bento XVI? Provavelmente é resultante do preservativo. Felizmente que nem todos os religiosos católicos que vivem entre as populações africanas pensam como a sua “sede”. Muitos dos postos religiosos espalhados por África são os únicos locais onde ainda conseguem obter as preciosas “camisinhas” que os protegem das relações ocasionais ou, e, da passagem a uma certa idade adulta.

Por isso saúdo a resposta da responsável angolana do Instituto Nacional de Luta contra o Sida (INLS) de Angola, Dulcelina Serrano, que muito directamente respondeu que “o rebanho da instituição que dirige é maior que o do Papa” dado que agrega as diversas vertentes sociais e religiosas.

Pode parecer exagerado num País onde a maioria católica é prevalecente. Mas como Dulcelina Serrano explicou embora o preservativo não seja a solução para combater o SIDA mas é umas das “alternativas”.

A directora do INLS recorda que apesar da “adopção de comportamentos como a fidelidade e a abstinência jogarem um papel importante na redução de novas infecções” há que não desprezar todas as alternativas para conter a epidemia. Tal como recorda, também, que não se deve esquecer que, em África, a “poligamia é um facto”, nomeadamente entre chefes e líderes locais e nacionais.

Talvez Bento XVI aprenda alguma coisa sobre o HIV/SIDA nos Camarões, a
taxa de prevalência da infecção atinge os 5,1%, e em Angola, com uma taxa de 2,1% que representa cerca de 200 mil pessoas infectadas.

Papa de visita a África

Bento XVI inicia hoje um périplo por África, mais especificamente por Camarões e Angola.

Durante três dias estará em Yaoundé e na sexta-feira chegará a Luanda onde ficará até dia 23 de Março (ver aqui o programa da visita aos dois países).

Ou seja, o chefe máximo da Igreja Católica, limitar-se-á a ficar pelas capitais dos respectivos países.

No que toca aos Camarões não sei qual a real actual situação do País e se nada justifica uma sua visita a outras partes do Estado camaronês. Já quanto a Angola, o Sumo Pontífice, apesar de ser uma visita a convite do Presidente Eduardo dos Santos, vai recordar os 527 anos da evangelização de Angola e o facto de, também, Angola ter sido o primeiro país subsaariano a ser evangelizado.

Ora se o assunto principal é a celebração da evangelização porque é que o Papa só fica por Luanda e não se desloca a Mbanza Congo, a capital do Reino do Congo, cidade onde se iniciou a evangelização do território que deu Angola.

Tal como não vai ao Santuário da Nª. Senhora da Muxima nem ao da Senhora do Monte, no Lubango. E já nem falo a outras partes do País.

Parece que continua a haver quem ache que Angola é só Luanda e o resto é só beleza paisagística e faunística ou coutadas de minas…

Porque só saindo das capitais o Papa Bento XVI poderá fazer jus à visita papal: “Abraçar África nas suas Mil Diferenças”.

16 março 2009

E ontem recordaram-se 48 anos…

Por razões particulares, só agora tive oportunidade de estar ligado a este instrumento que, cada vez mais, é a nossa mão direita, esquerda e, não poucas vezes, a nossa real memória.

Por isso não pude, e pelo que vi também blogues e órgãos informativos não devem ter podido, ou esqueceram-se, – que se recordou ontem, 15 de Março, os 48 anos da luta armada iniciada pela então UPA, mais tarde FNLA.

É certo que a FNLA está quase reduzida à sua mínima expressão política e populacional, como se constatou nas recentes eleições legislativas. Também é certo que se deve dar o devido desconto aos eventuais votos que se, eventualmente, se extraviaram de urnas, talvez, mal fechadas e deficientemente iluminadas o que, provavelmente, deve ter levado a que eleitores se tenham enganado na ranhura da urna e não repararam que os seus votos lá não entrou.

Apesar disso, a FNLA não deixa, e não podemos esquecê-lo, que foi – e ainda o é, apesar de tudo – um dos marcos históricos da conquista da independência angolana.

É por isso, de todo legítimo recordar o 15 de Março de 1961, independentemente de todas as atrocidades ocorridas – sejamos honestos, de parta a parte devido ao calor do revolucionarismo e da natural vingança –, e a figura de Holden Roberto.

Tal como com Savimbi é altura da História angolana fechar as mágoas das guerras e das intrigas políticas e, tão-somente, se recordar dos líderes que contribuíram para que Angola seja hoje independente e esteja crescendo em paz e no progresso.

Encerrando essa página, por certo que poderemos ver uma melhor distribuição do PIB angolano e, com ela, menos pobres – infelizmente, para alguns, menos ricos – e melhores condições humanas o que, por extensão, trará mais respeito pela Democracia, pela Liberdade, mais Justiça, logo melhores Direitos Humanos.

13 março 2009

Houve um 13 de Março em Muangai

"Há precisamente 43 anos um grupo de angolanos erguia, também, a sua voz da revolta contra um colonialismo que tinha tanto de anacrónico como de atemporal aliado a uma ideia de Um Povo Uma Só Nação, mais tarde adoptado por terceiros.

Nesse grupo, a maioria dissidentes da FNLA e ex-governantes da GRAE (Governo Revolucionário de Angola no Exílio), que se intitulou UNITA, União Nacional para a Independência Total de Angola – diga-se, e reconheça-se, que apesar de se definir independente face às duas grandes potências, ou por isso mesmo, era politica e militarmente muito próximo dos chineses –, assomavam personalidades como Jonas Malheiro Savimbi, o seu grande e incontestável líder (ministro das Relações Exteriores do GRAE), Samuel Chiwale, Tony da Costa Fernandes, Miguel N'Zau Puna, Ernesto Joaquim Mulato, entre outros.

Porque, entretanto, o “Mais Velho” morreu, em condições nunca cabalmente esclarecidas por quem de direito e parece enterrado – parece, porque recordo um texto do
Angonotícias, de Novembro de 2005, citando o Folha 8, que afirmava que o corpo teria sido retirado do inicial local de enterro para evitar eventuais profanações – algures no Moxico, é tempo de se dar aos mortos algo que os angolanos sempre souberam fazer: respeito.

Passados que são 7 anos da sua morte, quase 7 anos dos Acordos de Luena que deram a Paz que tanto Angola carecia, não é tempo do corpo de Jonas Savimbi ser entregue, se não ao Estado Angolano como herói, título que chegaram a ponderar conceder-lhe ao abrigo lei-quadro dos títulos honoríficos e condecorações aprovados pela Assembleia Nacional, também em Novembro de 2005, pelo menos à família para que possa descansar junto dos seus entes mais queridos.

Daí que também eu tenha subscrito a
petição que foi, recentemente lançada, para que o corpo de Savimbi seja entregue à Família e possa ter um enterro cristão. (...)" (pode continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no ,na rubrica "Colunistas", de hoje.

12 março 2009

A visita de Eduardo dos Santos a Portugal no IPS

O correspondente da IPS em Portugal, Mário de Queiroz, comenta a viagem do presidente (oficialmente enquanto não houver eleições ainda o é) Eduardo dos Santos a Portugal com análises de personalidades de vários sectores políticos e académicos portugueses e, pelo menos, de um angolano, este vosso escriba.

Sob o título “
ANGOLA-PORTUGAL: ¿Asociación estratégica o festín neocolonial?” o jornalista estampa opiniões de Francisco Louçã, dirigente do Bloco de Esquerda, partido que optou por não marcar presença no Parlamento português por causa dos Direitos Humanos e por não poder dizer o que queria no estrado do hemiciclo – por vezes a presença crítica muda, principalmente quando é transmitida para o País do visado, tem meia impacto mediático que a crítica falada e a não presença –, do dirigente socialista e antigo presidente da Câmara de Lisboa, João Soares, da jornalista e activista dos Direitos Humanos, Maria Antónia Palla, do economista, colunista e director da Rádio renascença, Francisco Sarsfield Cabral, e, finalmente de moi-même.

De Francisco Louça, entre outras considerações, cito as que me parecem ser mais fortes: “Portugal tem relações diplomáticas e económicas com Angola e deve receber e conversar com os seus representantes, mas o festim neocolonial que foi esta visita é revelador das características da política e da economia portuguesa” […] “onde se falou de tudo menos dos angolanos”.

Relativamente a João Soares, Queiroz cita um artigo de opinião que o antigo autarca escreveu este mês no matutino Público onde Eduardo dos Santos é criticado por estar no poder há 30 anos sem que tenha sido eleito.

Já Maria Antónia Palla relembra que Angola apesar de ser rica em recursos naturais e em oportunidades económicas, apresenta profundas desigualdades e é um país assimétrico onde “a maioria da população vive em condições de miséria subhumana”.

Quanto a Sarsfield Cabral retiro duas citações que me parecem importantes e que devem ser bem ponderadas: “Angola está longe de ser uma democracia e ainda menos (de ser) um regime livre de corrupção […] pelo que as empresas portuguesas estarão sujeitas a estar dependentes de eventuais medidas arbitrárias do poder” e que as “relações entre Portugal e Angola são importantes mas há que ter cuidado”.

Relativamente aos meus comentários Mário Queiroz não deixou escapar entre outras considerações que na altura lhe transmiti, algo que também já aqui deixei explícito, “apesar de estarmos nos antípodas da política, da concepção de sistema político, ou do que é democracia, Eduardo dos Santos deve ser respeitado pela sua contribuição para a consolidação da Paz”.

O artigo pode ser lido na íntegra e na versão original (espanhola)
aqui.

09 março 2009

Eduardo dos Santos em Portugal

Podemos estar, como estamos, nos antípodas da política, da concepção de sistema político, ou do que é democracia, mas enquanto não houver eleições – e não esquecer que até o Mais Velho o reconheceu como tal – o engenheiro José Eduardo dos Santos é o Presidente da República de Angola.

Não o vou saudar, porque também para isso não fui convidado, nem o esperava – mas saúdo a vinda do Presidente de Angola enquanto mais alto representante do meu País –, como também não contem comigo para me colocar em bicos de pés para ver Sua Excelência circundar entre o luxuoso Hotel Ritz e o Palácio de Belém; até porque há uma coisa chamada Metro que me livra de estar parado minutos e minutos no trânsito que a comitiva passe só porque o SIS considerou a visita de alto risco, a um nível de Putin – a secreta portuguesa deveria compreender que se alguém quisesse fazer mal a Eduardo dos Santos nunca seria aqui onde se sabe estaria sempre bem protegido e porque em Luanda, já não é a primeira vez, ele às vezes circula sem grandes comitivas…

Espero que a visite seja proveitosa para as relações entre os dois Estados, enquanto Estados amigos e companheiros nas relações institucionais e comerciais.

Particularmente, gostaria de ouvir o senhor Presidente afirmar que vai haver eleições presidenciais este ano, como era expectável que, de facto, os angolanos no exterior vão poder se recensear para futuras eleições; que vamos poder obter outros documentos de identificação no exterior para além do passaporte, ou que a questão de Cabinda vai ser mesmo tratada e analisada a contento de todos os intervenientes para que acabem as mortes inúteis entre irmãos; etc.

Quanto ao resto, e como diria a canção “é política menino” pelo que, como tal, deve ser tratada em Angola.

Por isso só, posso dizer ao mais alto representante de Angola, e enquanto nesse enquadramento institucional, seja bem-vindo senhor Presidente, nestes dois dias (10 e 11 de Março) que vai estar em Portugal.

08 março 2009

TPA e Girabola2009

(Jogo que hoje colocou frente-a-frente o Inter Clube e o ASA, no "22 de Junho"; imagem via TPA)
Quero acreditar, até para ter o ego cheio, embora admita que foi, provavelmente, mera coincidência, que os responsáveis da TPA, particularmente os da Direcção de Programas desportivos, lêem o Pululu.

Num dos últimos apontamentos que
aqui escrevi sobre o Girabola lamentava que a TPA ainda não colocasse insersores de caracteres durante as suas transmissões televisivas do Girabola o que dificultava uma parte do acompanhamento quando não se entrava logo de início ou, por qualquer razão – uma ida momentânea à cozinha buscar mais umas fresquinhas ou alguma ginguba – saísse por alguns segundos.

Hoje, e ontem – não sei se ainda começou na sexta-feira porque não pude estar em frente do pequeno televisor e porque a programação continua descontinuada em relação à realidade das transmissões da TPA Internacional – tive, conforme imagem que está sobre este apontamento, o prazer de ver que já há acompanhamento contínuo de resultado e tempo.

Fica só por regularizar a programação no portal e dar uma reformação aos comentadores para evitar chamar Recreativo do Libolo ao Recreativo da Caála ou que o Petro de Luanda estava a vencer o Recreativo do Namibe quando, na realidade, os petrolíferos jogaram com os da Huíla que bateram por 2-0.

E por falar em jogo de realçar o interessante e incerto jogo que opôs os “polícias” do Inter Clube aos “aviadores” do ASA, no belo e bem composto estádio de “22 de Junho”, dos “polícias” e que terminou com três belíssimos golos; o resultado final foi 1-2 a favor dos “aviadores”.

Também, e já agora, porque carga de água, a equipa da minha cidade, o Académico Petróleos do Lobito tem de jogar em casa emprestada no Huambo, mais especificamente, no Kurikutela? Será que ainda não houve dinheiro para fazer um campo – já nem falo num estádio – relvado municipal na cidade dos flamingos? E Benguela também não tem um campo municipal? Sabemos que está a ser feito, quase concluído, o Estádio Municipal por causa do CAN2010. Está a ser feito sobre o campo do 1º de Maio? Por isso não me surpreende que os “estudantes” lobitangas andem a esbanjar pontos e derrotas atrás de derrotas... tal como os “proletários” de Benguela…

Sobre os resultados da terceira jornada queira aceder
aqui onde constato alguma discrepância entre o que está escrito e o que iam dizendo os comentaristas da TPA.

E, já agora, saudar a saída, esta próxima segunda-feira, da edição angolana do mais importante matutino de desportos portugueses A Bola.

07 março 2009

Guiné-Bissau pode vir a ser exemplo

"Esta foi uma semana marcada pelos trágicos atentados ocorridos na Guiné-Bissau que levaram o presidente João Bernardo “Nino” Vieira e o Chefe de Estado-maior da Forças Armadas deste País, general Tagmé Na Waié.

Dois atentados encadeados por anos de ódios e guerrilhas institucionais entre os dois homens-fortes do país. Como havia afirmado, e por mais de uma vez, o general Na Waié a morte de um implicaria inevitavelmente a perca da vida do outro.

Assim aconteceu entre domingo, com o atentado à bomba a Na Waié e, subsequentemente, seguido do assassínio de “Nino” Vieira.

O ódio que consumia os dois homens-fortes da Guiné-Bissau não se ficava só por razões de domínio militar mas, como parece tudo indicar, pelos negócios do tráfico de drogas já denunciado, e por mais de uma vez, pelo jornalista Bissau-guineense Fernando Casimiro.

A morte destes dois homens pode, definitiva e finalmente, assim o queiram a Comunidade Internacional e a CPLP e assim o deixem os seus insidiosos vizinhos e os militares e certos políticos que nunca aceitaram a submissão e a derrota eleitoral, fazer entrar a Guiné-Bissau no pleno seio das Nações estáveis e desenvolvidas. (...)
" (continuar a ler aqui)
Publicado no semanário santomense , edição de 7-Março-2009

Nas vésperas de visita do Papa a Angola…

(imagem O Apostolado)

Em vésperas da visita de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, a Angola e Camarões, naquela que, parece, é a sua primeira visita ao continente africano, é lamentável que notícias como as que tão, profusamente, temos estado a ouvir, televisionar e ler, sobre o problema de uma criança que abortou, sejam notícias e pelas piores razões.

Na concepção de certos eclesiásticos um aborto – queria acreditar que o Vaticano por muito que condenasse a IVG não iria se pronunciar, no caso concreto, mas parece que estava enganado – de uma criança estuprada por um familiar, quase directo, é mais grave e sujeito à excomunhão do que a violação.

Segundo parece,
para o Vaticano, e de acordo com o cardeal Giovanni Battista Re, da Congregação para os Bispos, os fetos (seriam gémeos) geradas no acto da violação teriam "o direito de viver" e por isso é crime o aborto que os médicos – também eles excomungados – lhe fizeram; ou seja, é mais grave o aborto, mesmo que para defesa da vida da criança violada, do que a violação perpetrada pelo padrasto.

Mãe, médicos e criança foram excomungadas. O padrasto, o violador, NÃO!!!!!

E depois queixem-se que há cada vez menos pessoas a enveredarem por estes ínvios e insondáveis caminhos da Igreja…